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000 Descomplicando A Música - (Alexandro Rodrigues)

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Academic year: 2021

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P o r q u e e n t e n d e r m ú s i c a f a z

t o d a d i f e r e n ç a

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P r o t e ç ã o e D i r e i t o s A u t o r a i s

Essa apostila é uma obra elaborada pela equipe Descomplicando a Música, registrada na Biblioteca Nacional e protegida pela lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

É proibida toda e qualquer cópia, venda, distribuição ou replicação desse material, ou parte dele, sem a prévia autorização por escrito dos criadores.

Disponibilizar para download ou simplesmente distribuir arquivos protegidos é crime. O usuário, desde já, concorda em manter esse material para seu uso exclusivo e individual para não sofrer penalidades previstas em lei.

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MÓDULO 1: Definições Básicas ... 4

MÓDULO 2: Aprendendo a se localizar na música...14

MÓDULO 3: Iniciando no mundo dos acordes ... 30

MÓDULO 4: Aprendendo a construir acordes ... 48

MÓDULO 5: Entrando no mundo da improvisação ... 78

MÓDULO 6: Descobrindo a função dos acordes ... 111

MÓDULO 7: Explorando notas e sensações ... 139

MÓDULO 8: Incrementando acordes e tonalidades ... 161

MÓDULO 9: Improvisando em funções harmônicas ... 184

MÓDULO 10: Aprendendo recursos do Jazz ... 216

MÓDULO 11: Expandindo e trabalhando as ideias ... 240

MÓDULO 12: Tocando com o coração e com o cerébro ... 262

Como Ler Tablatura ... 313

Í N D I C E G E R A L

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MÓDULO 1

O que é Música ... 5

O que são notas musicais ... 7

O que é um timbre ... 8

O que é sustenido e bemol ... 9

O que são tons e semitons ... 10

Identificando notas no instrumento ... 12

D e f i n i ç õ e s B á s i c a s

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O que é Música?

Segundo diversos autores, música é a combinação de sons e silêncios de uma maneira organizada. Vamos explicar com um exemplo: Um ruído de rádio emite sons, mas não de uma forma organizada, por isso não é classificado como música. Essa definição parece simples e completa, mas definir música não é algo tão óbvio assim. Podemos classificar um alarme de carro como música? Ele emite sons e silêncios de uma maneira organizada, mas garanto que a maioria das pessoas não chamaria esse som de música.

De uma maneira mais didática e abrangente, a música é composta por melodia, harmonia e ritmo. Melodia é a voz principal do som, é aquilo que pode ser cantado.

Harmonia é uma sobreposição de notas que servem de base para a melodia. Por exemplo, uma pessoa tocando violão e cantando está fazendo harmonia com os acordes no violão e melodia com a voz. Cada acorde é uma sobreposição de várias notas, como veremos adiante em outros tópicos. Por isso que os acordes fazem parte da harmonia.

Obs: Vale a pena destacar que a melodia não

D e f i n i ç õ e s B á s i c a s

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também que ela tenha 2 ou mais vozes, apesar de ser menos frequente essa situação. Para diferenciar melodia de harmonia nesse caso, podemos fazer uma comparação com um navio no oceano. O navio representa a harmonia e as pessoas dentro do navio representam a melodia. Tanto o navio quanto as pessoas estão se mexendo, e as pessoas se mexem dentro do navio enquanto ele trafega pelo oceano. Repare que o navio serve de base, suporte, para as pessoas. Elas têm liberdade para se movimentar apenas dentro do navio. Se uma pessoa pular para fora do navio, será desastroso. Com melodia e harmonia, é a mesma coisa.

Ritmo é a marcação do tempo de uma música. Assim como o relógio marca as horas, o ritmo nos diz como acompanhar a música.

Cada um desses três assuntos precisa ser tratado à parte. Um conhecimento aprofundado permite uma manipulação ilimitada de todos os recursos que a música fornece, e é isso o que faz os “sons e silêncios” ficarem tão interessantes para nosso ouvido. Aqui no Descomplicando a Música você vai aprender como trabalhar tudo isso. Prepare-se!

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Uma nota musical é o elemento mínimo de um som. Quando uma corda vibra, ela movimenta as moléculas de ar ao seu redor. Essa agitação das moléculas ocorre na mesma frequência de vibração da corda. O ouvido humano capta essa vibração do ar e a processa atribuindo um som ao cérebro. Para cada frequência de vibração, o cérebro atribui um som diferente (uma nota diferente).

As notas musicais podem ser identificadas por letras para facilitar a escrita e aumentar a velocidade de leitura. A notação utilizada é universal, o que facilita a comunicação com músicos de outros países. Existem 7 letras para representar as notas musicais. A definição das letras e suas notas correspondentes é a seguinte:

Existe também outra representação para as notas, que não depende de letras. É a famosa partitura. Você já deve ter visto por aí algo parecido com isto:

C D E F G A B

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Pois bem, isso é uma representação por partitura. Como ela é bem mais detalhada e completa (envolve ritmos e tudo o mais), criamos um tópico específico para explicar e ensinar tudo o que você precisa saber sobre partitura (no final dessa apostila).

Caso esse seja seu primeiro contato com representações musicais, não se preocupe tanto com a partitura, procure antes decorar a representação por letras, que é bem mais simples. Gostaríamos de destacar que, futuramente, a partitura irá te ajudar muito, portanto não deixe de usufruir de tudo o que a apostila Descomplicando a Música tem para oferecer. Apenas seja criterioso consigo mesmo e avance com calma. Estamos aqui para facilitar o seu aprendizado, então siga o seu próprio ritmo e aproveite!

O que é um Timbre?

Apesar de aprendermos no colégio que o som é uma onda, essa onda não é bonitinha (senoidal) como aparece nos livros:

Cada onda sonora apresenta um formato característico, que depende do material que produziu o som. Isso é o que define o timbre do som.

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Timbre é o que diferencia dois sons de mesma frequência (mesma nota). Por exemplo, a nota Dó tocada no violão tem um som muito diferente da nota Dó tocada no teclado ou na flauta. Isso significa que esses instrumentos possuem timbres diferentes.

Observe abaixo alguns exemplos de formas de onda produzidos por instrumentos diferentes.

Diapasão Clarineta Trompete

O que é Sustenido e Bemol?

Na música ocidental, há 12 notas: dó, dó#, ré, ré#, mi, fá, fá#, sol, sol#, lá, lá# e si. O símbolo “#” significa sustenido. Dessas 12 notas, 7 delas recebem um nome específico (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) e as demais são identificadas por um sustenido (#) ou bemol (b) dessas notas, também chamados de acidentes. Um sustenido, por definição, é a menor distância entre duas notas na música ocidental, assim como um bemol. A diferença de nomenclatura (bemol ou sustenido) serve apenas para indicar se estamos nos referindo a uma nota acima ou abaixo. Por exemplo: Ré bemol é o mesmo que Dó sustenido. Leia a próxima seção “o que são tons e semitons” para complementar esse conceito.

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Abaixo seguem algumas representações e suas equivalências, para facilitar o entendimento:

Ré # # = Mi Mi b b = Ré Mi # = Fá Fá b = Mi

Na prática, não se costuma usar a escrita (# #) ou (b b) por que é muito mais fácil dizer, por exemplo, Mi do que Ré ##. Não faz muito sentido usar essa segunda representação; mostramos aqui apenas para fins de entendimento. Da mesma forma, não se costuma utilizar a nomenclatura Mi#, nem Si#, por se tratarem das notas Fá e Dó, respectivamente.

Se você tiver curiosidade sobre a matemática que há entre as 12 notas da música ocidental e o que diferencia uma nota da outra na nossa percepção do cérebro, leia o artigo Matemática na Música.

Obs: No piano, as teclas brancas contêm as notas com nome específico (C, D, E, F, G, A, B) e as teclas pretas contêm os acidentes (C#, D#, F#, G#, A#).

O que são Tons e Semitons?

