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Entrando no mundo da improvisação

Relativa menor ... 82

Modos gregos ... 85

Escala Pentatônica ... 97

Introdução ao Blues ... 102

Escala Blues - Pentablues - Blue Note ... 106

E n t r a n d o n o M u n d o d a

Introdução à improvisação

No ramo da música, improvisação é a arte de compor e registrar ao mesmo tempo; ou seja, é inventar na hora! Uma improvisação pode ser uma harmonia, uma melodia, um solo, um riff, um ritmo, etc.

Essa arte diferencia músicos criadores de músicos reprodutores. Músicos reprodutores são aqueles que apenas reproduzem ou executam músicas prontas. Eles geralmente possuem técnica e boa leitura, mas são completamente engessados musicalmente (dependentes de um repertório) e não sabem o que estão fazendo, estão apenas seguindo uma receita de bolo. Músicos criadores não se limitam a apenas reproduzir músicas prontas; são capazes de alterá-las, incrementá-las, criar novas melodias ou harmonias automaticamente. Estes são músicos que sabem o que estão fazendo, são aqueles que entendem o que está por trás da cifra e da pauta. Podem dialogar

E n t r a n d o n o M u n d o d a

Resumindo, quem sabe improvisar:

Entende o que está se passando e tem ideias imediatas Possui facilidade para compor, pois tem muitas

ferramentas e recursos em mente.

Possui um ouvido muito apurado

Consegue se sair bem em situações inesperadas (músicas

novas, alterações de repertório de última hora, falha de memória (branco), etc.)

Coloca sua própria identidade nas músicas Motivador,

não?!

Bom, para ser capaz de improvisar, é necessário conhecer o assunto em questão. Por exemplo, no ramo de palestras, qualquer pessoa é capaz de improvisar um discurso sobre "felicidade", pois todos possuem algum conceito sobre esse tema. Talvez o fato de ser um improviso prejudique a qualidade do discurso; muitos falariam sem utilizar palavras bonitas ou reflexões profundas. Agora, quantas pessoas improvisariam um discurso sobre a importância da equação de Schrödinger no eletromagnetismo quântico?

Na música é a mesma coisa, precisamos de um bom vocabulário (saber escolher palavras adequadas) e também precisamos conhecer o contexto em que estamos inseridos, para que as palavras façam sentido.

Essa conversa está boa, mas vamos falar de algo mais prático agora: como se aprende a improvisar afinal? Bom,

existem alguns segredos para se tornar um bom improvisador. Falaremos especificamente de solos aqui nesse tópico, mas o conceito é o mesmo para as demais vertentes de improvisação na música.

Explicando de uma maneira bem simplista, basta conhecer as escalas básicas e saber identificar a tonalidade da música para se fazer um improviso. Isso tudo nós aprenderemos aqui no Descomplicando a Música, não se preocupe. Porém, na prática, não basta apenas saber e entender as escalas e suas tonalidades, é preciso saber criar um solo com elas.

Parece óbvio, mas não é. Um improvisador iniciante pode aprender a escala maior e entender onde aplicá-la, mas se ele não tiver algumas frases e links prontos desenhados na cabeça, o improviso vai ficar horrível.

Ninguém gosta de ouvir uma escala digitada para cima e para baixo sem dinâmica. A beleza da música está justamente em saber desenhar frases musicais com as notas. E como um improvisador iniciante conseguirá fazer isso? Ele deve começar pegando frases prontas de outros músicos, decorando-as e aplicando-as em vários contextos. Assim, ele vai desenvolver a habilidade de saber encaixar frases em músicas. Isso é essencial. O próximo passo é pegar essas mesmas frases e fazer pequenas alterações, tentando colocar suas ideias a partir das ideias das próprias frases. Após certo tempo fazendo isso, o improvisador começará a criar as suas próprias frases do zero, sem precisar se basear em alguma frase pronta.

Muito bem, para quem nunca improvisou nada, adquirir essa habilidade leva tempo. É como tudo na vida: se o resultado é bom, o esforço precisa fazer merecer esse resultado. Recomendamos fortemente que o iniciante dedique-se bastante a pegar frases prontas e aplique elas em tonalidades maiores e menores. Essas frases podem fazer parte da escala maior, menor, pentatônica e escala blues. Esse deve ser o mundo inicial do improvisador. Ele precisa se sentir seguro nisso, pois é a base para aperfeiçoamentos futuros. Nessa fase o iniciante vai adquirir feeling, vai aprender a colocar sua expressão na música.

