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Estudo de viabilidade técnica e econômica na implantação de um aterro sanitário para o município de Ijuí-RS

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

JENIFER LUIZA WEILER

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA NA

IMPLANTAÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO PARA O MUNICÍPIO

DE IJUÍ-RS

Ijuí 2018

(2)

JENIFER LUIZA WEILER

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA NA

IMPLANTAÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO PARA O MUNICÍPIO

DE IJUÍ-RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador(a): Me. Joice Viviane de Oliveira

Ijuí 2018

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ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA NA

IMPLANTAÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO PARA O MUNICÍPIO

DE IJUÍ-RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 04 de dezembro de 2018

Prof. Joice Viviane de Oliveira Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - Orientadora Prof. Lia Geovana Sala Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA Prof. Joice Viviane de Oliveira (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Prof. Dr. Giuliano Crauss Daronco Doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

(4)

Dedico este trabalho aos meus pais Adeli e José, por todo apoio e incentivo ao longo dessa caminhada.

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Ao concluir essa etapa de minha vida, é preciso agradecer à todos aqueles que contribuíram de alguma forma, para que esse sonho se tornasse realidade, pois sozinha, não seria capaz.

Primeiramente, agradeço a Deus pelo dom da vida, por ter sido a minha maior força nos momentos de desespero e preocupação, e por me abençoar todos os dias com seu infinito amor.

Aos meus pais, por todo o amor, carinho e compreensão. Por todas as vezes que abriram mão de seus sonhos, para realizar o meu. Amo vocês!

Ao meu irmão e minha cunhada, por serem meus maiores exemplos de persistência e dedicação. Por sempre estarem dispostos a me ouvir, ajudar e aconselhar.

Aos professores da graduação, pela amizade e por todos os ensinamentos compartilhados ao longo do curso, em especial a minha orientadora, mestre Joice Viviane Oliveira, pelo auxílio e competência na realização deste estudo.

Aos meus amigos de longa data e àqueles que conquistei durante a graduação, meu muito obrigada. Em especial, a Martina Jungbeck Fogliarini, Michele Maísa Wolf e Priscila Campos Schmidt, pela amizade, confiança, compreensão, por todos os estudos e ajuda dedicados uma a outra. Você foram meus presentes da Engenharia e tornaram essa caminhada mais leve e florida. Amo vocês e que nossa amizade dure para sempre.

Por fim, quero agradecer a todos que de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste estudo e sonho.

(6)

Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para conseguir.

(7)

WEILER, JENIFER LUIZA. Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica na Implantação de um Aterro Sanitário para o Município de Ijuí - RS. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

Os resíduos sólidos urbanos gerados estão diretamente ligados com o crescimento acelerado da população e a qualidade de vida que esta exige. Assim, tornou-se essencial o manejo e destinação correta destes resíduos, preservando os recursos ambientais como também a saúde humana, sendo o aterro sanitário o método mais adequado. Como em grande parte dos municípios do Brasil, o poder público do município de Ijuí realiza a terceirização da destinação final dos resíduos produzidos. Desse modo, este trabalho consiste em analisar a viabilidade de implantar um aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos no município. Para isso, realizou-se análise de dados referentes à quantidade de resíduos produzidos no município, por conseguinte, o dimensionamento do volume e área necessária para este aterro, da mesma forma, a seleção do local a ser implantando, respeitando as exigências fundamentais. Após, realizou-se uma avaliação econômica, comparando valores com o atual modelo executado pelo município.

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ABSTRACT

WEILER, JENIFER LUIZA. Technical and Economic Viability Study on the Implantation of a Landfill for the Ijuí County - RS. 2018. Undergraduate Final Project. Civil Engineering Course, Regional University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

The solid urban waste generated by the cities is directly linked to the rapid growth of the population, and the quality of life it requires. Thus, the correct management and disposal of these wastes has been essential, preserving environmental resources and the human health, the landfill is the most appropriate method. As in the most of municipalities of Brazil, the public power of the municipality of Ijuí carries out the outsourcing for the final destination of the waste produced. Thus, this work consists in the analyzing of feasibilityim planting a sanitary landfill of solid urban waste in the municipality. For this, a data analysis was performed on the amount of waste produced in the municipality, therefore, the sizing of the volume and area required for this landfill, as well as the selection of the site to be implemented, respecting the fundamental requirements. Finally an economic evaluation was carried out, comparing values with the current model executed by the municipality.