Um tom é uma distância de dois sustenidos (ou de dois bemóis). Um semitom é uma distância de um sustenido (ou de

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um bemol). Por exemplo, a distância entre dó e ré é de um tom, pois entre dó e ré há uma distância de dois sustenidos (de dó para dó# e de dó# para ré). Simples, não?! Para ficar ainda mais claro, nada melhor do que uns exercícios:

Qual a distância entre as notas sol e si? Vamos conferir quantos sustenidos (semitons) há entre sol e si:

Sol Sol# Lá Lá# Si 1 2 3 4

Logo, há 4 sustenidos de distância, totalizando 2 tons. Agora que você já sabe dizer a distância entre as notas, tente encontrar a distância entre ré e fá. Depois confira abaixo.

Ré Ré# Mi Fá 1 2 3

Logo, a distância é de um tom e meio. Obs: um tom e meio = um tom + um semitom. Nos instrumentos: violão, guitarra, baixo, cavaquinho, ukulelê, entre outros, cada casa do braço do instrumento corresponde a um semitom.

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Identificando as notas no instrumento

Nesse tópico, iremos mostrar como se localizam as 12 notas (C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B) em alguns instrumentos. Vamos começar pelo teclado/ piano. Nesse instrumento, as teclas pretas contêm as notas com acidentes (sustenidos) e as teclas brancas contêm as demais notas. Observe abaixo:

No violão/ guitarra, cada corda solta corresponde a uma determinada nota (E, B, G, D, A, E, respectivamente da mais aguda para a mais grave). As demais notas estão distribuídas conforme o desenho abaixo, onde os números representam as casas do braço:

Observe que no violão é um pouco difícil decorar onde ficam todas as notas, mas isso se tornará mais fácil à medida que você for estudando os assuntos aqui na apostila, pois existem

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muitos atalhos que ajudam na localização imediata (pensar nos graus, acordes, escalas, etc.). Com o tempo, certamente o braço desse instrumento estará completamente dominado por você, não se preocupe.

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MÓDULO 2

Intervalo, enarmonia, altura e intensidade ... 15

O que são escalas ... 16

Desenhos para as escalas naturais ... 20

O que são graus ... 22

Diminuta, aumentada e justa ... 23

O que são oitavas ... 28

A p r e n d e n d o a s e

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Intervalo, enarmonia, altura e intensidade

Intervalo: é a distância entre dois sons. Podemos usar esse termo para dizer: intervalo de um tom, intervalo de um semitom; enfim, qualquer distância entre duas notas é um intervalo. Geralmente, esse termo é usado junto com a definição de graus, como veremos nos próximos tópicos.

Enarmonia: é quando existem nomes diferentes para um mesmo som. Por exemplo, Dó sustenido é o mesmo que Ré bemol. Diz-se, portanto, que essas notas são enarmônicas.

Altura de um som: é o que define se um som é agudo ou grave. Sons altos são agudos e sons baixos são graves. O que faz um som ficar agudo ou grave é a frequência do som.

Intensidade (ou volume) de um som: é o que define se um som é fraco ou forte. Quando mexemos no botão de volume de um aparelho de som, estamos alterando a intensidade da música. É comum as pessoas dizerem que, aumentando o volume, o som

A p r e n d e n d o a s e

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fica mais "alto", mas essa definição está incorreta, pois o volume não altera a frequência do som (não deixa mais agudo nem mais grave). Volume somente altera a intensidade.

O que são escalas?

Uma escala é uma sequência ordenada de notas. Por exemplo: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó...repetindo esse ciclo. Nessa escala, começou-se com a nota dó e foi-se seguindo uma sequência bem definida de intervalos até o retorno para a nota dó novamente. Essa sequência de distâncias foi: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom...repetindo o ciclo. Essa escala é chamada de “escala maior”. Poderíamos utilizar essa mesma sequência (escala maior) começando de uma nota que não fosse dó, por exemplo, sol. A escala então seria sol, lá, si, dó, ré, mi, fá#, sol... Note como a mesma lógica foi seguida (tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom). No primeiro caso, formamos a escala maior de dó. No segundo caso, a escala maior de sol.

Seguindo a mesma lógica podemos montar a escala maior de todas as 12 notas que conhecemos. Faça isso como exercício e depois confira abaixo. Mostraremos a escala maior das 7 notas básicas:

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Intervalo da Escala Tom Tom Semi-tom Tom Tom Tom Semi-tom

Escala de Dó maior C D E F G A B C

Escala de Ré maior D E F# G A B C# D

Escala de Mi maior E F# G# A B C# D# E

Escala de Fá maior F G A Bb C D E F

Escala de Sol maior G A B C D E F# G

Escala de Lá maior A B C# D E F# G# A

Escala de Si maior B C# D# E F# G# A# B

Para outras escalas, temos outras sequências a serem seguidas (outros intervalos). A chamada “escala menor”, por exemplo, é formada a partir da seguinte sequência: tom, semitom, tom, tom, semitom, tom, tom...repetindo o ciclo.

Vamos construir então a escala de dó menor. Você já é capaz de construir essa escala. Basta seguir essa sequência dada começando pela nota dó. Fica assim:

dó, ré, ré#, fá, sol, sol#, lá#, dó... repetindo o ciclo.

As notas ré#, sol# e lá# equivalem, respectivamente, a mib, láb e sib. Poderíamos reescrever então a sequência acima como:

dó, ré, mib, fá, sol, láb, sib, dó.

Note que a escala é absolutamente a mesma; a única diferença é que antes ela estava escrita com os acidentes sustenidos (#), e agora ela foi escrita com os

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acidentes bemóis (b). Geralmente a escala menor de dó é escrita da segunda forma e não da primeira. Por quê? Simplesmente porque nela todas as 7 notas apareceram (com ou sem acidentes). No primeiro caso, a nota si não aparece. Isso muda alguma coisa? Faz diferença? NÃO. Mas nas literaturas você provavelmente vai encontrar a segunda descrição, pelo motivo mencionado. Na realidade, a preferência pela segunda descrição tem um sentido mais profundo, pois facilita a observação das funções harmônicas, mas não se preocupe com isso agora.

Confira então as digitações da escala maior e menor:

Escala Dó maior:

Escala Dó menor:

Obs: No braço do violão/ guitarra, para se obter a escala de outra nota (além da nota “dó” que mostramos), basta deslocar esse mesmo desenho para a nota que se deseja. Experimente testar fazendo esse mesmo desenho (mesmo shape) da escala

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maior de dó partindo da nota Ré. Depois confira as notas geradas comparando com a tabela que mostramos anteriormente. Isso é ótimo, não? Significa que só precisamos decorar um desenho para cada escala! No teclado, não temos esse privilégio. Porém, o teclado apresenta outras inúmeras vantagens facilitadoras. Cada instrumento tem seus prós e contras!

Ok, voltando ao assunto, talvez você esteja se perguntando por que raios uma escala se chama “maior” e a outra “menor”. Isso é apenas uma definição. A diferença dessas escalas está no terceiro grau, no sexto grau e no sétimo grau. Na escala “maior”, esses graus são maiores. Na escala “menor”, esses graus são menores. Por isso resolveu-se chamar a primeira escala de “escala maior”, e a segunda de “escala menor”. Como existem outros tipos de escalas maiores e menores, essas escalas básicas que acabamos de ver recebem o nome de “escalas naturais”, pois são as mais básicas e primitivas no estudo de música. Nos próximos artigos você entenderá bem essa questão dos graus, não se preocupe se achou estranho esses termos.

As escalas “maior natural” e “menor natural” também são chamadas de escala diatônica maior e escala diatônica menor. O nome "diatônica" significa "movimentar-se pela tônica". Sempre que utilizarmos o termo "diatônico" ou "nota diatônica", estamos dizendo que essa nota pertence à tonalidade natural; ou seja, a nota faz parte de uma escala maior ou menor natural.

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definida de tons e semitons e, a partir disso, monta-se a escala começando da nota que se desejar. Simples assim.

