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Explorando notas e sensações

Deslocamento de Oitavas ... 140

Target Notes por Aproximação Cromática .. 141

Cadências e Progressões - Parte 1 ... 143

Cadências e Progressões - Parte 2 ... 147

Cadências e Progressões - Parte 3 ... 150

Ciclo das Quintas e das Quartas ... 153

Dominantes Secundárias ... 157

E x p l o r a n d o N o t a s e

Deslocamento de Oitavas

Mostraremos aqui uma ferramenta para incrementar ainda mais seu solo, trata-se do deslocamento de oitavas (do inglês

Octave Displacement

ou

Octave Dispersion

).

A ideia é muito simples: brincar com as oitavas. O legal é que, mesmo trabalhando somente com notas tonais (sem outside notes), é possível tirar uma sonoridade diferenciada! Esse estudo vai ajudar você a solar de uma forma menos linear e mais "descolada".

Antes de trabalharmos mais a técnica, experimente tocar os exemplos abaixo. Aqui estamos somente tocando cada nota do acorde de C7M com a sua respectiva oitava, o que já fica legal:

Agora vamos fazer o seguinte: tocaremos uma nota da escala maior de dó e a próxima nota da escala será tocada uma oitava acima, e assim sucessivamente. Depois, no

E x p l o r a n d o N o t a s e

próximo compasso, faremos o inverso: começaremos com uma nota aguda e trabalharemos com a próxima nota uma oitava abaixo. Confira:

No próximo exemplo, trabalharemos esse conceito em cima do arpejo de Em7:

Você pode expandir essas ideias para as demais escalas também. Experimente!

Target Notes por Aproximação Cromática

Esse recurso é um complemento ao estudo de notas alvo que já fizemos. Gostaríamos apenas de destacar que as notas alvo por aproximação cromática trazem muitas outside notes para seu solo, ou seja, você estará acrescentando em seu

Esse recurso bem dominado passa a impressão de que o músico manja muito de teoria musical, pois a sonoridade produzida traz inúmeras notas alternativas que embelezam o solo. O segredo por trás disso está na habilidade de se trabalhar em cima de cada acorde. Você já conhece esse segredo. Se o conceito está meio obscuro, leia novamente o artigo "A importância das notas alvo na improvisação".

Mostraremos abaixo alguns exemplos em cima do acorde de dó maior que utilizam essa abordagem cromática, onde as notas de acorde estão destacadas em vermelho. Escolha aqueles que mais lhe agradam e aplique em seus solos!

Aproximação cromática ascendente:

Ideias de aproximação cromática em cima do acorde Em7:

Cadências e Progressões - Parte 1

Existem inúmeras sequências de acordes possíveis de se fazer para criar uma música, mas algumas sequências são muito comuns de aparecerem devido ao seu efeito sonoro, e por isso recebem o nome de cadências (ou progressões). Uma cadência muito comum, como vimos no artigo “Funções Harmônicas”, é a cadência IV, V, I.

As cadências servem como um padrão (clichê), algo que pode ser aplicado em diversos contextos, com o intuito de criar alguma sensação harmônica. Por isso, as cadências trabalham em cima das funções harmônicas.

Considere, por exemplo, a sequência de graus II, V, I. Já vimos que o 2º grau exerce a função subdominante, o 5º grau exerce a função dominante e o 1º grau é a tônica. Podemos notar que essa sequência cria justamente a ideia de suspende/ prepara/ conclui.

Quando a tônica é um acorde maior, essa cadência (utilizando tétrades) costuma ter o formato:

IIm7 – V7 – I7M Exemplo na tonalidade de Dó maior:

Dm7 – G7 – C7M

Antes de mais nada, vale a pena destacar que o segundo grau de uma cadência II – V – I é chamado de “segundo cadencial”. Você ouvirá muito esse termo daqui pra frente!

