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O excesso de preocupação em não cair em pegadinhas (que conforme dissemos, duvidamos que existam), pode provocar mais erros do que se resolvêssemos a prova sem esse medo.

Seja prudente, porém de forma simples. Como ensinou o maior Mestre da História: “Sede, pois, prudentes como

as serpentes, mas simples como as pombas” (Mateus 10:16b).

Você lembra da analogia do balão de ar que citamos no Capítulo 1 – Os detalhes fazem a diferença? Lá explicamos que a sensação de incerteza cresce com o aumento do conhecimento. Logo, naturalmente, você tenderá a ser m a i s prudente na avaliação das questões. Não há necessidade de olhar a prova com elevada malícia, como se existisse uma casca de banana em cada questão.

aplicando tão somente o seu conhecimento das disciplinas e os princípios deste livro.

Adote já o pensamento de que não há qualquer problema você errar as pegadinhas das questões por dois motivos:

1) o número de questões desta natureza é insignificante

(quando existem!!); e

2) é bem provável que muitos candidatos, tão preparados quanto você, também irão errar a questão.

Além disso, se você ler com atenção, aplicar seus conhecimentos e refletir sobre os princípios apresentados, é

provável que você acerte as questões e nem se dê conta que foram postas ali para derrubar alguns candidatos.

Um exemplo prático é o que diz respeito ao uso dos termos DEVE x PODE, chavão repetido no mundo “concursístico”. Alguém disse no passado, e isso ainda vem ecoando em salas de cursinhos, que quando o avaliador utiliza a palavra “pode”, ele a utiliza no sentido de “faculdade de agir”.

Dessa forma, quando uma questão apresentasse a palavra “pode”, caberia ao candidato verificar se a situação fática apresentada no comando da proposição exigiria um “dever de agir” em vez de mera “faculdade de agir”.

Caso positivo, a questão deveria ser assinalada como falsa pelo candidato, vez que o examinador deveria ter utilizado a palavra “deve”.

E aí, lenda ou realidade?

Como já mencionado, o avaliador não está preocupado em elaborar pegadinhas. Seja prudente na leitura das questões, mas não é preciso acreditar que o objetivo é derrubar os candidatos a todo custo. O objetivo é medir o conhecimento e não descobrir quem tem mais habilidade em identificar casca de banana.

Não encontramos, nos últimos anos, nos concursos das bancas mais renomadas, histórico de número elevado de questões

VII.

a.

desse tipo. Trata-se de lenda criada e repetida por alguns que talvez não identificaram o real erro de uma questão, ou mesmo porque a questão não continha qualquer erro, mas a banca insistiu em manter o gabarito (é sim, isso acontece!).

Atenção aos Detalhes

“A simplicidade é o máximo da sofisticação.”

Leonardo da Vinci

Duas leituras: rápida e lenta

Assim que for publicado o edital do certame para o qual se objetiva um cargo/emprego público, dentre outras atividades, você deve calcular o tempo

médio que terá para ler e resolver cada questão, considerando no cálculo deste tempo os intervalos para descanso (total de 10 minutos), o tempo para marcar o gabarito (5 a 10 minutos) e o tempo para confeccionar a redação (quando houver).

Essa estratégia deve ser muito bem assimilada pelos candidatos de ponta, pois o tempo é fator determinante na aprovação do concurseiro e faz parte de um dos três fatores que te conduzirá à aprovação: o fator Gestão de Provas. Para maximizar seu rendimento, recomendamos que para cada questão você faça apenas duas leituras. Veja o porquê logo abaixo.

Se após a segunda leitura, você ainda não souber a resposta, deixe a questão para ser relida no final da prova. Não perca tempo! Se você não soube responder de imediato, ou porque não conhece o assunto ou porque não conseguiu lembrar, reler e reler só lhe trará desgaste mental e emocional. Passe para as questões seguintes e só ao final da prova retorne a essas que pulou. É até possível que, ao longo da prova, você se lembre do assunto ou que perceba ser possível aplicar algum dos princípios deste livro.

Quanto às duas leituras: faça uma rápida e outra mais lenta.

Na primeira leitura (rápida), avalie se a ideia principal da questão é coerente, se

b.

faz algum sentido. Na segunda leitura (lentamente), avalie cada expressão e palavra, atentando se há alguma situação que passou despercebida na primeira leitura. Atenção especial ao início e ao final das questões (mais adiante, explicamos o motivo).