Ok, tudo muito legal, muito bonito, mas para que serve cada escala?? Onde elas são utilizadas?! Meu amigo, é aí que mora o segredo! Isso ninguém fala! Você vai encontrar textos em livros e na internet mostrando diversas escalas, mas duvido que alguém explique onde aplicar cada uma.

Felizmente, você está no lugar certo! Organizamos todos os conteúdos aqui da apostila de maneira que você consiga ter toda a base necessária para deslanchar esse assunto. Falaremos de cada escala especificamente mostrando como aplicá-las e tudo o mais. Esses segredos não são revelados assim de bandeja em lugar algum, mas aqui no Descomplicando a Música você vai aprender tudo o que precisa. Aliás, mesmo pagando por aí, dificilmente você encontraria material de qualidade sobre esse tema. Acredite. Não é à toa que tão poucos músicos sabem teoria musical de verdade. Nosso material está tentando derrubar essa barreira.

Desenhos para as escalas maiores naturais

Já ensinamos o conceito básico sobre escalas e mostramos a digitação das escalas maior e menor naturais. Nesse tópico, iremos apenas mostrar (para abrir as ideias) outras formas de digitação para a escala maior no violão/ guitarra. É importante observar como, nesses instrumentos, uma mesma escala pode ter

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vários formatos (

shapes

). Observe abaixo alguns dos desenhos mais comuns para a escala de Dó maior:

Começando da 5ª corda:

Outra variação começando da 5ª corda:

Começando da 6ª corda:

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O que são graus?

Provavelmente você já tenha ouvido falar em “primeiro grau”, “segundo grau”, etc. E talvez isso tenha soado estranho num primeiro momento. Porém, como vamos ver, essa terminologia é simples e pode ser muito útil. Se numerássemos a escala de Dó maior da seguinte forma: Dó (1º grau), Ré (2º grau), Mi (3º grau), Fá (4º grau), Sol (5º grau), Lá (6º grau), Si (7º grau), poderíamos dizer para um amigo, por exemplo: “toque o 5º grau da escala de Dó maior”, e ele saberia que você está se referindo à nota Sol.

Por isso, acaba sendo muito útil falar das notas de uma música em termos de graus. A lógica é a mesma que foi apresentada acima, aplicada a cada nota de interesse. Por exemplo, podemos construir os graus partindo da nota Ré:

Ré (1º grau), Mi (2º grau), Fá (3º grau), Sol (4º grau), Lá (5º grau), Si (6º grau), Dó (7º grau).

Então, se alguém pedisse, digamos, o 3º grau de Ré, você saberia que se trata da nota Fá. Observe que estamos trabalhando dentro da escala de dó maior nesses exemplos todos. Isso precisa ser especificado (em qual escala estamos trabalhando).

De uma maneira prática, para saber a nota que se refere a algum grau basta contar nos dedos as notas partindo da nota que foi definida como 1º grau. Abaixo seguem alguns exemplos, ainda dentro da escala de dó maior (tome como exercício):

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- Segundo grau de Mi: Fá - Quarto grau de Sol: Dó - Sétimo grau de Si: Lá

Obs: O primeiro grau é também chamado de “tônica”.

Esses exemplos foram utilizados apenas para fins didáticos. Na prática, você verá que os graus são muito utilizados dentro do contexto de campos harmônicos. Você aprenderá como se situar numa música utilizando graus no artigo “como se formam e para que servem os campos harmônicos”. Antes disso, aprenderemos (nos tópicos "o que é diminuta, aumentada e justa" e "conceitos complementares sobre graus") outros detalhes importantes sobre graus.

O que significa diminuta, aumentada e justa?

Se você leu o artigo sobre graus, reparou que mencionamos apenas 7 notas da música ocidental (C, D, E, F, G, A, B). Mas e se quiséssemos utilizar uma referência de graus para as demais notas também (C#, D#, F#, G#, A#)? Para isso existe uma definição mais abrangente, como veremos agora:

A primeira nota é representada pelo primeiro grau, como já vimos. Esse grau pode ser chamado também de primeiro grau maior. Vamos utilizar como exemplo de primeiro grau a nota

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Nesse caso, a nota Ré é o segundo grau, também chamado de segundo grau maior. A nota Dó# (ou Ré b), nesse caso, é o segundo grau MENOR. Os nomes “segundo grau menor” e “segundo grau maior” geralmente são abreviados para “segundo maior” e “segundo menor”, e o mesmo se aplica aos demais graus maiores e menores. Essa nomenclatura (“maior” e “menor”) existe para indicar se o intervalo (distância entre as notas) é curto ou longo. Intervalos maiores são longos e menores são curtos. Repare que, no exemplo anterior, o “segundo grau maior” representou o intervalo de um tom (pois Ré está um tom acima de Dó), e o “segundo grau menor” representou o intervalo de meio tom (Ré bemol está meio tom acima de Dó). Portanto, esses nomes foram dados apenas para termos uma indicação da distância entre as notas. Expandindo o conceito para todas as notas, partindo de Dó, teremos o seguinte:

C Primeiro grau maior

C# Segundo grau menor

D Segundo grau maior

D# Terceiro grau menor

E Terceiro grau maior

F Quarta justa

F# Quarta aumentada (ou Quinta diminuta)

G Quinta justa

G# Quinta aumentada (ou sexta menor)

A Sexta maior

A# Sétima menor

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Provavelmente você está se perguntando por que raios existem os nomes “aumentada”, “justa” e “diminuta”. Bom, saiba que é apenas uma definição, e é esse linguajar que você vai encontrar em qualquer livro de música ou

song book

. A lógica é a mesma que vimos para os nomes “maior” e “menor”. O nome “aumentada” indica um intervalo mais longo e “diminuta” indica um intervalo mais curto. “Justa” fica no meio entre essas duas. Mas não poderíamos simplesmente utilizar os nomes “maior” e “menor” para todas as notas em vez de utilizar esses “diminuta”, “aumentada” e “justa”? Sim, poderíamos. Então por que existem esses outros nomes? Nos tópicos mais avançados você vai compreender que isso acaba sendo bastante útil. Por enquanto, apenas memorize essas nomenclaturas e o que elas representam. Como você viu, não há nenhum mistério, são apenas nomes dados para graus específicos.

Vamos agora exercitar essa nomenclatura partindo de outras notas além de Dó:

ESCALA COM 12 NOTAS

Primeiro grau maior C C# D D# E F F# G G# A A# B

Segundo grau menor C# D D# E F F# G G# A A# B C

Segundo grau maior D D# E F F# G G# A A# B C C#

Terceiro grau menor D# E F F# G G# A A# B C C# D

Terceiro grau maior E F F# G G# A A# B C C# D D#

Quarta justa F F# G G# A A# B C C# D D# E Quarta aumentada F# G G# A A# B C C# D D# E F Quinta justa G G# A A# B C C# D D# E F F# Quinta aumentada G# A A# B C C# D D# E F F# G Sexta maior A A# B C C# D D# E F F# G G# Sétima menor A# B C C# D D# E F F# G G# A

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A partir do sétimo grau, as notas começam a se repetir, pois o 8º grau já é igual ao 1º grau. Seguindo essa lógica:

O 9º grau é igual ao 2º grau. O 11º grau é igual ao 4º grau.

O 13º grau é igual ao 6º grau.

Você deve estar se perguntando: se não há necessidade de se falar em graus após o sétimo, pelo fato de se repetir, por que então se usam as notações 9º, 11º e 13º?? Bom, alguns músicos preferem utilizar esses graus para deixar claro qual oitava deve ser utilizada. Por exemplo: se estiver escrito em uma cifra apenas Cm6, provavelmente você irá montar o acorde de dó menor e pegar o sexto grau mais próximo para formar o Cm6. Agora, escrevendo Cm13, você saberia que deve utilizar o sexto grau uma oitava acima, e não o sexto grau mais próximo. A única diferença entre esses dois acordes é uma sonoridade levemente distinta devido à oitava utilizada para o 6º grau (nos próximos tópicos, falaremos tudo o que você precisa saber sobre acordes e cifras, não se preocupe caso não tenha entendido esse exemplo).