Caso você ainda esteja com dificuldade para associar os graus (I, II, III, etc.) com as suas respectivas funções harmônicas, é melhor que volte e estude de novo o tópico “funções harmônicas” com calma, escrevendo num papel, tocando no seu instrumento, até decorar bem essa parte. Isso é muito importante e precisa ser automático na sua cabeça. Você precisa enxergar os acordes de um campo harmônico como se tivessem um sobrenome, que é a sua função harmônica. Daqui pra frente iremos falar o tempo todo das funções e de seus graus, então se você não pegou bem a essência disso tudo vai ter dificuldades. É melhor dar um passo pra trás e depois dois pra frente. Assim você vai evoluir. Caso contrário, pode achar esse estudo pesado e até querer desistir. Mas não cometa esse erro, estamos chegando nos pontos mais interessantes e poderosos da música! Vale a pena investir nisso e avançar devagar!!

Muito bem, para quem entendeu bem o exemplo anterior, podemos também criar essa ideia de suspende/ prepara/ conclui quando a tônica for um acorde menor.

Nesse caso, a cadência costuma ter o formato: IIm7(b5) – V7(b9) – Im7

Exemplo na tonalidade de Dó menor:

Dm7(b5) – G7(b9) – Cm7

Esses formatos não vieram do acaso, afinal esses acordes (nos dois exemplos que mostramos) pertencem aos campos harmônicos maior e menor de Dó, respectivamente. Confira (em vermelho):

O único acorde “diferente” que mostramos anteriormente e não apareceu nessa tabela é o dominante na progressão II – V – I para acorde menor, pois no campo harmônico menor ele tem o formato Vm7 (Gm7) e no nosso exemplo ele apareceu como G7(b9). A explicação é que esse formato (Vm7) não possui um trítono (que caracteriza a “tensão” da função dominante),

Graus

I

II

III IV V

VI

VII

Campo Harmônico

Dó maior C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5)

Campo Harmônico

(G7). Além disso, acrescentamos uma nona bemol (G7b9), pois essa nota b9 de Sol (Ab, nesse caso) é a sexta menor de Dó, que está presente na escala de Dó menor(na escala maior, a sexta é maior!). Isso amenizou um pouco o fato do acorde G7 ser maior e não pertencer ao campo de Dó menor, como acabamos de comentar.

Legal, mas existe ainda outro formato de cadência muito comum para acordes menores:

IIm7(b5) – V7(#5) – Im7(9)

Exemplo na tônica Dó:

Dm7(b5) – G7(#5) – Cm7(9)

A diferença aqui em relação ao formato anterior foi colocar uma 9ª maior na tônica. Essa alteração fez o dominante se alterar também (recebeu uma 5ª aumentada), pois isso possibilitou um cromatismo interessante entre as notas D# e D (5ª aumentada de Sol e 9ª maior de Dó). Por isso esse formato é muito utilizado e bem aceito também.

Bom, terminamos a primeira parte desse estudo mostrando os formatos típicos de cadências que mais aparecem nas músicas. Na parte 2 desse tópico, falaremos um pouco sobre como elas podem ser úteis para diversos propósitos.

Cadências e Progressões - Parte 2

Agora que você já conhece os formatos típicos das cadências II – V – I, continuaremos nossa abordagem mostrando aplicações úteis.

Além de serem agradáveis ao ouvido em qualquer contexto, as cadências podem ser utilizadas para se fazer mudanças de tonalidade (modulações). Para que uma mudança de tonalidade não seja brusca e "dolorida" aos ouvidos, costuma-se utilizar alguma progressão.

Exemplo: Imagine que uma música esteja em Lá maior e, por algum motivo, você quer mudar a tonalidade no refrão para Mi maior. A maneira mais automática de se fazer isso é simplesmente sair tocando o campo harmônico de Mi maior no refrão diretamente, o que causaria um choque (provavelmente negativo) ao ouvinte.

Outra maneira seria fazer uma cadência II - V - I para Mi maior. Pegaríamos, portanto, o acorde F#m7 para servir de IIm7 (segundo cadencial) de Mi. Para completar a cadência II, V, I, tocaríamos, depois de F#m7, o quinto grau de Mi, que é B7, para então resolver em E7M.

