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2.4 DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

2.4.1 Estado do Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul, que tem a sua capital em Porto Alegre, é um estado situado no extremo sul do Brasil e possuí área de 281.737,888 km². É formado por 497 municípios, e composto por uma população de 11.322.895 pessoas, estando em quinto lugar no ranking do país em número de habitantes (IBGE, 2016). Os municípios mais populosos localizam-se, sobretudo na Região Metropolitana de Porto Alegre, na região da Serra Gaúcha e na Aglomeração Urbana do Sul (PERS, 2014). A Tabela 1 apresenta a relação da faixa populacional com o número de municípios do Estado.

Tabela 1: Faixa populacional em relação ao número de municípios no Estado do RS

PORTE FAIXA POPULACIONAL (hab.) NÚMERO DE MUNICÍPIOS

Pequeno Porte I Até 5.000 228

Pequeno Porte II De 5.001 a 20.000 169

Pequeno Porte III De 20.001 a 50.000 58

Médio Porte De 50.001 a 300.000 38

Grande Porte I De 300.001 a 500.000 3

Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

PORTE FAIXA POPULACIONAL (hab.) NÚMERO DE MUNICÍPIOS

TOTAL - 497

Fonte: PERS/RS, 2014

No Rio Grande do Sul predomina a gestão direta dos resíduos sólidos, ou seja, é realizada pelo próprio município. Segundo dados do SNIS (2011) do total de município, 54,10% possuem gestão de resíduos sólidos de forma direta, através de órgãos da administração pública. Nos demais municípios, a gestão é feita por meio instituições particulares, como por exemplo, de autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista com administração pública, o que representa 4,50%. De acordo com dados do Sistema Nacional de Saneamento (2016), ainda é dominante no Rio Grande do Sul, a gestão direta. Na Figura 6 são mostrados os responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos no RS.

Figura 6: Natureza jurídica do órgão municipal responsável pela gestão de RSU no RS

Fonte: PERS/RS, 2014

De acordo com dados do IBGE 2010 apud PERS 2014, em 2008, 41 municípios do estado do Rio Grande do Sul realizavam os serviços de manejo de resíduos sólidos e limpeza pública por meio da prefeitura; no entanto, em outros 63 municípios este serviço era executado por outras instituições, como por exemplo: autarquias, empresas públicas, consórcios público, empresas privadas, entre outros. Na Figura 7, é possível observar a maneira como era executado os serviços de limpeza pública e manejo dos resíduos sólidos nos municípios gaúchos no ano de 2008.

Figura 7: Forma de execução do serviço de manejo dos resíduo sólidos no Rio Grande do Sul

Fonte: PERS/RS, 2014

Os consórcios intermunicipais no setor de resíduos sólidos garantem uma maior viabilidade de prestações de serviços em municípios de pequeno porte para o estado do Rio Grande do Sul, pois em grande parte dos casos estes não capazes de realizar ou operar de maneira correta. Atualmente existem 18 consórcios públicos que atuam e operam, na grande maioria, um aterro sanitário, o qual deve atender os municípios consorciados.

A geração dos RSU está diretamente relacionada às características econômicas e sociais dos municípios, sendo que àqueles mais populosos são os que apresentam uma maior geração per capita (PERS, 2014). Na Tabela 2 é possível observar as taxas de geração de RSU por faixa populacional, sendo considerada a realidade demográfica do Estado.

Tabela 2: Municípios mais populosos do estado do Rio Grande do Sul

PORTE DO MUNICÍPIO FAIXA

POPULACIONAL (hab.) NÚMERO DE MUNICÍPIOS GERAÇÃO PER CAPITA (kg/hab.dia)

Pequeno Porte Até 5.000 455 0,65

Médio Porte De 50.001 a 300.000 38 0,80

Grande Porte I De 300.001 a 1 milhão 3 0,90

Grande Porte II Mais de 1 milhão 1 1,10

Fonte: PERS/RS, 2014

De acordo com dados do Plano Estadual de Resíduos Sólidos/RS (2014) a taxa de geração de resíduos sólidos entre as populações urbanas e rurais são distintas, devido ao padrão de consumo diferente entre ambas. Tomando como base que a população rural é de até 50.000 habitantes, foi adotada a faixa de geração per capita de 0,65 kg/hab. dia.

Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

Como já dito anteriormente, os RSU são compostos por: Resíduos Sólidos Domiciliares (RDO) e por Resíduos de Serviços da Limpeza Pública (RPU). Para determinar o que compõem os RSU nos municípios gaúchos foram elaboradas composições médias por faixas populacionais, levando em consideração o acréscimo da fração orgânica sobre os materiais secos recicláveis em municípios menos populosos, conforme o padrão de consumo analisado no Estado. Na Tabela 3 são apresentadas as composições adotadas para os resíduos sólidos no RS.