Quanto à extensão 9ª, ela quase sempre aparece uma oitava acima, por isso é utilizada em vez de 2ª. Mas não se surpreenda ao ver o número 2 em cifras por aí, pois a notação americana gosta de colocar o número 2 ao invés do número 9.

É importante você saber detalhes como esse para não ficar com dúvidas sobre essas nomenclaturas.

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Muito bem, vamos falar agora da utilidade prática dessa notação toda que vimos! Podemos nos referir a qualquer nota que quisermos tomando como base alguma nota de referência, da mesma maneira que fizemos no artigo o que são graus. Tomaremos aqui o mesmo princípio do artigo anterior, pois estamos apenas complementando o assunto. Porém, antes a gente trabalhou em cima da escala de dó maior, pois ao dizer apenas “3º grau”, “6º grau”, etc. não estávamos especificando se o grau era maior, menor, justo, diminuto ou aumentado. Por isso, foi necessário dizer que os graus seriam conforme o formato da escala maior. Agora não será mais necessário se vincular a uma escala, pois vamos especificar cada grau separadamente. Seguem abaixo alguns exemplos (exercícios):

Terceiro grau menor de Dó: Ré# Sétimo grau menor de Sol: Fá Segundo grau menor de Ré: Ré# Quinta aumentada de Dó: Sol#

Quarta justa (ou quarto grau) de Lá: Ré Quinta diminuta de Si: Fá

Você pode conferir essas respostas com a tabelinha que mostramos antes.

Obs: Por enquanto, estamos falando apenas de notas, não de acordes! Os nomes “aumentada” e “diminuta”, bem como os nomes “maior” e “menor” também aparecem no ramo dos acordes, mas isso é outra abordagem! Cuide para não confundir

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nomenclatura isolada. Quando o assunto é acordes, a nomenclatura tem outro objetivo. Por isso é importante essa distinção. Mantenha isso em mente.

O que são oitavas?

Provavelmente você já ouviu falar os termos “uma oitava acima” ou “uma oitava abaixo”. Mas o que significa isso?

Dizer que uma nota está uma oitava acima significa dizer que a nota é a mesma, porém ela está em uma região mais aguda do instrumento.

Imagine um piano. Nele, as teclas da esquerda são mais graves do que as teclas da direita. Se você for apertando as teclas brancas, partindo de dó, da esquerda para a direita, vai seguir a sequência: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó...continuando nesse ciclo até terminarem as teclas do piano. Como as notas vão ficando mais agudas, fica fácil de perceber que o próximo dó será mais agudo que o anterior. Sempre que se termina um ciclo e a nota volta a ser dó, completa-se uma oitava.

Repare que "si” é o 7º grau de dó (leia o artigo "o que são graus"), fazendo com que Dó seja o oitavo grau. Por isso o nome “oitava”. Usamos aqui o exemplo de Dó, mas isso é válido para qualquer nota, desde que se comece e termine na mesma nota. Se partíssemos de Ré, fecharíamos uma oitava quando chegássemos à Ré novamente. A mesma lógica pode ser aplicada para uma oitava abaixo, onde o som fica mais grave.

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Como a música ocidental possui 12 notas (12 semitons), podemos concluir que uma oitava compreende a distância de seis tons. Confira abaixo como em 6 tons retornamos à nota de origem:

C C# D D# E F F# G G# A A# B C

1 2 3 4 5 6

Apenas a título de curiosidade, os pianos geralmente possuem cerca de 7 oitavas.

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MÓDULO 3

O que são acordes, tríades e tétrades? ... 31

Conceitos complementares sobre graus ... 34

O que são cifras e compassos ... 39

Notação para os dedos da mão ... 41

O que é arpejo de um acorde? ... 43

Música popular, erudita, riff, frase, feeling

e acidente... 44

I n i c i a n d o n o M u n d o d o s

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O que são acordes, tríades e tétrades?

Um acorde é a união de duas ou mais notas tocadas simultaneamente. Há inúmeras combinações possíveis de se fazer com notas, resultando os mais diversos acordes. Então, para facilitar a vida dos músicos, cada acorde recebe um nome. Esse nome é baseado nas notas fundamentais que conhecemos (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si).

Antes de aprender como se dá nome aos acordes, é importante saber que alguns acordes recebem o mesmo nome das notas (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si). São os chamados acordes naturais. Cada um desses acordes é formado por três notas. E existe uma regrinha para descobrir quem são essas três notas. As notas que formam os acordes naturais são o primeiro, o terceiro e o quinto graus de suas respectivas escalas. Mais adiante, iremos aplicar essa regra na prática, para facilitar a visualização. Antes disso, vale a pena saber que um acorde pode ser maior, menor ou suspenso. Essas nomenclaturas estão relacionadas com o terceiro grau. Para formar os acordes maiores, você usa o terceiro grau maior. Para formar os acordes

I n i c i a n d o n o M u n d o d o s

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possui o terceiro grau, ele não pode ser classificado como maior, nem como menor, recebendo o nome de “suspenso”. Os símbolos utilizados são os seguintes: “m” para dizer que o acorde é menor e “sus” para dizer que o acorde é suspenso. Quando não houver nenhum desses símbolos, significa que o acorde é maior. Veja os exemplos abaixo, utilizando o acorde de dó:

Já o quinto grau, em ambos os casos (acordes maiores ou menores naturais), é a quinta justa. Muito bem, quando falamos das três notas que formam os acordes naturais, estamos falando da tríade de cada acorde. Esse nome existe para representar as notas de formação dos acordes. A definição de tríade então é essa: três notas que formam os acordes naturais (1º, 3º e 5º graus).

Bom, agora que já aprendemos as regras, vamos formar acordes utilizando esses conceitos. Pense num acorde que você quer formar. Por exemplo, Dó maior.

Primeiro grau: Dó Terceiro grau maior: Mi Quinto grau (quinta justa): Sol

Portanto, o acorde de Dó maior é formado pelas notas Dó, Mi e Sol. Basta que você aperte (ou deixe soar) essas notas no seu

C Dó maior

Cm Dó menor

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instrumento que você terá o acorde de Dó maior. Vamos formar agora o acorde de Fá menor:

Primeiro grau: Fá

Terceiro grau menor: Sol sustenido Quinta justa: Dó

Portanto, o acorde de Fá menor é formado pelas notas Fá, Sol sustenido e Dó.

Até agora, vimos apenas os acordes naturais. Expandindo um pouco o conceito, podemos trabalhar com 4 notas em vez de somente 3, e fazemos isso acrescentando o sétimo grau aos nossos acordes anteriores. Assim formamos os acordes com sétima. O conjunto dos graus primeiro, terceiro, quinto e sétimo consistem em uma tétrade. O sétimo grau pode ser maior ou menor.

Legal, então a partir de agora quando você ouvir falar “toque a tétrade do acorde xxx”, você já saberá que se trata do primeiro, terceiro, quinto e sétimo graus do acorde em questão. Essas são as notas principais do acorde, conhecidas como “notas de acorde”. Nos estudos mais adiante, você entenderá que essas são as notas que caracterizam uma função harmônica. Por enquanto, é suficiente saber apenas que essas notas são a coluna vertebral do acorde. Elas que definem de quem estamos falando, elas que nos orientam.

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Conceitos complementares sobre graus

No artigo “o que significa aumentada, diminuta e justa”, as nomenclaturas "aumentada" e "diminuta" foram utilizadas somente para os graus 4º e 5º. Porém, veremos agora que esses nomes podem ser utilizados para os demais graus também. Nesse caso, para os graus que já possuem a denominação "maior" e "menor", a nomenclatura "aumentada" significará um semitom acima do grau maior. Por exemplo:

O segundo grau maior possui um tom de distância da

tônica. O segundo grau aumentado possui um tom e meio de distância da tônica.

O terceiro grau maior possui 2 tons de distância da tônica.

