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PRODUÇÃO RURAL FAMILIAR

1.2. Estado, políticas públicas e Educação do Campo

Para analisar a implantação de um programa como o ProJovem Campo em suas diversas escalas de funcionamento, e diante da afirmativa forte dessa tese que é a apropriação do Estado das demandas da classe trabalhadora e a sua transformação em formas de subordinação do trabalhador rural ao capital, se faz necessário entender o papel do Estado na construção de programas e políticas públicas no âmbito da Educação do Campo.

Para isso, e a fim de compreender as ações do Estado como formas de controle e de poder que apresentam desenhos diferenciadas de acordo com o tempo e o espaço, é que se faz necessário reconhecer a historicidade do Estado (MONCAYO, 2012), no intento de nos aproximar dele como um fenômeno essencial do mundo contemporâneo, o qual está diretamente atrelado à modernidade e aos adventos do capitalismo global atual. Nos distanciando, portanto, de posições que o entendem como a-histórico ou de caráter neutro.

Desta forma, estamos entendendo o Estado como um elemento indissociável do tipo de organização social de produção, qualquer que seja o regime político, ou os governos que o gerem, ou seja, com independência de sua cara autoritária ou repressiva, ou de seu aparente faz de contas de bem-estar social disposto a responder todas as nossas reivindicações, ou a contribuir a atender as necessidades individuais e sociais. Segundo Moncayo (2012) “o Estado não é perene mas indissociável da vida própria do capitalismo”

(p 20). Está marcado em sua apresentação pelas formas originárias e de transição ao capitalismo e pelas transformações ocorridas uma vez instaurado.

Estamos enfatizando a historicidade do Estado para dizer que estamos falando de um Estado que possui tempo e espaço de reprodução específicos, e que as análises que realizamos em torno dele são parte dessa historicidade que também é espacial. O conceito de Estado ampliado veio, portanto, nos ajudar no sentido de entender que com o desenvolvimento do capitalismo atual no Brasil, as ações do Estado são fruto da luta de

72 classes e está marcado por conquistas e subordinação dos sujeitos “desde baixo”, da classe trabalhadora.

E assim estamos entendendo as políticas públicas em Educação do Campo como fruto e constructo de um Estado ampliado marcado pelas lutas sociais no campo, pela luta pela terra ampliada, ou seja, aquela que vai além da conquista da terra. É uma luta por direitos, que traça demandas e cria projetos outros, que marca uma sociedade de classes e que de forma dialética e contraditória ocupa espaços em disputa, ora sendo subordinada, ora construindo formas de autonomização “desde baixo”.

Sendo assim, por ora temos a historicidade do Estado como ponto de partida para adentrarmos na discussão do Estado e seu papel na construção de políticas públicas no Brasil, mais especificamente no âmbito da Educação do Campo.

1.2.1. Estado ampliado, sociedade civil e sociedade política: uma concepção gramsciana

Além de entender a historicidade do Estado atrelado a sua essencialidade do sistema capitalista, estamos entendendo o Estado para além de um aparelho institucional burocrático, ou seja, para além de interpretações do Estado entendido predominantemente ou exclusivamente como “sociedade política”, isto é, como um conjunto de instituições de condução política, administração e repressão. Segundo Oliver (2009):

Essa perspectiva de Estado atende basicamente à capacidade de uma sociedade para constituir um “corpo político institucional legal, racional, legítimo e eficiente” capaz de exercer o poder por meio de uma burocracia especializada – os governantes – e dar espaços, instituições, e vias para a política13. (p. 11. Tradução nossa)

Nessa perspectiva se apresenta um horizonte parcial de análise, onde tudo se explica por meio de elementos do próprio Estado, os atores políticos não são entendidos como expressões construídas a partir das forças políticas e sociais vinculadas a determinadas relações sociais (OLIVER, 2009). Segundo Oliver (2009), na perspectiva de Lenin e Gramsci, “o enfoque que reduz o Estado exclusivamente à sociedade política não inclui uma apreciação do fenômeno político como expressão e construção da sociedade”.

