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Escolas Técnicas Estaduais em Pernambuco e a oferta de cursos na forma de Educação Profissional Integrada ao ensino médio,

NÍVEL MÉDIO

7 INFORMÁTICA PARA INTERNET 2 LIMOEIRO/SURUBIM

4.3 Escolas Técnicas Estaduais em Pernambuco e a oferta de cursos na forma de Educação Profissional Integrada ao ensino médio,

concomitante e subsequente.

Sob responsabilidade da Secretaria Executiva de Educação Profissional (SEEP)97, as vinte e cinco Escolas Técnicas Estaduais (ETE’s) ofertam cursos presencialmente e servem de polo de atuação da modalidade de educação a distância (EAD). Na atualidade, os cursos técnicos presenciais nessas escolas são estruturados na forma de currículo integrado e subsequente ao ensino médio. Os cursos à distância, até o ano de 2010 foram ofertados apenas na forma subsequente. Posteriormente, ampliou-se também para a oferta concomitante98 ao ensino médio.

Na forma de oferta do ensino técnico integrado ao ensino médio, este se destina a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, vivenciando matriz curricular única com formação geral e profissional na mesma instituição de ensino.

Os cursos técnicos integrados ao ensino médio são adequados ao modelo do Programa de Educação Integral (PEI) do Estado. Ou seja, oferta em dois turnos (horário integral) e também caracterizada pelo currículo denominado de integrado, organizado com disciplinas da base nacional comum, da parte diversificada e de formação técnica.

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Dentre as diretrizes e estratégias da SEEP está a coordenação dos processos, programas, projetos, procedimentos e ações desenvolvidas na Política da Educação Profissional a serem implantadas, com vistas a “articular a cooperação e parceria entre o Estado e os diversos setores do poder público, da iniciativa privada e do segmento comunitário.”(PERNAMBUCO/SEEP, 2010 b, p. 5- 6).

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De acordo com o demonstrativo de alunos matriculados nos cursos técnicos na rede estadual de Pernambuco no início de 2013, constata-se que além dos alunos das 25 ETE’s, e os alunos na modalidade de EAD, existe um quantitativo de alunos referente ao Programa Profuncionário no regime subsequente (209 matrículas). O Pronatec no regime de concomitância (4.922 matriculas), no qual o estado demanda a oferta, os cursos são ofertados pelo SENAI, SENAC e IFET. A Escola de saúde Pública possui ofertas no regime subsequente (81 matriculas) e concomitante (94 matrículas). O SERTA no regime integrado (com uma média de 345 matrículas), mediante um convênio firmado com o estado de Pernambuco; O conservatório musical (211 matrículas) (PERNAMBUCO/SIEPE, 2013). Vale ressaltar que sobre o Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA), constam dados sobre essa instituição no capítulo cinco dessa produção.

Muitos estudantes estão fora do perfil idade-série traçado para a inserção nas escolas em horário integral – um dos motivos pelos quais os números referentes às matriculas ativas apresentam quantitativo maior no regime de oferta subsequente do que na forma integrada ao ensino médio.

Os cursos ofertados no regime subsequente ao ensino médio são oferecidos somente a quem já tenha concluído o ensino médio. No que se refere ao regime de concomitância, dados referentes às matrículas ativas a partir do ano de 2010 apontam que nas ETE’s não há nenhum registro de matrícula nessa forma de oferta. De acordo com dados de matrículas ativas no primeiro semestre de 2013, identificam-se os seguintes quantitativos: nos cursos com regime de funcionamento integrado o quantitativo total é de 6.564 matrículas; nos cursos subsequentes é de 7.045 matriculados. A EAD apresenta 6.715 matrículas ativa. Na EAD, não há oferta de cursos técnicos no regime integrado ao ensino médio. No mesmo período em análise, os cursos subsequentes da EAD atingem o maior quantitativo de matriculados (5.439), comparando com as matrículas EAD dos cursos em regime de concomitância (1.276). A modalidade concomitante ofertada destina-se a quem ingresse no ensino médio, ou para quem já está cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso (PERNAMBUCO/SIEPE, 2013).