O terceiro grau aumentado possui 2 tons e meio de distância da tônica.

Da mesma forma, a nomenclatura "diminuta" significa um semitom abaixo da nomenclatura "menor". Exemplos:

O terceiro grau menor possui um tom e meio de

distância da tônica. O terceiro grau diminuto possui um tom de distância da tônica.

O sétimo grau menor possui 5 tons de distância da

tônica. O sétimo grau diminuto possui 4 tons e meio de distância da tônica.

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Bom, vamos resumir tudo o que vimos até agora sobre graus, para ficar bem claro.

Caso você ainda tenha dificuldade em pensar nos tons e semitons, acompanhe esse estudo com o diagrama abaixo (onde ST significa "semitom"):

ST ST ST ST ST ST ST ST ST ST ST C C# D D# E F F# G G# A A# B

TOM TOM TOM TOM TOM

Para todos os graus teremos então as seguintes distâncias: Usando o exemplo de Dó como primeiro grau:

2º maior - está a 1 tom da tônica (D)

2º menor - está a meio tom da tônica (Db)

2º aumentada - está a 1 tom e meio da tônica (D#) 2º diminuta - não existe

Obs: Optamos por escrever todos os acidentes em relação a Ré aqui pois essa é a nota do segundo grau em relação a Dó. Poderíamos ter escrito, por exemplo, Eb em vez de D#, mas a ideia aqui é pensar no Ré.

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3º maior - está a 2 tons da tônica (E)

3º menor - está a 1 tom e meio da tônica (Eb)

3º aumentada - está a 2 tons e meio da tônica (E#) 3º diminuta - está a 1 tom da tônica (Ebb)

Obs: Apenas para enfatizar, colocamos todos os acidentes aqui em relação a Mi, pois ele é o terceiro grau de Dó. Por isso que apareceu Ebb em vez de Ré. Dessa forma, a lógica fica mais clara. Continuaremos seguindo essa linha de raciocínio.

4º justa - está a 2 tons e meio da tônica (F) 4º aumentada - está a 3 tons da tônica (F#) 4º diminuta - está a 2 tons da tônica (Fb) 5º justa - está a 3 tons e meio da tônica (G) 5º aumentada - está a 4 tons da tônica (G#) 5º diminuta - está a 3 tons da tônica (Gb) 6º maior - está a 4 tons e meio da tônica (A) 6º menor - está a 4 tons da tônica (Ab)

6º aumentada - está a 5 tons da tônica (A#)

6º diminuta - está a 3 tons e meio da tônica (Abb) 7º maior - está a 5 tons e meio da tônica (B)

7º menor - está a 5 tons da tônica (Bb) 7º aumentada - está a 6 tons da tônica (B#)

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Talvez pareça meio desnecessária essa definição que acabamos de mostrar, afinal o segundo grau aumentado é idêntico ao terceiro grau menor, por exemplo. Isso parece ser uma coisa criada só para confundir a nossa cabeça. Bom, realmente, não há necessidade de utilizarmos essa nomenclatura "aumentada" e "diminuta" para os graus que já possuem a definição "maior" e "menor". Porém, ela pode nos ajudar.

Espere um pouco, ajudar?!

Isso mesmo. Imagine que estamos querendo montar um acorde que possui uma determinada tríade. Vamos montar essa tríade com a quinta diminuta em vez de quinta justa, ok? Digamos Dó menor com quinta diminuta. Como o acorde é menor, já sabemos que o terceiro grau é menor:

Primeiro grau: C

Terceiro grau menor: Eb Quinta diminuta: Gb

Esse é o nosso Dó menor com quinta diminuta. Digamos agora que o vocalista da banda pede para acrescentarmos a nota Lá a esse acorde. Tudo bem, acrescentamos a nota Lá, mas como iremos chamar esse acorde? A nota Lá é o sexto grau maior, então o acorde irá se chamar: "Dó menor com quinta diminuta e sexta maior".

Ok, até aqui não aplicamos nenhum conceito novo. Esse acorde possui apenas 4 notas (tétrade) e ficou com um nome

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conhecemos possuem nomes simples (Si menor com sétima, Fá com sétima maior, etc.), mas esse nosso Dm6(b5) está chato de se visualizar por causa do nome. Vamos aplicar então os conceitos que vimos agora há pouco. O sexto grau maior também pode ser chamado de sétimo grau diminuto.

Isso é interessante de se observar, pois nossa tétrade aqui teria os graus básicos 1, 3, 5 e 7 (o que é o mais comum e fácil de enxergar do que 1, 3, 5 e 6).

Legal, mas isso facilitou alguma coisa na nossa nomenclatura? Sim! Como temos uma tétrade comum (graus 1, 3, 5 e 7) e dois desses graus são diminutos (o quinto e o sétimo), decidiu-se que esse acorde se chamaria "acorde diminuto". Ou seja, em vez de "Dó menor com quinta diminuta e sexta maior" temos "Dó diminuto".

Essa foi apenas uma aplicação para essa terminologia. Existem outras situações em que você verá esses conceitos também, quando quisermos manter o foco em determinadas notas em alguns contextos, então é bom que você saiba dessa nomenclatura para não se assustar quando vir por aí escrito "terceiro grau aumentado", por exemplo. É só uma questão de referência.

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O que são cifras e compassos

Cifra é uma notação para representar os nomes dos acordes. Já aprendemos que a nomenclatura básica para as notas é a seguinte: C Dó D Ré E Mi F Fá G Sol A Lá B Si

Agora iremos destacar que os acordes também são identificados com essa notação. Em uma cifra, o nome do acorde acaba recebendo o nome da nota fundamental (1º grau) do acorde. Por exemplo, um acorde formado pela tríade C, E, G é chamado de C (Dó). Geralmente, essa é a nota mais grave (que está no baixo) do acorde. Mas esse detalhe do baixo não é uma regra, pois o acorde pode estar invertido (não se preocupe com esse detalhe agora, pois estudaremos esse assunto profundamente em outros tópicos).

Bom, é por isso que existe o termo "cifrar" uma música: significa escrever os acordes na ordem em que eles aparecem dentro da música. Geralmente isso é feito em cima da letra da

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música, mostrando o ponto certo em que o acorde deve ser tocado, como no exemplo abaixo:

C

Atirei o pau no gato - to Dm

Mas o gato - to C

Não Morreu - reu - reu

Outra maneira de escrever uma cifra é representando os compassos da música. Para quem não sabe partitura, vamos dar uma breve definição simplista: compasso é um intervalo de tempo. Acordes que possuem a mesma duração (ficam a mesma quantidade de tempo) na música, ficam divididos por compassos iguais. Quando um acorde, nesse caso, dura a metade do tempo dos outros acordes, dizemos que ele durou meio compasso. A representação dos compassos é por meio de barras | |. Nessa representação, a letra da música não precisa aparecer. Por exemplo, o trecho da música acima poderia ser escrito da seguinte forma:

| C | C | Dm | C |

Note que o acorde de Dó apareceu duas vezes consecutivas no início, pois ele durou dois compassos (o dobro do tempo do acorde Dm).

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Procure decorar a simbologia das cifras que mostramos aqui caso ainda não saiba. Escreva num papel todas as notas utilizando sua representação e mentalize a qual nota cada letra se refere. Em pouco tempo essa leitura já estará automática.

Notação para os dedos da mão

A notação utilizada aqui no site para representar os acordes no violão é a seguinte:

Onde os números nas cordas representam os dedos da mão esquerda, conforme abaixo:

1 2 3

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O número à esquerda do desenho (destacado em vermelho logo abaixo) informa qual a casa do instrumento que aquele espaço está:

Nesse exemplo, aquele número representa a 1ª casa do braço do violão. Caso haja um traço em alguma casa na representação, como no exemplo abaixo:

Isso representa uma pestana, ou seja, o dedo indicador deve ficar esticado naquela casa.