Repare como a sequência F#m7, B7, E7M é uma cadência II – V – I.

ao campo harmônico de Mi maior (II grau). Isso fez essa mudança de tonalidade ficar muito mais suave. Estávamos em Lá maior, e o primeiro acorde da cadência II, V, I de Mi ainda pertenceu ao campo harmônico de Lá (até aqui, o ouvinte não sabe que a tonalidade vai mudar). O acorde B7 já não faz parte do campo harmônico de Lá maior, portanto aqui o ouvinte já percebe a mudança. Mas, apesar desse acorde não pertencer ao campo de Lá, seu aparecimento na música não é tão brusco devido ao F#m7 que o antecede. Nosso ouvido aceita muito bem a cadência II, V, I pela sua sensação, por isso nosso cérebro já se adapta rapidamente entendendo a lógica, projetando uma progressão II, V, I para Mi em vez de rejeitar o B7 por não pertencer ao campo de Lá. Quando tocamos E7M, esse acorde nada mais é do que uma consequência já esperada da progressão, não sendo mais um acorde fora de contexto.

Além dessa aplicação, uma cadência pode ser útil para dar mais corpo a uma harmonia. Considere a música abaixo, que contém somente 4 acordes e se repete continuamente:

| Dm7(9) | Gm7 | C7M | A7(#5) |

Já que a música retorna para Dm7(9) após A7(#5), temos aqui uma sequência "dominante – tônica" (V – I). Podemos aproveitar o último compasso para inserir um acorde que sirva de segundo cadencial para completar uma cadência II, V, I. O segundo grau de Ré é Mi, então utilizaremos Em7(b5), pois a sequência IIm7(b5), V7(#5) resolve bem em um acorde menor, como já vimos.

Assim, ficamos com:

| Dm7(9) | Gm7 | C7M | Em7(b5) A7(#5) |

Podemos trabalhar ainda mais essa harmonia. Note que temos outra cadência II, V, I acontecendo: Dm7, Gm7, C7M. Porém, o quinto grau aqui está menor em vez de maior (V7). Podemos então transformá-lo em um acorde maior com sétima (G7) para caracterizar mais essa cadência II – V – I que está resolvendo em um acorde maior (C7M). Agora ficamos com um II, V, I típico de resolução em um acorde maior, observe:

| Dm7(9) | G7 | C7M | Em7(b5) A7(#5) |

Esse trabalho que fizemos é conhecido como rearmonização, pois mexemos na harmonia da música. Trataremos desse assunto com muito mais profundidade em capítulos posteriores, mas é bom que você já tenha em mente que verá muitas progressões harmônicas inseridas nesse contexto.

No próximo tópico, continuaremos esse assunto diferenciando os tipos de cadências que existem. Você verá que nem todas as cadências têm essa ideia chave de suspender/ preparar/ concluir.

Cadências e Progressões - Parte 3

Agora que já introduzimos o conceito de cadência, continuaremos nosso aprendizado dividindo as cadências em 5 tipos diferentes: cadência perfeita, imperfeita, plagal, deceptiva e meia-cadência. Cada uma delas possui alguma característica peculiar e merece ser analisada à parte.

O mais importante aqui desse estudo não é decorar todos os nomes envolvidos nesse tema, e sim observar as sensações que são possíveis de se obter! Faremos nosso estudo em cima do campo harmônico de Dó maior. O símbolo vai ser utilizado para representar a ideia de conclusão harmônica (finalização). Então vamos lá:

1) Cadência Perfeita

É aquela formada pela sequência "V – I" (Dominante – Tônica), portanto é a mais forte. Quando ela vem antecedida de um subdominante (II ou IV grau), é chamada também de cadência autêntica. Exemplos:

2) Cadência Imperfeita

É formada também pela sequência "V – I" (Dominante – Tônica), mas aqui um ou ambos os acordes aparecem invertidos, o que enfraquece a sensação da progressão. Exemplos:

Uma cadência também é chamada de imperfeita quando o dominante é o VII grau em vez do V grau. Exemplo:

3) Cadência Plagal

É quando um acorde subdominante resolve direto na tônica, sem passar pelo dominante. Pode ser uma sequência II – I ou IV – I. Exemplos:

Esse tipo de cadência também pode aparecer com um ou ambos acordes invertidos, exemplo:

4) Cadência Deceptiva

É quando ocorre uma resolução deceptiva, ou seja, o dominante vem seguido de qualquer acorde que não seja a tônica. Essa cadência possui o chamado “efeito surpresa” e não é conclusiva. Exemplos:

Uma cadência deceptiva também pode resolver em um acorde que não pertence ao campo harmônico original, o que caracterizaria uma mudança de tonalidade (modulação). Alguns autores chamam essa progressão de cadência deceptiva modulante, ou apenas “cadência modulante”. Exemplo:

5) Meia Cadência

É quando a música (ou um trecho da música) repousa sobre um acorde dominante, ou seja, o dominante não resolve em ninguém, ficando a cadência “vazia”. Exemplos:

Muito bem, terminamos então nosso estudo sobre cadências. Daqui para frente você irá ouvir falar muito delas, mas não se preocupe, não iremos nos prender às nomenclaturas associadas a cada cadência e sim aos efeitos provocados, explicando detalhadamente cada caso. Afinal, música deve ser ensinada como música, não como um relatório chato de normas e definições!

Ciclo das Quintas e das Quartas

O ciclo das quintas nada mais é do que uma sequência de notas distanciadas por intervalos de quinta justa.

quintas. Note como Si está uma quinta acima de Mi, que está uma quinta acima de Lá, e assim por diante.

Legal, mas qual a utilidade disso?

Alguns estudantes aprendem o ciclo das quintas para analisar os acidentes das escalas maiores. Observe:

A escala de Dó maior não possui nenhum acidente

(nenhuma nota da escala apresenta sustenidos ou bemóis).

A nota Sol está uma quinta acima de Dó, e a escala de Sol

maior apresenta um acidente, a nota F#.

A nota Ré está uma quinta acima de Sol, e a escala de Ré

maior apresenta 2 acidentes (as notas F# e C#).

Moral da história: A cada quinta, tem-se um acidente a mais na próxima escala. Isso é útil principalmente para os tecladistas, pois cada escala maior para eles possui um desenho diferente, e a quantidade de acidentes vai definir quantas teclas pretas a escala terá. Veja abaixo uma tabela com os acidentes de cada escala maior:

Ok, mas essa não é a única utilidade do ciclo das quintas. É interessante observar que os acordes dominantes V7 podem ser “empilhados” um após o outro, formando uma sequência de resoluções fundamentadas em quintas. Quando isso ocorre, esses dominantes recebem o nome de “dominantes estendidos”. Por exemplo:

| A7 | D7 | G7 | C |

Escala

Quantos

acidentes possui

Quais são

Dó maior ou Lá

menor nenhum nenhum

Sol maior ou Mi menor

1

Fá# Ré maior ou Si menor

2

Fá#, Dó# Lá maior ou Fa# menor

3

Fá#, Dó#, Sol# Mi maior ou C# menor

4

Fá#, Dó#, Sol#, Ré# Si maior ou Sol# menor

5

Fá#, Dó#, Sol#, Ré#, Lá# Fa# maior ou Ré# menor

6

Fá#, Dó#, Sol#, Ré#, Lá#, Mi# Dó# maior ou Lá# menor

7

Note como, nessa sequência, o acorde A7 resolveu na sua tônica (Ré), porém esse Ré não possuía a função tônica, e sim dominante, resolvendo em Sol. Igualmente, Sol não atuou como tônica, mas como dominante que resolveu em Dó. Portanto, tivemos uma sequência de dominantes estendidos; e observando da direita para a esquerda, o quinto grau de Dó é Sol, o quinto grau de Sol é Ré e assim por diante. Ou seja, formamos um ciclo de quintas.

Nem todo mundo sabe, mas a escala pentatônica surge de um ciclo de quintas! Observe a sequência C – G – D – A – E (ciclo de quintas partindo da nota C). Agora compare com as notas da escala pentatônica de Dó maior: C, D, E, G, A. Como podemos ver, ao pegarmos as 5 primeiras notas de um ciclo de quintas, estamos formando uma escala pentatônica.

