• Nenhum resultado encontrado

Item III “Os institutos da imunidade e da isenção tributária não se confundem É perfeitamente possível ao Estado conceder, mediante lei,

Questão 37 (ESAF) Analista SUSEP/

A Constituição Federal, em seu art. 154, inciso I, prevê a criação de impostos que não os previstos no art. 153 (que enumera aqueles de competência da União). Sobre esta competência, usualmente denominada na doutrina “competência residual”, é incorreto afirmar-se que:

a) o exercício da competência residual é reservado ao legislador ordinário, e

não ao constituinte derivado.

b) consoante entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal

Federal, a não-cumulatividade e o não bis-in-idem não precisam ser observados quando da criação de um novo imposto por meio de emenda constitucional.

c) a exigência de lei complementar é inafastável e, diferentemente do que

ocorre para os impostos discriminados, que têm apenas os seus fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes previstos em lei complementar, no caso da instituição de novo imposto pela União, no exercício de sua competência residual, exige-se que também a alíquota seja prevista em lei complementar.

d) admite-se, excepcionalmente, a instituição de novos impostos, no

exercício da competência residual, por meio de medida provisória.

e) a criação de novo imposto, no exercício da competência residual, fica

Prof. George Firmino www.estrategiaconcursos.com.br Página 60 de 77 Comentários

Questão bastante interessante da ESAF.

O STF decidiu a respeito do tema competência residual no julgamento da ADIN 939/DF, quando apreciou o extinto IPMF. Eis o voto do Min. Carlos Velloso: “... a técnica da competência residual da União é para

o legislador ordinário e não para o constituinte derivado.” (do voto do Min.

Carlos Velloso no julgamento da ADIn 939/DF, RTJ 151/286, em que se discutiu o IPMF).

Percebe-se, então, que o entendimento da Corte Suprema é no sentido de que as exigências previstas no art. 154, I, da CF/88 para a instituição de novos impostos mediante lei complementar (não- cumulatividade e inovação no fato gerador e base de cálculo) se aplicam ao legislador ordinário, ou seja, na elaboração de normas infraconstitucionais, entre as quais se enquadram as leis ordinárias e complementares.

Alternativa A – Correta. No julgamento da ADIN 939/DF, como

vimos, o STF defendeu o entendimento de que a técnica da competência residual da União é para o legislador ordinário e não para o constituinte derivado.

Alternativa B – O bis in idem ocorre quando o mesmo ente

tributante institui tributos diferentes diante do mesmo fato gerador. Consoante o entendimento firmado pelo STF, visto na alternativa anterior, pode-se inferir que as exigências previstas na Constituição (art. 154, I) para o exercício da competência residual se aplicam apenas ao legislador ordinário. Dentre essas exigências, encontram- se a não-cumulatividade e o não bis in idem (“não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição”). A alternativa está correta.

Não obstante, uma importante ressalva deve ser feita. A alternativa diz que “a não-cumulatividade e o não bis-in-idem não precisam ser observados quando da criação de um novo imposto por meio de emenda constitucional”. Entretanto, há uma inconsistência no enunciado, eis que a Constituição (ou Emenda Constitucional) não cria tributos, apenas delimita a competência para que cada ente a exerça por meio de suas próprias leis. O correto seria dizer: “quando da previsão para criação de um novo

imposto por meio de emenda constitucional”. De qualquer forma,

não prejudica a questão.

GUARDE BEM: A Constituição Federal não cria tributos.

Alternativa C – Item bastante interessante. Uma das exigências

previstas no art. 154, I, da CF/88 é a edição de lei complementar para instituição de novos impostos. O que a assertiva diz não é que deve ocorrer inovação na alíquota. Ou seja, não há exigência de que a alíquota seja diferente dos demais impostos. Seria absurdo

Prof. George Firmino www.estrategiaconcursos.com.br Página 61 de 77 imaginar que um imposto novo instituído com base no art. 154, I, não pudesse ter alíquota de 5% (por já ser adotada pelo ISS) ou 17% (por corresponder à alíquota interna do ICMS). O que a assertiva diz é que, como o imposto deve ser instituído mediante lei complementar, a alíquota desse imposto deve constar nessa lei, eis que a lei instituidora de tributo deve prever todos os seus elementos, a saber: contribuintes (sujeito passivo), fato gerador, base de cálculo e alíquotas. Item CORRETO.

Alternativa D – Assertiva ERRADA. A instituição de impostos no

exercício da competência residual da União deve ser feita, obrigatoriamente, mediante lei complementar (CF, art.154, I).

Alternativa E – Item correto. A CF/88 não faz ressalva à aplicação

do princípio da anterioridade aos impostos instituídos no exercício da competência residual da União.

Gabarito: D.