Keywords: Solid Waste. Landfill. Disposition.

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Figura 1: Destinação Final dos Resíduos Sólidos ... 21

Figura 2: Caracterização dos Resíduos Sólidos ... 31

Figura 3: Esquematização de um lixão ... 34

Figura 4: Esquematização de um aterro controlado ... 35

Figura 5: Esquematização de um Aterro Sanitário ... 35

Figura 6: Natureza jurídica do órgão municipal responsável pela gestão de RSU no RS ... 37

Figura 7: Forma de execução do serviço de manejo dos resíduo sólidos no Rio Grande do Sul ... 38

Figura 8: Disposição Final dos Resíduos Sólidos no RS ... 40

Figura 9: Aterros Sanitários compartilhados no Rio Grande do Sul ... 42

Figura 10: Destinação final de resíduos sólidos no Brasil de acordo com o SNIS .... 43

Figura 11: Esquema do Sistema de Drenagem de Águas Superficiais ... 51

Figura 12: Sistema de Drenagem de Águas Superficiais ... 51

Figura 13: Esquema do Sistema de Drenagem do Lixiviado ... 53

Figura 14: Sistema de Drenagem do Lixiviado ... 53

Figura 15: Esquema do Sistema de Drenagem de Gases ... 55

Figura 16: Sistema de Drenagem de Gases ... 55

Figura 17: Aterro em Trincheiras ... 60

Figura 18: Método das Áreas ... 60

Figura 19: Método das Depressões ... 61

Figura 20: Esquema de itens necessários para a execução de um aterro sanitário ... 64

Figura 21: Layout do aterro sanitário de Samambaia ... 69

Figura 22: Vista aérea do aterro sanitário de Minas do Leão-RS ... 70

Figura 23: Unidade geradora de energia elétrica ... 71

Figura 24: Central de Tratamento de Giruá-RS ... 71

Figura 25: Localização do Município de Ijuí-RS ... 74

Figura 26: Rotas de Ijuí até Giruá ... 76

Figura 27: Fluxograma da Gestão dos Resíduos em Ijuí-RS ... 79

Figura 28: Distância entre o centro de Ijuí e o Distrito Mauá ... 83

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Faixa populacional em relação ao número de municípios no Estado do RS

... 36

Tabela 2: Municípios mais populosos do estado do Rio Grande do Sul ... 38

Tabela 3: Composição adotada dos resíduos sólidos urbanos no RS ... 39

Tabela 4: Unidades de disposição final de RSU no RS ... 41

Tabela 5: Formas para o cálculo do sistema de drenagem do lixiviado ... 54

Tabela 6: Considerações CONAMA N° 404/2008 ... 58

Tabela 7: Atividades técnicas para a elaboração do EIA ... 62

Tabela 8: Atribuições do RIMA ... 62

(11)

Quadro 1: Caracterização dos Resíduos Sólidos Domiciliares no município de Ijuí . 32

Quadro 2: Composição dos Resíduos da Coleta Seletiva... 33

Quadro 3: Vantagens e desvantagens de um aterro sanitário ... 45

Quadro 4: Critérios ambientais para a seleção preliminar de área para a implantação de aterro sanitário ... 48

Quadro 5: Critérios de Uso e Ocupação do Solo ... 49

Quadro 6: Conceitos dos tipos de Licenças ... 57

Quadro 7: Cálculos para o dimensionamento da área de um aterro sanitário ... 65

Quadro 8: Custos das etapas de viabilização de um aterro de pequeno porte ... 67

Quadro 9: Custos de Implementação de Aterros Sanitários por etapas (em R$) ... 67

