• Nenhum resultado encontrado

Escalas de importância de ganhos e perdas na aposentadoria (EPLR e

Nas escalas de importância de perdas ou ganhos percebidos na aposentadoria - EPLR e EPGR -, fizemos as mesmas análises que foram realizadas para validação do instrumento, com a intenção de avaliar sua adequação para utilização com docentes do ensino público superior.

para contextualizar o ambiente universitário. Os fatores encontrados no estudo original realizado por França e Vaugham (2008) com executivos neozelandeses e brasileiros foram: 1 – Liberdade do trabalho (6 itens); 2 – ter mais tempo para os relacionamentos (5 itens); 3 – Novo começo (4 itens); 4 – ter mais tempo para as atividades culturais e de lazer (3 itens); e 5 – ter mais tempo para realizar investimentos (1 item).

Os autores ressaltam que a escala EPGR teve uma média geral de 2.56, demonstrando que os executivos, geralmente, percebem os ganhos da aposentadoria como importantes. E Levando em consideração as médias individuais dessa escala original, ter mais tempo para o parceiro foi o mais importante ganho para as duas nacionalidades, seguida dos ganhos de ter mais tempo para os filhos. Ter mais tempo para os amigos, viajar a lazer, mais tempo para esportes, atividades culturais e hobbies foram considerados importantes sem distinção significativa entre as nacionalidades.

Na análise realizada com os docentes, a média geral foi de 2.30, o que corrobora com a percepção positiva dos ganhos na aposentadoria como encontrado no estudo realizado por Lúcia França. Porém, nas médias individuais gerais, destacam-se as seguintes percepções de ganhos: (1) oportunidade de viajar a lazer, (2) mais tempo para esporte e (3) atividade cultural, seguido de (4) liberdade para criar. Em relação aos itens ‘ter mais tempo para filhos e netos’ e ‘mais tempo para o marido’, esses foram vistos como ganhos importantes, mas ocupou as 4ª e 5ª posições, respectivamente, entre as médias desses ganhos.

Outro item que se destaca como um ganho importante é a possibilidade de realizar um trabalho diferente. Embora haja uma pequena diferença entre as instituições pesquisadas, houve uma maior avaliação de ganho por parte dos professores da UFRPE.

Dois outros itens destacaram-se por uma avaliação de percepção de importância do ganho pelos docentes da UFRPE, foram eles: mais tempo para meus parentes próximos e mais tempo para os amigos, o que mais uma vez corrobora com a percepção de retorno e a

possibilidade de reativação dos laços afetivos com os familiares e amigos próximos. Essa percepção atestam as análises realizadas com base na rede associativa como será descrito nas subseções seguintes.

Na análise fatorial que realizamos (Tabela 4), obtivemos distribuições de item diferente da análise realizada pela autora no estudo original, mas manteve-se o número de fatores.

Tabela 4

Escala de Importância dos Ganhos Percebidos pelos Professores Universitários com a Aposentadoria – EPGR

