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Estágios do desenvolvimento de sistemas em que ocorre participação

5 Resultados da pesquisa

5.4 Participação de usuários no desenvolvimento de sistemas de informação

5.4.4 Estágios do desenvolvimento de sistemas em que ocorre participação

Os estágios discutidos no seguimento são adaptados da forma original de Olson e Ives (1981), com contribuições do trabalho de McLeod, MacDonell e Doolin (2007), somadas às contribuições dos profissionais que participaram da etapa de pré-teste e validação de face do instrumento desta pesquisa. Assim, os estágios aqui exibidos são os estágios de desenvolvimento de sistemas pautados na literatura pertinente ao tema e na prática de desenvolvimento nacional.

No primeiro estágio, estudo de viabilidade, é preocupante o fato de cerca de 35% dos respondentes afirmarem que nunca ou raramente acontece a participação de usuários, já que é na fase inicial do processo de desenvolvimento que é possível diagnosticar se o sistema é viável ou não para organização. Problemas decorrentes de um estudo de viabilidade mal feito podem prejudicar o sistema de informação em desenvolvimento e a organização que dele fará uso. Assim, prejuízos podem surgir, principalmente aqueles de ordem financeira. Deste modo, é algo surpreendente e inexplicável o baixo nível de participação de usuários na figura 26

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre

15,6

19,5

18,0

21,1

16,4

Figura 26 – Participação de usuários no estudo de viabilidade do sistema.

A etapa de planejamento é fundamental para a compreensão das razões que levam ao desenvolvimento de um sistema, além de ser o momento em que a equipe de desenvolvimento esclarece como será a condução do processo, indicando responsabilidades e recursos a serem alocados. Na figura 27 é possível perceber que cerca de 55% das respostas retratam haver participação de usuários neste estágio. Porém, o fato dos 45% das respostas restantes terem tendência à não participação é preocupante, já que a não participação de usuários nesta fase pode levar a problemas, principalmente na definição de responsabilidades e prejuízos relativos a recursos financeiros aplicados no processo de desenvolvimento de determinado sistema.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre

14,1

17,2

22,7

25,0

15,6

Já observando na figura 28 os resultados obtidos para a etapa de elicitação de requisitos, percebe-se a importância que é atribuída pelos profissionais à participação do usuário. De fato, cerca de 71% dos ouvidos destacam essa importância evidenciando os benefícios do maior envolvimento e interação. Essa percepção manifesta aderência às preocupações expostas nos métodos, como RUP, XP e SCRUM e tem respaldo em pesquisas recentes, como McLeod, MacDonell e Doolin (2007), que indicam que a fase de elicitação de requisitos é uma etapa essencial para que o desenvolvimento seja bem sucedido. 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre

5,5 5,5

11,7

40,6

32,8

Figura 28 – Participação de usuários na elicitação de requisitos.

Na figura 29, evidencia-se que as etapas de projeto e de construção do sistema são, segundo os respondentes, as que têm menor importância quanto à participação de usuários. 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre

39,1 22,7 22,7 6,3 3,1 20,3 24,2 27,3 10,9 9,4 Construção Projeto

Este resultado, inerente as etapas de projeto e construção do sistema, pode ser justificado pelo fato dessas etapas possuírem características mais técnicas no processo de desenvolvimento, de modo que os usuários geralmente não participam por não terem domínio das ferramentas de desenvolvimento, como as linguagens de programação.

Outra etapa que teve importância evidente de acordo com os respondentes é a de teste, com quase 55% de participação dos usuários. Como mostra a figura 30, de fato, essa relevância é coerente com a ação direta dos usuários quando são feitos os testes para verificar a consistência e estabilidade do sistema. Assim, caso haja boa participação dos usuários na fase de teste, o sistema desenvolvido tende a funcionar com menores riscos de falhas, já que passa por simulações e verificações nessa fase.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre

5,5

11,7

21,9

36,7

18,0

Figura 30 – Participação de usuários no teste do sistema.

Segundo 69% dos ouvidos é evidente a importância do treinamento no processo de desenvolvimento de sistemas. De fato, esta etapa tem relevância singular, já que é nela que o usuário irá se familiarizar com os recursos do sistema e, assim, aprender a interagir efetivamente com o artefato. A qualidade do treinamento realizado com os usuários é fundamental para que estes entendam realisticamente os benefícios que podem ser obtidos com o uso do SI. A importância é destacada na figura 31.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre

4,7 4,7

15,6

32,8

35,9

Figura 31 – Treinamento do usuário no desenvolvimento do sistema.

Ademais, a importância do treinamento é evidente para que os usuários aceitem o sistema que fora desenvolvido, comprovando se o sistema atende ou não às suas demandas de trabalho. Entretanto, em alguns casos, embora com a realização do treinamento, alguns usuários têm resistência ao uso do SI por motivos diversos, seja pela falta de competência técnica ou mesmo pela resistência à mudança. Mesmo assim, 53% dos pesquisados afirmaram haver a participação do usuário na etapa de aceite do sistema, conforme figura 32, sendo fundamental que esse processo exista e seja formalizado, para que a finalização do processo de desenvolvimento possua documentação específica desta etapa.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre 4,7

10,9

31,3

48,4

4,7

No processo de implantação de qualquer sistema, é fundamental que o usuário esteja envolvido, pois será peça chave para dar início ao uso do sistema. Para isso, o usuário deve estar treinado e ter aceitado o sistema que foi desenvolvido, para durante a implantação contribuir para o pronto funcionamento da nova tecnologia. Os resultados deste aspecto estão apresentados na figura 33.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre 7,8

9,4

18,8

32,0

23,4

Figura 33 – Participação de usuários na implantação do sistema.

Por fim, conforme a figura 34, a participação de usuários é essencial na etapa de avaliação do sistema. De fato, 69% das respostas indicaram haver, com freqüência, participação de usuários nesta etapa. É nela que o usuário emite seu parecer sobre as respostas do sistema às suas necessidades e pode identificar falhas ou propor melhorias para um sistema que já está em funcionamento no seu contexto de trabalho. Assim, é possível incorporar um processo de melhoria contínua do sistema.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre 1,6

8,6

14,8

27,3

41,4

Percebe-se, a partir do exposto acima e valendo-se das impressões de Cavaye (1995), que as etapas em que os usuários não participam são aquelas em que há necessidade de um alto grau de conhecimento técnico como a construção do sistema e o projeto do sistema. Já as etapas em que os usuários participam com maior freqüência são: especificação de requisitos, testes, implantação, treinamento, aceitação e avaliação, eventos em que sua opinião ou intervenção é fundamental para que o sistema tenha sucesso.

5.4.5 Efeitos da participação no desenvolvimento de sistemas