Para você que estudou o assunto, a primeira resposta que vem à mente provavelmente é a correta. Não complique, seja simples! Lembre-se do balão (Capítulo 1 – Os detalhes fazem a diferença)!

Início da frase

A experiência e a análise das provas nos revelam que é muito comum o examinador inserir os erros logo no

início das questões, fato que conduz muitos candidatos a não percebê-los e, por consequência, a perda de preciosos pontos. Mas por que isso acontece? Comparando a leitura da questão com a execução de um truque de mágica, percebemos que o bom mágico faz uma série de ações prévias de entretenimento e depois anuncia o que efetivamente fará: fazer um objeto desaparecer de dentro de uma caixa, por exemplo.

Neste momento, todos ficam atentos para tentar descobrir o truque. Entretanto, perceba que as ações necessárias ao truque já foram realizadas antes do anúncio, ou seja, não será possível identificar o como ele faz porque ele já o fez muito antes de nos atentarmos para

o evento em si.

Quando o mágico diz que objeto desaparecerá, é porque o objeto não está mais ali na caixa. Ele faz o objeto desaparecer logo no início, enquanto a plateia não está muito atenta. Em seguida, faz uma série de ações para entreter o público e então anuncia o que fará. Mas, tudo já aconteceu bem antes…

De forma similar, isso também ocorre nas questões de concurso, notadamente nas que possuem textos mais longos. Na ânsia por ler rapidamente o enunciado da questão ou a própria questão em si, o candidato não dá muita atenção às primeiras palavras, e é justamente aí que mora o perigo. De nada vai adiantar

procurar o erro no restante da questão, quando ele foi propositalmente inserido logo no início.

Atenção ao início da frase que é onde o erro, em grande parte das vezes, “se esconde”.

Exemplo 1

(CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública)

A respeito das classificações das constituições e dos princípios fundamentais previstos na [Constituição Federal] CF, julgue os itens a seguir.

A constituição material, escrita e rígida, como a CF [Constituição

Federal], consiste em um documento escrito formado por normas substancialmente constitucionais que só podem ser alteradas por meio de processo legislativo especial e mais dificultoso. (destaques inseridos)

Gabarito E

Repare que o erro está logo no início da questão.

O candidato que ler rapidamente, de forma distraída, pode deixar passar a informação mais importante da questão. (Ver o tópico “Duas leituras: rápida e lenta”)

Exemplo 2

(CESPE - 2014 - Polícia Federal - Agente Administrativo)

A respeito de processos licitatórios, julgue os seguintes itens.

A transferência, mediante ato administrativo, da execução de

determinado serviço público a uma autarquia configura descentralização administrativa por outorga.

Gabarito E

Em uma leitura rápida e distraída, pode parecer que o foco da questão é a diferença entre outorga e delegação, quando o erro está no início e o

foco da questão é, na verdade, a diferença entre ato administrativo e lei formal. Assim, como o exemplo citado do mágico, o avaliador tenta “esconder” o erro, desviando o foco do candidato para outro ponto.

Exemplo 3

(CESPE - 2014 - CADE - Analista Técnico - Administrativo)

Com relação à gestão de pessoas na administração pública federal, nos termos dos Decretos n.º 5.497/2005 e n.º 5.707/2006.

Ao contrário de grupos formais de estudos, os estágios e os intercâmbios, os cursos presenciais e à distância, os seminários e os congressos são considerados eventos de capacitação.

Gabarito E

Mais uma vez, uma leitura rápida e distraída pode prejudicar o candidato.

Parece que o foco do examinador está na seguinte oração: “os estágios e os intercâmbios, os cursos presenciais e à distância, os seminários e os congressos são considerados eventos de

c.

capacitação”, quando, na verdade, o erro está logo no início, ao excluir os grupos formais de estudos dos eventos de capacitação.

Agora, você já sabe da importância da atenção aos termos utilizados no início da frase e o “truque do mágico” apenas atingirá os seus concorrentes.

Fim da frase

De modo semelhante à inserção de erros no início de frases, identificamos que alguns examinadores preferem a estratégia de situar no final das frases as expressões que as tornariam erradas.

Assim como na situação anterior, é muito comum o candidato não perceber esse erro e perder a questão. Mas por que isso acontece?

O comum é que a ânsia

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