(p. 12. Tradução nossa)

13 Esa perspectiva de Estado atiende básicamente a la capacidad de una sociedad para constituir un “cuerpo político institucional legal, racional, eficiente y legítimo” capaz de ejercer el poder por medio de una burocracia especializada – los gobernantes – y dar espacios, instituciones y vías para la política. (OLIVER, 2009, p. 11)  

73 Entretanto, ao longo da história, o Estado nem sempre foi entendido apenas como um fenômeno político, ou em uma separação absoluta entre Estado e sociedade civil, muitas acepções caminham no encontro do entendimento de que existe uma inter-relação mútua entre sociedade política e sociedade civil, e é nessa linha de pensamento que estamos caminhando ao encontro do entendimento da construção de programas de políticas públicas em Educação do Campo. Entendendo que a luta por essa demanda – por meio da pressão da classe trabalhadora organizada em movimentos sociais e demais organizações sociais no campo – veio a gerar leis, diretrizes, programas, políticas, que são diretamente ações do Estado com a participação direta da sociedade civil, mas que ora atendem diretamente a demanda dessas organizações e ora servem para a ampliação da subordinação do trabalhador rural ao capital.

Essa linha de pensamento vem sendo construída ao longo da história dos estudos políticos referente ao papel do Estado na construção da sociedade. Segundo Oliver (2009) foram pensadores como Engels, Durkheim e Gramsci quem estabelecendo uma continuidade que parte do século XIX até a década de 30 do século XX, se deram conta de que o Estado político estava se transformando para se constituir em uma unidade institucional organicamente articulada com a sociedade civil, isto é, uma unidade que vai além das mediações hegelianas. Assim, junto ao Estado político a própria sociedade civil se converte em mediação, desde que expressam as contradições da sociedade.

Entretanto, segundo este mesmo autor, foi Antonio Gramsci quem parece ter reunido e desenvolvido as contribuições de Durkheim e Engels.

Este teórico e político italiano teceu uma ampla e complexa teorização sobre o Estado a partir de entendê-lo como “relação de forças e soma orgânica institucional de sociedade política e sociedade civil”. O fez a partir de estudos sobre as transformações do Estado e a política na Europa que se afirmaram de 1870 a 1930. Propôs uma explicação complexa do Estado moderno que por brevidade denominaremos Estado ampliado, y que está sintetizada na nota 7 do caderno 13, dos Cadernos do Cárcere (Gramsci, 1984, T. V) institucionalidade distinta à tradicional de Estado político, entendido anteriormente como em separado da sociedade civil e como domínios de minorias14. (Oliver, 2009, p. 13. Tradução nossa)

14 Este teórico y político italiano tejió una amplia y compleja teorización sobre el Estado a partir de entenderlo como “relación de fuerzas y suma orgánica institucional de sociedad política y sociedad civil”. Lo hizo a partir de estudiar las transformaciones de Estado y l apolítica en Europa que se afirmaron en 1870 y hasta 1936. Propuso una explicación compleja del Estado que se afirmaron en 1870 y hasta 1936. Propuso una explicación compleja del Estado moderno que por brevedad denominaremos Estado ampliado, y que está sintetizada en la nota 7 del cuaderno 13, de los Cuadernos de la cárcel (Gramsci, 1984, T.V.) institucionalidad distinta a la tradicional de Estado político, entendido anteriormente como separado de la sociedad civil y como dominio de minorías. (OLIVER, 2009, p. 13)

74 Gramsci vai além do pensamento do seu próprio tempo e sintetiza as transformações sofridas pelo Estado com o advento do capitalismo industrial. Para Gramsci, mais especificamente nos Cadernos do Cárcere,

O Estado não é um fim em si mesmo, mas um aparelho, um instrumento; é o representante não de interesses universais, mas particulares; não é uma entidade superposta à sociedade subjacente, mas é condicionado por essa, e portanto, a essa subordinado; não é uma instituição permanente, mas transitória, destinada a desaparecer com a transformação da sociedade que lhe é subjacente (GRAMSCI, 1951, apud, BOBBIO, 1982).

