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Capítulo III- Análise do Portal Educativo «Escolovar»

4.5. Instrumentos de investigação

4.5.4. Entrevista

De acordo com Esteves (2008), “(…) a entrevista é um ato de conversação intencional e orientado, que implica uma relação pessoal, durante a qual os participantes desempenham papéis fixos: o entrevistador pergunta e o entrevistado responde. É utilizada quando se pretende conhecer o ponto de vista do outro (p.92).”

Na opinião de Amado (2013), existem 3 tipos de entrevistas: a entrevista estruturada ou diretiva; a entrevista semiestruturada ou semidiretiva; a entrevista não estruturada ou não diretiva. A entrevista estruturada ou diretiva centra-se, num tema determinado e registo, por exemplo, sobre o impacto de um acontecimento ou experiência precisa - acerca do qual o investigador, frequentemente, já possui um conhecimento prévio. As questões colocadas devem ser programadas adequadamente e lançadas de um modo estandardizado a todos os entrevistadores. O envolvimento do entrevistador deve ser o mais possível neutro, impessoal e diretivo.

A entrevista semiestruturada ou semidiretiva inclui questões provenientes de um plano prévio, onde existe um guião onde se define, regista, numa ordem lógica para o entrevistador, o essencial do que se pretende obter, embora que o entrevistador, durante a interação, dê liberdade de resposta ao entrevistado.

No que concerne a entrevista não estruturada ou não diretiva, as perguntas derivam da interação entre entrevistador e entrevistado não existindo, qualquer grelha prévia de questões, uma vez que esta vai se delineando de acordo com o decorrer do discurso do entrevistado.

Na investigação realizada neste relatório de estágio optou-se pela entrevista semiestruturada tendo sido elaborado um guião que serviu de eixo orientador ao desenvolvimento da mesma, procurando garantir que os diversos participantes respondessem às mesmas questões, não existindo uma ordem rígida nas questões, o desenvolvimento da entrevista foi-se adaptando ao entrevistado mantendo-se um elevado grau de flexibilidade na exploração de questões.

4.5.5. Análise de conteúdo

Tendo em conta que a presente investigação incluiu a realização de entrevistas a análise de conteúdo constitui o procedimento mais adequado. De acordo com a opinião de Bardin (1970) a análise de conteúdo designa-se por:

“Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/receção (variáveis inferidas) destas mensagens.” (p.42)

A análise de conteúdo, tal como Bardin (1970) afirma, tem como finalidade efetuar deduções lógicas e justificadas, tendo em conta as mensagens obtidas pelo emissor e o seu respetivo contexto. Desta forma, a análise de conteúdo surge como uma metodologia fundamental, no sentido que permite analisar as motivações, as atitudes, as crenças, os valores e as tendências dos participantes da investigação. Além disso, esta metodologia contribui para a compreensão das ideologias, princípios e diretrizes de uma sociedade. Neste sentido, segundo Bardin (1970) “(…) a análise de conteúdo é uma busca de outras realidades através das mensagens. “ (p. 44)

Conforme referido anteriormente, as entrevistas realizadas às Professoras pertencentes à escola onde se desenvolveu a investigação, assumiu um formato semiestruturado (Anexo 3), tendo subjacente os seguintes objetivos:

· Conhecer quais as formações profissionais e contínuas dos professores; · Conhecer a literacia/informação em informática dos professores;

· Conhecer quais as opiniões sobre o contributo dos Portais Educativos no que concerne ao processo de ensino e aprendizagem;

· Conhecer algumas propostas de utilização das TIC no processo de ensino e de aprendizagem.

· Conhecer a opinião da Professora Cooperante face à utilização do Portal Educativo «Escolovar».

Neste sentido, foi elaborado um guião (Anexo 4), sendo a sua estrutura constituída por quatro blocos interligados e articulados com os objetivos indicados (A) Formação profissional e contínua dos professores; (B) Literacia/informação em Informática; (C) Opinião sobre o contributo dos Portais Educativos no processo de ensino e de aprendizagem; (D) Propostas de utilização no processo de ensino e de aprendizagem. Acrescentou-se ainda um quinto bloco (E) de questões com o objetivo de conhecer as opiniões sobre as sessões de aplicação do Portal Educativo «Escolovar», junto da Professora Cooperante.

Após a finalização da etapa das transcrições das entrevistas, realizou-se uma primeira leitura flutuante de cada entrevista, onde se procurou saber quais as ideias principais e as estruturas concetuais. Deste modo, procurou-se organizar as

afirmações em classes que reúnem um grupo de elementos (unidades obtidas através do registo) em razão de caraterísticas comuns, com o objetivo de estabelecer categorias que dessem respostas à investigação (Bardin, 1970).

Tendo em consideração as respostas de todos os participantes da amostra (professores), foi possível recolher uma lista de frases que continham significados para cada classe estabelecida, transformando sistematicamente os dados em unidades de conteúdo. Ou seja, procurou-se a simplificação do discurso recorrendo a uma terminologia mais clara e sucinta, concretizada através de um levantamento e análise da presença ou ausência de ocorrências com significado analítico de acordo ao objetivo proposto. Após a definição das unidades de conteúdo, procedeu-se à enumeração dessas mesmas unidades (Anexo 5).

A partir destes processos, e adotando uma metodologia ascendente, proveniente do conteúdo, procedeu-se à referenciação das categorias, das unidades e indicadores, tendo em conta a sua codificação para o registo dos dados. Com este propósito, recorreu-se a elaboração de uma lista prévia decorrente das dimensões anteriormente estabelecidas no guião da entrevista.

Por fim, no que se refere ao instrumento concetual de base de estudo (consubstanciado em categorias), a sua formulação teve em consideração as cinco qualidades consideradas por Bardin (1970) como essenciais para a obtenção de um “bom” conjunto de categorias: a exclusão mútua, a homogeneidade, a pertinência, a objetividade, a fidelidade e a produtividade.