Abaixo das cordas, informaremos qual nota corresponde a cada digitação do acorde. Observe abaixo (em vermelho):

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Quando não aparecer nenhuma nota em alguma corda, significa que aquela corda não deve ser tocada. No desenho anterior, a 6ª corda não possui nenhuma nota escrita embaixo, logo, não deve ser tocada:

O que é arpejo de um acorde?

Arpejo é quando as notas de um determinado acorde são tocadas uma após a outra. Por exemplo, as notas que formam o acorde de Dó maior são: C, E, G. Quando tocamos essas 3 notas separadamente uma após a outra, formamos o arpejo de Dó, e quando tocamos essas 3 notas ao mesmo tempo, formamos o acorde de Dó.

Vale a pena destacar que os guitarristas costumam utilizar também outra definição para arpejo, associada a uma técnica. Essa técnica é a habilidade de se tocar uma nota por corda, com movimentos de sobe e desce no braço do instrumento, abrangendo também variações (arpejo com salto de corda, micro arpejo, etc.).

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Por isso, é bom não confundir as coisas aqui. Sempre que falarmos de arpejo, estaremos falando de notas associadas a um acorde. Do contrário, deixaremos claro.

Música popular, erudita, riff, frase, feeling

e acidente

Música Popular x Erudita: Existe uma divisão que define somente dois estilos musicais: o popular e o erudito. O popular é aquilo que está ao alcance das massas, grande população, rádio, etc. O erudito, ou clássico, é aquilo que não vêm de tradições folclóricas ou populares, estando restrito a uma pequena parte da população. A música erudita abre pouco espaço para a improvisação e é focada na execução e performance de uma peça.

A equipe Descomplicando a Música, no entanto, não concorda com essa separação em duas classes musicais, pois ela dá a entender que a música erudita é a elite musical e o resto é a "sobra". Quando nós falarmos em "Música popular" aqui na apostila, entenda que estamos falando daquilo que realmente é popular aqui no Brasil (pop, sertanejo, etc). Outros estilos como o jazz, por exemplo, serão citados à parte e não estarão inclusos na definição de "popular".

Riff: É uma gíria muito utilizada no mundo da guitarra para descrever um pequeno trecho executado nesse instrumento.

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Por exemplo, a introdução da música

Sweet Child O' Mine

do Guns N' Roses é um riff. Geralmente, o riff é um trecho repetido mais de uma vez na música. Qualquer coisa pode ser um riff, até mesmo uma determinada levada rítmica em um acorde. Riff é um termo bem genérico.

Frase musical: É um determinado trecho de um solo. Uma frase passa a ideia de começo e fim, tendo algum sentido ou significado, como no português. Um solo escrito em partitura pode ter muitas frases divididas por compassos. Não existe regra quanto ao tamanho de uma frase musical, esse termo é empregado da mesma forma que o riff (sem muitos critérios). A diferença é que a frase é um termo mais utilizado no contexto de solos, enquanto a definição de riff é mais abrangente e faz mais sentido para trechos repetitivos.

Acidente: É toda nota que não pertence a uma determinada escala ou tonalidade. Por exemplo, observe a escala de Dó maior:

C, D, E, F, G, A, B

As notas C#, D#, F#, G#, A# são chamadas de acidentes, nesse caso, pois não pertence a essa escala. Coincidentemente, como a escala de Dó maior não possui nenhuma nota com sustenido (ou bemol), os acidentes todos aparecem com essas alterações. Agora, se a escala em questão fosse Mi maior:

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Repare, portanto que "acidente" não significa "sustenido". Na maioria das explicações aqui na apostila estaremos usando como referência a escala de Dó maior, então você vai ouvir esses termos (acidente e sustenido) como se fossem sinônimos, mas lembre-se de que eles apenas são sinônimos nesse contexto específico de Dó maior. A definição real de acidente é aquilo que não pertence à escala em questão.

Feeling: Termo em inglês que significa "sentimento". No ramo da música, dizemos que o instrumentista tem feeling quando ele consegue colocar sentimento naquilo que está tocando. Esse sentimento pode ser tanto uma expressão técnica (execução perfeita de técnicas bem colocadas que mexem com nossas sensações), como pode ser uma colocação adequada de notas (sentimento provocado por melodias agradáveis). Resumindo, feeling é o que diferencia um músico de um robô, pois um robô pode ser programado para tocar inúmeras notas por segundo, mas ele próprio não tem expressão ou criatividade na música. A escolha adequada das notas e das técnicas depende do contexto e do clima que a música está impondo.

Muitos dizem que tocar rápido é sinônimo de não ter feeling, mas isso não é verdade. O feeling não está preso a nenhum padrão de velocidade, escalas ou estilos. Acima de tudo, feeling é algo muito pessoal e está ligado à emoção.

Por isso, a própria definição de feeling vai depender do gosto pessoal do ouvinte e do seu estado emocional no momento da execução do trecho musical. Evidentemente, quanto mais

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conhecimento de teoria musical o instrumentista tiver, mais opções e ideias ele vai ter para surpreender e mexer com as emoções das pessoas. A equipe Descomplicando a Música está aqui para ajudar você a explorar esse potencial.

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MÓDULO 4

Como dar nome aos acordes – Parte I ... 49

Como dar nome aos acordes - Parte 2 ... 57

Como dar nome aos acordes - Parte 3 ... 63

Como se formam os campos harmônicos ... 66

Tonal, atonal, nota de passagem, outside notes ... 74

Cromatismo - Escala Cromática ... 75

A p r e n d e n d o a c o n s t r u i r

a c o r d e s e t o n a l i d a d e s

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Como dar nome aos acordes – Parte I

Você já passou por alguma situação triste envolvendo acordes? Lá está você querendo tocar uma música, aí consegue baixar a cifra da internet. Ótimo (você pensa). Então em algum ponto da música aparece um acorde que você nunca viu. Puxa vida, que acorde é esse? Você corre para um dicionário de acordes, digita o acorde em questão, mas o dicionário não traz nenhum acorde com aquele nome. É o fim, nem o dicionário de acordes conhece! Na realidade, talvez você pense que a única maneira de saber montar um acorde é decorando-o. Se você não possui um banco de dados gigantesco na sua cabeça, nunca saberá muitos acordes. Bom, saiba isso é uma grande besteira. Correr atrás de dicionário de acordes é coisa de novato. Agora você vai aprender a não depender mais dele. Até mais do que isso, vai aprender a ser melhor do que ele!

Como tudo na música, existe uma regra lógica para se definir o nome de cada acorde. Se você sabe a regra, sabe montar e nomear qualquer acorde no seu instrumento. Maravilha, vamos aprender então como se faz isso! Você olhará um acorde

A p r e n d e n d o a c o n s t r u i r

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um amigo seu irá montar qualquer acorde ou combinação de notas no seu instrumento e você dirá para ele qual acorde ele está fazendo. Não importa o que ele faça, ele pode ficar o dia todo inventando acordes, você sempre saberá o nome de todos eles.

Iremos utilizar o violão como exemplo, mas esses conceitos se aplicam a qualquer instrumento. Então vamos lá: Você já aprendeu como se formam os acordes maiores, menores e com sétima. Mas talvez não tenha ficado muito claro como se faz para montar esses acordes no seu instrumento. Bom, é muito simples, basta que você faça soar todas as notas que formam cada acorde que estudamos!

Por exemplo, Confira abaixo um desenho possível para o acorde de Dm no violão:

Note como todas as notas da tríade de Dm aparecem nesse acorde (D, A, F), e somente elas.

Nosso primeiro objetivo agora será montar o acorde Dm7. Para isso, acrescentaremos uma nota ao acorde de Dm, que é o sétimo grau menor (a nota dó, nesse caso). Ok, agora precisamos saber onde há alguma nota C que possamos pegar para

F D

D A A

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acrescentar ao acorde de Dm. Veja abaixo onde estão as notas dó no braço do violão:

Note como é muito difícil acrescentar a nota C ao acorde Dm sem modificar o seu desenho. Por outro lado, podemos utilizar aquele dó que está bem próximo do acorde Dm:

Para isso, precisamos retirar a nota Ré (pois ela está "na frente" dele ali no braço, ocupando o lugar dele naquela corda). Assim ficaríamos com o acorde:

C C C C C C A F D D C A A A F C D

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Há algum problema em retirar essa nota Ré, como fizemos? Não, pois já existe outro Ré nesse acorde; nós retiramos apenas um Ré que estava "sobrando".

