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É consenso que a informática representa para o ensino uma importante ferramenta para a produção e circulação do conhecimento. A utilização de tal ferramenta para usos pedagógicos representa, em uma escola, a preocupação em atingir níveis de qualidades cada vez maiores.

Como no Censo é apenas questionado se a escola está ligada à Internet, não se consegue verificar se o acesso à Internet se restringe à aplicação administrativa ou se atende a área pedagógica e didática. Assim, essa análise se restringe a verificar quantas escolas possuem acesso à Internet, mas não como esse acesso é utilizado, mas, mesmo sua utilização sendo restrito à aplicação administrativa, o rápido processo de comunicação e conhecimento que a Internet fornece representa uma ferramenta que auxilia a melhoras no sistema de ensino. Verifica-se pelo Gráfico 25 um crescimento constante e significativo no total de escolas com acesso à Internet em ambos os grupos, sendo que esse aumento acompanhou o crescimento contínuo dos laboratórios de informática. Em todos os municípios ocorreu aumento superior a 200%. Conforme descrito, em 2005 houve a desativação de laboratórios de informática nas escolas, entretanto, manteve-se o aumento no total de escolas com acesso à Internet. Necessário explicar que a desativação dos laboratórios não implica na desativação do acesso à Internet. Portanto, explica-se que o aumento em 2005 de escolas com acesso a Internet foi utilizado pela equipe administrativa e magistério, não sendo o acesso disponibilizado diretamente aos alunos.

As escolas se ajustaram rapidamente para terem acesso à rede mundial de computadores. Houve um crescimento acelerado, entre 1999-2006, das escolas que passaram a ter acesso a Internet; no grupo superavitário de grau médio o aumento foi de 6.600% e, nas escolas deficitárias de grau baixo o aumento foi de 2.180%.

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As informações disponibilizadas pelo EdudataBrasil não apresentam o total de escolas com acesso à Internet para o ano de 2006, assim a análise se restringiu ao período de 1999-2005.

Gráfico 25 - Evolução percentual do total de escolas com acesso à internet segundo grupo e grau de municipalização no período 1999-2006a. (Ano base 1999=100)b 50 450 850 1.250 1.650 2.050 2.450 2.850 3.250 3.650 4.050 4.450 4.850 5.250 5.650 6.050 6.450 Internet em es colas Índice Bas e 1999=100

S - Total com internet - Grau Alto 16 40 113 175 248 295 322 0

S - Total com internet - Grau Médio 4 13 116 147 170 217 269 0

S - Total com internet - Grau Baixo 211 351 476 537 582 647 649 0

S - Total com internet - Grau Muito Baixo 0 1 4 1 1 22 28 0

S - Evolução no total com internet - Grau Alto 0 250,0 706,3 1.093,8 1.550,0 1.843,8 2.012,5 S - Evolução no total com internet - Grau Médio 0 325,0 2.900,0 3.675,0 4.250,0 5.425,0 6.725,0 S - Evolução no total com internet - Grau Baixo 0 166,4 225,6 254,5 275,8 306,6 307,6 S - Evolução no total com internet - Grau Muito Baixo 0 0,0 400,0 100,0 100,0 2.200,0 2.800,0

D - Total com internet - Grau Alto 6 8 8 16 18 26 32 0

D - Total com internet - Grau Médio 0 3 13 27 32 33 31 0

D - Total com internet - Grau Baixo 5 16 63 81 92 108 114 0

D - Total com internet - Grau Muito Baixo 48 55 84 134 162 260 271 0

D - Evolução no total com internet - Grau Alto 0 133,3 133,3 266,7 300,0 433,3 533,3 D - Evolução no total com internet - Grau Médio 0 0,0 433,3 900,0 1.066,7 1.100,0 1.033,3 D - Evolução no total com internet - Grau Baixo 0 320,0 1.260,0 1.620,0 1.840,0 2.160,0 2.280,0 D - Evolução no total com internet - Grau Muito Baixo 0 114,6 175,0 279,2 337,5 541,7 564,6

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Em 2005 um total de 76% das escolas superavitárias e 64% das escolas deficitárias possuía acesso à Internet. Importante ressaltar que em 1999, o percentual de escolas com acesso à Internet não atingia 40% em ambos os grupos. Tais informações são observadas no Gráfico 26.