Ao conceituar o Estado de forma original e pessoal Gramsci trouxe temas fundamentais para o debate desse conceito como: Estado instrumental, particular, subordinado e transitório. A partir dessa particularidade que lhe era inerente, e em uma análise que parte da superestrutura no pensamento de Gramsci a luta de classes é central nas transformações ocorridas, e portanto, por meio da sociedade civil suas lutas se preconizam dentro do próprio Estado. Na nota 7 do caderno 13 da obra “Cadernos do Cárcere”, Gramsci revela:

A estrutura massiva das democracias modernas, tanto como organizações estatais quanto o complexo de associações na vida civil, constituem para a arte política o que as “trincheiras” e as fortificações permanentes do frente na guerra de posições; fazem somente o “parcial”

o elemento do movimento que antes era “toda” a guerra, etcétera.

(GRAMSCI, 1984, cad. 13)

Trata-se, portanto, de uma nova concepção metodológica da correlação de forças e da teoria do Estado ampliado, que apesar de Gramsci não ter se detido em suas análises ao Estado de Bem-estar social, nos provoca a ampliar e a procurar um novo horizonte para analisar o poder político e com ele os conflitos em torno da construção de ações, programas e políticas do Estado no Brasil em torno da demanda por Educação do Campo.

Essa perspectiva metodológica de Gramsci está orientada a investigar os assuntos do poder como um processo de domínio e hegemonia dos distintos grupos sociais em luta.

Tal processo converge em uma complexa construção ideológica e política em diferentes graus e momentos, e se transforma na construção da influencia nacional e social de determinadas forças políticas na cultura da sociedade civil organizada e em movimento.

Segundo Oliver (2009):

Em momentos constitutivos especiais e em situações de crise especialmente significativas para a sociedade, isto é, em momentos históricos importantes, se constrói a adesão ou a negação por parte de amplos setores da sociedade civil, ao trabalho de direção política e

75 cultural, de classes políticas dadas, ou seja, as grandes massas populares que se juntam à defesa e afirmação de direitos, às instituições, ao projeto nacional, à direção política, às leis, organizações e s personagens políticos que conformam o poder. As crises institucionais, as lutas cidadãs e os movimentos sociais os podemos explicar como expressão histórica política e cultural da relação orgânica entre o poder e a sociedade, e da articulação entre sociedade civil e sociedade política, isto é, a partir da metodologia do Estado ampliado15. (p. 14-15. Tradução nossa)

É sob essa perspectiva que estamos entendendo o Estado a partir do seu jogo de forças que media a pressão da classe trabalhadora e da sociedade política, hoje globalizada.

Entretanto, observa-se também que nesse jogo de forças de mediação do Estado em países da América Latina, como o Brasil, diante do tipo de neoliberalismo implantado, na maioria das vezes, predomina as ações de poder de forma escalar “desde cima”. Mas, que escapa, às suas formas de controle, as resistências e a construção de ações de autonomias “desde baixo”, ou seja, a organização da “sociedade civil”. Na concepção gramsciana, a sociedade civil é entendida como um momento integrante do Estado em sua acepção ampla e intimamente relacionada com a questão da hegemonia.

Portanto, nesta concepção, a sociedade civil não é politicamente neutra, mas, ao contrário, é um campo de disputa entre várias propostas de sociedade, entre diferentes concepções de mundo expressando a mutável correlação de forças entre as classes. Nesse terreno, no qual tanto os dominados quanto os dominadores levam a cabo suas lutas ideológicas, é impossível pensar a educação desvinculada das relações de poder, de hegemonia.