Relativa menor

A escala relativa menor é muito utilizada na improvisação, pois ela permite mais ideias para o solo. Todo improvisador que aprendeu a utilizar as escalas maiores e menores precisa aprender, logo em seguida, a utilizar a escala relativa menor. Mas o que é a escala relativa menor?

Pense em alguma escala maior, por exemplo, a escala de Dó maior. A escala relativa menor de Dó será a escala de Lá menor. Como regra, a escala relativa menor de uma escala maior é a escala menor do sexto grau dessa tonalidade. Falando assim parece confuso, mas é bastante simples na prática. Como estávamos em Dó, o sexto grau é Lá, então basta tocar Lá menor. Obs: caso você ainda esteja meio perdido nessa questão dos graus, leia novamente o artigo “o que são graus”.

Bom, como você pode ver, não estamos aprendendo nenhuma escala nova aqui. Essa escala nada mais é do que a escala menor natural que já vimos, apenas estamos criando um vínculo do sexto grau em relação ao primeiro, e logo você vai entender o porquê disso.

Se você pegar a escala de Dó maior e comparar com a escala de Lá menor, vai ver que elas possuem exatamente as mesmas notas. Ou seja, a escala maior possui uma escala relativa menor que é idêntica a ela. Incrível, não? Por isso o nome “relativa”. Compare abaixo, por exemplo, as escalas de Dó x Lá menor e Sol x Mi menor:

Escala Dó maior: C, D, E, F, G, A, B Escala Lá menor: A, B, C, D, E, F, G Escala Sol maior: G, A, B, C, D, E, F# Escala Mi menor: E, F#, G, A, B, C

Isso é extremamente útil! Significa que podemos utilizar a escala de Lá menor para fazer um solo numa música cuja tonalidade é Dó maior. Ou seja, sempre que tivermos em uma tonalidade maior, podemos pensar em duas escalas: a escala maior dessa tonalidade e a escala relativa menor dessa tonalidade. Isso aumenta nossas opções na hora de pensar no solo.

Da mesma forma, podemos pensar no inverso: toda tonalidade menor possui uma relativa maior. Essa relativa maior

exemplo, um tom e meio acima de Lá é Dó. Portanto, a relativa maior de Lá menor é Dó maior.

Vale a pena destacar que esse conceito também existe para os acordes. O acorde relativo menor é o acorde de sexto grau da tonalidade maior em questão. Por exemplo, o acorde relativo menor de Dó é o acorde de sexto grau do campo harmônico de Dó maior, ou seja, Lá menor. Outro exemplo: suponha que a tonalidade seja Sol maior. A relativa menor de Sol será Mi menor.

Como os acordes relativos possuem uma afinidade entre si, eles podem ser trocados um pelo outro. Veremos isso com mais detalhes no estudo de funções harmônicas. Por enquanto, pense nas escalas, lembre que você sempre poderá utilizar a relativa menor junto com a escala maior. Experimente testar isso pegando uma música na tonalidade maior e tocando a relativa menor em cima dela. Veja como encaixa perfeitamente.

Agora que você já aprendeu o que precisava sobre relativa menor, tente encontrar as relativas menores de todos os acordes ou escalas maiores. Depois, confira com a tabela abaixo:

Modos gregos

Talvez você já tenha ouvido por aí os nomes "mixolídio", "dórico", ou algo semelhante. Parece coisa de outro mundo, não? Pois bem, mostraremos que esses e outros nomes são, na realidade, assuntos muito simples e fáceis de se entender e praticar. Eles aparecem no contexto de modos gregos. Mas o que são os modos gregos afinal?!

Os modos gregos nada mais são do que 7 modelos diferentes para a escala maior natural. Vamos detalhar para ficar mais claro:

Pegue a escala maior natural. Ela corresponde ao primeiro modo grego, o chamado modo Jônico (ou Jônio). Essa

ACORDE RELATIVA MENOR

C Am C# A#m D Bm D# Cm E C#m F Dm F# D#m G Em G# Fm A F#m A# Gm B G#m

se preocupe com isso agora. Muito bem, você já sabe um modo grego! Meus parabéns!!

Para ficar mais fácil, vamos trabalhar em cima da escala de dó maior como exemplo. Já sabemos então qual é o modo Jônico:

C, D, E, F, G, A, B

Sequência observada: tom-tom-semitom-tom-tom-semitom Desenho:

Dica: É a própria escala maior. *Obs: Para todos os modos, colocaremos a sequência observada, uma dica e o desenho da escala.