Na educação da rede pública do Estado de Pernambuco há uma diversificação no currículo referente ao ensino médio e há um leque de opções de cursos técnicos em seus diferentes regimes de oferta. Nesse movimento, ao mesmo tempo em que se percebe a intencionalidade estratégica de acomodação de toda demanda populacional por ensino médio, há o direcionamento da formação do jovem para interesses específicos e imediatistas do mercado de trabalho, aspectos abordados no capítulo seguinte.

Considera-se que segundo o relatório plurianual (2007-2010), as metas previstas para gestão 2007-2010 foram traçadas e alcançadas (SEEP, 2010 b), dentre elas: implantação de 160 EREM’s; promoção de reforma e adequação nas ETE’s; provisão de infraestrutura para ETE’s; construção de 07 novas ETE’s; ampliação de oferta de vagas na educação profissional.

De acordo com relatório SEEP (2010 a), no ano de 2006 eram 06 (seis) as escolas que ofertavam exclusivamente cursos técnicos em suas unidades, com 06 (seis) turmas e um total de 231 alunos atendidos no ensino presencial, nenhum aluno matriculado na EAD, e 04 (quatro) municípios atendidos. As seis escolas

existentes até o ano de 2006 eram: a Escola Técnica Estadual Professor Agamenon Magalhães (ETEPAM), até então a única com a denominação de “escola técnica”; Escola Almirante Soares Dutra; Escola Agrícola Luiz Dias Lins; Escola Agrícola de Palmares; Escola Agrícola do Pajeú; Escola Agrícola Justulino Ferreira Gomes99.

O quadro 5 apresenta dados referentes ao cronograma de implementação das ETE’s durante a gestão 2007-2010:

Quadro 5 - Cronograma de implementação de escolas técnicas no período de 2007 a 2010 DADOS 2007 2008 2009 2010 Escolas Implantadas 1 4 0 7 Nº Escolas Técnicas 2006 - 2010 6 7 11 18 Número de Turmas 26 234 315 431 Número de Estudantes – Modalidade Presencial 1341 3.039 5.669 9.557 Número de Estudantes – Modalidade à Distância 0 2.512 1.626 1.756 Municípios Atendidos 4 29 29 29

Fonte: Roseane N. da Silva (2013) com dados extraídos de: PERNAMBUCO/SEEP (2010 b). Dados da oferta de vagas no segundo semestre 2010.

Sete escolas técnicas foram implantadas no ano de 2010 e atenderam sete municípios distintos. Cada escola com dois cursos técnicos em cada escola com a modalidade integrada, inicialmente com 04 turmas cada unidade. Estas escolas implantadas, juntamente com as já existentes que ofertavam cursos técnicos, passaram a ser denominadas de Escolas Técnicas Estaduais (ETE’s).

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Das seis escolas existentes em 2006, que ofertavam exclusivamente cursos técnicos, uma não se submeteu ao processo de recredenciamento para oferta de cursos técnicos a partir de 2007. Ou seja, a Escola Agrícola Justulino Ferreira Gomes, situada no distrito de Bom Jardim, ficou descredenciada para oferta de cursos técnicos.

No que se refere à implantação das EREM’s, a gestão 2007-2010 priorizou em seu programa de governo a meta de ampliação de matrículas no ensino médio e a melhoria da qualidade do ensino ofertado, mediante operacionalização do Programa de Modernização da Gestão Pública em Educação com o eixo estratégico “Implantação de Escolas de Referência”. As referidas escolas foram criadas com a Lei complementar 125 de 10 de julho de 2008, a partir de uma experiência do governo anterior com projetos pilotos denominados Centros Experimentais. Na gestão 2004-2006, foram implantadas 13 escolas em tempo integral, na gestão 2007-2010 foram implantadas 147, incluindo-se ainda 01 escola no arquipélago de Fernando de Noronha.