Questão 38 – (FCC) Procurador – TCM BA/2011

Comparada com a norma de Direito Penal, verifica-se que a norma tributária é mais rígida. No Direito Penal, o nullum crimen nulla poena sini lege exige que o delito seja típico, decorra de uma previsão legal precisa, mas se permite ao juiz, ao sentenciar, a dosimetria da pena, com relativa liberdade, assim como diminuir ou afrouxar a pena a posteriori. No Direito Tributário, além de se exigir seja o fato gerador tipificado, o dever de pagar o tributo também deve sê-lo em todos os seus elementos, pois aqui importantes são tanto a previsão do tributo quanto o seu pagamento, baseado em fórmulas de quantificação da prestação devida, e que a sociedade exige devam ser rígidas e intratáveis. (Sacha Calmon Navarro Coelho. Curso de direito tributário brasileiro. 9.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 220). O texto acima está se referindo ao princípio explícito

da

a) legalidade.

b) irretroatividade da lei tributária. c) anterioridade da lei tributária. d) segurança jurídica.

e) igualdade.

Comentários

A Constituição Federal, no art. 150, incisos I a V, estabelece os princípios constitucionais tributários, que dão contorno a toda a legislação tributária e são de observância obrigatória por todos os entes. São eles:

Prof. George Firmino www.estrategiaconcursos.com.br Página 62 de 77 LEGALIDADE – Segundo o qual é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.

ISONOMIA – Segundo o qual é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

IRRETROATIVIDADE – De acordo com esse princípio, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.

ANTERIORIDADE – Segundo o qual é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

ANTERIORIDADE NONAGESIMAL - Segundo o qual é vedado à União, aos Estados, os DF e aos Municípios cobrar tributos antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o princípio da anterioridade.

NÃO CONFISCO – De acordo com este princípio é vedado à União, Estados, DF e Municípios utilizar tributos com efeito de confisco. NÃO LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO – É vedado à União, Estados, DF e Municípios estabelecer limitação ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.

UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA – De acordo com este princípio, é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do país.

UNIFORMIDADE DA TRIBUTAÇÃO DA RENDA – É vedado à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.

VEDAÇÃO ÀS ISENÇÕES HETERÔNOMAS - A Constituição estabelece que é vedado à União instituir isenções de tributos da competência

Prof. George Firmino www.estrategiaconcursos.com.br Página 63 de 77 dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Não faz menção à aplicação desta vedação aos demais entes. No entanto, por se tratar de dispensa legal do tributo, somente pode conceder isenção o próprio ente que detém a competência.

NÃO DISCRIMINAÇÃO PELA PROCEDÊNCIA OU DESTINO – A Constituição veda aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Feita esta revisão. Vamos ao que se pede.

O enunciado da questão, apesar de extenso, é bem simples. Ele faz uma comparação entre a lei penal e a lei tributária.

Ao afirmar que “além de se exigir seja o fato gerador tipificado, o dever de pagar o tributo também deve sê-lo em todos os seus elementos, pois aqui importantes são tanto a previsão do tributo quanto o seu pagamento, baseado em fórmulas de quantificação da prestação devida, e que a sociedade exige devam ser rígidas e intratáveis”, o enunciado quer dizer que todos os elementos da norma tributária impositiva devem estar previstos em lei (tipificados). Logo, é do princípio da legalidade que a questão dispõe.

Gabarito: A.

Questão 39 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ SP/2009

Da verificação de que o lançamento é o procedimento administrativo destinado a constituir o crédito tributário e que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada, é possível identificar o cumprimento do princípio constitucional da a) irretroatividade tributária. b) anterioridade anual. c) anterioridade nonagesimal. d) isonomia tributária. e) capacidade contributiva. Comentários

Para responder a esta questão, vamos imaginar uma situação hipotética.

Em 15/10/2010, certo contribuinte promove um ato que configura o fato gerador do IPI, época em que a alíquota do imposto aplicável à situação era de 15%. Em 20/01/2011, uma lei alterou esta alíquota para 20%.

Prof. George Firmino www.estrategiaconcursos.com.br Página 64 de 77 Em 15/11/2011, em procedimento fiscal, a Receita Federal encontra irregularidades nos recolhimentos efetuados pelo contribuinte e o autua. Qual seria a alíquota a ser utilizada?

O art. 144 do CTN determina que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador. Em outras palavras, quer dizer que, ainda que o lançamento seja efetuado na vigência de uma nova lei, é a lei que estava em vigor na data da ocorrência do fato gerador.

No nosso exemplo, a alíquota aplicável seria de 15%.

Isso significa que a lei nova não pode retroagir (salvo exceções que veremos em aulas futuras) para atingir fatos geradores que ocorreram sob a vigência de outra lei.