O próximo modo é o chamado modo Dórico. Ele nada mais é do que a mesma escala maior que estamos trabalhando, porém começando da nota Ré.

Segue abaixo o modo dórico:

D, E, F, G, A, B, C

Desenho:

Dica: É a escala menor com a sexta maior.

Bom, talvez você ainda não tenha reparado a utilidade disso. Geralmente aqui a galera começa a se atrapalhar e achar um tédio esse estudo. Pois bem, vamos explicar direito isso para que você não desista sem motivo!

Nós acabamos de tocar Ré dórico, certo? Isso automaticamente significa que a tonalidade é Dó maior. Por quê? Justamente por que nós construímos a escala dórica utilizando as notas da escala maior de Dó. O formato tom- semitom, etc. deduzido para a escala dórica ficou diferente da escala maior natural pelo fato de estarmos começando com outra nota que não o primeiro grau. Começamos do segundo grau. Por isso que há diferença no desenho. Entendido isso, podemos encontrar uma aplicação prática.

No estudo de campo harmônico maior, mostramos os acordes que fazem parte da tonalidade de Dó maior. Imagine, por exemplo, que uma música começa em Ré menor e depois continua com os acordes: Am, F e Em. Podemos concluir que a

não tenha aparecido nenhuma vez na música (até aqui, nenhum conceito novo!). Então, se queremos improvisar um solo em cima dessa música, utilizaremos a escala de Dó maior. Mas, como a música começa em Ré menor, nosso solo poderia começar com a nota Ré em vez da nota Dó para dar uma ambiência mais característica, certo? É aqui que entra o tal do Ré dórico! Podemos dizer que estamos solando em Ré, pois estamos "enfatizando" a nota Ré (começando e terminando com ela), mas usando a escala de Dó maior. Moral da história: estamos usando para o nosso solo a escala de Ré Dórico, pois o acorde é Ré menor mas a tonalidade é Dó.

Ok, vamos prosseguir. Agora vamos usar a escala maior de Dó começando da nota Mi. A sequência ficará assim:

E, F, G, A, B, C, D

Sequência observada: semitom-tom-tom-semitom-tom-tom Desenho:

Esse é chamado modo Frígio. A utilização prática é exatamente a mesma do exemplo anterior, mas pensando em Mi menor em vez de Ré menor. Se quiséssemos solar em Mi menor uma música que estivesse com a tonalidade de Dó maior, utilizaríamos a escala de Mi Frígio.

O próximo modo grego é o modo Lídio. Ele começa com o quarto grau da escala maior. Apenas para recapitular, estamos utilizando como exemplo a escala de Dó, então o quarto grau é Fá (antes o terceiro grau era Mi, e assim por diante). Os modos gregos podem ser construídos a partir de qualquer escala maior, estamos mostrando aqui somente a escala de Dó. Depois mostraremos em cima de outra escala maior para ajudar a esclarecer. Vamos ver então como ficou nossa escala de Fá Lídio:

F, G, A, B, C, D, E

Sequência observada: tom-tom-semitom-tom-tom-tom Desenho:

O quinto modo grego é o modo Mixolídio. Na escala de Dó maior, o quinto grau é Sol. Veja abaixo então a escala de Sol mixolídio:

G, A, B, C, D, E, F

Sequência observada: tom-tom-semitom-tom-tom-semitom Desenho:

Dica: É a escala maior com a 7ª menor

Nós já explicamos a utilização dos modos gregos do ponto de vista de improviso, mas seria interessante aproveitar esse momento aqui para fazer uma observação. Se quiséssemos solar uma música que está na tonalidade de Dó maior começando com a nota Sol, utilizaríamos a escala de Sol Mixolídio (até aqui nenhuma novidade). Talvez você ainda não tenha se convencido da utilidade disso na prática pois está pensando: "se eu quiser usar a escala maior de Dó começando com a nota Sol, eu pego o desenho de Dó maior, na região em que eu faria a escala de Dó maior, e faço esse desenho começando da nota Sol:

Tudo bem, não há problema nisso. Mas digamos que uma música estivesse mudando de tonalidade. Imagine que estava em Sol Maior e agora passou a ser Dó maior. Você estava solando em sol maior utilizando a escala abaixo, nessa região do braço do instrumento:

Agora que a música passou a ser em Dó maior, você pulou para essa região:

Se você soubesse o desenho de Sol Mixolídio, poderia continuar na mesma região que estava antes, porém mudando o desenho que antes era esse:

Para esse:

Isso deixaria o solo infinitamente mais bonito e fluido, pois a mudança de tonalidade no solo seria muito suave e agradável. Se, nesse exemplo, você mudar a região do braço para pensar na escala de Dó maior, você fará essa mudança de tonalidade ficar muito mais brusca e dura de engolir.

