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ENTENDER COMO SÃO DESENVOLVIDOS OS RECURSOS, COMPETENCIAS

COMPETÊNCIAS E CAPACIDADES DA EMPRESA QUE GERAM VALOR E VANTAGEM COMPETITIVA.

Os gestores foram questionados acerca da estratégia de geração de valor superior, se a empresa está mais focada em produzir com eficiência, menor custo e com a finalidade de competir por preço; focada em satisfazer as necessidades dos clientes com produtos diferenciados, ou ainda se utilizava as duas estratégias.

Nessa primeira análise, os entrevistados foram unanimes em dizer que a empresa utiliza a estratégia da eficiência, ou seja, o maior interesse da instituição está na redução de custo, sua estratégia está em obter o menor custo possível com o intuito de maximizar a produção. No entanto, também é possível perceber que há o interesse de transformar a produção em algo diferenciado que possibilite agregar mais valor aos clientes.

Gestor 01: “Eficiência, questão de custo o maior problema hoje, talvez em

uma segunda etapa, algum produto que agregue valor, mais técnico mais bem elaborado, mas hoje é focada em eficiência”

Gestor 02: “[...] produzir o que é barato, então assim, o correto seria a

estratégia que ela tenta adotar de custo global, ou seja, manter o menor custo possível [...]”.

Gestor 03: Eficiência, nossa empresa atualmente é mais focado em

redução de custo, em alta produtividade e redução de custo.

Barney (2001) explica que a Visão Baseada em Recursos pode ser utilizada como uma estratégia sobre a disposição dos recursos, além dos progressos de competências que podem ser consideradas únicas ou de difícil imitação.

A concepção apresentada, a partir da entrevista, conflui para o propósito de Helfat e Peteraf (2003), em relação ao ponto de vista da organização industrial e de mercado focalizam as condições externas à empresa.

Foi possível entender quais recursos e competências são consideradas fundamentais para tornar o processo da empresa eficiente. A organização renovou seus maquinários, realizou investimentos na parte de cromagem dos produtos, desenho de layout e treinamento dos colaboradores.

Outro ponto levantado foi que a instituição considera como um recurso importante: o planejamento estratégico, do qual, ela não abre mão, pois entende que é necessário ter esse caminho bem definido para ter a capacidade de atender aos clientes, além disso, percebe-se, também, que os recursos estratégicos vêm através de uma análise de mercado, que proporcionarão condições de desenvolver um produto que satisfaça a necessidade dos clientes.

Gestor 01: “Recurso estratégico seria renovação de maquinários, treinamento, desenho de layout”.

Gestor 02: “Primeiro recurso tem que ser o planejamento estratégico,

avaliação constante, capacidade de atender ao cliente, para você atingir os resultados que você quer”.

Gestor 03: “Recursos estratégicos vem desde a análise de mercado,

analise de clientes e satisfação de clientes para que a gente possa desenvolver um novo produto”.

Diante dessa perspectiva, pode-se dizer que a empresa adota os recursos como fatores de produção e que os recursos são utilizados para produzir bens ou serviços à corporação, WERNERFELT (1984). Já considerando a perspectiva de Barney (1991), ele divide os recursos em três grupos: a) capital humano, b) capital físico e c) capital organizacional, em que, a) referem-se aos treinamentos,

experiência, inteligência, relacionamentos entre funcionários além do conhecimento tácito dos trabalhadores e gerentes; b) são as tecnologias usadas pela empresa, equipamentos, localização geográfica e acesso as matérias primas e c) incluem a estrutura organizacional, o planejamento formal e informal, sistemas de controle e coordenação, bem como, as relações inter organizacionais entre a empresa e o ambiente externo.

A organização demonstra interesse em exercer suas capacidades, Anabuki (2002), demonstra também reunir um conjunto coordenado de habilidades, que segundo Hii e Neely (2000), são indispensáveis para ordenar e alocar os recursos da firma para o cumprimento das tarefas necessárias na concepção e implementação de inovações.

Gestor 02: [...] é você ter um projeto bem definido, e ai você começar

aplicar esse projeto, colocar ele na pratica, o que eu vejo assim, que talvez seria fundamental, pós o projeto, dentro da reavaliação que se tem mensal ou até trimestral dos resultados que você obteve do projeto, seria ai sim, você colocar um processo de melhoria continua em cima das informações que você adaptou, sempre tem espaço pra melhorar.

A metalúrgica Garibaldi demonstra ter capacidade para executar suas ações em longo prazo com a utilização de seus recursos, assim, ajustam-se ao exposto por Amit e Schoemakker (1993) que definem a capacidade pelo que a empresa é capaz de realizar ou executar a partir de seus recursos, processos e rotinas sobre o que ela cria ou inova.

Gestor 02: [...] Não existe nada que seja fixo, que seja invariável tudo pode

variar, negativamente ou positivamente, ainda mais pra um mercado com o formato que ele tem hoje, que ele é muito ágil, muito rápido.

O relato do gestor conflui para o entendimento de Helfat (2002) que define a capacidade como os métodos que a empresa utiliza para mudar a base de seus recursos a fim de atender diferentes desafios estratégicos e competitivos.