ITENSDAESCALADEGANHOS CARGAFATORIAL

G1 G2 G3 G4 G5

1. Não representar mais a universidade 0,021 -0,082 0,011 0,18 0,764

2. Não ser mais gestor. 0,196 0,184 -0,047 -0,077 0,602

3. Não ter mais responsabilidade pelo trabalho -0,067 0,402 -0,016 0,076 0,715

4. Não trabalhar sob pressão 0,125 0,708 0,076 -0,103 0,253

5. Não ter mais compromisso de tempo 0,213 0,778 0,053 0,055 0,191

6. Mais liberdade para criar 0,234 0,589 0,355 0,075 0,025

7. Mais tempo para os filhos/netos 0,718 0,158 0,114 -0,008 -0,006

8. Mais tempo para meus pais 0,704 0,069 0,104 0,082 0,147

9. Mais tempo para meu parceiro 0,773 0,185 0,032 0,179 0,016

10. Mais tempo para meus parentes próximos 0,828 0,114 0,23 0,091 0,062

11. Mais tempo para os amigos 0,783 0,234 0,175 0,134 0,039

12. Mais tempo para o trabalho voluntário 0,283 -0,027 0,665 0,073 -0,012

13. Realizar um trabalho diferente 0,099 0,179 0,805 0,065 0,086

14. Mais tempo para educação. 0,066 0,147 0,733 0,256 -0,171

15. Participar em política -0,102 0,012 0,058 0,678 0,164

16. Oportunidade de viajar a lazer 0,362 0,527 -0,007 0,466 -0,138

17. Mais tempo para esporte/atividade cultural 0,431 0,44 0,063 0,486 -0,155

18. Participar de clube e associações 0,239 0,034 0,168 0,71 -0,038

19. Tempo para investimentos 0,265 -0,064 0,308 0,497 0,164

% de variância explicada 19,03% 12,20% 10,55% 9,83% 9,06%

Eingevalues 5.58 1.97 1.56 1.26 1.15

Αlfa de Cronbach 0,853 0,713 0,687 0,613 0,591

Nota: 1 - A carga fatorial foi baseada na análise dos principais componentes e no teste de rotação Varimax. Foi utilizado o método listwise de eliminação de itens não respondidos. O percentual de variância acumulada com as cinco dimensões foi de 60%.

Adotando-se a análise fatorial exploratória, as dimensões mostraram coerência interna e variância explicada de 60,66%, sendo bem próxima da explicação do estudo original. Dividindo-se, também, em 5 fatores, como mostra o diagrama de declive (Figura 7).

Figura 7 - Diagrama de declive (EPGR).

Se nos estudos originais a primeira dimensão foi nomeada de “liberdade de trabalho” e era composta por seis itens, na análise que realizamos, a primeira dimensão que se destaca é a dos “relacionamentos sociais ou ter mais tempo para os relacionamentos”, com média geral 2. Essa dimensão foi composta por 5 itens, o que corrobora com a dimensão do estudo original. Os itens que compuseram-na foram: mais tempo para o relacionamento com os parceiros; com os filhos; com os pais; com os parentes; e com os amigos. Ela obteve variância explicada de 19,03%, sendo a dimensão com maior e melhor consistência interna (α=,853) e a média de correlações interitens foi de .76, o que demonstra uma ótima correlação.

A segunda dimensão que se destacou foi a que no estudo original denominou-se de liberdade de trabalho, com média geral de 1,9. Mas diferente do estudo original, essa

dimensão foi composta por quatro itens e carregou positivamente o item oportunidade de viajar a lazer, que no estudo anterior compunha outra dimensão da escala. Além desse item, ela também foi composta por não trabalhar sob pressão, não ter mais compromissos de tempo e mais liberdade para criar. A dimensão obteve uma boa consistência interna (α=.71) e uma média de correlação interitens de .38 e uma variância explicada de 12,2%. Além disso, essa classe também se correlacionou bem com os itens Mais tempo para esporte/atividade cultural e Não ter mais responsabilidade pelo trabalho. É importante ressaltar que no estudo anterior, esse último item fazia parte da dimensão.

A terceira dimensão foi composta por três itens, mais tempo para trabalho voluntário; mais tempo para a educação; e chance de realizar um trabalho diferente e seguimos a denominação original de novo começo (M=2,1). Essa dimensão obteve variância explicada igual a 10,55% e a sua consistência interna foi aceitável, mas bem próxima de uma boa consistência (α=.69). A média de correlação interitens foi de .42.

Denominamos a quarta dimensão de aproveitamento de tempo (M=2,7) e no estudo de Lúcia França (2004) foi denominada de ter mais tempo para as atividades culturais e de lazer. Escolhemos renomear essa classe porque como sua composição apresentou itens diferentes da original. Ela foi formada por quatro itens: Participar em política; Mais tempo para esporte/atividade cultural; Participar de clube e associações e tempo para investimentos. A classe ainda teve uma boa correlação com o item Oportunidade de viajar a lazer e obteve variância explicada de 9,83% e consistência interna aceitável (α=.61).

