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O IRHJP proporcionou experimentos em seu laboratório de currículo e cooperação técnica às entidades federadas. Destaca- se que ao laboratório de currículo estava vinculada uma Escola- Laboratório: Escola Estadual Leon Renault, conforme podemos ver na imagem. Esta Escola-Laboratório voltada ao 1º grau ou ensino fundamental, ocupava o edifício E do Instituto, com uma área de aproximadamente 20.000m², “com salas de aula, laboratórios, bibliotecas, cantinas e ambientes especializados diversos”, conforme visualizamos na imagem ao lado.

Ainda faz parte da estrutura da Escola-Laboratório: piscinas, quadras de esporte, um ginásio coberto e pista de atletismo, além de áreas destinadas à horticultura e jardinagem. Vale a pena lembrar que o IRHJP ocupa a mesma área antes destinada ao que foi o IJP, anteriormente detalhado, assim há edificações de cronologias diferentes, sendo a Escola-Laboratório uma construção mais moderna.

Suas salas de aula são amplas, e com elementos arquitetônicos diferenciados. Além do espaço destinado ao momento de aprendizagem, há em cada sala de aula dois banheiros, um espaço destinado ao armazenamento de material didático utilizado nas aulas e uma pequena biblioteca. Entretanto as salas de aula atualmente são utilizadas para aulas dos componentes trabalhados nas Escolas Classe de Salvador e Brasília. Investigando os documentos encontrados na biblioteca do Magistra, onde estão atualmente mantidos e armazenados grande parte dos documentos históricos do CRPEMG, Pabae, dentre outros programas e convênios, encontramos indícios de porque desta diferença arquitetônica e também de destinação de ensino ou prática de ensino.

Figura 22: Documento que comprova a previsão de construção da Escola Parque, Belo Horizonte/MG. Fonte: Acervo pessoal, 2015.

A Escola-Laboratório prevista para Belo Horizonte, previa não só a construção de uma escola de primeiro grau nos moldes de uma Escola Classe, como também uma Escola Parque, como veremos nas imagens a seguir. Entretanto parte do projeto não foi finalizado corretamente, não sendo construídas as salas destinadas ao ensino de Arte e Laboratórios diversos. Mesmo mantendo o nome de Escola Parque, a escola Leon Renault é mais próxima da estrutura formal de uma Escola Classe que de uma Escola Parque, nos moldes das Escolas Parque implementadas nas cidades de Salvador e Brasília, mesmo levando-se em consideração às dependências escolares e a destinação das mesmas.

A seguir apresentamos uma seqüência de documentos, encontrados nos arquivos do antigo CRPEMG que abordam o tema Escola Parque de Belo Horizonte. Cremos que é relevante apresentar tais documentos dentro da tese, no corpo do texto e não em um anexo60, levando-os ao conhecimento público, uma vez que os

mesmos nunca foram exibidos e por trazerem a tona o tema da pesquisa, bem como a sua importância quanto a análise futura dos dados ora exibidos. Primeiramente discorremos sobre cada um dos documentos e em seguida os apresentamos em página cheia, dando o necessário destaque à informação e dados neles contidos.

Assim iniciamos com um documento datado de 22 de abril de 1965, emitido pelo então Secretário de Educação do Estado de Minas Gerais – Aureliano Chaves, endereçado ao Diretor do CRPEMG – Abgar Renault, solicitando o repasse dos recursos do INEP à Secretaria de Estado, destinados à construção da Escola Parque de Belo Horizonte, conforme cláusula do convênio estabelecido entre as partes. Consta ainda deste documento o parecer de “à Secretaria Executiva / atendido nesta data”, do qual denota-se que recursos foram liberados e então iniciada a construção do edifício acima citado.

Em seguida temos um documento datado de 1º de julho de 1965, também emitido pelo então Secretário de Educação do Estado de Minas Gerais – Aureliano Chaves, endereçado ao Diretor do CRPEMG – Abgar Renault, solicitando a entrega do montante

60 Sendo esta pesquisa baseada em investigações em arquivos e visa esclarecer sobre informações das Escolas Parque ainda desconhecidas do público geral.

Figura 23: Documento que comprova a problemática da construção da Escola Parque, Belo Horizonte/MG.

de Cr$ 30.000.000,00 (trinta milhões de cruzeiros) à empresa responsável pelos serviços de construção da Escola Parque da Gameleira, já iniciada. Percebemos aqui uma renominação do objeto – Escola Parque de Belo Horizonte para Escola Parque da Gameleira, entretanto, trata-se do mesmo objeto, somente identificado no segundo documento de acordo com a sua localização geográfica no bairro da Gameleira na cidade de Belo Horizonte.

Em seguida destacamos o documento datado em 14 de dezembro de 1965, emitido pelo diretor do CRPEMG e endereçado ao Diretor Carlos Pasquale do INEP, solicitando recursos financeiros para execução de obras no CRPEMG, dentre elas, destacamos as “Salas de artes e Laboratório” onde estava sendo construída a Escola Parque.

O próximo documento a ser apresentado é datado em 06 de julho de 1967, emitido pelo então secretário de educação – José Maria Alkmim, endereçado ao advogado geral do estado – Plauto da Silva Araújo, solicitando um pronunciamento sobre o processo de construção da Escola Parque, tendo em anexo o parecer do engenheiro Silvestre A. Resende. Este documento está datado, praticamente dois anos após o anterior. Em agosto de 1967 é devolvido ao secretario de educação a resposta do supracitado advogado. O parecer do engenheiro informava que as obras estavam paralisadas por falta de repasse dos recursos financeiros. Apresentamos as demais páginas do documento visando completar a informação. Em seguida são apresentados alguns outros documentos que corroboram na discussão quanto aos recursos e a paralisação das obras da Escola Parque de Belo Horizonte.

Dando um salto cronológico, há um documento relativo ao material comprado e destinado às atividades da Escola Parque de Belo Horizonte, que se encontravam armazenados e sem utilização. O documento solicita a transferência do material e uso nas dependências de formação de profissionais da área de educação, ações estas desempenhadas também no CRPEMG, e outros que seguem sugestão de venda ou doação.

Ainda há um documento sobre a solicitação de cancelamento de contrato, devido a paralisação das obras da Escola Parque. O

Figura 24: Documento sobre solicitação de verba pública para a construção da

mesmo não é datado, tampouco conta com destinatário e remetente formal. Deduz-se pela imagem que é um rascunho de um documento a ser reelaborado e enviado. Entretanto, como faz parte do arquivo pesquisado, crê-se que seja relevante sua divulgação e uso nesta pesquisa. A seguir, apresentamos os documentos supracitados.

A relevância da cronologia apresentada nos documentos nos possibilita analisar que as datas são todas posteriores a aposentadoria de Anísio Teixeira. Ou seja, o idealizador do Centro Regional de Pesquisas Educacionais, bem como da Escola Parque já não mais estava na gestão do INEP, órgão que desde o início financiou e executou os conceitos e ideais anisianos. Cremos que há relação com a saída de Anísio Teixeira do INEP e a falta de recursos para a conclusão da construção da Escola Parque de Belo Horizonte.