O quadro 6 expõe dados referentes ao cronograma de implementação das escolas de referência em ensino médio.

Quadro 6 - Dados referentes ao cronograma de implementação das escolas de referência em ensino médio no período de 2007 a 2010.

ANO DE IMPLEMENTAÇÃO QUANTIDADE DE ESCOLAS

2007 07

2008 31

2009 52

2010 57

TOTAL 147

Fonte: Roseane N. da Silva (2013) com dados extraídos de: PERNAMBUCO/SEEP (2010 b, p. 53).

Em 2010, constatou-se a existência de 160 Escolas de Referência em todas as regiões pernambucanas, com um alcance de 101 municípios do Estado, mais o Arquipélago de Fernando de Noronha. Concomitantemente a este período, verificou-se, também, a promoção de reformas e adequações nas escolas com oferta de cursos técnicos, a construção100 de 07 ETE’s (totalizando 14)101 e o

100 No período, as construções das primeiras 07 ETE’s ocorreram no ano de 2009, com recursos do

governo Estadual de Pernambuco. Em 2010, essas escolas foram implantadas em sete municípios. Cada escola técnica estadual com dois cursos técnicos em cada uma, no regime de currículo integrado ao ensino médio, iniciando com 04 turmas, em cada unidade. As escolas de ensino técnico passam a ter prédios próprios de acordo com os padrões sugeridos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).

aumento de oferta de vagas na Educação Profissional (PERNAMBUCO/SEEP, 2010 b).

Identifica-se no período (2007-2010) que as ações do governo do estado de Pernambuco têm como um dos focos a estruturação da Rede Estadual de Educação Profissional e Tecnológica. Na figura 3, apresenta-se uma representação do mapeamento geográfico das escolas técnicas no final do ano de 2010.

Figura 3 - Mapeamento geográfico das escolas técnicas no ano 2010

Fonte: Roseane N. da Silva (2013) com dados extraídos de: PERNAMBUCO/SEEP (2010b).

Os dados apresentados até então constam um quadro de crescimento quantitativo na educação do Estado de Pernambuco. Porém, ainda não suficiente para as demandas postas. Abaixo, segue um mapeamento dos municípios atendidos com educação profissional e projeções até o ano de 2014102.

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Escola Técnica Estadual Professor Agamenon Magalhães, no Recife; Escola Técnica Estadual Almirante Soares Dutra, no Recife; Escola Técnica Estadual Luiz Dias Lins, em Escada; Escola Técnica Estadual Clóvis Nogueira Alves, em Serra talhada,; Escola Técnica Estadual de Palmares, em Palmares; Escola Técnica Estadual Maria Eduarda Ramos de Barros, em Carpina; Escola Técnica Estadual Miguel Arraes de Alencar, em Timbaúba; Escola Técnica Estadual Aderico Alves de Vasconcelos, em Goiana,; Escola Técnica Estadual José Humberto de Moura Cavalcanti, em Limoeiro; Escola Técnica Estadual Antônio Arruda de Farias, em Surubim; Escola Técnica Estadual Arlindo Ferreira dos Santos, em Sertânia; Escola Técnica Estadual Maximiano Accioly Campos, em Jaboatão dos Guararapes; Escola Técnica Estadual de Criatividade Musical, em Recife; Escola Técnica Estadual Cícero Dias, em Recife,. Disponível em: <http://www.educacao.pe.gov.br>. Acesso em: 23 mar. 2011.

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De acordo com as afirmações do Secretário Executivo de Educação Profissional, prof. Paulo Dutra, divulgadas no portal da Secretaria da Educação em 14/06/2011, a proposta da Secretaria em relação às Escolas de Referência é implantar em 2012 mais 35 escolas, em 2013 implantar mais 35

Na figura 4, segue uma representação do mapeamento geográfico dos municípios atendidos com educação profissional, bem como, projeções até o ano de 2014.