Quadro 10: Valores gastos com a coleta domiciliar de Resíduos Sólidos ... 80

Quadro 11: Valor gasto com o transporte e destino final dos resíduos sólidos ao Aterro de Giruá. ... 81

Quadro 12: Dados Principais ... 85

Quadro 13: Dimensionamento das trincheiras e área necessária para a execução do aterro ... 86

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

ABRETE Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DEMASI Departamento Municipal de Águas e Saneamento de Ijuí EIA Estudo de Impacto Ambiental

FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal INCC Índice Nacional da Construção Civil

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Kg/(hab*dia) Quilograma por Habitante Dia

Kg/m³ Quilograma por metro cubico Km Quilometro

LI Licença de Instalação LP Licença Prévia LO Licença de Operação M²/ano Metro Quadrado por ano M³ Metro cubico

M³/mês Metro cubico por mês

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PLAMSAB Plano Municipal de Saneamento Básico

PGIRS Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

RIMA Relatório de Impactos Ambientais RSU Resíduo Sólido Urbano

SEPLAN Secretaria Municipal de Planejamento e Regularização Urbana

SICONV O Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal

SISMANA Sistema Nacional do Meio Ambiente SMMA Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento T/ano Tonelada por ano

T/dia Tonelada por dia T/mês Tonelada por mês

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 17 1.1 CONTEXTO ... 17 1.2 PROBLEMA ... 20 1.2.1 Questões de Pesquisa ... 23 1.2.2 Objetivos de Pesquisa... 23 1.2.3 Delimitação ... 24 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 25 2.1 LEGISLAÇÕES E RESOLUÇÕES ... 25

2.1.1 Lei Federal n° 12.305 e a Política Nacional de Resíduos Sólidos ... 25

2.1.2 Plano Nacional de Resíduos Sólidos ... 26

2.1.3 Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Rio Grande do Sul ... 27

2.1.4 Plano Municipal de Saneamento Básico e Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos 28 2.2 classificação dos resíduos sólidos urbanos... 29

2.2.1 Classificação dos Resíduos Sólidos no Município de Ijuí-RS ... 32

2.3 DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ... 33

2.3.1 Lixão... 33

2.3.2 Aterro Controlado ... 34

2.3.3 Aterro Sanitário ... 35

2.3.4 Incineração ... 36

2.4 DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ... 36

2.4.1 Estado do Rio Grande do Sul ... 36

2.4.2 Brasil ... 43

2.5 aterro sanitário: Classificação e considerações gerais... 44

(15)

2.5.1.3 Critérios Ambientais ... 47

2.5.1.4 Critérios de Uso e Ocupação do Solo ... 49

2.5.1.5 Critérios Operacionais ... 50

2.5.2 Elementos de Projeto ... 50

2.5.2.1 Sistema de Drenagem das Águas Superficiais ... 51

2.5.2.2 Sistema de Drenagem do Lixiviado (Chorume) ... 52

2.5.2.3 Sistema de Drenagem dos Gases ... 54

2.5.2.4 Sistema de Impermeabilização dos Fundos e das Laterais... 56

2.5.2.5 Sistema de Tratamento do Lixiviado (Chorume) ... 56

2.5.2.6 Cobertura Intermediária e Final... 56

2.5.2.7 Componentes Complementares ... 56

2.5.3 Licenciamento Ambiental para a Implantação de um Aterro Sanitário ... 57

2.5.4 Tipos de Aterros Sanitário... 59

2.5.4.1 Método da trincheira ou célula escavada ... 59

2.5.4.2 Método da Área ... 60

2.5.4.3 Método das Depressões ... 61

2.5.5 Aspectos Legais e Institucionais referentes a implantação de um Aterro Sanitário 61 2.5.6 Dimensionamento da Área de um Aterro Sanitário ... 65

2.5.7 Análise de Custos para a Implantação de um Aterro Sanitário ... 66

2.5.8 Layout de Aterros Sanitários ... 68

2.5.8.1 Aterro Sanitário de Brasília ... 68

2.5.8.2 Central de Resíduos do Recreio – Minas do Leão ... 70

2.5.8.3 Central de Tratamento de Resíduos de Giruá-RS ... 71

(16)