Logo, o art. 144 do CTN confirma o princípio da irretroatividade tributária.

Gabarito: A.

Questão 40 – (FCC) Agente Legislativo – SP/2010

A concessão de isenção de certo tributo para um determinado setor produtivo, que esteja passando por dificuldades de mercado, em detrimento de outros setores produtivos,

a) é inconstitucional, por violar o princípio da capacidade contributiva.

b) pode ser feita pela União relativamente a tributos estaduais, desde que

também esteja concedendo isenção para um tributo federal.

c) é ilegal, pois o Código Tributário Nacional só prevê isenção em caráter

geral.

d) é inconstitucional, por violar o princípio da uniformidade geográfica. e) é constitucional, atendendo, em tese, ao princípio da isonomia.

Comentários

A Constituição Federal proíbe a União, os Estados, o DF e os Municípios instituirem tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, vedada qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. É o famoso princípio da isonomia.

Devemos perceber que a vedação diz respeito ao tratamento diferenciado para contribuintes que estejam nas mesmas condições. Isso não impede que seja conferido um tratamento favorecido para se encontra em situação dificultosa.

Prof. George Firmino www.estrategiaconcursos.com.br Página 65 de 77 “A diferença de tratamento entre pessoas ou situações é absolutamente presente em qualquer ramo do Direito, assim como no Direito Tributário. A questão não é a prescrição de tratamento diferenciado que, em si mesma, não evidencia qualquer vício. Há normas, inclusive, vocacionadas à diferenciação, como as normas de isenção, que identificam pessoas ou situações que de outro modo estariam normalmente sujeitas à imposição tributária e excluem, apenas quanto a elas, o respectivo crédito, desonerando-as. O problema está, pois, não em saber se há ou não tratamento diferenciado, mas em analisar a razão e os critérios que orientam a sua instituição. Identifica-se ofensa à isonomia apenas quando sejam tratados diversamente contribuintes que se encontrem em situação equivalente, sem que o tratamento diferenciado esteja alicerçado em critério justificável de discriminação ou sem que a diferenciação leve ao resultado que a fundamenta.” (PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 12ª ed. Livraria do Advogado, 2010, p. 183) Pelo acima exposto, temos por resposta a alternativa E.

Questão 41 – (FCC) Procurador – Recife/2008

Município do interior pernambucano institui isenção de IPTU para pais adotivos. Esta medida é

a) inconstitucional, por violar o princípio da igualdade, além de não ter o

critério adotado qualquer relação com os aspectos da hipótese de incidência.

b) constitucional, já que estimula a adoção, tendo cará ter nitidamente

extrafiscal e social.

c) ilegal, por violar dispositivo constante do Código Civil que veda

discriminação entre filhos adotivos e biológicos.

d) constitucional, mas ilegal, por não ser da autonomia do Município

políticas públicas de planejamento familiar, aí incluído o estímulo à adoção.

e) constitucional, porque a Constituição Federal não veda qualquer

discriminação decorrente da filiação e legal de acordo com o Código Civil. Comentários

Com os comentários da questão anterior poderíamos responder a esta questão.

Porém, ela revela algo interessante na alternativa B. Seria a adoção uma prática incentivada pelo Estado, revelando caráter extrafiscal? A resposta é não.

Apesar de louvável a atitude, o caráter extrafiscal se revela quando o tributo é instituído, majorado ou diminuído, não levando em consideração a arrecadação.

Prof. George Firmino www.estrategiaconcursos.com.br Página 66 de 77 Ora, alterar o IPTU em nada influencia na adoção de crianças. E se os pais residissem em um imóvel rural? Que influência a medida teria? Nenhuma!

A isenção deve trazer estreita relação entre a diferenciação dos contribuintes e o elemento diferenciador escolhido pelo legislador para a sua concessão, sob pena de inconstitucionalidade por ofensa ao princípio da isonomia.

A fim de ilustrar esse entendimento, trago uma decisão proferida pelo TRF da 4ª Região:

“A isenção, como causa de exclusão do crédito tributário (CTN, art.175, I), é, por sua própria natureza, fator de desigualação e discriminação entre pessoas, coisas e situações. Nem por isso, entretanto, as isenções são inconstitucionais. Inconstitucionalidade haverá se, em determinada situação, ficar demonstrado que a desigualdade criada não teve em mira o interesse ou a conveniência pública na aplicação da regra da capacidade contributiva ou no incentivo de determinada atividade de interesse do Estado.” (TRF4, 2ª T., EDAMS nº 93.04.16949-6/RS, Juiz Teori Albino Zavascki, Nov/94)

Gabarito: A.