Figura 4 - Mapeamento geográfico dos municípios atendidos com educação profissional e projeções até 2014

Fonte: Roseane N. da Silva (2013) com dados extraídos de: PERNAMBUCO/SEEP (2012).

No que se refere ao ensino técnico integrado ao ensino médio na educação pública do Estado de Pernambuco, de acordo com o coordenador de fortalecimento das Redes Públicas de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) do MEC, Marcelo Pedra, o Ministério da Educação entende Pernambuco como o melhor

escolas e em 2014 implantar mais 57 escolas. Quanto às escolas técnicas, a previsão é chegar no ano de 2014 com uma rede de 60 escolas. Em junho de 2011, já constavam os seguintes dados: 173 escolas de referências em Ensino Médio, dentre elas quatro ofertando cursos técnicos, somadas a mais 14 escolas técnicas, totalizando 187 escolas sob a custódia da SEEP, com uma média do Índice de Educação Básica (IDEB) de 4,3% nas escolas integrais e semi-integrais. Disponível em: <www.educacao.pe.gov.br>. Acesso em: 14 jun. 2011.

modelo de ensino médio integrado ao curso técnico, sendo o estado modelo a ser seguido por todos os outros do Brasil103.

Tal afirmativa traz conteúdo preocupante, pois ao analisar tal modelo de integração, identifica-se que o referido modelo é caracterizado fortemente por princípios e concepções pedagógicas consonantes com a lógica empresarial. Portanto, o desafio que está posto ao debate sobre integração no ensino médio, em Pernambuco e no Brasil, é, essencialmente, político.

Nesses termos, a lógica empreendida nesta produção tem como pressuposto a defesa do ensino médio regular unitário, e não um sistema multiforme com escolas diferentes para classes sociais distintas. É uma resistência ao modelo de sociedade que prima pelo incentivo à profissionalização precoce para a classe menos favorecida economicamente, legitimando o dualismo educacional – realidade presente ao longo de toda a história educacional do país.

Tanta retórica e tantas argumentações aparentemente elevadas para na verdade tentar barrar a massa estudantil brasileira a entrada ao ensino superior. A verdade é que, ontem como hoje, ao governador brasileiro não interessava nem a escola de cultura geral, nem a do trabalho. A escola não interessa, seriamente falando. (NOSELLA, 1992, p. 18-19).

O trecho acima se refere ao contexto de aplicação da Lei nº 5692, de 1972, a profissionalização compulsória. A transposição de tal pensamento à realidade presente ocorre, sem desconsiderar as peculiaridades da realidade em tela, para reforçar o essencial contido nessa ideia. Nesse sentido, é importante salientar que, na atualidade, os moldes no qual se apresenta a educação profissional, de superposição de matrículas em instituições distintas, de superposição de disciplinas em um currículo supostamente integrado, se constitui na perspectiva reducionista e fragmentária de formação.

Uma formação que não só objetiva ser mecanismo de retenção de inserção dos jovens ao ensino superior, de se constituir enquanto espaço de formação de mão de obra qualificada para atendimento as demandas imediatas da classe empresarial, mas também uma estratégia de ocupação do tempo “ocioso” da juventude da classe social popular. No que se refere ao último aspecto citado,

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Disponível em: <http://www.pe.gov.br/blog/2012/05/29/pernambuco-e-referencial-para-o-brasil-no- ensino-medio-integralizado-ao-profissional/>. Acesso em: 29 maio 2012.

conforme expressam as análises de Silva e Silva (2012), nas proposições de educação em tempo integral do governo federal no Brasil de hoje é propagado à educação em tempo integral nas escolas como possibilidade de “mais educação” e “menos violência”.