A partir do Gráfico 25, observa-se que, embora nos municípios deficitários de grau baixo tenha ocorrido aumento significativo no total de escolas com acesso à Internet, o nível de coberturas com acesso a rede mundial de computadores atingiu apenas 41% das escolas desses municípios no ano de 2005. O lento crescimento no total de escolas que ofertaram o serviço nos municípios superavitários de grau baixo e, deficitários de grau médio, explica- se pelo fato de em 2004, praticamente 90% de suas escolas já contarem com esse serviço. Em 2004, o total de escolas com acesso à Internet foi equivalente ao total de escolas que ofereceram o serviço de laboratórios de informática, em ambos os grupos, o que indica o acesso à Internet a partir dos laboratórios.

Gráfico 26 - Participação percentual do total de escolas com acesso à internet no total de escolas do grupo e grau de municipalização no período 1999-2006 a.

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0% 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

S - Total com internet - Grau Alto S - Total com internet - Grau Médio S - Total com internet - Grau Baixo S - Total com internet - Grau Muito Baixo D - Total com internet - Grau Alto D - Total com internet - Grau Médio D - Total com internet - Grau Baixo D - Total com internet - Grau Muito Baixo

Fonte: EdudataBrasil. Elaboração própria.

3.3. - Total de professores segundo nível de formação

Em seu artigo 62 a LDB estabelece que

“a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidade e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal”.

LDB, Art. 62.

A LDB define ainda um prazo de dez anos para que somente sejam admitidos “professores

habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço” (LDB, Art. 87

§.4). Ou seja, a partir de 2007 a formação dos docentes da educação básica a ser exigida será o nível superior com licenciatura específica ou curso normal superior, mas, admite como formação mínima o nível médio (modalidade normal) para a docência nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. Portanto, a LDB enfatiza, no que diz respeito aos professores, a redução no número de professores leigos mediante o próprio aperfeiçoamento desses professores. São considerados leigos, para efeito de atuação no Ensino Fundamental, os professores que lecionam para turmas de 1ª à 4ª série que possuem apenas o Ensino Fundamental, completo ou incompleto, o Ensino Médio (modalidade normal antigo Magistério) e,

que tenham concluído o Ensino Superior, em cursos de licenciatura em área específica. Como instrumento de incentivo para a qualificação dos professores foi, estabelecido pela Lei que regulamentou o Fundef, a utilização, até o final de 2001, de 60% dos recursos (que eram destinados aos salários de educadores) para os programas de treinamento. A partir de 2002, a possibilidade de apoiar a habilitação de professores leigos com a parcela dos 60% do Fundo não era possível, sendo este percentual destinado exclusivamente à remuneração. Entretanto, os 40% dos recursos do Fundef puderam ser utilizados não só para a habilitação dos professores leigos, como também para o aprofundamento dos conhecimentos profissionais a partir de programas de aperfeiçoamento profissional continuado assegurados nos planos de carreira do magistério público. Dessa forma a formação e aprimoramento constante do principal ator responsável pela condução do processo de ensino-aprendizagem bem como, melhoras nas condições de trabalho e estímulos gerados por melhoras salariais;

acabam por constituir forte instrumento para se atingir melhores índices de qualidade no ensino.

Os itens abaixo destacam as informações disponíveis no EdudataBrasil sobre os professores:

o número total de professores por nível de formação e nível/modalidade de atuação. O nível de formação está classificado da seguinte forma: fundamental (completo e incompleto) médio (completo) e superior (completo e sem licenciatura);

o número total de professores do ensino básico por nível de atuação, independente do nível de formação e;

percentual de docentes com curso superior.

As informações utilizadas para a análise desse estudo, correspondem aos itens “a” e “b”. O item “c” foi excluído por não apresentar em suas variáveis o nível/modalidade de atuação. Pelas informações disponíveis não foi possível verificar se houve efetiva eliminação no total de professores leigos, uma vez que não são apresentadas informações sobre o total de docentes com ensino superior e com licenciatura em área específica. Assim, a análise se focou em verificar a redução dos docentes com nível fundamental e médio, e, o aumento no total de docentes com nível superior e sem licenciatura, que é forte indicativo para uma educação com melhor qualidade.

Para verificar a participação dos docentes segundo seu nível de atuação, do total de docentes dos municípios; foram extraídos os seguintes dados do EdudataBrasil:

total de docentes com nível de formação fundamental (completo e incompleto): leciona na 1ª a 4ª série e, 5ª a 8ª série;

total de docentes com nível de formação médio (completo): leciona na 1ª a 4ª série e, 5ª a 8ª série e;

total de docentes com nível de formação superior (completo e sem licenciatura): leciona na 1ª a 4ª série e, 5ª a 8ª série;

total de docentes que lecionam no ensino fundamental.