Ouça músicos como Pat Mateny, Mike Stern, Frank Gambale e observe como eles trabalham as modulações (mudanças de tonalidade). Essa fluidez vêm do domínio completo dos desenhos dos modos gregos.

Além disso, conhecer bem os desenhos desses modos ajudará você a não se prender a um desenho de escala somente, o que faria seu solo ficar "quadrado" e viciado. De quebra, esse domínio propicia um controle total do braço do instrumento.

Ok, o próximo modo é o modo Eólio e corresponde ao sexto grau. No nosso exemplo, o sexto grau de Dó é Lá, então confira abaixo como ficou a escala:

A, B, C, D, E, F, G

Sequência observada: tom-semitom-tom-tom-semitom-tom Desenho:

Dica: É a escala menor natural!

Encontramos então um novo nome para a escala menor natural: Modo Eólio. A escala maior natural já tinha recebido um nome também, lembra? Modo jônico. Você deve ter reparado que o sexto grau menor é a relativa menor (já estudamos isso), então fazer um solo utilizando o modo eólio nada mais é do que solar uma música usando a relativa menor.

O sétimo e último modo é o modo Lócrio. Confira abaixo: B, C, D, E, F, G, A

Desenho:

Dica: É a escala menor com a 2ª menor e 5ª diminuta.

Treinar os modos gregos pensando nos graus ajuda muito nossa mente e nosso ouvido a identificar rapidamente a tonalidade de uma música, pois você se acostuma com os padrões. Legal, já que fizemos tudo em cima da escala de Dó maior, vamos agora rapidamente mostrar como ficariam as sequências utilizando a escala de Sol maior (em vez de Dó maior), para você observar os shapes desses modos começando da 6ª corda:

Note como as sequências (tom-semitom, etc,) ficaram exatamente iguais às sequências de nosso estudo que utilizou a escala de Dó maior. Já os desenhos (shapes) ficaram diferentes pelo fato de estarmos começando da 6ª corda em vez da 5ª.

Esses desenhos apresentados partindo da 5ª e 6ª cordas mantêm a mesma estrutura para outras tonalidades. Isso é muito favorável, pois aprendendo os shapes para essas tonalidades, você sabe para todas, basta transpor os mesmos desenhos para outros tons.

contextos você irá ampliar sua visão e ficará cada vez mais convencido da utilidade deles. O importante é que agora você os pratique e gaste um tempo em cima desses desenhos, compreendendo de onde eles vieram.

Antes de finalizarmos esse nosso primeiro estudo de modos gregos, vamos matar sua curiosidade dizendo de onde vieram esses nomes estranhos.

Os modos gregos surgiram da Grécia antiga. Alguns povos da região tinham maneiras peculiares de organizar os sons da escala temperada ocidental. Esses povos eram oriundos das regiões Jónia, Dória, Frigia, Lídia e Eólia. Por isso deram origem aos nomes que você acabou de ver. O modo Mixolídio surgiu da mistura dos modos Lídio e Dórico. O modo Lócrio surgiu apenas para completar o ciclo, pois é um modo pouco utilizado na prática.

Os modos Jônico e Eólio acabaram sendo os mais utilizados, sendo muito difundidos na Idade Média. Mais tarde, acabaram recebendo os nomes "escala maior" e "escala menor" respectivamente. Engraçado que todo estudante de música acaba aprendendo primeiro os nomes “escala maior” e “escala menor”, antes mesmo de ouvir falar em modo jônico e eólio, sendo que os modos gregos vieram antes disso e são os pais dessas escalas.

Escala Pentatônica

A escala pentatônica é o guru dos improvisadores. E não é difícil de descobrir o motivo pelo qual todo mundo usa e abusa dessa escala: ela é fácil de fazer e fácil de aplicar. Há umas décadas atrás, alguns músicos faturaram milhões apenas tocando essa escala. Hoje não é mais tão fácil de se ficar rico tocando escala pentatônica, afinal qualquer músico iniciante já aprende a utilizar essa escala (e geralmente passa o resto da vida fazendo só isso).

