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O ensino de Poliedros no Ensino Médio

O ENSINO DE POLIEDROS NO BRASIL

6.5 O ensino de Poliedros no Ensino Médio

O estudo da Geometria Espacial no Ensino Médio tem por finalidade relacionar- se com os demais conteúdos estudados no currículo de Matemática, e também de outras disciplinas. O aluno, ao final desta fase do ensino, deve ter uma visão ampla do que é e onde podem ser aplicados seus conhecimentos sobre poliedros e as transformações mentais que o estudo deste conteúdo exige. Uma estrutura de Ensino Médio que trate do ensino de poliedros poderá ser base para o estudo da Geometria Analítica, em que o aluno toma conhecimento de que todas as formas possuem fundamento e estruturação matemática. É nesse período da vida escolar que muitos estudantes optam por uma profissão. Embora alguns desses alunos não se tornem matemáticos, muitas profissões contemplam o estudo de poliedros, como é o caso dos cursos de Engenharia, Propaganda e Marketing, Arquitetura, Química, Artes, Moda, Design, dentre outros. A Engenharia, Arquitetura e Design, por exemplo, utilizam modelos tridimensionais em formas de maquetes para que o aluno do Ensino Superior possa melhorar suas condições de visualização espacial de maneira a associar mais rapidamente os conteúdos teóricos com a realidade. Na Química o formato poliédrico de alguns vírus interfere em seu comportamento. Nas Artes e Moda a beleza proveniente na simetria e proporção dos poliedros é explorada.

62 Sendo assim, percebemos que o Ensino Médio muitas vezes se caracteriza como base para o Ensino Superior, por isso é necessário que o Ensino Médio, trate da Geometria com devida importância, através de planejamentos que proporcionem uma aprendizagem significativa deste conteúdo, para que no futuro o aluno consiga aumentar a sua compreensão sobre o espaço que está ao seu redor através de experiências concretas.

Acredita-se que ainda hoje possa existir uma aprendizagem, no que se refere aos poliedros, puramente cultural. Esta aprendizagem consiste apenas na obtenção dos nomes e propriedades dos objetos geométricos. Neste sentido, falta por parte do ensino, um maior estudo e incentivo, para o aluno adquirir o domínio do objeto e suas relações com o espaço.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio tem-se que a Geometria Espacial deve proporcionar ao aluno a leitura e a interpretação do espaço, que está a sua volta. Esse documento deixa claro que

(...) as habilidades de visualização, desenho, argumentação lógica e de aplicação na busca de soluções para problemas, podem ser desenvolvidas com um trabalho adequado de Geometria, para que o aluno possa usar as formas e propriedades geométricas na representação e visualização de partes do mundo que o cerca. (BRASIL, 1999, p.64)

Uma maneira bastante conhecida e que resulta em um bom desempenho por parte dos alunos quando o assunto tratado é poliedros, é o trabalho com situações- problemas. Trata-se da aprendizagem concebida de maneira que os alunos não possam resolver a questão por simples repetição ou aplicação de conhecimentos ou competências adquiridas, e sim pela necessidade de formular novas hipóteses. É necessário induzir motivação, curiosidade por um problema, um desafio por uma pergunta. O aluno, no entanto, deve saber que essa é uma situação na qual está prevista a construção do seu conhecimento e que se aplica à sua realidade. A estrutura das tarefas e atividades de ensino aplicadas ao Ensino Médio deve permitir a cada aluno efetuar as operações mentais necessárias para atingir o objetivo da aprendizagem.

O ensino de poliedros no Ensino Médio está associado ao estudo das propriedades relacionadas à posição das formas e às medidas, possibilitando maneiras de pensar a Geometria: pela identificação das propriedades e pela quantificação de áreas, volumes e comprimentos. Podemos entender esse ensino como o desenvolvimento do raciocínio espacial, baseado no conjunto de processos que permitem construir representações mentais dos objetos geométricos e suas propriedades.

63 Em um estudo sobre o pensamento geométrico, Hoffer (1981), citado por Smole (2008), afirma que: “o pensamento geométrico está associado à aquisição de determinadas habilidades geométricas, dentre as quais destaca cinco: visuais, verbais, de desenho, lógicas e aplicadas.” (HOFFER, 1981, p.45). As habilidades visuais são ligadas à capacidade de ler desenhos e esquemas, discriminar formas e visualizar propriedades nelas contidas. As verbais relacionam-se ao saber expressar percepções, elaborar e discutir argumentos, justificativas e definições, empregar o vocabulário geométrico dentre outros. As habilidades de desenho envolvem a expressão de ideias por meio de desenhos e a utilização de régua, compasso, esquadro, transferidor e programas gráficos de computador. Já as habilidades lógicas ocupam-se da capacidade de analisar e reconhecer argumentos, dar contra-exemplos, compreender e elaborar demonstrações. Por fim as habilidades aplicadas que envolvem a capacidade de observar a geometria no mundo físico, apreciar e reconhecer a geometria em diferentes áreas.

Por isso, no decorrer do Ensino Médio, é dever do professor trabalhar com situações problemas e atividades de ensino que estimulem a criação de hipóteses e também o conhecimento das nomenclaturas e fórmulas envolvidas no ensino de poliedros. Mas, devemos ressaltar que as atividades aplicadas não devem ter o objetivo de apenas fazer com que os alunos memorizem nomes e fórmulas específicas deste conteúdo.

É com este intuito, que apresentamos, no próximo capitulo, algumas atividades sobre poliedros que foram desenvolvidas e aplicadas em sala de aula. Também demos nossa contribuição, através de comentários, críticas e sugestões de como potencializar uma atividade que trate do ensino de poliedros para que a mesma realmente contribua para o desenvolvimento da visão espacial e concretização dos conceitos fundamentais sobre poliedros.

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CAPÍTULO VII