A última dimensão foi denominada como Parar de trabalhar, podendo ser compreendida por uma divisão da classe do estudo original que foi denominada por liberdade do trabalho e foi composta por três itens: não representar mais a universidade; não ser mais gestor; e não ter mais responsabilidade com o trabalho. A média dos fatores ficou em 2,92, obtendo a variância explicada 9,06% e consistência interna aceitável (α=.59).

Embora exista uma diferença na divisão dos fatores, as compreensões positivas dos ganhos com a aposentadoria transitaram pelos fatores já mencionados como importantes no estudo original.

Na análise por instituições distinguimos algumas diferenças na percepção desses ganhos, mas não foram estatisticamente significativas no teste de comparação de médias (t- student). No entanto, para uma melhor compreensão dos dados, fizemos essa tabela comparativa com os descritivos gerais e os por instituição para uma melhor visualização (Tabela 5 e 6).

Tabela 5

Tabela 6

Como demonstrado, percebemos algumas diferenciações, mas essas, como já mencionado, não foram significativas, o que nos leva a inferir que há uma compreensão geral mais positiva sobre as percepções de ganhos com a aposentadoria entre os professores universitários pesquisados. Análise de descritivas dos índices e do coeficiente de correlação de Spearman da EPGR.

Para uma análise mais detalhada, decidimos nos deter sobre os itens que se destacaram, levando em consideração as duas instituições pesquisadas. A seleção teve como critério de inclusão aqueles em que havia uma diferença maior entre as médias, embora todos os itens analisados apresentassem o tamanho do efeito pequeno variando entre r=0,1 e r=0,2.

O primeiro item analisado foi o não representar mais a universidade. Em média, os professores da UFRN tiveram uma visão mais positiva sobre os ganhos de não representar mais a universidade (M=2,91; EP=1,03) em relação aos professores da UFRPE (M=3,08; EP=,95). Essa diferença não foi significativa t(209,24) = - 1,468; p>0,05, e representa um tamanho de efeito pequeno r=0,10.

Outro item que analisamos foi mais tempo para os filhos/netos. Em média, os professores da UFRPE tiveram uma visão mais positiva sobre os ganhos de ter mais tempo para filhos/netos (M=1,75; DP=1,05) em relação aos docentes participantes da UFRN (M=1,91; DP=1,03). Essa diferença não foi significativa t (197,634)= 1,243; p>0,05.

O terceiro item analisado foi mais tempo para os pais. Os professores da UFRPE tiveram uma perspectiva mais positiva, em média, classificando como um ganho importante na aposentadoria (M=2,18; EP= 1,23) em relação aos professores da UFRN (M=2,43; EP= 1,25). Essa diferença também não foi significativa t(197,030)=1,685; p>0,05.

O quarto e quinto item analisados foram mais tempo para os parentes próximos e mais tempo para os amigos, que, em média, foram avaliados como ganhos muito importantes pelos

professores da UFRPE (M=1,84; EP= ,907; M=1,93; EP=,935, respectivamente), enquanto os professores da UFRN avaliaram como um ganho importante (M=2,14; EP=,919; M=2,04; EP=,873, respectivamente), embora os resultados também não tenham uma diferença significativa.

Outro item que também foi avaliado de forma diferente pelos docentes pesquisados foi realizar um trabalho diferente, que em média os professores da UFRPE avaliaram como um ganho muito importante (M=1,81; EP=,873), enquanto os da UFRN avaliaram como importante (M=2,03; EP=,971).

Já o item mais tempo para investimentos foi avaliado, em média, pelos professores da UFRN como um ganho pouco importante (M=3,04; EP=,995), sendo que os professores da UFRPE avaliaram como importante. (M=2,95; EP=,999).

Os outros elementos não destacados ficaram com as médias entre as instituições bem próximas o que pode ser verificado na tabela 6 citada anteriormente. Por isso não achamos necessário detalhar.