Assim exposto, diante dos modelos apresentados para o ensino médio e para o ensino técnico, conclui-se que não estamos diante nem da preparação propedêutica de nossos jovens, tão pouco da formação profissional de efetiva qualidade, que ultrapasse os interesses provisórios e restritos da lógica do mercado (NOSELLA, 1992). Nessa linha de raciocínio, e com base em Gramsci, o autor (NOSELLA, 1992) chama a atenção para o perigo da profissionalização artificial precoce e diz que:

Preparação para o trabalho, portanto, não é em primeiro lugar uma questão de aprendizagem técnica, nem é mecânica preparação para o mercado, é antes de tudo aprendizagem dos hábitos adequados para lidar ou lutar no mundo-do-trabalho. Para isso, não se deve aguardar o ensino de 3º ou 2º graus, pois a perspectiva do trabalho informa todo o processo educativo-escolar, desde a 1ª infância (NOSELLA, 1992, p. 82).

Seguindo a lógica acima expressa, e com base nos escritos originais de Gramsci (2000d), a idade entre 16 a 18 anos é um divisor de águas. A propositura de acordo com essa concepção crítica humanística de formação é que até essa idade deve se estabelecer, universalmente, uma escola unitária que resgate o princípio educativo da “cultura desinteressada” próprio da escola humanista tradicional, e o integre com o princípio educativo próprio das escolas profissionais, isto é, como o trabalho técnico-profissional.

Para Gramsci (2000d) o perigo da aceleração artificial da orientação profissional pode falsificar as inclinações das crianças, dos adolescentes, fazendo perder de vista a finalidade da escola única, que é a de proporcionar a estes estudantes um desenvolvimento harmônico de todas as atividades, até que a própria personalidade formada ponha em evidência as inclinações mais profundas e permanentes porque nascidas num nível mais adiantado de desenvolvimento de toda as forças vitais.

A escola elementar e média é a escola popular e da pequena burguesia, estratos sociais que são monopolizados educacionalmente pela casta, uma vez que a maioria de seus elementos não chega à universidade, ou seja, não conhecerão a educação moderna em sua fase superior crítico-histórica, mas só conhecerão a educação dogmática. A universidade é a escola da classe (e do pessoal) dirigente propriamente dito, é o mecanismo através do qual ocorre a seleção dos indivíduos de outras classes a serem incorporados ao pessoal governativo, administrativo, dirigente. (GRAMSCI, 2000d, p. 45).

Nessa lógica, somente após o ensino médio, o princípio da cultura formativa “desinteressada” perde a primazia, sem desaparecer em favor do princípio da cultura imediatamente produtiva ou especializada (interessada). Nesse sentido, Nosella (1992) afirma que o trabalho se torna princípio educativo universal, tanto na fase da formação desinteressada (escola unitária) quanto na da formação especializada. Sem dúvida, existe uma relação vital entre “escola unitária” e “sociedade unitária”. Uma relação do tipo orgânico cujo princípio vital e central não parte da escola e sim do Estado que coordena a sociedade.

4.3.1 Notas sobre a estratégia de inserção das Escolas Técnicas Estaduais (ETE’s) no Programa de Educação Integral (PEI) de Pernambuco

O Programa de Educação Integral (PEI) no Estado de Pernambuco alcança inicialmente as Escolas de Referência em Ensino Médio (EREM’s), com objetivo de reestruturar o ensino médio, e, posteriormente, as Escolas Técnicas Estaduais (ETE’s). Basicamente, o regime de atendimento em jornada integral é organizado para funcionar com os estudantes e professores em tempo integral, durante os cinco dias da semana, com 45 horas semanais e 5.400 ao final do ciclo de formação104.

