2 Descrição da Prática de Ensino supervisionada
2.5 Descrição e discussão das actividades
2.5.2 Participação em actividades da comunidade escolar
2.5.2.1 Entrega de prémios da 7ª edição do Prémio de Composição Séc
de apoio a TAM, do último módulo, para dar a conhecer obras relevantes do séc. XX e XXI. Para além disso orientei, nos meus tempos livres, os alunos que queriam compor música electrónica.
2.5.2 Participação em actividades da comunidade escolar
Para além de ter organizado algumas das actividades que decorreram ao longo do ano lectivo, colaborei activamente noutras realizadas pela escola. Foram momentos de aprendizagem e de cooperação com colegas que, com a sua experiência, me ajudaram a pensar noutras formas de organização e planeamento das actividades.
Seguem as actividades realizadas e respectiva descrição:
2.5.2.1 Entrega de prémios da 7ª edição do Prémio de Composição Séc. XXI
A entrega de prémios da 7ª edição do Prémio de Composição Séc. XXI decorreu no dia 18 Novembro de 2016, foi organizada pela professora Fátima Fonte, cabendo-me tarefas de logística, de contacto com o homenageado do concurso, o professor Fernando Lapa, e de desenvolver pequenos textos sobre as peças com os alunos do 9º ano. Esta iniciativa teve a participação de toda a comunidade escolar, em especial dos alunos que interpretaram as peças vencedoras, e dos restantes que assistiram ao trabalho dos seus colegas instrumentistas e compositores. 2.5.2.2 Ciclo das quintas Esta iniciativa da EPMVC realiza-se mensalmente na terceira quinta-feira de cada mês. Trata-se de concertos comentados pelos próprios músicos, músicos esses que, por norma, são os alunos e professores da escola. Os artistas apresentam as peças e/ou a temática que irão tocar, falando um pouco dos
compositores, das obras e de outros pormenores relevantes para a audição. No final da apresentação, os alunos são convidados a fazerem perguntas aos interpretes. Esta actividade pretende incentivar e criar hábitos de consumo cultural, proporcionando espectáculos regulares de música erudita ou jazz, num formato de pequenos concertos comentados.
A minha participação nesta iniciativa passou por levar os alunos ao Teatro Sá de Miranda, e ajudar a mantê-los em silêncio, antes e durante o espectáculo. No final, já no caminho de volta às instalações da escola, provocava a discussão com os alunos sobre a música que tinham ouvido. 2.5.2.3 Idipsumúsica Realizou-se a 3 Junho, na CdM, o concurso de música de câmara da escola – Idipsumúsica. Este concurso é destinado aos alunos da escola e tem como objectivo a valorização da música de câmara e das competências dos jovens instrumentistas. Pretende promover o intercâmbio de aprendizagem entre os alunos, e dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pela EPMVC.
A minha participação neste trabalho consistiu em levar a turma do 9º ano ao espectáculo, e preparar com eles trabalhos de apreciação crítica à performance dos colegas e às peças escolhidas.
2.5.2.4 Audiofilia
Trata-se de um concurso que pretende propiciar aprendizagens de uma forma lúdica, bem como potenciar o gosto pelo trabalho em equipa, fortalecendo os laços familiares, visto que os encarregados de educação têm uma participação activa. Os seus participantes serão colocados face a provas de natureza diversa, como o reconhecimento de excertos musicais, outros exercícios que estimulem o interesse pelas matérias musicais de natureza teórico-científica, a resolução de enigmas, adivinhas e trava-línguas, promovendo a interdisciplinaridade e um espírito de competição saudável. Os conteúdos das diferentes provas abarcam as
disciplinas da área científica de um curso profissional de música, como a Física do Som, a História da Cultura e das Artes, a Teoria e Análise Musical. Para além destas áreas, haverá provas que mobilizam conhecimentos de carácter tradicional e cultural.
A minha participação neste concurso consistiu na ajuda à preparação do mesmo, colaborando com a professora Margarida na escolha dos melhores jogos para serem feitos, bem como de trechos sonoros propícios à prática, e a auxiliar noutras questões logísticas. Para além disso estive presente na actividade, que se desenvolveu no sábado, dia 29 de Abril, da parte da manhã, para que pudesse haver um maior número de participações dos encarregados de educação.
Conclusão
Após concluir o meu processo de estágio, é tempo de reflectir sobre o trabalho feito, os conhecimentos e aprendizagens adquiridos, e as possibilidades de implementação destes novos conceitos, no futuro.
Se aprendi com este estágio? Certamente. Estagiei numa escola com um contexto diferente daquela a que estava habituado, num tipo de ensino (profissional) com o qual nunca tinha contactado, para um conjunto de alunos muito diferentes das minhas experiências anteriores, e isso foi muito positivo, obrigando-me a pensar e reflectir sobre novas abordagens, sobre possibilidades de resolver os problemas que surgiam. A juntar a esse facto, tive duas orientadoras bastante experientes no ensino que, não só me indicavam os pontos menos positivos, como também me mostraram algumas soluções para os problemas, dando-me liberdade para poder resolve-los, por mim. Esta possibilidade de ouvir opiniões de outros, ajuda-nos a ver os problemas de outras perspectivas e, consequentemente, a alcançar respostas mais adequadas.
No entanto, sem prejuízo do que fica dito, acredito que a minha principal aprendizagem adveio do terreno, da experiência. Essa parece-me ser a melhor escola de um professor: o contacto diário com muitos e diferentes alunos, com diferentes realidades, e o tempo suficiente para o professor estudar e reflectir. Entre outras coisas, este contacto directo ajudou-me a repensar o processo educacional, sugerindo-me ideias que quero experimentar, e mudanças que poderão tornar a disciplina de TAM mais actual e, consequentemente, mais estimulante para os futuros músicos e cidadãos.
Se aprendi com este estágio? Certamente. Qualquer lugar, qualquer experiência, qualquer conversa é um momento de aprendizagem, no entanto, acho que existem formas mais produtivas. Um professor deve ser um conhecedor das principais pedagogias abordadas, deverá ser um crítico constante dos métodos de ensino, principalmente dos seus. Mas, tão ou mais importante do que isso, um professor deverá ser um intelectual, um eterno estudioso, um pensante da sociedade. Actualmente, não se pede a um professor mais do que uma coisa, a profissionalização. Tal preconiza um ensino estereotipado, baseado em conceitos
e verdades absolutas, que produz uma escola amorfa, um espaço de formatação e de ensinamentos técnicos.
“As escolas têm excelentes professores, mas a trabalhar do modo errado. Não faz sentido alunos do século XXI terem professores do século XX, com propostas teóricas do século XIX, da Revolução Industrial. A grande questão é que as escolas têm sido geridas por burocratas e não por pedagogos e as políticas públicas têm sido desastrosas(...)” (Carriço, 2017).
Por outras palavras e citando o sétimo principio de Schafer (1992):
“A proposta antiga: o professor tem a informação; o aluno tem a cabeça vazia. Objectivo do professor: empurrar a informação para a cabeça vazia do aluno. Observações: no início, o professor é um bobo; no final, o aluno também” (p.277). Para concluir, considero importante estar ciente e mostrar esta minha visão pouco encantadora da actualidade do sistema de ensino e da preparação para o ensino, já que é com a consciência da realidade que é possível mudar, trazer algo de novo e actualizar as práticas pedagógicas.