Com efeito, na visão de Gramsci, "sociedade civil" é uma arena privilegiada da luta de classe, uma esfera do ser social onde se dá uma intensa luta pela hegemonia; e, precisamente por isso, ela não é o "outro"

do Estado, mas - juntamente com a "sociedade política" ou o "Estado-coerção" - um dos seus inelimináveis momentos constitutivos. Para Gramsci, como Semeraro nos mostra muito bem, nem tudo o que faz parte da sociedade civil é "bom" (ela pode, por exemplo, ser hegemonizada pela direita) e nem tudo o que provém do Estado é "mau"

(ele pode expressar demandas universalistas que se originam nas lutas das classes subalternas). (COUTINHO, 1999)

15 En momentos constitutivos especiales y en situaciones de crisis especialmente significativas para la sociedad, es decir, en momentos históricos importantes, se construye la adhesión o el rechazo por parte de amplios sectores de la sociedad civil, a la labor de dirección política y cultural de clases políticas dadas, esto es, las grandes masas populares que se adhieren a la defensa y afirmación de derechos, a las instituciones, as proyecto nacional, a la dirección política, a las leyes, las organizaciones y los personajes políticos que conforman el poder. Las crisis institucionales, las luchas ciudadanas y los movimientos sociales podremos explicarlos como expresión histórico política y cultural de la relación orgánica entre el poder y la sociedad, y de la articulación entre sociedad civil y sociedad política, es decir, a partir de la metodología del Estado ampliado. (OLIVER, 2009, p. 14-15)

76 Sendo assim o Estado é instrumento de uma classe, mas também lugar de luta pela hegemonia e processo de unificação das classes dirigentes. Tal perspectiva admite, no entanto, momentos de “contra-hegemonia”. Nesse Estado construído “desde cima”, mas também “desde baixo”, de hegemonia e de contra-hegemonia, as políticas, programas e ações sociais tem apresentado um importante papel na mediação dos conflitos. Pois entendemos que a institucionalidade do Estado no Brasil, assim como em outros países da América Latina, seu caminho político, cultural e institucional,

(…) não é produto unicamente da sabedoria ou desconhecimento de quem detêm o poder. É resultado de prolongadas e acirradas lutas sociais e de poder nas quais tem sido construído – e foi se aceitando por parte das massas populares – o domínio e a direção da sociedade em determinadas forças históricas, forças que possuem um dado e específico perfil social, político e cultural e que conquistaram a hegemonia civil, isto é, que seu domínio e direção seja incorporado no conjunto da sociedade, onde a consequência foi e tem sido a subalternidade de outras forças históricas sociais, que não pôde vencer e se constituir com a autonomia plena para impedir, questionar ou romper a hegemonia existente16. (OLIVER, 2009, p. 15. Tradução nossa)

Se faz necessário levar em conta as resistências, as conquistas decorrentes das lutas sociais, que no campo no Brasil têm sido singulares e significativas, principalmente a partir da década de 1990, a qual foi marcada pelo surgimento de diversos movimentos sociais de luta pela terra no país, mas que infelizmente não conseguiu atingir seus grandes objetivos: o fim do latifúndio, uma Reforma Agrária plena, justiça social e soberania alimentar. Apesar dos grandes avanços e conquistas nesse âmbito não foi possível romper com a hegemonia existente e o Estado teve papel fundamental nesse processo de hegemonia do capital e da construção de subalternidade dos sujeitos em luta pela terra no campo aos seus ditames.

Segundo Almeida (2011):

As instituições sociais e as políticas públicas conformam uma importante dimensão da dinâmica social na medida em que se expressam historicamente como se articulam em cada época e diante de cada correlação de forças as relações entre Estado e sociedade civil, disputa pela hegemonia e as mediações entre os diversos graus de instâncias de exercício e localização do poder na sociedade. Deste modo, compreender o significado e o alcance da relação entre políticas e as

16 (…) no es producto únicamente de la sabiduría o torpeza de quienes detentan el poder, o de arreglos entre camarillas ilustradas en el arte de dirigir o de gestionar; es resultado de prolongadas y aguerridas luchas sociales y de poder en las cuales se ha ido construyendo – y se fue aceptando por parte de la gran masa popular – el dominio y la dirección en la sociedad de determinadas fuerzas históricas, fuerzas que tienen un dado y especifico perfil social, político y cultural y que han logrado la hegemonía civil, es decir, que su dominio y dirección se incorpore en el conjunto de la sociedad, por lo que la consecuencia es y ha sido la subalternidad de otras fuerzas histórico sociales que no han podido vencer y constituirse con la autonomía plena para impedir, cuestionar o romper la hegemonía existente. (OLIVER, 2009, p. 15)

