• Nenhum resultado encontrado

Esforços para a Conservação Ambiental na Promoção da Produção Agrícola e Políticas dos Órgãos Públicos

III Esforços Prioritários, Estrutura Legislativa e Tendências da Reforma Institucional para a Agricultura Sustentável do Brasil

III- 9 Fonte: Equipe de Estudo

III.2 Esforços para a Conservação Ambiental na Promoção da Produção Agrícola e Políticas dos Órgãos Públicos

O governo brasileiro definiu em 1988 através da Constituição Art. No 225 que ”todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever

III-12

de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, e estabeleceu os seguintes regulamentos.

1. Gerenciamento biológico das sementes e do ecossistema (regulamento); Inspeção dos órgãos de pesquisa / manipulação de materiais genéticos para a

manutenção da diversidade e integridade dos patrimônios genéticos nacionais (regulamento);

Estabelecimento de áreas de proteção do meio ambiente e regulamentação destas áreas (regulamento);

Obrigatoriedade de estudos de impacto ambiental (regulamento);

Gerenciamento de tecnologias, métodos, produção de materiais, marketing e uso que causam riscos à vida, qualidade de vida e ao meio ambiente (regulamento); Promoção da educação ambiental;

Proibição de atividades que acarretem perigo às funções biológicas, extinção de espécies ou abuso de animais (regulamento).

Além disso, estabeleceram-se os seguintes itens através de Constituição.

1. Obrigatoriedade de restauração da vegetação no desenvolvimento da mineração; Punição governamental de ações / atividades danosas ao meio ambiente;

Regulamentação na proteção e uso da floresta amazônica, floresta atlântica, cadeia montanhosa litorânea, Pantanal e faixa litorânea (regulamento);

Impossibilidade de uso de áreas estabelecidas para a proteção do ecossistema natural; Regulamentação de estabelecimento de usinas nucleares.

Há uma atenção rigorosa voltada na agricultura brasileira, assim o governo brasileiro tem apresentado várias medidas de conservação ambiental.

1. Revisão da Lei Florestal;

Realização do zoneamento ambiental; Obrigação do licenciamento ambiental;

Estabelecimento do sistema de financiamento dando importância ao meio ambiente; Rigor no CAR (cadastro ambiental rural);

Rastreabilidade de todos os produtos agrícolas;

Promoção da administração agrícola que dê importância ao meio ambiente.

1) Revisão da Lei Florestal

A Lei Florestal (LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012 39 estabelece todos os padrões relacionados às propriedades, e foi revisado em maio de 2012. Esta lei está relacionada com a obrigatoriedade da conservação ambiental na zona rural, sendo obrigatório o registro do CAR. O sistema de financiamento rural, assim como credito à comercialização está também vinculado a existência do CAR para o produtor. O governo pretende ainda

III-13

inspecionar a estrutura de conservação ambiental na zona rural com estas medidas.

A Lei Florestal estabelece as seguintes porcentagens de conservação ambiental para as propriedades privadas.

I – Área da Amazônia Legal:

a) Área de vegetação amazônica: 80%; b) Área de vegetação de cerrado: 35%; c) Áreas de vegetação campos gerais: 20%; II – Outras áreas: 20%.

É obrigatório conservar 20% da propriedade em todas as terras agrícolas no Brasil. Somente na área de vegetação amazônica estabeleceu-se uma conservação mais rigorosa de 80%. Além disso, foram estabelecidos vários outros regulamentos, e com relação ao desenvolvimento, é obrigatório o licenciamento ambiental para explorações acima de 50 ha.

2) Realização do Zoneamento Ambiental

O estado obriga a realização de cada zoneamento econômico-ambiental, e o proprietário da terra é obrigado a realizar atividades de acordo com esse zoneamento. Estes são regulamentados através das seguintes leis.

Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 Decreto nº 4.297, de 10 de julho de 2002 Decreto nº 5.300, de 7 de dezembro de 2004

Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. A Lei No 6.938 de 1981, estabeleceu o SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente), e é uma lei que obriga os governos federal, estaduais e municipais a realizar um zoneamento ambiental para o desenvolvimento socioeconômico. O Decreto No 4.297 estabelece regulamentos detalhados do zoneamento ambiental- ecológico. É uma lei que estabelece regulamentos para os governos regionais, principalmente o estadual, para a realização do zoneamento socioeconômico. A Lei No. 12.651 estabelece regulamentos relacionados à conservação da vegetação nativa.

Estas leis são a base para a obtenção da licença ambiental, e o governo federal e entidades regionais realizam o zoneamento ambiental. É obrigatório realizar o planejamento do desenvolvimento observando este zoneamento. Os governos federais e estaduais se baseiam nesta lei para estabelecer parques estaduais e áreas de conservação ambiental. No caso de projetos de infraestrutura como de irrigação e de estradas, é necessário observar o que foi estabelecido neste zoneamento ambiental. Todos os estados já elaboraram este zoneamento ambiental.

Com relação ao Amazonas, já se realizou o zoneamento socioeconômico da área da Amazônia Legal40 sob o comando do Ministério do Meio Ambiente em 2010, e foi aprovado pelo congresso através do Decreto No 7.378.

40 https://seplan.ma.gov.br/files/2014/02/macrozoneamento_ecologico_economico_da_amazonia_legal- parcial.pdf

III-14

3) Rigor no CAR

O CAR é obrigatório para todos os proprietários de terras, e a permissão da propriedade fica efetiva com base nisso, ficando assegurado como garantia, e poderá usufruir o sistema de financiamento agrícola do governo. Está previsto que será obrigatório o CAR também em relação à comercialização no futuro.

4) Estabelecimento do Sistema de Financiamento que dê Importância ao Meio

Ambiente

A Lei Florestal obriga a conservação ambiental na propriedade, sendo necessária a revegetação da parte da área de conservação. Isto se refere a todas as propriedades, mas são necessários recursos para realizar a revegetação. Atualmente, está sendo avaliado um sistema, tendo o CNA (Confederação da Agricultura e Pecuário do Brasil) como principal, para obter esses recursos.

5) Realização da Rastreabilidade para Todos os Produtos Agrícolas

A Lei de Rastreabilidade para produtos agrícolas foi sancionada pelo MAPA através da ”Instrução Normativa Conjunta (INC) nº2, de 07 de fevereiro de 2018” 41, onde a comercialização de vegetais / frutas ficou necessário em cumprir os seguintes padrões.

1) Etiquetas;

2) Código de barras; 3) Código QR;

4) ou qualquer outro sistema que permita comprovar a segurança dos produtos de forma inequívoca.

As informações que devem ser indicados na rastreabilidade no processo de comercialização (processo desde o produtor até o consumidor), no processo de produção, itens de defensivos utilizados e data. No entanto, no futuro, estão previstas revisões.

6) Promoção da Agricultura que dê Importância ao Meio Ambiente

A promoção da agricultura do tipo que dê importância ao meio ambiente está sendo avaliado, tendo a EMBRAPA como centro, de acordo com o seguinte.

 Regeneração Natural sem manejo  Regeneração Natural com manejo  Plantio em Área Total

 Sistemas Agroflorestais (SAFs)

Existe o conceito chamado Integração Lavoura – Pecuária – Floresta (ILPF) que está sendo realizado na EMBRAPA atualmente.

41http://www.agricultura.gov.br/noticias/comeca-a-valer-em-agosto-sistema-de-rastreabilidade-de-vegetais- frescos/InstruoNormativaConjuntaINC02MAPAANVISA07022018.pdf

IV-1

IV

Diretrizes / Esforços / Políticas do Governo Brasileiro e Tendências