3.1 DELINEAMENTO ... 72

3.2 caracterização da área de estudo ... 73

3.2.1 Coleta dos Resíduos Sólidos Urbanos no município de Ijuí ... 75

4 RESULTADOS ... 77

4.1 crescimento populacional e geração de resíduos sólidos em ijuí-rs ... 77

4.1.1 Modelo Atual de Gestão ... 79

4.2 PROPOSTA DE LOCAL DE IMPLANTAÇÃO ... 82

4.2.1 Justificativa da escolha do local para a implantação do aterro sanitário ... 83

4.3 TIPO DE ATERRO SANITÁRIO ADOTADO ... 84

4.4 DIMENSIONAMENTO DE UM ATERRO SANITÁRIO ... 84

4.5 ANÁLISE DE CUSTOS ... 87

4.6 ANÁLISE DA VIABILIDADE AMBIENTAL e técnicA ... 89

4.7 ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA ... 90

CONCLUSÃO ... 91

(17)

Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

1 INTRODUÇÃO

O processo de urbanização das cidades e o aumento populacional, gerou alterações no sentido da palavra progresso, o qual só acontece de forma plena, quando são levados em consideração assuntos ambientais (CARNEIRO, 2005).

A crescente produção de Resíduos Sólidos é decorrente do alto consumo de recursos naturais. Muitos destes recursos são inerentes a vida humana, porém o grande volume e a rapidez com que são gerados, exigem cada vez mais estruturas sofisticadas para o seu tratamento e destinação final (CAMPOS, 2008).

A natureza é profundamente agredida e alterada pelas ações do homem. Significativas quantidades de matéria-prima que são originadas em todos os lugares do planeta são industrializadas e consumidas, produzindo assim uma grande quantidade de rejeitos e resíduos, os quais chamam de lixo (RIBEIRO, 2011). A população mundial vem crescendo de maneira muito rápida e, cada vez exige melhor qualidade de vida. Isto está diretamente ligado a quantidade de resíduos sólidos gerados por essa população (MALTA et al, 2008).

Ainda, conforme dados publicados pela ABRELPE (2017), em junho de 2017 foram identificados 3.000 lixões no Brasil, os quais afetam a vida de 76,5 milhões de pessoas e causam prejuízo para o Poder Público de R$ 3,6 bilhões, valor destinado aos cuidados do meio ambiente e aos problemas da saúde pública. As consequências provenientes da má gestão dos resíduos sólidos, são muitas, tais como, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, contaminação e degradação do solo, além de poluição atmosférica (MARTINS, 2016).

Diante dessa situação, surge a necessidade de se ter uma forma de disposição correta dos resíduos sólidos urbanos, com o objetivo de minimizar os problemas ambientais provenientes da má gestão. Assim, pode-se encontrar uma forma de melhorar a qualidade de vida da população, controlando a poluição e a contaminação do ar, água e do solo, que são oriundas da inadequada destinação final dada aos resíduos sólidos (RIBEIRO, 2011).

1.1 CONTEXTO

A Lei Federal n° 6.938 de 31 de agosto de 1981, a qual estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, surge com o objetivo de formular e aplicar o Sistema Nacional do Meio

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Ambiente, criar o Conselho Nacional de Meio Ambiente e instituir o Cadastro Técnico Federal de Atividades e instrumentos de defesa ambiental.

A Política Nacional do Meio Ambiente surge com o intuito de tornar mais homogênea, harmônica, eficiente e eficaz, todas as políticas de meio ambiente desenvolvidas pelos Estados e Municípios, tendo como base os objetivos e diretrizes estabelecidas na Lei (FARIAS, 2008).

Segundo o Art. 2° da Lei n° 6.938/81, os objetivos gerais da Política Nacional do Meio Ambiente são: “preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”.