77 formas institucionais concretas que assumem na esfera local, na cidade, implica compreender em que medida o esvaziamento da política da vida social é parte integrante da hegemonia do capital que subordina progressivamente as diferentes instâncias da vida social à lógica da mercadoria. (p.63)

Dessa forma essa tese se sustenta em um enfoque de investigação das relações de forças que se expressam nas determinações estruturais, políticas e sociais do Estado ampliado. Sendo assim, buscamos, na análise da implantação de um programa dito como parte de uma política pública, a conformação histórica e em sua expressão institucional enquanto Estado, o qual é determinado por sua correlação de forças entre os “de baixo” e os “de cima”, em uma construção de hegemonia que vem de ambos os lados, até que uma se sobreponha a outra.

Com a clareza da historicidade do Estado devemos estar atentos às transformações sofridas pelo mesmo com a chegada de um neoliberalismo em países da América Latina.

De fato, o estatismo autoritário que tem surgido sob o neoliberalismo a partir da fragmentação da sociedade e a focalização e mercantilização dos direitos cidadãs é um espécie de Estado ampliado de novo tipo, orientado a intervir na sociedade para que construa seu próprio projeto de competência para o posicionamento que se requer na valorização do capital financeiro (HIRSCH, 2002), mas também para enfrentar as consequências sociais das políticas de aumento da pobreza, do processo de desestruturação da economia e fragmentação da sociedade, e da proliferação de negócios ilegais surgidos como consequência da perda de controle político institucional da nova sociedade mercantilizada17. (OLIVER, 2009, p. 25-26. Tradução nossa)

Portanto, um Estado que media as contradições do próprio sistema capitalista, mercantiliza os direitos cidadãos, e ao mesmo tempo diante de crises do próprio Estado (fordista) tem levado a ampliação das lutas sociais. Já não é mais o Estado que intervém no público e propõe a recuperação dos velhos direitos, são os próprios sujeitos, em luta, organizados, que colocam na mesa política novos direitos, novas agendas sociais, novos projetos, e foi assim que a Educação do Campo veio sendo construída por dentro do Estado, veremos mais sobre essas conquistas mais a frente.

Desta forma, se nos mostra importante buscar as determinações que fazem com que o Estado ampliado conformado durante o século XX no Brasil seja um Estado

17 De hecho el estatismo autoritario que ha surgido bajo el neoliberalismo a partir de la fragmentación de la sociedad y la focalización y mercantilización de los derechos ciudadanos es una especie de Estado ampliado de nuevo tipo, orientado a intervenir en la sociedad para que haga suyo el proyecto de competencia para el posicionamiento que se requiere en la valorización del capital financiero (HIRSCH, 2002), pero también para enfrentar las consecuencias de la perdida de control político institucional de la nueva sociedad mercantilizada (OLIVER, 2009, p. 25-26)

78 capitalista, no qual domina o capital, neste caso tendo como mediação a implantação do Programa ProJovem Campo na Paraíba, lançado pelo governo como parte de uma política nacional em Educação do Campo. Para entendermos as tramas da construção de programas e ações sociais do Estado adentraremos na discussão de políticas sociais e políticas públicas e seu papel na sociedade atual.

1.2.2. Política pública e política social: como instrumento da sociedade civil e da sociedade política

As transformações econômicas, sociais e políticas, advindas do avanço industrial do capital criaram condições propícias para o comprometimento do Estado com os inúmeros problemas resultantes das desigualdades sociais. “Em certa medida” – salienta Gouldner (1970, apud, PEREIRA, 2008, p. 104) – “o crescimento mesmo do Estado Benfeitor (Social) significa que o problema tem se tornado tão grande e complexo que já não é

As transformações econômicas, sociais e políticas, advindas do avanço industrial do capital criaram condições propícias para o comprometimento do Estado com os inúmeros problemas resultantes das desigualdades sociais. “Em certa medida” – salienta Gouldner (1970, apud, PEREIRA, 2008, p. 104) – “o crescimento mesmo do Estado Benfeitor (Social) significa que o problema tem se tornado tão grande e complexo que já não é