Contudo, foram identificados em 64 municípios que a somatória dos totais de docentes com nível fundamental, médio e superior excedeu, em alguns anos, o próprio dado disponibilizado de total de docentes. Isso significa que houve dupla contagem de docentes durante o preenchimento do Censo que, conforme descrito pelo EdudataBrasil “o Censo

Escolar tem como unidade básica de coleta a escola. Neste levantamento, a escola informa quantos professores estão atuando em sala de aula, entretanto, esses professores podem atuar em outras escolas.”, Assim, optou-se por utilizar a somatória dos totais de docentes

segundo nível de formação. A relação dos 64 municípios encontra-se no Anexo 3.

Foram encontrados 60 municípios que informaram não possuírem docentes em sua rede de ensino, pelo menos em algum ano no período 1999-2006 (todos esses municípios pertencem ao grupo deficitário). Explica-se esse fato pois, como anteriormente explicitado, a SEE assina convênios com os municípios no qual, durante a municipalização das escolas, são cedidos todo o corpo técnico da rede estadual (professores, diretores e coordenadores pedagógicos) por cinco anos da vigência do convênio. Embora o município efetue ao Estado o reembolso da folha de pagamentos destes funcionários, estes, não são funcionários do município. Assim, como o questionário que alimenta o EdudataBrasil é o Censo Escolar que é de auto-preenchimento, muitas escolas erroneamente não informaram os professores cedidos pelo Estado, ainda que estes tivessem atuado na rede municipal. A listagem dos 60 municípios sem docentes no ensino fundamental, em pelo menos um ano no período 1999- 2006, está apresentada no Anexo 4. Esses municípios foram mantidos nesse estudo por não criarem nenhuma dispersão para a análise.

Pelo Gráfico 27, verifica-se que durante a vigência do Fundef, ocorreu um aumento no total de professores com nível superior em todos os municípios do grupo superavitário, com resultado em 2006, de mais de 90% do corpo docente com ensino superior. Esse aumento foi proporcional à redução no total de docentes que possuíam nível médio. A melhora do nível de qualificação dos docentes aconteceu gradualmente e praticamente sem interrupção, podendo ser interpretado que, mesmo após 2001 (último ano no qual o percentual de 60% destinado à remuneração poderia ser utilizado para a habilitação) manteve-se o investimento na qualificação do corpo docente. Ressalta-se que nesta análise não pode ser descartada a contratação de novos funcionários. O fato importante é que esses municípios respeitaram a LBD no que concerne a qualificação de seus corpos docentes, aumentando significativamente o total de docentes com nível superior.

Embora na média os municípios não tenham ofertado docentes com nível de formação fundamental, verifica-se que em alguns anos houve oscilação positiva na oferta desse funcionário. Como tais oscilações não passam de 1%, tal fato pode ser explicado como uma

contratação de emergência, devido a ajustes no quadro de docentes dos municípios como aposentadorias ou afastamento dos docentes.

Destaca-se no Gráfico 27 os municípios de grau muito baixo que até o ano de 2003 apresentavam menos de 40% de docentes com ensino superior e no ano seguinte o percentual destes docentes foi de 53%. Tal crescimento pode ser explicado pelo fato que a média para a conclusão de um curso superior é de quatro anos e, portanto, os municípios ao incentivarem desde 1999, seus docentes a concluírem o ensino superior, só obtiveram os resultados esperados quatro anos depois. Esses municípios possuíam, em 2006, 99% de docentes com ensino superior.

Os municípios de grau alto ao lado dos municípios de grau médio apresentaram o menor percentual de docentes com nível superior em 2006, 93% em ambos.