Questão 42 – (FCC) Procurador – TCE AL/2008

É exceção ao princípio da uniformidade geográfica a

a) vedação da União em instituir tributo uniforme em todo o território

nacional.

b) concessão, pela União, de incentivos fiscais destinados a promover o

equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre diferentes regiões do País.

c) vedação aos Estados e Distrito Federal de instituir isenções de tributos

de competência dos Municípios.

d) concessão, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de

diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão da procedência.

e) vedação de estabelecer limitação ao tráfego de pessoas ou bens, por

meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. Comentários

O art. 151, I, da Constituição Federal proíbe a União de instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. Trata-se do princípio da uniformidade geográfica.

Prof. George Firmino www.estrategiaconcursos.com.br Página 67 de 77 Ocorre que o mesmo dispositivo se apressa em trazer uma exceção: a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

Gabarito: B.

Questão 43 – (ESAF) AFRFB/2009

Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar, que constituem garantias dos contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que:

a) os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quando

considerados em sua perspectiva estática.

b) uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por

exemplo, não significa necessariamente confisco.

c) o imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva dinâmica,

pode ser confiscatório.

d) o princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da

progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação dos tributos.

e) a identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em função da

totalidade da carga tributária, mas sim em cada tributo isoladamente. Comentários

O princípio do não-confisco, por si só, já é bastante discutido. Não há um consenso sobre o limite do que é confiscatório e o que não é. Assim, há uma área de penumbra onde pairam dúvidas se ali o tributo tem efeito confiscatório ou não:

Esta questão apresentou duas alternativas com uma redação que complicou sua resolução. São as alternativas A e C. Elas tratam da perspectiva estática e dinâmica do efeito confiscatório. Trata-se de uma classificação doutrinária, mas apenas de alguns autores isolados. Nem o próprio STF, nos seus julgados sobre o art. 150, IV, da CF, citou tais aspectos.

Segundo esses autores, a perspectiva estática diz respeito ao patrimônio no sentido de propriedade, de manutenção. Já a

Alíquota do tributo CONTROVÉRSIA consenso de que não há confisco consenso de que configura confisco

Prof. George Firmino www.estrategiaconcursos.com.br Página 68 de 77 perspectiva dinâmica diz respeito à movimentação do patrimônio, à sua circulação, aquisição ou alienação.

Alternativa A - A banca adotou uma redação bastante obscura. Não

se está afirmando que os impostos podem ser confiscatórios. Isso seria absurdo, considerando o imperativo constitucional da vedação ao confisco. O que a banca quer dizer aqui é que, analisando pela perspectiva estática, os impostos sobre o patrimônio podem se tornar confiscatórios. A alternativa está correta, já que sob a ótica estática, se o tributo for elevado a tal ponto que impeça o direito de propriedade será considerado confiscatório.

Alternativa B – O IPI, apesar de apresentar uma arrecadação

bastante expressiva, foi criado como um tributo extrafiscal. Os tributos extrafiscais, como vimos na aula anterior, tem por objetivo principal regular algum setor econômico ou estimular certo comportamento nos consumidores. Considerando o caráter extrafiscal, admite-se certa flexibilidade para considerar o que é ou não-confiscatório. Assim, em se tratando de uma alíquota estabelecida com intuito preponderantemente extrafiscal, pode-se aceitar que um valor de 150% não seria confiscatório, a depender da situação. Correta.

Alternativa C – Vale reforçar o que foi comentado na alternativa A:

a redação da ESAF não foi das melhores. Não se está afirmando que os impostos podem ser confiscatórios. Isso seria absurdo, considerando o imperativo constitucional da vedação ao confisco. O que a banca quer dizer aqui é que, analisando pela perspectiva dinâmica, os impostos sobre o patrimônio podem se tornar confiscatórios. A alternativa está correta, já que sob a ótica dinâmica, se o tributo for elevado a tal ponto que impeça a circulação de bens, a aquisição ou a alienação será considerado confiscatório.

Alternativa D – Alternativa correta. A progressividade consiste em

aplicar alíquotas mais elevadas às maiores bases de cálculo. Assim, na medida em que a base tributável se apresenta maior, os contribuintes que ali se enquadrarem pagarão o tributo de forma mais gravosa. A CF/88 determina que o imposto de renda deve atender ao critério da progressividade. No entanto, ao aplicar este critério ao IR, a União não o pode fazê-lo de forma confiscatória, ao ponto de desestimular o acúmulo de riqueza. Imaginando uma situação absurda, suponha que a alíquota do imposto para determinada faixa de renda fosse de 90%. Ao chegar naquele limite de renda, ninguém iria querer trabalhar mais para aumentar seus rendimentos, eis que apenas 10% do acréscimo iria para a sua conta. Seria, sem dúvida, confiscatório.

Documentos relacionados