No violão, isso é muito comum, pois praticamente todos os acordes naturais que formamos possuem alguma nota que está "dobrada", ou seja, aparecendo mais de uma vez.

Do ponto de vista de nomenclatura, nada se altera quando se retira uma nota que está sendo repetida. Inclusive dá para se escolher qual nota queremos "dobrar", formando acordes distintos em sonoridade, mas com o mesmo nome.

Veja abaixo, por exemplo, o acorde de Sol maior:

Provavelmente você já deve ter visto ou tocado essa outra versão de Sol maior:

Qual a diferença entre essas duas versões?

G D D G G B G G B B G D

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A nota Sol aparece 3 vezes em cada, mas no primeiro desenho, a nota Ré está sendo dobrada, enquanto no segundo desenho, a nota Si está sendo dobrada.

Como em ambos os desenhos há somente as notas Sol, Si e Ré, a nomenclatura não muda, o nome do acorde é “Sol maior” para os dois formatos.

Você deve concordar que, apesar do nome não mudar, o som fica levemente diferente, dependendo de qual nota você está dobrando, pois ela fica mais destacada.

Entendido isso, podemos continuar nosso estudo. Já conseguimos montar o acorde Dm7. Vamos montar agora o acorde Dm7(4). Para isso, precisamos acrescentar a quarta justa ao acorde de Dm7.

Obs: Se fosse quarta aumentada ou diminuta, o acorde seria Dm7(#4) e Dm7(b4) respectivamente, mas o procedimento seria o mesmo.

Muito bem, quem é a quarta justa de Ré? Sabemos que é Sol. Então vamos tentar acrescentar essa nota ao acorde Dm7. Confira abaixo onde estão as notas Sol no violão:

G G G G G G

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Compare com nosso acorde de Dm7:

Qual nota sol podemos pegar? Bom, você deve estar percebendo que, para acrescentar alguma nota Sol, será necessário “perder” alguma outra nota, afinal todas as cordas já estão ocupadas com alguma nota. Talvez você diga: “Ei, a 6ª corda ali está vazia! Podemos utilizar a nota Sol que aparece nela!” Pois bem, tente montar esse acorde no violão. Viu como não dá?! Existem limitações físicas para isso (os dedos não alcançam). Vamos tentar outra coisa então.

Há uma nota Sol bem perto do acorde Dm7 que montamos, repare:

Porém, para utilizá-la será necessário colocá-la no lugar da nota Fá, pois não há como tocar duas notas numa mesma corda. Podemos fazer isso?

G C F A D G A A F D C

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Não! Pois a nota Fá é o terceiro grau, ou seja, ela é quem está definindo que o acorde é Ré menor. Sem ela, o acorde Dm7 seria Dsus7, pois não haveria terça (o acorde não seria maior nem menor, seria suspenso). Mas nosso objetivo não era montar o acorde D7sus4, e sim Dm7(4). Por isso não podemos utilizar essa nota Sol que cogitamos. Vamos tentar outra. Que tal essa:

Repare que ela iria substituir a nota Lá. Podemos fazer isso? Sim, primeiro porque a nota Lá já está dobrada. Além disso, mesmo que houvesse apenas uma nota Lá, ela poderia ser suprimida pelo fato de ser o quinto grau de Ré. Perder o quinto grau não descaracteriza o acorde, ele não deixa de ser maior ou menor por causa do quinto grau. Claro que o acorde Dm7 sem o quinto grau não será tão completo, afinal uma nota da tríade foi perdida. Mas essa perda é tolerável do ponto de vista de nomenclatura. Dm7 sem o quinto grau ainda é Dm7. Então conseguimos! O acorde Dm7(4) será:

C G D F A A A F D C G

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Esse método que utilizamos para montar o acorde de Dm7(4) pode ser utilizado para montar qualquer acorde que desejarmos. Como regra básica, siga os seguintes passos ao se deparar com alguma cifra desconhecida:

1º) Identifique o acorde natural presente na cifra e monte-o em alguma regiãmonte-o dmonte-o braçmonte-o dmonte-o seu instrumentmonte-o. Pmonte-or exemplo, o acorde natural de E9(13) é Mi maior.

2º) Identifique quem são as notas de extensão do acorde desejado e encontre cada uma delas no seu instrumento, procurando as mais próximas. No exemplo anterior, você procuraria pelas notas que correspondem aos graus 9 e 13 de Mi, que são as notas Fá# e Dó#. Procure uma de cada vez para facilitar.

3º) Veja quais notas você pode substituir pelas notas que você quer. Em geral, você poderá substituir uma nota que está dobrada (repetida) ou o quinto grau (que pode desaparecer).

4º) Repita esse procedimento em outra região do braço do instrumento para ver se o acorde resultante não fica mais “fácil” de se fazer. Podem ocorrer casos em que é impossível montar o acorde desejado em certa região, mas em outras regiões ele se torna possível de ser feito.

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Para exercitar um pouco mais esse método, vamos montar mais um acorde. Continuaremos na Parte 2 desse tópico (fizemos essa divisão de tópico em 3 partes para não ficar extenso demais um único tópico).

Obs: Muitos passos ensinados aqui não precisam ser seguidos no teclado, pois a organização das teclas facilita esse processo. Se você for um tecladista ou pianista, ignore os itens que não se aplicam ao seu instrumento.

Como dar nome aos acordes - Parte 2

Continuando nosso aprendizado sobre montagem dos acordes, dessa vez montaremos o acorde Em7(9). O acorde Em7 é o acorde de Dm7 um tom acima, por isso pouparemos o trabalho de montar o sétimo grau (é idêntico ao que fizemos anteriormente). Veja abaixo o acorde Em7 e suas respectivas notas: B G B D E

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Vamos acrescentar então o 9º grau maior, que é F#. Confira abaixo onde estão as notas F# no braço do violão:

Aparentemente, uma boa opção seria esse F#:

Porém, como você deve ter percebido, ele ficaria no lugar do E. Isso nós não podemos fazer porque Mi é o primeiro grau, a tônica.

Uma opção para contornar esse problema seria utilizar a corda Mi que não está sendo usada. Ela poderia servir como primeiro grau e o acorde ficaria:

Esse acorde é uma boa opção para Em7(9), pois possui uma sonoridade interessante. Mas talvez você não queira deixar um

F# F# F# F# F# F# F# F# F# F# F# F# D G B B F# E

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som tão grave no acorde (a corda E está muito baixa). Existe uma diferença muito grande de oitavas nesse acorde, e isso pode ser desagradável dependendo do contexto.

Vamos procurar outra opção mais universal que possamos aplicar em qualquer contexto. Vamos tentar utilizar esse outro F#:

Esse F# ficaria no lugar da nota Sol. Já vimos no exemplo anterior que não podemos fazer isso, pois esse é o terceiro grau (é ele quem diz que o acorde de Mi em questão é menor). Utilizando esse F# no lugar do terceiro grau, o acorde ficaria suspenso.

Ficamos sem opções? Não, se o problema é a nota Sol, podemos tentar encontrar outro Sol que substitua aquele! Veja abaixo como existe outro Sol perto do acorde que estamos fazendo: F# F# F# F# F# F# G B D G E B

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Se utilizássemos esse Sol, ele ficaria no lugar da nota Si. Mas o Si já está dobrado (aparece duas vezes), então não há problema!

