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3.3 ESPECIFICAÇÕES PARA MANUTENÇÃO 3.3.1 Tratamento de Superfície

No documento As Barragens e as enchentes (páginas 193-200)

3 TUBULAÇÕES, CONEXÕES E DISPOSITIVOS METÁLICOS EM GERAL

3.3 ESPECIFICAÇÕES PARA MANUTENÇÃO 3.3.1 Tratamento de Superfície

Os serviços de Manutenção efetuados no campo podem ser executados por ferramentas manuais pela facilidade de acesso aos locais e baixo custo, apresentando resultados satisfatórios. Tais serviços, entretanto, deverão obedecer ao padrão ST2 da norma Sueca SIS 05 5900-1967, observando-se no entanto, o grau de corrosão. Em outros casos, dependendo do grau de corrosão e facilidade de acesso a equipamentos, podemos utilizar jateamento ao metal quase branco, padrão Sa2 ½ da norma Sueca SIS 05 5900-1967, podendo-se usar areia grossa ou média sem umidade, como abrasivo. A areia média deve ter o tamanho máximo das partículas passando na malha nº 18, enquanto a areia grossa deve ter partículas cujo tamanho máximo passe na peneira de malha nº 12.

Entre as várias normas oficiais existentes para limpeza do aço antes da pintura, destacamos o padrão SWEDISH STANDARDS INSTITUTION, o qual se refere aos padrões de preparação da Superfície de aço (SIS 055900).

Este padrão tem servido de modelo e tem sido adotado diretamente como padrão nacional em outros paises. Seus graus de limpeza Sa3, Sa2 ½ etc, são praticamente reconhecidos universalmente e são referidos através deste manual em recomendações para limpeza do aço.

O Padrão Sueco, como é usualmente chamado, foi o primeiro a empregar representações ilustradas dos graus de limpeza especificados. Outros padrões equivalentes, como o STEEL STRUCTURE PAINTING COUNCIL, U.S.A.: Especificações de Preparação da Superfície (SSPC-SP), e BRITISH STANDARDS INSTITUTION: Acabamento da Superfície do Aço jateado para Pintura (BS 4232), são descritivos e concernentes com o equipamento, materiais e o procedimento para alcançar o acabamento especificado. Ambos se referem ao Padrão Sueco como um padrão visual para o resultado final.

Um importante e único aspecto do Padrão Sueco é que ele leva em conta o estado da superfície de aço antes da limpeza e gradua o resultado de acordo, as seguintes forma:

- A: Superfície de aço inteiramente coberta com escamas de laminação aderentes e com pouco de qualquer ferrugem. (Grau A é normalmente a condição da superfície de aço um pouco depois de rodar).

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- B: Superfície de aço que começou a enferrujar-se e da qual a escama de laminação começa a lascar-se. (Grau B é normalmente o estado da superfície após ter sido exposta em ambiente externo, sem proteção, a uma atmosfera razoavelmente corrosiva por dois ou três meses). - D: Superfície de aço onde a escama de laminação já eliminou a ferrugem

e onde a formação é visível a olho nu. (Grau D é normalmente o estado da superfície após ter sido exposta em ambiente externo, sem proteção, a uma atmosfera razoavelmente corrosiva por tês anos).

Somente as reproduções fotográficas publicadas pelo Swedish Standard Institution são oficialmente válidas.

Ambos os padrões Americanos e Suecos, contém especificações para outros procedimentos além da limpeza por jateamento. O British Standard, por outro lado, reconhece somente jateamento por abrasivo como preparação de superfície adequada para pintura sobre o aço.

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3.3.2 - Soldagem

Os aços carbonos têm a vantagem de apresentar grande soldabilidade, ao contrário do ferro fundido.

Em caso de necessidade do emprego de solda em peças de aço carbono, recomenda-se o uso do eletrodo AWS E-7018, destinado a uso geral em soldas de grande responsabilidade em todas as posições. Proporciona grande velocidade de soldagem e alto grau de confiabilidade. As soldas não deverão apresentar irregularidades que possam prejudicar a vida útil das peças. No caso de necessidade de soldagem em peças de Ferro Fundido, recomenda-se o uso de eletrodo AWS E Ni Fe.

3.3.3 - Revestimento

As tubulações e peças especiais em Ferro Fundido podem ser revestidas externamente com pintura betuminosa ou epoxi alcatrão de hulha, conforme o caso. Esses tubos geralmente são fornecidos com revestimento interno em argamassa de cimento.

As tubulações e peças especiais em aço carbono requerem tratamento mais específico, em virtude das características dos aços, mais susceptíveis a corrosão. As normas da AWWA sugerem as especificações para revestimento em tubulações em aço carbono para condução de água.

Entretanto, para efeito de manutenção e reparos eventuais, no campo, podemos adotar o seguinte critério para revestimento de tubulações e peças em aço carbono, para condução de água.

a) PINTURA EM TUBULAÇÕES ABRIGADAS, ENTERRADAS E SUBMERSAS

Aplicação de Primer Epoxi interna e externamente como base e, posteriormente, aplicação de epoxi tipo alcatrão de hulha, com espessura da película seca entre 200um e 300um.

b) TUBULAÇÕES AÉREAS

Aplicação de Primer Epoxi como base e, posteriormente pintura do acabamento na cor alumínio, na superfície externa, com espessura da película em torno de 60um. A superfície interna segue o mesmo esquema de pintura para tubulações enterradas.

Tendo em vista a complexidade de parâmetros que regem a determinação do esquema de pintura, recomenda-se consultar os catálogos dos fabricantes de tintas, os quais informam as especificações detalhadas de seus produtos, como rendimento, aplicação, composição química, espessura da película etc. A vida útil de um revestimento é função direta da espessura e tipo de material empregado.

3.4 - CRIVOS

São dispositivos hidromecânicos montados na extremidade de uma tubulação (à montante) cuja finalidade é reter partículas de determinadas dimensões, impedindo-as de entrar na tubulação, o que poderia ocasionar avarias nos dispositivos de jusante, como registros, válvulas dispersoras, comportas, etc.

Os crivos são constituídos basicamente de uma chapa cilíndrica perfurada, que funciona como uma espécie de filtro, fixada em um flange montado na tubulação por meio de parafusos e porcas.

A manutenção dos crivos consiste basicamente em efetuar-se limpeza periódica ao redor da tela, retirando-se os detritos acumulados. O esquema para tratamento e pintura segue o mesmo padrão utilizado para peças e conexões em aço carbono, já mencionado anteriormente.

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3.5 - GRADES

São componentes hidromecânicos, instalados à montante da tomada d’água, cuja função é reter objetos, impedindo-os de entrar na tubulação de descarga, evitando-se danificar os hidromecânicos instalados. Suas dimensões e forma construtiva dependem da determinação do projeto. São fabricadas em aço carbono e constituem-se por barras chatas e cilíndricas, montados na vertical e horizontal, respectivamente.

A manutenção das grades consiste na retirada períodica de detritos acumulados sobre a mesma, utilizando-se mergulhadores devidamente capacitados para realizar tal serviço. Por ocasião da inspeção, verifica-se o estado geral da pintura anticorrosiva, não esquecendo-se que as comportas devem estar fechadas. O tratamento e pintura seguem as mesmas especificações recomendadas para tubulações e conexões em aço carbono.

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No documento As Barragens e as enchentes (páginas 193-200)