No teste de normalidade geral, analisamos a distribuição das respostas de maneira conjunta e também separadamente considerando a instituição. Em ambos os casos, a distribuição não foi normal. Os testes de homogeneidade da variância entre as instituições também demonstraram que o teste de Levene é não significativo (p>0.05), o que confirma que a as variâncias são significativamente diferentes.

Devido aos dados serem “não normais”, realizamos a análise do coeficiente de correlação de Spearman e a matriz montada, chegando à conclusão de que os itens possuem um bom nível de correlação (Tabela 7), o que vem a corroborar com a análise fatorial.

Tabela 7

Variáveis: Média, desvio padrão, e correlações EPGR.

A medida de relacionamento entre os fatores e as variáveis de resultado foi estimada usando o coeficiente de correlação de Spearman (bicaudal), como pode ser visualizada na Tabela 7, que também detalha as médias e desvio padrão das variáveis.

Para esta análise utilizaremos como parâmetro as dimensões dos fatores expostos no estudo original de Lúcia França (2004), que já mencionamos no início dessa análise.

Com relação aos fatores que influenciam a representação de aposentadoria como liberdade do trabalho, os resultados indicam que:

a) A variável não representar mais a universidade é tem uma correlação moderada com não ter mais responsabilidade pelo trabalho (rs = 0,46; p<0,001).

b) Já a variável não ser mais gestor correlacionou-se com o item não ter mais responsabilidade pelo trabalho (rs=0,31; p<0,001). Essa variável também se relacionou com todos os itens referentes às relações sociais e familiares, o que nos faz inferir que assumir cargos de gestão dentro da universidade é um fator de interferência na vida pessoal e que minimiza o tempo vivido com esse ciclo.

c) A variável não trabalhar sob pressão correlacionou-se com os itens da sua classe e com os fatores laborais já mencionados, mas também com os fatores sociais e familiares. O que nos faz inferir que os professores ao compreenderem que trabalham em cima de prazos e produtividade, principalmente aqueles que atuam na pós-graduação, percebem que um ganho positivo da aposentadoria seria o fim dessa cobrança produtivista.

d) O último item que gostaríamos de destacar dessa dimensão é o não ter mais compromisso com o tempo que interage significativamente com as variáveis laborais e sociais. Com relação aos fatores que influenciam a percepção de aposentadoria como ganho estão: retorno ao lar e retomada dos laços sociais e afetivos. Os resultados indicam que todas as variáveis que formam essa dimensão correlacionam-se significativamente entre si.

original: mais tempo para trabalho voluntário; mais tempo para a educação, mais tempo para participar na política e chance de realizar um trabalho diferente, que se correlacionaram moderadamente entre si.

A quarta dimensão foi ter mais tempo para as atividades culturais e de lazer e era formada por três itens: oportunidade de viajar; praticar esportes e realizar atividades culturais; e participar em clubes e associações. Já a quinta dimensão era formada pelo item tempo para investimentos.

De forma geral, os itens da escala de percepção dos ganhos com a aposentadoria tiveram uma boa consistência interna e uma boa correlação entre si. É importante destacar que a análise da percepção de ganhos da aposentadoria com uma perspectiva positiva foi bem avaliada, uma vez que os itens que tiveram mais força foram aqueles que compreenderam esse momento como novo começo ou etapa, retorno de relações familiares e possibilidades de lazer, além de influenciarem a formação das representações sociais sobre esse tema.

7.2.1 Análise da Escala de importância das perdas percebidas na aposentadoria (EPLR).

A escala original foi composta por 19 itens, subquestões. Para os nossos estudos utilizamos a escala com 18 itens, retirando o item plano de assistência médica, porque esse benefício dentro do serviço público mantém-se, independentemente, de se estar na ativa ou não. Além disso, ele é calculado com base no piso salarial recebido, podendo, aumentar no transcorrer da aposentadoria devido a outras perdas financeiras. Também fizemos algumas alterações textuais para melhor contextualizar o ambiente universitário.