Muito bem, até agora só falamos de ciclo de quintas; e quanto ao ciclo de quartas? Ele nada mais é do que um ciclo de quintas visto ao contrário. Repare na sequência anterior:

C – G – D – A – E

Essa sequência vista da esquerda para a direita possui intervalos de quinta. A mesma sequência, quando vista da direita para a esquerda, possui intervalos de quarta. Ou seja, o ciclo das quintas é o ciclo de quartas invertido e vice-versa.

Ok, vamos finalizar então esse tópico desenhando o ciclo das quintas completo. Faremos um círculo e colocaremos nele todas as 12 notas espaçadas por intervalos de quinta

Note que, no sentido horário, temos o ciclo das quintas e, no sentido anti-horário, temos o ciclo das quartas.

Dominantes Secundárias

Dominante secundária é qualquer acorde que possua a função dominante sobre outro acorde que não seja a tônica da música.

Por exemplo, na tonalidade de Dó maior, o acorde dominante é G7. Se, nessa tonalidade, aparecesse o acorde A7, esse acorde seria um "dominante secundária", pois é um dominante que resolve em Ré, não em Dó (nossa tônica nesse caso).

Repare que dominantes secundárias não fazem parte do campo harmônico natural. Eles são acordes auxiliares, servem apenas para "preparar" uma cadência para algum outro grau do

campo harmônico. Um sinônimo possível para dominante secundária é "dominante auxiliar", mas este último costuma ser mais utilizado no contexto de acordes de empréstimo modal (assunto que veremos em outros tópicos). Isso ajuda a fazer uma distinção entre o propósito desses dominantes, e aqui no Descomplicando a Música nós faremos essa diferenciação para facilitar o entendimento.

Muitas vezes, os dominantes secundários são utilizados para antecipar o dominante natural da música. Por exemplo, no caso anterior, o dominante natural da música era G7, então poderíamos tocar antes dele outro dominante que preparasse a ida para Sol.

O dominante de Sol é D7. Assim, teríamos a sequência | D7 | G7 | C |, onde D7 é o dominante secundário. Esse dominante também é chamado de "dominante do dominante", já que serve de dominante para outro dominante.

Em termos de nomenclatura, costuma-se utilizar a notação V7/ V7 para destacar que se trata de um dominante secundário para outro dominante (do quinto grau). Se fosse, por exemplo, dominante secundário que prepara para o quarto grau, escreveríamos V7/ IV.

Ainda falando de nomenclatura, a título de curiosidade, o nome poderia ser dominante secundário, em vez do feminino "secundária", mas o termo secundária diz respeito a uma preparação, por isso o gênero feminino: preparação dominante

secundária. Esse nome acabou pegando mais do que o masculino "secundário". Mas isso pouco importa...

Aplicação

Muito bem, o conceito de dominante secundária já está claro. Agora vamos mostrar as implicações que esse conceito pode ter. Como o dominante V7 está sempre uma quinta acima do acorde que ele vai resolver, podemos "brincar" com ciclos de quintas sucessivos. No caso anterior, tocamos D7 antes de G7, mas poderíamos também tocar A7 antes de D7 e E7 antes de A7, formando a seguinte sequência:

| E7 | A7 | D7 | G7 | C |

Essa sequência é uma preparação atrás da outra, que resolveu só no final em Dó. Primeiro, E7 preparou para Lá, mas o Lá era com sétima, preparando para Ré, e assim sucessivamente até terminar em Dó. Esse tipo de progressão é muito utilizado no jazz. Como já vimos, tratam-se de “dominantes estendidos”, pois formam um ciclo de quintas (ou de quartas, dependendo de que lado você está olhando). O conceito é simples, são apenas dominantes. Podemos improvisar em cima deles utilizando o modo mixolídio de cada dominante, ou as demais abordagens que estudaremos ainda (tópicos posteriores). Claro que essa improvisação nem sempre é fácil, pois essas passagens podem ser muito rápidas, o que dificultaria o solo. Por isso é importante treinar bastante em cima desse tema, afinal dominantes

(jazz, bossa nova, mpb, etc.). Quando analisarmos músicas completas aqui no site, pode ter certeza de que eles irão aparecer aos montes!

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