Os gerentes foram questionados se os sócios e acionistas percebiam a vantagem competitiva, o gestor foi enfático em dizer que para a Metalúrgica a vantagem competitiva pode ser entendido/percebida se possibilitar o resultado, associa o diferencial ao processo de cromagem utilizado na empresa e a agilidade com esse produto pode ser disponibilizado ao cliente final.

Grant (1991) afirma que a vantagem competitiva é percebida através do desempenho em nível superior aos concorrentes, Peteraf (1993) diz que a vantagem competitiva está relacionada aos diferentes níveis de produtividade, de modo que, algumas organizações serão melhores que outras e que as empresa que possuírem mais recursos poderão produzir mais e irão proporcionar satisfação dos clientes.

Gestor 02: “Então tem a sua vantagem competitiva da região, o fato de

você estar em uma região que não possui outras fabricas que não possui cromagem, te abre uma série de oportunidades”

O trecho retirado da entrevista corrobora com Barney (1991), em que a vantagem competitiva é conceituada pela implementação de uma estratégia que não foi adotada por outras empresas e que irá proporcionar a atenuação dos custos e aproveitamento de oportunidades para neutralizar as ameaças.

Pode ser percebido, através do relato do gestor, que eles creditam a vantagem competitiva a fatores relacionados à região fronteiriça, descreve que apesar de Foz do Iguaçu estar localizado quase no fim do estado do Paraná isso possibilitou a expansão da empresa para o país vizinho, vantagem que tem sido bem aproveitada pela instituição.

Gestor 02: “[...] Eu acredito que a localização fronteiriça ela é muito

positiva, ela te abre uma dificuldade, porque foz do Iguaçu é um cantinho do Paraná, porem te abre um processo de expansão para dentro de outro país”.

Brito e Vasconcelos (2004) definem que a vantagem competitiva está intimamente relacionada a fatores organizacionais, isso é percebido na Metalúrgica Garibaldi, através do modo como ela tem lidado com a questão da localização, para obter retorno no mercado realiza investimento no país vizinho, essa estratégia garante à organização oferecer custos mais atraentes aos clientes e torna a utilização desse recurso temporariamente único, além de melhorar as atividades organizacionais.

Além disso, Barney e Hesterly (2010) asseguram que para a empresa gerar vantagem competitiva ela deve ser capaz de gerar maior valor econômico que as empresas rivais, o valor econômico é constituído pela diferença entre os benefícios percebidos e o custo total desses produtos ou serviços.

Gestor 03: “[...] a partir do momento que você consegue ter um produto que

você tem uma produção massiva dele automaticamente te gera um custo menor e te dar uma condição melhor de venda”

O gestor da empresa também deve dar atenção a criação de valor, essa relação é melhor explicada pela troca no mercado entre o preço e os benefícios que são entregues ao clientes, BARNEY E HESTERLY (2011).

A maneira de a empresa demonstrar essa relação está na redução dos custos de produção, sem abrir de melhorar a qualidade no processo produtivo.

Gestor 03: “[...] implantamos uma nova cromagem totalmente

automatizada, um dos principais fatores foi melhorar a qualidade dos nossos produtos, mas sempre visando um menor custo de produção e aperfeiçoamento de melhorias nos produtos já existentes”.

Além de analisar o processo de produção, há a necessidade de perceber essa criação de valor na troca com o mercado, já com o produto finalizado, BESANKO ET. AL (2006).

Brito e Brito (2012) esclarecem que o valor também pode ser obtido pela interação com o ambiente, nessa troca os fornecedores detém a oportunidade e os clientes concentram o valor a ser desembolsado pela aquisição do bem.

Já os autores Zubac, Hubbard e Johnson (2010) defendem que a geração de valor é adquirida pela ótica dos clientes e que a empresa pode se beneficiar através da utilização dos recursos disponíveis e as suas competências que os aprimoram.

O trecho retirado da entrevista demonstra que a geração de valor ocorre, pois, segundo o gestor houve incremento da receita a partir do melhoramento do produto.

Gestor 01: “[...] Houve um momento em que lancei uma bomba colorida

que ninguém tinha, patenteei registrei e ela nos dá fruto até hoje, é um produto que vende muito bem, isso foi uma inovação até hoje ninguém tem só nos, é algo totalmente diferente, um produto que vende 30, 40 mil peças por mês.”

De modo a atender um melhor entendimento do primeiro objetivo específico proposto, apresenta-se o quadro nº 6 que favorece a análise desse objetivo.

Quadro 6: Análise dos recursos, competências e capacidades que geram valor. Recursos, Competências e capacidades que geram valor.

Recursos que geram Valor Competências e capacidades que geram Valor Máquinas e Equipamentos Capacitação dos supervisores e colaboradores.

Layout Organizacional Agilidade no processo produtivo Equipe Técnica Colaboradores treinados e qualificados Localização da empresa Aproveitamento da região fronteiriça

Planejamento estratégico Condições de desenvolver um produto que satisfaça a necessidade dos clientes.

Fonte: Elaborado pelos autores (2017).

5.2 ENTENDER QUAIS AS MOTIVAÇÕES INFLUENCIAM A INOVAÇÃO NA

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