Na primeira análise que fizemos, a escala dividiu-se em três fatores distintos provavelmente influenciada pela perda de um item, mas, mostrou uma excelente adequação da amostra e da matriz de correlação anti-imagem (KMO = .90 e variância de explicação de

60,6%). Preferimos pedir uma análise forçada em quatro fatores para fins de comparação com a original. A nova divisão manteve a excelente adequação interna (KMO=.90) e aumentou a variação explicada para 65,69%. Em relação ao aumento de variação acumulada essa foi maior que a do estudo original, que era de 62,5%.

Entre as perdas mais importantes destacam-se o senso de pertencer à universidade, criatividade no trabalho, responsabilidade do trabalho, desafio e os relacionamentos com as pessoas do departamento (próximos) e do trabalho como um todo, o que difere das percepções do estudo com executivos. Acreditamos que essa diferença estabeleça-se devido a uma grande identificação profissional que constrói a identidade do professor universitário e tendo como ambiente a universidade pública federal, que é avaliada por eles como o melhor lugar para o exercício pleno dessa profissão.

Além disso, as perdas salariais bem como as compensações também foram destacadas como importante para os professores universitários das duas instituições, embora os professores da UFRPE tenham atribuído um pouco mais de importância a essa perda do que os participantes da UFRN. Em compensação, o senso de pertencer à universidade foi avaliado pelos professores da UFRN como uma perda muito importante, enquanto os da UFRPE avaliaram, em sua maioria, apenas como uma perda importante.

Novamente, na análise fatorial que realizamos (Tabela 8), obtivemos distribuições de item diferentes da análise realizada pela autora no estudo original, mesmo forçando a análise para 4 fatores e obtendo uma excelente consistência interna (α=.92). Embora haja divergência na distribuição, elas não afetaram a compreensão dessas dimensões tendo como ponto de comparação o estudo original.

Figura 8 - Diagrama de declive (EPLR).

Os fatores do estudo com executivos foram denominados da seguinte forma: Aspectos emocionais do trabalho (P1); Aspectos tangíveis do trabalho (P2); Relacionamentos do trabalho (P3); e Salário e benefícios (P4). Utilizaremos essas denominações para as dimensões encontradas, mesmo tendo algumas divergências entre os itens que as formam.

Tabela 8

Escala de Importância das Perdas Percebidas pelos Professores frente à Aposentadoria – EPLR (N 313).

Item da escala de perda

Carga Fatorial

P1 P2 P3 P4

Desafio do trabalho 0,79 0,08 0,176 0,24

Responsabilidade do trabalho 0,82 0,13 0,147 0,22

Senso de ter um trabalho

competitivo 0,74 0,24 -0,03 0,35 Liderança 0,77 0,30 0,12 0,257 Poder de decisão 0,75 0,33 0,075 0,217 Criatividade do trabalho 0,77 0,06 0,296 -0,02 Senso de pertencer a Universidade 0,59 0,27 0,349 0,037

Evento e festa do trabalho 0,12 0,62 0,395 0,217

Ter uma secretária 0,23 0,71 0,026 0,19

Status fornecidos pelo cargo 0,21 0,77 0,019 0,156

Ambiente no trabalho (sala) 0,33 0,39 0,418 0,147

Oportunidade de viagens a

trabalho 0,20 0,54 0,36 0,13

Reuniões de departamentos 0,12 0,49 0,335 0,448

Senso de estar ocupado 0,29 0,18 0,205 0,749

Rotina de trabalho 0,25 0,16 0,219 0,789

Relacionamento com colegas de

departamento (próximos) 0,20 0,16 0,866 0,21

Relacionamento com colegas de

trabalho 0,20 0,13 0,859 0,255

Compensação (Abono permanência e bonificação por

cargos de gestão) 0,14 0,28 0,119 0,499 % da variância explicada 24,7 14,97 13,6 12,42 Eigenvalues 4,45 2,69 2,45 2,37 Alfa de Cronbach .914 .782 .794 .703 Média 2,36 3,1 2,33 2,6

Método de extração: Análise do Componente principal. Método de rotação: Varimax com normalização de Kaiser. a. Rotação convergida em 5 iterações.

