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Cerca dos Capuchos

TABELA – NÚMERO DE FACHADAS

3.9. Estado de Conservação

Breves referências à questão da conservação ficaram registadas nos fólios 274 v.º - 276 v.º e 444v.º - 447.

No sítio da rua de São Francisco o capitão-mor das Ordenanças, Manuel Mascarenhas de Figueiredo Manuel tinhas “…umas casas no fim da rua em frente à

orta de São Francisco (…) compostas por cinco casas térreas, (…) pelo exterior das casas havia uma escada que dava para um antigo sobrado…”261. A propósito das confrontações norte e nascente ficamos ainda a saber que o capitão Manuel de Oliveira Figueiredo tinha também umas “...casas derrubadas…”, neste mesmo local.

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ADF – AHCMF – Serie D/A.2 – Tombos dos foros e bens do concelho, dos prédios urbanos e

rústicos, 1794-1822. Lv. n.º 1 (1794/1796), fólios 35 v.º - 67. 257

ADF – AHCMF – Serie D/A.2 – Tombos dos foros e bens do concelho, dos prédios urbanos e

rústicos, 1794-1822. Lv. n.º 1 (1794/1796), fólios 349 – 351e 489 – 490, respectivamente. 258

ADF – AHCMF – Serie D/A.2 – Tombos dos foros e bens do concelho, dos prédios urbanos e

rústicos, 1794-1822. Lv. n.º 1 (1794/1796), fólios 346 v.º - 348 v.º. 259

ADF – AHCMF – Serie D/A.2 – Tombos dos foros e bens do concelho, dos prédios urbanos e

rústicos, 1794-1822. Lv. n.º 1 (1794/1796), fólios 79 v.º - 80. 260

ADF – AHCMF – Serie D/A.2 – Tombos dos foros e bens do concelho, dos prédios urbanos e

rústicos, 1794-1822. Lv. n.º 1 (1794/1796), fólios 489 - 490. 261

ADF – AHCMF – Serie D/A.2 – Tombos dos foros e bens do concelho, dos prédios urbanos e

Na rua da Cordoaria existiam “…uns pardieiros que foram casas de António

Franco e hoje são do Capitão Manuel de Oliveira Figueiredo…”262. Confrontavam a poente com um terreno comprado pelo beneficiado José Bento Araújo (o foreiro) a Brás Gomes Barralho. Percebe-se pela expressão “pardieiro” que se trata de casas desabitadas em avançado estado de degradação.

Aparentemente podemos deduzir pela ausência de outras referências deste género que, pelo menos o edificado vistoriado, não apresentava degradação significativa ao ponto de ficar registado.

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ADF – AHCMF – Serie D/A.2 – Tombos dos foros e bens do concelho, dos prédios urbanos e

4. O EDIFICIO

“A tentativa de caracterização do espaço interno não é menos problemática para o historiador actual do que a reconstituição dos alçados e fachadas da casa corrente medieva. Mais do que o exterior, o espaço doméstico medieval tornou-se obsoleto com o andar dos tempos. As suas reduzidas dimensões, a inadequação aos tempos modernos, a precariedade dos materiais determinaram, em regra, transformações profundas comprometendo irremediavelmente a integridade do nosso objecto de estudo.

Mais do que nunca, é às fontes escritas que devemos

recorrer.”263

Apesar da diferença cronológica assim se caracteriza também a construção corrente em Faro no final do século XVIII. Com o espaço interno obsoleto, desadequado e acima de tudo pela fragilidade dos materiais aplicados muito mais perecível no sul do que no norte do pais dadas as características geológicas da região. Por tudo isto mas também pela construção desenfreada que Faro viveu na segunda metade do século XX. Por tudo isso se perdeu grande parte do testemunho físico da casa corrente do final do Antigo Regime que tornou tão importante este Tombo e a ele

“…mais do que nunca…” recorremos para redigir este capítulo.

O tratamento dos dados recolhidos na fonte permitiu-nos identificar alguns tipos de habitação corrente do final do século XVIII com base na sua estrutura. Mas agrupar as construções registadas no tombo por número de pisos de forma a caracterizar o edificado do Antigo Regime veio a verificar-se por si só demasiado redutor. Pensámos então reagrupá-las com base no género associado à função, mas “um facto urbano

determinado unicamente por uma função, não é fruível para além da razão daquela função. Na realidade, continuamos a fruir elementos cuja função de há muito se

263

Luísa Trindade – A casa Corrente em Coimbra. Dos finais da Idade Média aos inícios da Época

perdeu;”264. Importa pois caracterizar o edificado quanto à sua forma265. Assim os subcapítulos que se seguem apresentam o resultado da análise morfológica descrita em cada registo. Apresentamo-los tendo em conta a função – habitação e/ou serviços – apenas por uma questão de facilidade de exposição dos resultados.

Até agora abordámos as características formais exteriores que nos permitiram reconstituir a paisagem setecentista da cidade de Faro como alguns apontamentos ao século antecedente. Propomo-nos agora, a partir das características estruturais internas classificar a casa corrente, elemento da componente «residência» que Aldo Rossi definiu como uma das principais a ter em conta na leitura da cidade266.

São pouco detalhados os elementos que possuímos acerca das características morfológicas das construções. As descrições denunciam uma certa simplicidade formal, em particular no que à compartimentação interna diz respeito. Identificamos quatro tipos de habitação corrente, de composição simples e estruturalmente semelhantes. Apresentamo-los no ponto 4.1. Edifícios de habitação corrente: principais tipos.

Os casos que não integraram o ponto 4.1.4. (A morada de casa constituída por

várias “casas”), por terem sido referidos como “casa nobre”, serão abordados no ponto

4.2. Edifícios de habitação nobre. Constituem também excepções, e como tal individualizámos no ponto 4.3. Edifícios com funções não habitacionais, todas as construções cuja função está relacionada com a vivência em sociedade, como são os edifícios ligados ao comércio e à indústria. Manuel Sílvio Alves Conde chamou-lhes

264

Aldo Rossi – A Arquitectura da Cidade, Lisboa, Edições Cosmos, 2001, p. 79.

265

“…o valor destes factos reside unicamente na sua forma”. Aldo Rossi – A Arquitectura da Cidade, Lisboa, Edições Cosmos, 2001, p. 79.

266

«estruturas utilitárias» salvaguardando a devida importância do “…seu impacto na

paisagem urbana e periurbana.”267.