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GLOSSÁRIO

AS ESFERAS SUPERIORES

 

  Os três estados do mundo da existência condicionada (samsara) nos quais a felicidade  e  o  sofrimento  estão,  ambos,  presentes,  a  saber  o  mundo  dos  humanos,  dos  titãs  e  dos  deuses. 

     

TANTRAS e SUTRAS. 

 

  Os ensinamentos do Mahayana, ou grande veículo, são divididos em dois grupos: os  Sutras e os Tantras. A prática baseada em sutras consiste em cultivar as causas ou os grãos  que  irão  se  desenvolver  até  a  Iluminação:  a  compaixão  e  a  Bodhitchitta,  a  compreensão  da  vacuidade as seis perfeições (generosidade, moralidade, paciência, diligência, contemplação  e  inteligência)  e  as  quatro  formas  de  atrair  os  seres  (ser  generoso,  falar  agradavelmente,  envolvê‐los em atividades benéficas e observar as regras sociais). 

  Na  tradição  tântrica,  ou  Vajrayana,  a  prática  consiste  em  reconhecer  sua  própria  espiritualidade  como  um  fundamento  e  se  identificar  com  o  resultado  –  ou  seja  com  a  expressão da Iluminação personificada em uma divindade particular. Por esta identificação  tem‐se a capacidade de transformar suas experiências comuns naquela de Iluminação. 

  As práticas descritas no presente texto reúnem as duas tradições. O fundamento é o  desenvolvimento  da  bodhitchitta  relativa  e  absoluta,  mas  encontra‐se  aí  também  um  elemento de transformação da experiência na prática da tomada para si e da doação. É por  isto que uma grande familiaridade com estes métodos e sua maestria formam uma excelente  base para compreender e praticar o Vajrayana.     TCHE‐KA‐OUA   

  Este  mestre  Kadampa  tornou‐se  monge  com  a  idade  de  21  anos  e  aprendeu  de  cor  mais  de  cem  livros  de  ensinamentos  budistas.  Anteriormente,  os  ensinamentos  sobre  “o  Treinamento  da  Mente”  não  haviam  sido  dados  senão  a  alguns  discípulos  particularmente  motivados, mas a formação simplificada que deles fez Tche‐Ka‐Oua no “Os Sete Pontos do  Treinamento da Mente” permitiu tornar estes ensinamentos mais facilmente accessíveis.   

TILOPA  (988 – 1069) 

 

  Mestre  indiano  que  recebeu  inspiração  diretamente  de  Vadjradhara,  expressão  esotérica  da  Iluminação  do  Buddha  Sakyamuni.  Seu  nome  vem  da  palavra  indiana  que  significa “grão de sésamo”, uma vez que ele ganhava sua vida moendo sésamo para extrair o  óleo. Na tradição dos ensinamentos que nos vem de Tilopa, a ênfase é sobretudo colocada no  papel  do  Guru,  nas  bênçãos  e  na  inspiração  que  vêm  deste  último  assim  como  na  prática  efetiva da contemplação. 

 

TORMA. 

 

  As  tormas  são  oferendas  de  um  gênero  particular;  sua  significação  é  explicada  de  duas maneiras. De acordo com certas explicações, é ma oferenda feita livremente, sem apego  e  doada  com  uma  atitude  semelhante  ao  amor  de  uma  mão  ,  desprovida  de  toda  agressividade.  Segundo  outras  explicações,  é  dito  que  estas  oferendas  possuem  poder  e  capacidade.  O  poder  da  imortalidade  e  a  capacidade  de  vencer  as  quatro  obsessões  (obsessões das emoções, da morte, dos estados paradisíacos e do ser físico).  

  O  ritual  da oferenda compreende a consagração e a apresentação da torna material.  Esta é geralmente, um tipo de presente no qual a forma e a decoração variam de acordo com  a finalidade da oferenda e as tradições das diferentes escolas. Da mesma forma a pessoa que  oficia  está  consciente  dos  diferentes  níveis  de  significação  dos  quais  a  torma  é  uma  representação material. A liturgia seguinte, por exemplo, pertence à escola Karma Kagyu:        “Na tigela formada pelo universo dos mundos      Repousa a torma dos quatro elementos (terra, água, fogo e vento).       Ofereço‐a aos quatro guardiões reais e aos numerosos deuses irritados      Concedei a mim vossa graça e realizai totalmente vossas obrigações. 