Gráfico 27 - Total de docentes dos municípios do grupo superavitário segundo nível de formação e grau de municipalização no período 1999-2006. Grupo Superavitário 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Docentes com nível Fundamental - Grau Alto 0% 0% 1% 1% 0% 0% 0% 0%

Docentes com nível Médio - Grau Alto 43% 40% 36% 30% 26% 20% 17% 7%

Docentes com nível Superior - Grau Alto 56% 59% 63% 69% 74% 80% 83% 93%

Docentes com nível Fundamental - Grau Médio 0% 0% 1% 0% 1% 0% 0% 0%

Docentes com nível Médio - Grau Médio 54% 54% 50% 44% 35% 30% 24% 7%

Docentes com nível Superior - Grau Médio 46% 46% 50% 56% 64% 70% 76% 93%

Docentes com nível Fundamental - Grau Baixo 1% 0% 0% 0% 1% 0% 0% 0%

Docentes com nível Médio - Grau Baixo 47% 47% 41% 36% 37% 30% 22% 4%

Docentes com nível Superior - Grau Baixo 52% 53% 59% 63% 62% 70% 78% 96%

Docentes com nível Fundamental - Grau Muito Baixo

0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Docentes com nível Médio - Grau Muito Baixo 70% 68% 64% 66% 63% 47% 32% 1%

Docentes com nível Superior - Grau Muito Baixo 30% 32% 36% 34% 37% 53% 68% 99%

Nos municípios do grupo deficitário demonstrado pelo Gráfico 28, verifica-se que o movimento foi similar aos municípios do grupo superavitário, ou seja, ocorreu gradual crescimento de docentes com nível superior em substituição aos docentes de nível médio. Entretanto, os municípios deficitários realizaram o ajuste em seu corpo docente a partir de 2001, enquanto que nos municípios superavitários esse ajuste ocorreu a partir de 2003. Ressalta-se que os municípios deficitários não contaram com financiamento do Fundef para habilitar seu corpo docente. Portanto, pode-se inferir que as contratações de docentes nesses municípios devem ter sido maiores que nos municípios superavitários, uma vez que o sistema de qualificação de um corpo docente existente, consome maior tempo e gastos. Em 1999, 57% dos municípios deficitários já possuíam docentes com nível superior. Desta forma, o ritmo de crescimento de total de docentes com ensino superior ocorreu em ritmo mais lento que os municípios do grupo superavitário. Em 2006, a média de 95% do corpo docente já possuía formação superior.

O destaque no Gráfico 28 foram os municípios de grau alto que, no ano de 2005, interromperam o aumento no total de docentes com nível superior ocasionando a redução de 10 p.p. em relação ao ano anterior, que havia registrado crescimento de 20 p.p. Por conta dessa redução ocorreu aumento, proporcional à redução, no total de docentes com nível médio, evitando a paralisação do sistema de ensino.

Gráfico 28 - Total de docentes dos municípios do grupo deficitário segundo nível de formação e grau de municipalização no período 1999- 2006. Grupo Deficitário 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Docentes com nível Fundamental - Grau Alto 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Docentes com nível Médio - Grau Alto 38% 38% 30% 29% 31% 11% 21% 5%

Docentes com nível Superior - Grau Alto 62% 62% 70% 71% 69% 89% 79% 95%

Docentes com nível Fundamental - Grau Médio 1% 0% 0% 3% 2% 0% 0% 0%

Docentes com nível Médio - Grau Médio 35% 42% 43% 35% 32% 31% 24% 4%

Docentes com nível Superior - Grau Médio 64% 58% 57% 62% 66% 69% 76% 96%

Docentes com nível Fundamental - Grau Baixo 2% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Docentes com nível Médio - Grau Baixo 50% 43% 42% 39% 32% 27% 20% 4%

Docentes com nível Superior - Grau Baixo 48% 56% 58% 61% 68% 73% 80% 95%

Docentes com nível Fundamental - Grau Muito Baixo 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Docentes com nível Médio - Grau Muito Baixo 44% 44% 39% 36% 32% 27% 23% 7%

Docentes com nível Superior - Grau Muito Baixo 55% 55% 61% 64% 67% 73% 77% 93%

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

3.4. - Média de alunos por turma

Conforme descrito os fenômenos de municipalização das matrículas do ensino fundamental foram impulsionados pelos efeitos das novas legislações educacionais após 1996. Com a regulamentação do Fundef, alguns municípios ao estabelecerem seus planos de educação reduziram a idade de ingresso no ensino fundamental, visando obter maiores recursos do Fundef. Assim, ocorreu um aumento considerável no total de matrículas no 1º ano do ensino fundamental ocasionando aumento de demanda por serviços educacionais. Portanto, o aumento de matrículas deve ser acompanhado por aumento no total de docentes e, da escola possuir infra-estrutura adequada para atender ao aumento de sua população.