O conceito é muito simples: a escala pentatônica maior é um apanhado de notas da escala maior. Sabemos que a escala maior possui 7 notas. A escala pentatônica escolheu 5 dessas notas e criou uma outra escala. Quando a escala maior deixa de ter 7 notas e passa a ter 5, recebe o nome de Penta, tipo o Brasil quando ganhou a copa do mundo pela 5ª vez, recebeu o título penta, tá ligado?!

Ok, essa escala não tem nada a ver com futebol, nem com títulos; mas convenhamos, ela é motivo de festa. A escala pentatônica possui notas que quando tocadas geram uma melodia agradável, mesmo que seja só a própria execução da escala pra cima e pra baixo. Isso facilita a vida de todo mundo! Basta decorar a escala pentatônica e, quando você for improvisar uma música na tonalidade maior, em vez de "elaborar" uma frase com a escala maior você toca a escala pentatônica que já é sucesso garantido! A escala pentatônica tocada de trás para

frente é legal, de frente pra trás também é legal, do meio pro fim, do fim pro início, do início pro meio, legal, legal, legal.

Muito bem, se você nunca ouviu a escala pentatônica na vida, vá até um teclado ou piano e toque as teclas pretas uma após a outra. Esse é o som de uma escala pentatônica. Existem muitos desenhos para escalas pentatônicas; esse exemplo das teclas pretas foi apenas um que facilita a observação por ser bem prático. Se você não tem um teclado, não se desespere, já iremos explicar detalhadamente como se forma essa escala.

A escala pentatônica pode ser maior ou menor. A pentatônica maior contém 5 notas da escala maior, e a pentatônica menor contém 5 notas da escala menor. Um desenho para a pentatônica de Dó maior pode ser:

Compare essas escalas (Dó pentatônica e Lá menor pentatônica) com as escalas de Dó maior e Lá menor, respectivamente. Note que a pentatônica maior pegou 5 notas da escala maior, como já comentamos, e foram os graus 1, 2, 3, 5 e 6. Em outras palavras, ela retirou os graus 4 e 7! Já a pentatônica menor pegou os graus 1, 3, 4, 5 e 7 da escala menor. Em outras palavras, ela retirou os graus 2 e 6!

Obs: O normal seria começar e terminar com a mesma nota no desenho de uma escala, mas preferimos terminar a escala com outra nota aqui nesses desenhos para que você entenda primeiro a lógica da escala.

Optamos por mostrar a pentatônica maior de Dó e a pentatônica menor de Lá porque essas duas escalas contém as mesmas notas. Lá menor é a relativa de Dó, tá lembrado?! Se isso ainda não está no seu sangue, volte e estude a relativa menor, aplique, depois siga sua jornada, pois acumular conhecimento pra não utilizar e esquecer é perda de tempo total! Valeria mais a pena gastar seu tempo assistindo a novela das 20:00 ou jogando Angry Birds...

Aplicação

Já comentamos que a escala pentatônica (maior e menor) pode ser usada no mesmo lugar onde se usam as escalas maior natural e menor natural, respectivamente. Mas essa escala, além de poder ser utilizada nesses contextos, ainda pode ser utilizada

em outros contextos que as escalas maior e menor natural não podem (tá aí mais um motivo pra você gostar dela!).

Um exemplo é o blues. Em breve você verá no artigo "introdução ao blues" que a escala pentatônica é a rainha mestre desse estilo. Mostraremos exemplos de aplicação da escala pentatônica em contextos maiores e menores aqui nesse artigo e, no artigo "introdução ao blues", mostraremos a utilização da escala pentatônica no blues. Recomendamos fortemente que você já aproveite para praticar também a escala pentatônica dentro do blues, pois é muito divertido! Gaste horas e horas, dias e dias fazendo isso, e você se tornará um improvisador nato.

Mas como você deve praticar a escala pentatônica para ter progresso e gostar do que está fazendo? Siga esses passos:

Passo 1: Decore bem a escala pentatônica menor e aplique-a no contexto tonal. Ou seja, você pode brincar com essa escala dentro de um campo harmônico menor ou em um campo harmônico maior (tocando a pentatônica da relativa menor, nesse caso). Faça isso bastante tempo.

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