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+J- =R- 0,

      Na tigela que forma minha própria pele      Repousa a torma de minha carne, de meu sangue e de meus ossos.      Ofereço isto à vasta Assembléia de protetores da doutrina.      Concedei‐me a graça de uma vida resplandecente com o sol e a lua   

    Na  tigela  da  oferenda  formada  pelas  aparências  diversas  que  surgem  da  mente      Repousa a torma de clara atenção e da sabedoria puras      Ofereço isto ao Dharmakaya onipenetrante.    Concedei‐me a graça das cinco sabedorias transcendentes”.      TRANSCEDÊNCIA DO SOFRIMENTO    

  Este  termo  designa  a  libertação  total  do  ciclo  das  existências  (samsara)  mas  sua  interpretação está sujeita a contestação. Pode significar a libertação atingida pelos Shravakas  e pelos Pratyeka Buddhas ou a libertação atingida por um Buddha (Ver estas palavras para  compreender a distinção entre estas duas formas de conclusão.)    TRANSCEDÊNCIA DO SOFRIMENTO SEM DEMORA      Um termo sinônimo de budeidade, este termo significa que em conseqüência de sua  realização da vacuidade um Buddha não permanece no samsara e que por sua compaixão ele  não permanece na transcendência do sofrimento como os Shravakas e os Pratyekas Buddhas.    AS TRÊS FAMÍLIAS   

  Qualquer  que  seja  o  estado  de  Buddha,  a  expressão  que  revela  a  Iluminação  como  atividade para ajudar os seres varia de acordo com a motivação que desenvolve o aspirante  no curso de sua progressão espiritual.  

  As  três  famílias  correspondem  a  três  ênfases  diferentes  colocadas  na  expressão:  através  da  forma  ou  a  manifestação,  através  da  palavra  ou  a  comunicação,  e  através  da  mente ou o poder. Um Buddha e um Bodhisattva específicos são associados a cada família: o  Buddha  Sakyamuni  e  o  Buddha  Manjushri  pela  forma.  Amitaba  e  Avalokiteshvara  pela  palavra e Akshobya e Vadjrapani pela mente. 

  Os  Buddhas  estão  à  frente  de  suas  famílias  respectivas  e  os  Bodhisattvas  são  como  seus senhores ou principais ministros correspondentes.    Os três discípulos de Drom‐Teum que foram considerados como emanações dos três  Senhores são Pó‐To‐Wa , Tchen‐Nga‐Wa  e Pu‐Tchung‐Wa     AS TRÊS ORDENAÇÕES   

  As  três  ordenações  são  os  votos  associados  a  cada  um  dos  três  veículos:  Hinayana,  Mahayana e Vajrayana. No Hinayana a ênfase é colocada sobre a observância de uma ética  perfeita.  Não  se  deve  fazer  mal  algum  aos  outros,  e  a  ordenação  correspondente,  a  da  libertação individual, concerne uma atitude física apropriada. Quanto aos  votos completos,  e  muito  numerosos  são  os  monges  e  as  freiras  que  tem    este  tipo  de  votos;  entretanto  o  essencial  da  ordenação  é  composto  de  um  grupo  de  quatro  votos  que  são:  não  matar,  não  roubar, não mentir e observar uma conduta sexual justa ou então guardar a castidade. 

  O Mahayana enfatiza a compaixão e a Bodhitchitta. A ordenação correspondente, os  votos  de  Bodhisattva,  é  centrada  em  nossas  relações  com  os  outros,  dado  que  se  tem  a  intenção  de  atingir  a  budeidade  com  a  finalidade  de  liberar  todos  os  seres  do  sofrimento. 

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Diferentes dos votos precedentes, que distingue precisamente o que deve ser feito ou não, os  votos do Bodhisattva são mais votos concernentes à consciência, e são quebrados caso sejam  abandonada a idéia de ajudar todos os seres ou caso se perca a coragem na empreitada de  atingir a budeidade.    O Vajrayana é uma disciplina especial para aqueles que estão muito motivados pela  compaixão para com os outros. Neste tipo de prática a pessoa se identifica diretamente com a  deidade que ela deve realizar. Tal identificação necessita trazer um olhar por sobre o mundo  e o engajamento de manter este olhar; em particular, ver seu Guru como um Bouddha está  no âmbito da ordenação do Vadjrayana. Toda ação, palavra ou pensamento que debilita esta  atitude vai de encontro à ordenação.    VADJRADHARA – “O detentor do Vajra”   

  Esta  figura  é  a  expressão  da  completa  Iluminação,  na  tradição  budista  esotérica  ou  tântrica. 

  O Vajra é a arma de Indra, a contrapartida de Zeus na mitologia indiana. É feito de  matéria  indestrutível  e  pode  destruir  não  importa  que  outro  objeto,  sem  ser  ele  próprio  danificado. Como símbolo indica a espiritualidade inerente em cada ser vivo, espiritualidade  indestrutível porque além de todos os conceitos que ligam os seres ao sofrimento.  

  Vadjradhara  é  aquele  que  detém  o  pleno  poder  da  espiritualidade,  ou  seja  a  realização  da  completa  Iluminação  de  cada  um.  No  plano  iconográfico,  Vadjradhara  é  descrito  como  um  personagem  de  cor  azul  (representando  o  céu,  a  natureza  imutável  da  verdade  última),  porta  um  vajra  e  uma  sineta,  que  são  os  símbolos  dos  meios  hábeis  e  da  inteligência. 

 

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