Nosso desejo foi atendido, conseguimos acrescentar um F# sem prejudicar o acorde Em7, repare abaixo como ficou nosso acorde:

Tente fazê-lo no seu violão. Teve alguma dificuldade? Provavelmente sim, pois fazer uma pestana com o dedo 4 ou com o dedo 3 não é mole! Alguns guitarristas de jazz gostam de fazer isso, mas creio que seja uma minoria. Então vamos cogitar a hipótese de não tocar a última nota, o Si, pois isso facilitaria muito nosso desenho na hora de montar o acorde.

E aí, podemos fazer isso? Lembre-se do que comentamos a respeito do quinto grau, que ele pode ser omitido sem prejudicar a nomenclatura do acorde.

Então está resolvido! O acorde não está tão completo e “cheio” como os anteriores que tentamos montar, mas está em uma versão bem fácil de se fazer e a sonoridade está agradável. Veja abaixo nosso resultado final:

B F# D E G

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Essa é a versão mais comum que você vai encontrar nos livros e dicionários para o acorde Em7(9).

O importante depois de todo esse nosso estudo é que você tenha assimilado o raciocínio que tivemos. Note como existem inúmeras possibilidades e combinações diferentes para se montar um mesmo acorde. Aqui no final nós apresentamos um exemplo de Em7(9), mas poderíamos escrever mais uma dezena de páginas mostrando outras opções de desenhos para esse mesmo acorde.

Aos poucos, à medida que for praticando e fazendo exercícios, você irá visualizar mais rapidamente as opções, pois vai conhecer melhor o braço do instrumento e também vai ter alguma bagagem teórica de acordes já decorados. Tudo isso permitirá uma visualização cada vez mais rápida e precisa.

Durante todo esse estudo nós montamos os acordes utilizando como referência as notas, mas esse não é o caminho mais rápido. O caminho mais rápido é pensar automaticamente em função dos graus.

Por exemplo, para montar o acorde Em7(9), você pode

G

E D F#

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maior e sabe contar os graus! Nesse caso, você não teria que pensar que o nono grau é a nota F#. Você apenas procuraria o nono grau (contando os números dentro da escala maior) e pronto, encontraria o nono grau mesmo sem saber que nota é. Repare que essa maneira de pensar é mais rápida, pois não é preciso pensar que o nono grau é a nota F# para então procurar o F# no braço do instrumento.

Obviamente, se você domina bem as notas em todo o instrumento, esse processo será automático, e você provavelmente vai preferir pensar nas notas do que nos graus. Nosso estímulo é que você se empenhe nisso!

Nós apresentamos aqui o processo mais didático possível. Pensar nas notas ou somente nos graus vai ser uma escolha sua. Tudo vai depender de sua prática e gosto pessoal.

Uma ótima forma de exercitar esses conceitos todos aprendidos é tentar montar diversos acordes e depois conferir as respostas com algum dicionário de acordes. Fica a dica.

Antes de finalizarmos esse estudo, vamos mostrar as nomenclaturas mais utilizadas nas cifras. Colocamos esse complemento na parte 3 desse tópico, não deixe de conferir!

(63)

Como dar nome aos acordes - Parte 3

Continuando nosso aprendizado sobre acordes e cifras, veremos a seguir as nomenclaturas mais utilizadas em dicionários de acordes e

song books

.

 Acordes com sétima menor: recebem apenas o número 7.

Exemplos: G7, Bm7, etc.

 Acordes com sétima maior: recebem o número 7 seguido da

letra M. Exemplos: C7M, A7M, Bm(7M), etc. Outra notação possível para a sétima maior, geralmente utilizada por estrangeiros, é “maj”: Cmaj7 ou apenas Cmaj (do inglês:

major

seventh

). Em sites populares de cifras, as pessoas utilizam muito a notação 7+ (C7+), porém essa não é a notação mais adequada, já que é utilizada para acordes aumentados.

 Acordes com nona adicionada: recebem o número 9 seguido da

palavra add. Exemplo: Cadd9 (lê-se: Dó “éd naine”, pois é uma notação americana). Esses são os acordes formados por uma tríade acrescida de uma nona. Quando o acorde possui também a sétima, a notação americana costuma colocar somente o número 9. Como veremos logo a seguir.

 Acordes com nona e sétima menor: podem receber apenas o

número 9, ou o número 7 seguido do número 9. Exemplo: C9 ou C7(9). Isso se deve ao fato de que acordes com nona

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símbolo “9” já informa que há uma sétima junto. Quando não há uma sétima menor no acorde, deixa-se claro por meio do símbolo “add”, como já vimos. Seria como dizer, para não haver dúvidas: “Esse acorde possui nona adicionada, ou seja, é a nona adicionada a uma tríade. Não há uma sétima!”. Porém, na prática, nem todos fazem essa distinção, então é preciso ter cautela.

 Acordes suspensos: são os acordes que não possuem a terça.

Recebem a sigla “sus”. Geralmente, esses acordes vêm acompanhados de uma quarta justa. Exemplo: Asus4. Explicaremos o porquê dessa quarta quando entrarmos no assunto “notas de extensão”.

 Acordes aumentados: podem receber o símbolo “#” ou “+” ao

lado do grau alterado em questão. Exemplo: G7(#5) ou G7(+5). Obs: quando a nota alterada é a quinta, o acorde também pode receber somente o “+”, por exemplo: C+.

 Acordes diminutos: recebem o símbolo “ ° ”. Exemplo: C°. O

acorde diminuto é aquele formado pelos graus 1, 3b, 5b e 7bb. Quando apenas uma nota está diminuta (abaixada), pode-se utilizar o símbolo “b” ou “-“. Exemplo: G7(b5) ou G7(-5). O símbolo “-“ também é utilizado na notação americana para dizer que o acorde é menor (em vez da letra “m”), por exemplo: A- (é o mesmo que Am). Por isso, não se confunda ao ver por aí algo do tipo C-7 (nesse caso, é o acorde Cm7, não o acorde de Dó com sétima diminuta).

(65)

Obs: estudaremos profundamente o acorde diminuto em outro tópico. Aqui estamos vendo apenas a nomenclatura.

 Acordes meio-diminutos: são os acordes com a extensão

m7(b5). Exemplo: Dm7(b5). Diz-se “Ré meio-diminuto”. Esse apelido é muito utilizado, pois o acorde m7(b5) é quase um acorde diminuto; a única diferença está na sétima (que no acorde diminuto, é sétima diminuta em vez de sétima menor). Aliás, é muito mais fácil dizer “Ré meio-diminuto” do que “Ré menor com sétima e quinta bemol”, não achas?!

 Acordes alterados: são os acordes com a extensão #9#5.

Exemplo: G#9#5. Geralmente, esse tipo de acorde contém a sétima menor também (G7#9#5). Entraremos em mais detalhes sobre esse assunto no tópico de escala alterada. Por enquanto, apenas saiba que essa extensão #9#5 é representada pela sigla “alt”. Por exemplo, o acorde anterior poderia ser escrito como G7alt em vez de G7#9#5 (Sol com sétima menor, nona aumentada e quinta aumentada).

Resumindo tudo o que vimos, podemos concluir que há coisas que a cifra informa para nós e também há coisas que ela não informa.

O que a cifra estabelece:

(66)

Se o acorde possui uma sétima ou demais graus

adicionados (4ª, 6ª, 9ª).

Se o acorde possui eventuais alterações (5#, 9b, etc.)

Se o acorde está invertido (3ª, 5ª ou 7ª no baixo). Obs:

estudaremos isso em outro tópico.

O que a cifra não estabelece:

A posição do acorde no instrumento (pode estar em

diferentes regiões).

Dobramentos ou supressões de notas no acorde (pode-se

duplicar, triplicar ou suprimir a quinta justa, dobrar a terça, etc.)

Muito bem, agora você já está perito nesse assunto! Basta exercitar os conceitos aprendidos aqui e você terá autonomia total na formação de acordes, sem nunca mais precisar depender de um dicionário. Agora você é o dicionário!

Como se formam e para que servem os campos

harmônicos

Campo harmônico é um conjunto de acordes formados a partir de uma determinada escala. Tome como exemplo a escala de dó maior: C, D, E, F, G, A, B.

Referências

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