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5 PLANO DE OBRA

5.1 Equipe de Apoio

As equipes de apoio eram representadas por carpinteiros, armadores, serventes e fabricadores de vigas treliças. De um modo geral, a equipe de apoio é constituída por funcionários que possuem a sua produção em locais fixos, não se locomovendo durante a execução das atividades.

A equipe de apoio superou a quantidade de integrantes, pois não se imaginava que ela representasse tanto. O início de agosto, período em que estava sendo executada a fundação, essa equipe representava 50% da mão-de-obra existente no canteiro de obras.

O principal fator desse índice de mão-de-obra ser alto foram os ajustes realizados nas armaduras e nas formas dos blocos de fundação, referentes a erros de precisão no posicionamento da cravação das estacas.

As equipes de argamassa são de extrema importância para desenvolver as atividades de produção, pois são elas que fornecem matéria-prima para as outras equipes. As equipes de reboco de teto, reboco de parede, reboco externo e assentamento de tijolos são totalmente dependentes da equipe da argamassa.

Na ocorrência de faltas, essa atividade se tornava mais difícil de ser realizada. Isso pode ser reforçado pelo testemunho do empreiteiro de que as ausências no trabalho geraram problemas sérios de abastecimentos nas equipes citadas.

Apesar da equipe de argamassa iniciar sua atividade durante o dia antes dos outros funcionários, sempre houve a reclamação da falta de argamassa. Contudo, vale ressaltar que a reclamação maior vinha dos funcionários a contrato, pois para eles o mais importante era a produção. Pelo lado do empreiteiro, este argumentava que em poucas obras os funcionários tinham o fornecimento de argamassa regularizado tão cedo. Esse problema era bastante crítico nas primeiras horas do dia, sendo amenizado no decorrer do período.

Nesse impasse, tendência era aumentar a produção de argamassa, porém isso ocasionaria os seguintes problemas:

T Aumento das despesas do empreiteiro, caso fossem contratados mais funcionários para esse pequeno pico no início do expediente;

T Maior contingente de mão-de-obra ociosa no período da tarde no canteiro, pois a produção de argamassa era mais requisitada no início da manhã.

A melhor solução para o problema na visão do pesquisador era:

T Aumentar os pontos de fabricação de argamassa, por exemplo: em meados do mês de novembro pode se verificar o fluxo da argamassa para os blocos, (ANEXO IX);

T Elaboração de um planejamento de utilização dessa mão-de-obra ociosa, de modo que se utilizaria esta para tarefas específicas no período da tarde.

Enfim, na realidade houve uma demanda maior de mão-de-obra pela manhã do que pela tarde. Essa questão mostra uma preocupação do empreiteiro em manter seus funcionários sempre produzindo, ou seja, a mão-de-obra excedente era utilizada em serviços de manutenção do 5S, como limpeza, arrumações e remoção de entulho, entre outros.

Apesar do empreiteiro não conhecer os princípios de KOSKELA, ele tinha a preocupação de manter seus funcionários em constante produção, sempre agregando valor ao produto final. Por esse motivo é que ele remanejava os serventes da produção de argamassa para outras funções no período da tarde. Apesar de limpeza não ser uma atividade que agregue valor, o que é importante salientar é que o empreiteiro tinha a percepção de remanejamento de sua mão-de-obra, possibilitando um maior aproveitamento.

Como o fornecimento de argamassa representava um gargalo em algumas atividades, então ele tinha prioridade em algumas equipes. Assim sendo, a ordem de produção de argamassa no traço 1:6 ocorria da seguinte forma:

1º Argamassa para reboco de teto – argamassa fina, composta de acelerador de pega e um produto conhecido como alvenarit ou calfacil, de função similar à da cal, que aumenta a aderência da argamassa e a trabalhabilidade. Isso devido a ser laje construída com poliestireno expandido (EPS ou isopor).

Essa equipe tinha a prioridade de argamassa, pois apresentava uma boa produção, chegando a ponto de dispensar uma segunda equipe de reboco de teto. Por isso essa equipe tinha a responsabilidade de abrir frente de trabalho de duas equipes de alvenaria. Assim sendo, essa atividade se torna bastante crítica no processo de balanceamento das atividades.

2º Argamassa para reboco de fachada – argamassa média (areia média pura). A fachada nessa obra foi um serviço muito crítico devido aos atrasos na execução da atividade, por isso tinha que ter prioridade no recebimento de argamassa.

3º Argamassa para assentamento de alvenaria.

4º Argamassa de reboco interno – argamassa fina com exceção dos banheiros.

A equipe de armadores foi uma das equipes de apoio que mais desenvolveu melhoria contínua do processo, pois, junto com o programa de qualidade 5S, possibilitou a melhora no fluxo e desempenho das equipes. Isso foi um fato importante para atender aos prazos de uma atividade como a equipe de estrutura, que possuía prazos de execução de cada laje muito curtos.

A melhoria contínua do processo para os armadores diz respeito diretamente à implantação do 5S no canteiro de obras, que consistiu na melhoria de fluxo, limpeza e organização.

O fato da equipe de armadores ter atingido bem as metas da equipe de estrutura e ter sido a melhor e mais rápida equipe a desenvolver o 5S pode ser justificado pela inexistência de variabilidade (continuidade da equipe), pois a mesma equipe que estava no início da obra permaneceu até o fim. Esta equipe foi desmobilizada de forma prevista e gradual no decorrer da obra.

A liderança de um chefe de equipe, juntamente com a inexistência de variabilidade, proporcionou à equipe de armadores maior confiança para atingir as metas da equipe de estrutura, atendendo, deste modo, a mais um item da construção enxuta.

A opção por fabricar as vigas treliçadas na obra foi justificada pela empresa construtora pelos seguintes motivos:

9 A empresa já possuía experiência na fabricação em obras anteriores;

9 O custo de fabricação das vigas treliçadas na obra é menor do que o preço de compra; 9 Como as treliças possuem um cliente de atividade crítica (equipe de estrutura), a atividade de produção das treliças também pode ser considerada como crítica; por esse motivo a empresa tomou a decisão de produzí-las no próprio canteiro.

A FIGURA 5.5 mostra a execução das treliças e local de armazenamento no início da obra antes da implantação do 5S.

FIGURA 5.5: Pátio de execução das treliças e armazenamento antes da implantação do 5S

A fabricação de vigas treliçadas foi iniciada com antecedência para garantir o seu fornecimento à equipe de estrutura.

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