Como objetivos específicos, a Lei n° 6.938/81 em seu Art. 4°, dispõem os seguintes itens: conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; definir áreas de ação governamental relativas à qualidade e equilíbrio ecológico, atendendo os interesses dos entes federativos; desenvolver pesquisas e técnicas nacionais para o uso racional de recursos ambientais; mostrar a população a necessidade de preservação, por meio de tecnologias de manejo do meio ambiente; preservar e restaurar recursos naturais ambientais com o uso racional; impor, ao poluidor e predador, a obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados.

O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), de acordo com o Art. 6º da Lei nº 6.938/81, é um conjunto de órgãos e entidades, composto pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal, por Municípios e de fundações instituídas pelo Poder Público, os quais são responsáveis pela proteção e melhoramento da qualidade ambiental.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), criado pela Lei n° 6.938/81, é um órgão do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Foi criado para auxiliar, estudar e sugerir ao Governo, as medidas que devem ser tomadas pelas políticas governamentais para a exploração e preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Cabe ao CONAMA também, criar normas e definir padrões compatíveis com o meio ambiente, que sejam ecologicamente corretos e benéficos a qualidade de vida (MMA, s/d).

As diretrizes nacionais de Saneamento Básico foram instituídas por meio da Lei Federal n° 11.445 de 05 de janeiro de 2007. A referida lei considera como áreas pertencentes ao Saneamento Básico: abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e drenagem e manejo de água pluviais.

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

A Lei Federal n° 12.305 de 02 de agosto de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esta lei dispõe em seus princípios, objetivos e instrumentos, diretrizes referentes a situação atual da gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos, bem como as responsabilidades dos geradores e do poder público.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) apresenta informações e instrumentos significativos, os quais são indispensáveis para o desenvolvimento do País frente aos principais problemas ambientais, sociais e econômicos, oriundos da destinação final incorreta dada aos resíduos sólidos. A PNRS incentiva formas de prevenir e reduzir a quantidade de resíduos produzidos, buscando por hábitos de consumo sustentáveis e maneiras de incentivar a reciclagem e a reutilização dos resíduos sólidos e a destinação final ambientalmente adequada dos mesmos (MMA, s/d).

A partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos, foram instituídos os Planos de Resíduos Sólidos nas três esferas, ou seja, Nacional, Estadual e Municipal. O Plano Nacional de Resíduo Sólido abrange problemáticas dos inúmeros tipos de resíduos que são gerados, buscando por alternativas de gestão e gerenciamento que sejam passíveis de implantação, planos de metas, programas, projetos e ações correspondentes (MMA, s/d).

A partir de diagnósticos feitos no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2012), podem ser elencadas algumas considerações, diretrizes e estratégias:

 Concretizar programas de coleta seletiva em municípios de todos os portes;

 Concentrar os esforços para a erradicação dos lixões e aterros controlados, e promover o incentivo para a disposição correta em aterros sanitários;

 Recuperar lixões e aterros controlado, compreendo as suas condições ambientais (estabilidade, contaminação do solo, águas superficiais e subterrâneas, etc.);

 Realizar estudos para a captação de gases, para a geração de energia;

 Desenvolver tecnologia para a redução de resíduos dispostos em aterros sanitários. Nas ações e metas na área de resíduos sólidos do Plano Municipal de Saneamento Básico (2011), aponta-se a implantação de projeto para o tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos. Na busca por soluções para resolver esses problemas mais frequentes, verificados no sistema de limpeza urbana, chega-se à: troca de equipamentos; restauração e ampliação das estruturas físicas; busca por modelos de gestão mais modernos; inclusão de catadores e de cooperativas nas atividades de coleta e de reciclagem; criação de programas para a aplicação dos materiais coletados; construção de aterro sanitário.

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Na etapa de avaliação econômica para a implantação de um aterro sanitário são levados em consideração os diferentes custos envolvidos em todas as etapas (projeto, implantação, operação e monitoramento). Importa salientar que o custo depende também do local onde se realiza o empreendimento (PROSAB, 2003).