Nota: 2. Foi utilizado o método listwise de eliminação de itens não respondidos. O percentual de variância acumulada com as quatro dimensões foi de .65,7%.

da responsabilidade do cargo; do senso de ter um trabalho competitivo; da liderança; do poder de decisão; da criatividade do trabalho; e do senso de pertencer à universidade, e foi denominada de dimensão emocional do trabalho, conforme o estudo original já que foi formada pelos mesmos itens. Sua variância explicada foi de 24,7% e a carga fatorial variou de .59 a .82. A dimensão apresentou um excelente nível de consistência interna (α = .91) e média de correlação interitens de .60 e teve ainda uma média de 2,4, o que demonstra que os itens avaliados foram percebidos em sua maioria como perdas importantes advindas da aposentadoria.

A segunda dimensão denominada de aspectos tangíveis do trabalho foi formada por cinco itens: perda dos eventos e festas do trabalho; de ter uma secretária; do status oferecido pelo cargo; das oportunidades das viagens a trabalho; e das reuniões de departamento. Essa dimensão difere-se do estudo original que tinha carregado em oito itens, mas mantivemos o mesmo nome por acreditar que continua abrangendo em sua maioria a ideia original da classe e obteve 15% da variância explicada e a carga fatorial variou de .49 a .77. Além disso, apresentou um bom nível de consistência interna (α=.78) e a média de correlações interitens foi .60. Em geral, os itens foram avaliados como uma perda pouco importante (M= 3,1).

A terceira dimensão relacionamentos no trabalho foi composta por três itens: relacionamento com colegas de departamento (próximos), relacionamento com colegas de trabalho e ambiente de trabalho (sala). Esse último item não fazia parte dessa dimensão no estudo de Lúcia França, mas acreditamos que ele a compõe porque os professores veem o ambiente de trabalho como o local onde as relações acontecem e há uma relação de pertencimento ao este lugar como sendo pessoal. A variância explicada dessa relação foi de 13,6% e a média de correlações interitens ficou em .58. Em geral, as perdas nessa dimensão foram avaliadas como importantes (M=2,3) e obteve uma boa consistência interna (α=.79).

trabalho e compensações, uma vez que acrescentou itens que modificam seu sentido. A dimensão foi composta por três itens: senso de estar ocupado; rotina do trabalho e compensação (Abono permanência e bonificação por cargos de gestão). A variância explicada dessa relação foi de 12,4% e a média de correlações interitens ficou em .45. A carga fatorial oscilou entre .50 a .79 e, embora não faça parte dessa dimensão, o item reuniões de departamento correlacionou-se bem com ela. Em geral ,as perdas foram avaliadas como importantes (M=2,6) e obteve uma boa consistência interna (α=.70).

Embora exista uma diferença na divisão dos fatores, as compreensões negativas das perdas com a aposentadoria transitaram de forma diferente do estudo original, mas na dimensão relacionamento no trabalho os escores foram bem parecidos, o que nos faz inferir que as relações sociais dentro do trabalho são um fator que podem influenciar na visão negativa da aposentadoria.

Na análise por instituições percebemos algumas diferenças na percepção dessas perdas, mas não foram significativas, uma vez que em média houve uma percepção bastante semelhante.

Para uma melhor compreensão dos dados obtidos, fizemos essa tabela comparativa com os dados descritivos gerais e por instituição para uma melhor visualização (Tabela 9 e 10).

Tabela 9

Tabela comparativa das médias e DP das instituições.

UFRN UFRPE

Média Desvio padrão Análise N Média Desvio padrão Análise N

Desafio do trabalho 2,28 1,020 213 2,30 ,905 100

Responsabilidade do trabalho

2,22 1,010 213 2,24 ,900 100

Senso de ter um trabalho