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Escola C Pública Estadual

No documento Download/Open (páginas 74-77)

A escola faz parte da rede estadual de ensino do Estado de Goiás, situa-se na região

metropolitana de Goiânia, no setor Jardim América, funcionando em três turnos: matutino –

com turmas do 9º Ano ao Ensino Médio; vespertino – atendendo a turmas do 6º ao 9º Ano; e

noturno – ofertando o ensino médio.

Esta instituição de ensino foi fundada em 1977, possui atualmente cerca de 1.200

alunos, numa área construída de 3.640m

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, com 21 salas de aulas e 20 dependências que

comportam os laboratórios de informática, línguas e ciências, as coordenações pedagógicas e

de turno, a secretaria, a biblioteca, a cozinha, dois almoxarifados, as salas da direção, dos

professores, mecanografia, de recursos audiovisuais, dois banheiros para os alunos, dois para

os professores, dois para os funcionários, e dois vestiários para os alunos.

Além disso, conta com uma quadra de esportes toda murada e pátio bem espaçoso que

é utilizado pelos alunos no horário do lanche e nas aulas de Educação Física, quando a quadra

está por algum motivo impossibilitada de ser usada.

É válido ressaltar que esta escola possui apenas um professor de Educação Física, o

qual ministra aulas nos dois turnos (matutino e noturno) para todas as turmas.

Em relação ao PPP, quando o solicitamos à direção da escola a primeira coisa que

observamos foi a data de sua elaboração, 2010. Prontamente, a diretora argumentou que

houve a mudança da equipe gestora no colégio, e a gestão anterior não conseguiu executar as

ações propostas no documento e, por não terem conseguido fazer um novo PPP para 2011,

resolveram continuar adotando o do ano anterior.

Segundo o PPP da escola, a maioria dos alunos do período matutino pertencem à

classe média e não trabalham, situação oposta à do período noturno, em que há o predomínio

do aluno trabalhador, muitos deles pais de família. Já no turno vespertino, é grande o número

de alunos com menor poder aquisitivo, muitos dos quais recebem benefícios governamentais

para complementação da renda familiar.

A Resolução nº 3, de 26 de junho de 1998, que institui as DCNEM confere aos órgãos

estaduais o papel de formulação e execução das políticas que orientarão os currículos nessa

etapa do ensino. Como a Escola C-PE integra o sistema estadual público, foi necessário

recorrer a uma publicação da Secretaria da Educação do Estado com os Referenciais

Curriculares para o Ensino Médio elencados a partir do estudo e da análise da LDBEN nº

9.394/1996, cujo volume 7 se destina especificamente à disciplina Educação Física.

Esse material propõe-se a oferecer aos professores de sua rede de ensino “conteúdos

para trabalharem e/ou subsídios para elaborarem seus próprios textos e planos de aulas”, ou,

como ele mesmo diz, pretende resignificar a concepção de “o que ensinar, como ensinar e

quando ensinar” (MOREIRA; ABREU, 2010, p. 13).

Além disso, nesse fascículo defende-se que “pelo menos dois princípios devem

orientar a prática pedagógica da Educação Física: inclusão e participação coletiva”, pois

acredita-se que a disciplina não deve ser reduzida ao

ensino anacrônico do esporte ou defendê-la como sinônimo de atividade física para promoção da saúde apenas, mas a partir de uma perspectiva ampliada, deveremos apoiar e construir meios de trabalho, observando os fins mais abrangentes de uma formação verdadeiramente humana (MOREIRA; ABREU, 2010, p. 16, 18).

Este documento da Secretaria da Educação do Estado de Goiás dirigido aos

professores evidencia, em perspectiva, possibilidade de efetivação de uma Educação Física

escolar crítica, que busque mesclar entre os conteúdos e objetivos sugeridos tanto os debates

de temas atuais que visam proporcionar ao aluno conhecimentos para a sua autonomia como

também a vivência de princípios de treinamento e regras institucionalizadas dos esportes.

Segundo informes de professores da área de Educação Fïsica, este documento, na realidade,

nada orienta a respeito da prática da Educação Física escolar.

Com relação ao PPP da escola pesquisada, vemos em princípio certo desinteresse com

o documento, pois a instituição utilizou no ano de 2011 o PPP que foi elaborado no ano

anterior, sob a alegação de falta de tempo para elaborar um novo, pela mudança da direção da

escola. A impressão que se tem é que o PPP da escola tem sido construído apenas para

cumprir ou seguir algumas normas preestabelecidas, permanecendo engavetado.

O PPP da escola em questão intitula-se Aprendendo e Vivenciando a Cidadania com

Ética e apresenta como missão “contribuir para a formação de cidadãos críticos e conscientes,

visando um ensino de qualidade aos nossos alunos, respeitando a diversidade e os valores

culturais de toda a comunidade escolar”. Aparecem como responsáveis pela construção do

Projeto, na estrutura operacional, a equipe gestora, o conselho escolar, o corpo docente e a

coordenadora do projeto político pedagógico.

Ademais, o documento diz priorizar “a elaboração coletiva de atividades

interdisciplinares, visando a construção de valores socialmente desejáveis, como o respeito à

ética, à convivência democrática, à inclusão social e aos direitos humanos” (APRENDENDO

E VIVENCIANDO, 2011, p. 10).

Do exposto a respeito do documento, figuram-se duas preocupações centrais, a

qualidade do ensino, repetido sistematicamente e a transmissão aos alunos dos valores que são

disseminados na sociedade.

No PPP da escola, existe um tópico intitulado Das Metas e Ações, no qual é

interessante ressaltar a presença da Educação Física no Ensino Médio na Meta 3, que diz:

realizar atividades culturais na escola, tendo como objetivo específico “incentivar o controle

do corpo e da mente, pelos alunos”, sendo o local de execução o pátio da unidade escolar

(APRENDENDO E VIVENCIANDO, 2011, p. 13).

Por meio da análise do PPP da escola, percebe-se, em seus dizeres, uma busca pela

formação do educando, levando-o a uma reflexão crítica sobre o desenvolvimento do

processo ensino/aprendizagem voltado para a teoria e a prática, bem como conotações sociais,

como a formação da cidadania, noções de normas e regras e o estímulo para os hábitos de

higiene.

Pela leitura e análise documental, pode-se inferir que o PPP não avança nos seguintes

aspectos: no sentido de considerar certas limitações como determinantes do insucesso de

algumas metodologias, marcadamente pela falta de recursos didáticos; na pretensão da

formação global do ser humano, não definindo concepções, metas reais/concretas, ou seja,

atingíveis; e na proposta pedagógica apresentada, pois os professores da escola, em sua

maioria, não têm clareza e/ou interesse em criar metodologias diferenciadas, reproduzindo

sempre as aulas tradicionais circunscritas às reais condições de infraestrutura.

3.3 A Educação Física Observada nas Aulas das Escolas A-PF, B-Part. e C-PE

Na observação não participante, realizamos o registro escrito num diário de bordo, por

entender que a filmagem traria constrangimento aos professores e alunos, levando em

consideração que a presença do pesquisador por si já o causa. Definimos as seguintes

questões relevantes para serem observadas: o modo de ensinar, os tipos de atividades, o

horário e local de realização, comportamento dos alunos com os colegas e professor e relação

professor-aluno.

As aulas foram observadas no segundo semestre de 2011, tendo ocorrido alguns

contratempos para realizar as observações na escola A-PF, que esteve em greve por um

período superior a trinta dias.

As aulas de Educação Física nas escolas participantes, de acordo com as observações

registradas, ocorrem da maneira a seguir relatadas.

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