Estrategicamente, a partir de 2009, ETE’s já existentes em Pernambuco que ofertavam cursos na modalidade subsequente, foram inseridas no PEI e passaram a ofertar cursos no regime de currículos integrados ao ensino médio. Justifica-se a ação pela necessidade de captação de verbas, a partir dos incentivos do governo federal à educação em tempo integral, a fim de se conseguir melhor êxito para com a manutenção do ensino técnico no estado. Este fato lembra as reflexões tecidas por

104 O regime de horário semi-Integral das EREM’s constitui-se de 35 horas semanal e 4.200 ao final

Oliveira (2009) quando afirma que os dados denunciam não haver uma política de financiamento para valorização desta modalidade de ensino, resultando em uma oferta de cursos em condições precárias e em baixo rendimento nos resultados do SAEB105.

Pode-se afirmar que o PEI no estado de Pernambuco se originou a partir das experiências desenvolvidas por meio dos Centros de Ensino Experimental, dentre os quais o Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGPE que foi o primeiro. Foi oficializada sua criação mediante o Decreto nº 25.596, de 01/07/2003, publicado no Diário Oficial do Estado de Pernambuco em 02/07/2003.

Nos termos da legislação brasileira, a base legal da educação denominada integral está pautada na Constituição Federal do Brasil de 1988, na Lei que aprova o Plano Nacional de Educação Lei nº 10.172/2001, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB nº 9394/96, Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Mais educação, Resolução Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) /CD/ nº 38 de 19 de agosto de 2008, Resolução nº 43/2008, Resolução nº 52/2004, Portaria Normativa Interministerial nº 17/2007, Portaria Normativa 17 I; Portaria Normativa 17 II, Portaria Normativa 19 I, Portaria Normativa 19 II, Decreto n º 7083/ 2010106.

Assim posto, identifica-se no cenário nacional brasileiro que a retomada do debate sobre educação integral culmina, inicialmente, com a Portaria Interministerial nº 17/2007107, regulamentada posteriormente pelo Decreto nº 7.083, em 29 de março de 2010108. E no que se refere, mais especificamente, ao Ensino Médio, ainda no ano de 2009, institui-se o Programa de Ensino Médio Inovador (ProEMI), através

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Sistema de Avaliação da Educação Básica. Conforme estabelece a Portaria n.º 931, de 21 de março de 2005, é composto por dois processos: a Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB) e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC). A ANEB é realizada por amostragem das Redes de Ensino, em cada unidade da Federação e tem foco nas gestões dos sistemas educacionais. Por manter as mesmas características, a ANEB recebe o nome do SAEB em suas divulgações; A ANRESC é mais extensa e detalhada que a ANEB e tem foco em cada unidade escolar. Por seu caráter universal, recebe o nome de Prova Brasil em suas divulgações. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/saeb>. Acesso em: 21 jan. 2011.

106

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 30 nov. 2011. 107

Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=86&id=12372&option=com_content&view=article/>. Acesso em: 27 dez. 2011.

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- Disponível em :<www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007.../decreto/d7083.htm>. Acesso em: 27 dez. 2012.

da Portaria nº 971, de 09 de outubro de 2009109, que representa um esforço em âmbito federal para estímulo e disseminação de processos de reestruturação dos currículos no Ensino Médio nacionalmente.

Segundo afirma o MEC, o Programa Mais Educação, criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007, aumenta a oferta educativa nas escolas públicas por meio de acompanhamento pedagógico, atividades optativas do tipo esporte e lazer, cultura e artes, cultura digital, educação científica e educação econômica, etc. E para o desenvolvimento de cada atividade, o governo federal repassa recursos para ressarcimento das despesas com os monitores, material de consumo, compra de instrumentos musicais e outros equipamentos110. A seguir, apresentam-se mais alguns dados sobre o programa:

O programa visa fomentar atividades para melhorar o ambiente escolar, tendo como base estudos desenvolvidos pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), utilizando os resultados da Prova Brasil de 2005. Nesses estudos destacou-se o uso do “Índice de Efeito Escola – IEE”, indicador do impacto que a escola pode ter