Tabela 3: Composição adotada dos resíduos sólidos urbanos no RS FAIXA POPULACIONAL (hab.) NÚMERO DE MUNICÍPIOS COMPOSIÇÃO DE RSU Matéria Orgânica Material Seco Reciclável Rejeito Até 50.000 455 65% 20% 15% De 50.001 a 300.000 38 60% 25% 15% Mais de 300.000 4 55% 30% 15% Fonte: PERS, 2014

A população rural teve a composição dos resíduos sólidos feita sob à faixa populacional (até 50.000 habitantes) sendo caracterizada de maneira distinta da população urbana, pois produz mais matéria orgânica, quando comparadas (PERS, 2014).

A separação dos resíduos sólidos é realizada pelo gerador, necessitando ser embalados em sacos plásticos para a realização da coleta. Na grande parte dos municípios gaúchos, esses sacos são colocados pelos habitantes em coletores junto às calçadas, para ser recolhido por responsáveis em dia e horários definidos (PERS, 2014).

No Rio Grande do Sul, de acordo com dados do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, são feitas dois tipos de coletas: a coleta regular (indiferenciada) e a coleta seletiva (diferenciada). A primeira é realizada de maneira que não exista a segregação dos RSU. Já na segunda, é feita a separação pela população entre os rejeitos (resíduos orgânicos) e os materiais recicláveis. Existe uma pequena diferença quanto as porcentagens entre a coleta regular e a seletiva no Estado. A realização da coleta regular abrange cerca de 46% dos municípios, o que significa uma cobertura de 76% em relação a população total dos municípios. A coleta seletiva possui iniciativa em 45% dos municípios gaúchos.

De acordo com o banco de dados do PERS-RS (2014) os tipos de tratamento mais executados para os resíduos sólidos no Estado são: beneficiamento de materiais secos recicláveis (triagem) e a compostagem de resíduos. A triagem, que é feita a partir de materiais

recicláveis, é realizada em 47% dos municípios gaúchos e, no que se refere a compostagem, essa porcentagem é ainda menor, apenas 26% usa dessa tecnologia para o tratamento da matéria orgânica dos resíduos sólidos.

No Estado, são executadas duas formas para a disposição final de resíduos sólidos: de forma adequada (operação por meio de aterro sanitário) e inadequada (operação por meio de aterros controlados e lixão). Segundo dados da FEPAM apud PERS-RS (2014), 80% dos municípios do estado do Rio Grande do Sul mantém uma disposição final ambientalmente correta, por meio de aterros sanitários, o que representa 83,60% dos resíduos gerados pelos habitantes rio-grandenses. Na Figura 8, é possível observar a situação da disposição final dos resíduos sólidos.

Figura 8: Disposição Final dos Resíduos Sólidos no RS

Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

Conforme dados da FEPAM apud PERS-RS (2014), atualmente no Rio Grande do Sul existem 41 unidades para a disposição final de resíduos sólidos com Licença de Operação (LO) em atuação. Desse total, 30 unidades estão em operação, 17 de maneira correta e as outras 13 de forma imprópria, conforme dados do órgão ambiental. Além das unidades que estão atuando com a Licença de Operação vigente no ano de 2014, têm outras 30 unidades de disposição final dos resíduos sólidos urbanos em operação no Rio Grande do Sul sem licença ambiental ou com a LO vencida, assim sendo, existem 60 unidades para a disposição de resíduos sólidos com licenciamento e sem licenciamento. Desse total, 41 unidades funcionam de maneira inadequada: 38 aterros controlados e 3 lixões. Na Tabela 4 são apresentadas as unidades de disposição final de resíduos sólidos no Rio Grande do Sul.

Tabela 4: Unidades de disposição final de RSU no RS Unidades de disposição final de RSU no RS SITUAÇÃO DE

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

CLASSIFICAÇÃO DE SITUAÇÃO DE OPERAÇÃO

Adequada Inadequada Total

Unidade com LO vigente 17 13 30

Unidades sem LO vigente 2 28 30

Total - Rio Grande do Sul 19 41 60

Fonte: PERS-RS, 2014

Segundo o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (2014), existem 11 aterros sanitários que trabalham de forma compartilhada para a disposição final dos resíduos sólidos, que atendem aproximadamente 74% dos municípios gaúchos (367 municípios). A Figura 9 dispõe o compartilhamento realizado pelos municípios, estando representados por cores, àqueles que enviam para a mesma unidade.

Figura 9: Aterros Sanitários compartilhados no Rio Grande do Sul

Fonte: PERS, 2014

O custo para a disposição dos resíduos sólidos é muito incerto, pois depende de uma série de fatores que estão relacionados, como por exemplo, a tipologia, a qualidade do serviço, população atendida, forma de prestação do serviço (contratação ou direta). Hoje, por existirem poucas unidades de aterros sanitários, muitos municípios precisam conduzir os seus resíduos sólidos para municípios distantes, o que acaba tornando mais caro o custo da disposição final (PERS, 2014).

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (ABRELPE, 2016), em 2016 os municípios da região Sul do Brasil empregaram, uma média mensal de R$ 7,84 por pessoa na coleta de resíduos sólidos urbanos e em outros serviços relacionados a limpeza urbana.

Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

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