Cabe descrever que é determinado no artigo 25 da Lei nº 9.394/96, que será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançarem relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e, as condições materiais do estabelecimento. É fato que um número alto de alunos por professor acaba prejudicando a aprendizagem. Portanto, professores com menos alunos em sala apresentam condições de otimizar o trabalho didático. Entretanto, não existe consenso sobre o total ideal de alunos em sala de aula. Em 10/12/1998, o Conselho Nacional do MEC apresenta no parecer CME Nº 10/98, resposta ao Sindicato Nacional dos Professores de Educação no Ensino Municipal – SINPEEM, sobre a relação adequada entre o número de alunos e o professor em sala de aula nas escolas da rede municipal de ensino. O parecer delibera o total de 35 alunos por professor com uma relação razoável.

Baseando-se nesse parecer, esse estudo analisa os dados disponíveis pelo EdudataBrasil referente ao número médio de alunos por turma que representa o quociente entre a matrícula inicial e o total de turmas informadas na data de referência do Censo Escolar, por série, grupo de séries e, nível/modalidade de ensino. Como esse estudo realiza a análise a partir de grupos de municípios, realizou-se a média do indicador para cada grupo e grau de municipalização. Como os resultados do número médio de alunos por turma apresentam casa decimal, os valores foram transformados em números inteiros da seguinte forma: no caso dos resultados apresentarem frações inferiores a 50 centésimos serão diminuídas para o número inteiro correspondente e, para os resultados que apresentarem frações superiores a 50 centésimos, será aumentados para o número inteiro seguinte.

No entanto detectou-se que as informações disponíveis sobre o número médio de alunos por turma não estão contempladas para três municípios nos anos de 1999 e 2000, classificados como grupo deficitário e grau muito baixo; são eles: Pereira Barreto, Presidente Epitácio e Torre de Pedra. Embora não haja nenhuma informação por parte do EdudataBrasil sobre a situação desses municípios, pode-se deduzir que deve ter ocorrido a inconsistência das informações coletadas (especificamente as correspondentes para a realização do cálculo). Como o EdudataBrasil não disponibiliza o total de turmas por município, não foi possível calcular a média de alunos por turma desses municípios. Foram mantidos na análise os três municípios que não possuem informação, uma vez que não representaram nenhuma distorção nos cálculos.

Necessário descrever que aumento, ou redução, no total de alunos por turma possui relação direta com a taxa populacional do público-alvo. A análise desse estudo considera como constante a taxa populacional em idade escolar no período 1999-2006.

Para analisar as informações do Gráfico 29 estabelece-se que quanto menor for o total médio de alunos por turma, melhor se estabelece a relação pedagógica professor-aluno. No ano de 1999, os municípios superavitários possuíam uma média de 34 alunos por turma e os municípios deficitários média de 28 alunos por turma, entretanto, foram os municípios superavitários que empenharam maior esforço na redução de alunos por turma, apresentando redução média de 17% no período de 1999-2006, frente a uma redução média de 10% dos municípios deficitários. Possivelmente o elevado total de alunos por turma em 1999 nos municípios superavitários resultou do fato destes municípios terem ajustado seus planos municipais para absorver um maior número de alunos no ensino fundamental, visando obter maiores valores transferidos pelo Fundef. Em 2006, os valores médios de alunos foram de 29 para os municípios superavitários, e de 26 para os municípios deficitários.

O destaque no Gráfico 29 foram os municípios deficitários de grau alto que até o ano de 2005 aumentaram o total de alunos em sala de aula, comportamento distinto aos demais municípios. Os demais municípios deficitários apresentaram reduções em seus totais de alunos por sala. Os municípios deficitários de grau muito baixo, desde 2002, determinaram que o total de alunos por sala de aula seria de 25 alunos.

Nos municípios superavitários destacaram-se aqueles de grau alto, médio e baixo que durante todo o período apresentaram redução no total de alunos por turma. Os municípios de grau muito baixo oscilaram com aumentos no total de alunos por salas de aula; tal fato ocorreu em 2000 e 2006.

Gráfico 29 - Total médio de alunos por turma segundo grupo e grau de municipalização no período 1999-2006a. (Ano base 1999=100)b -30 -20 -10 0 10

Total m édio de alunos por turm a Índice Bas e 1999=100

S - Total m édio alunos /turm a - Grau Alto 34 32 29 29 28 27 27 26

S - Total m édio alunos /turm a - Grau Médio 34 32 28 28 27 27 26 26

S - Total m édio alunos /turm a - Grau Baixo 33 33 31 31 30 29 28 27

S - Total m édio alunos /turm a - Grau Muito Baixo 33 34 29 29 29 28 26 27

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