Com o objetivo de atender a norma, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2012) e o Plano Municipal de Saneamento Básico (2011) a opção por aterros sanitários apresenta-se como a forma de disposição correta para os RSU, considerando a realidade brasileira, no que se refere ao ponto de vista técnico e econômico. No entanto, para implantação de um aterro sanitário, devem ser levadas em consideração a minimização da geração, a triagem para manejo, o reaproveitamento dos resíduos sólidos gerados, sendo destinado para o aterro sanitário somente os rejeitos (PROSAB, 2009).

1.2 PROBLEMA

O Ministério das Cidades (2018) divulga anualmente a base de dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento Básico no que se refere ao Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (2016). O SNIS tem por objetivos: planejamento e execução de políticas públicas; orientação da aplicação correta de recursos; avaliação dos desempenhos dos serviços; aperfeiçoamento da gestão, elevando a eficiência e a eficácia; desenvolver atividades regulares, de fiscalização e controle social.

De acordo com o Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos (2016), as informações coletadas referentes aos Resíduos Sólidos, foram obtidas através de órgãos gestores dos serviços nos municípios, sendo possível identificar com bastante precisão, os aspectos da gestão destes serviços nos municípios brasileiros. No ano de 2016 para a realização dos SNIS, participaram da coleta de dados 3.670 municípios brasileiros, ou seja, 65,90% do total no país. Já no que se refere à população urbana o percentual sobe para 84%, correspondendo a 146,30 milhões de habitantes urbanos (SNIS, 2016).

São produzidos diferentes tipos de resíduos sólidos, como resíduos orgânicos, papel e papelão, plástico, vidro, alumínio, entre outros. Alguns destes resíduos são passíveis de reciclagem, outros devem ser destinados a compostagem, a incineração, a triagem. Segundo dados do SNIS (2016) a quantidade de massa de resíduos domiciliares e públicos coletados nos municípios participantes do diagnóstico é de 58,9 milhões de toneladas por ano, ou seja, 161,40 mil toneladas por dia. Quando essa quantidade coletada é relacionada com a população urbana, surgem valores per capita, que resultam em torno de 0,85 a 0,90 kg/hab./dia para

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

municípios com até 250 mil habitantes, quando a população é acima desse valor, a estimativa per capita aumenta para 0,93 a 1,03 kg/hab./dia.

Referente à coleta domiciliar, o Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos (2016), mostrou elevada abrangência do serviço, ou seja, 98,60% da população urbana, havendo uma deficiência para atender aproximadamente 2,70 milhões de habitantes das cidades brasileiras, dos quais 44,70 % são moradores da região Nordeste, 21,80% da região Sudeste, 21,10% da região Norte e os 12% restantes divididos entre as regiões Sul e Centro-oeste.

Da massa total coletada no país, estimada em 58,9 milhões de toneladas anuais (2016), é possível perceber a destinação final de 85,20% desta. Cerca de 59% é disposta em aterros sanitários, 9,6% em aterros controlados, 10,3% em lixões e 3,40% enviados para unidades de compostagem e triagem, restando 17,70% que não dispõem de informações, o que se refere a grande maioria aos pequenos municípios, de até 30 mil habitantes. Estimando que 3/4 da “massa sem informação” seja encaminhada para lixões, então pode-se concluir que 66,80% da massa total no país é disposta de maneira correta, ou seja, tem a destinação final para aterros sanitários (SNIS, 2016). Na Figura 1 está apresentada a destinação final dos resíduos sólidos no Brasil.

Figura 1: Destinação Final dos Resíduos Sólidos

Fonte: SNIS, 2016

As despesas totais para a disposição final dos Resíduos Sólidos, quando dividida pela população urbana, resulta em um valor em torno de R$107,00 por habitante (2016). Este

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resultado surge a partir da média feita entre municípios com até 100 mil habitantes e as duas maiores metrópoles brasileiras. Os valores gastos pelos municípios, para o manejo dos resíduos, é proporcional ao número de habitantes, ou seja, quanto maior o número de habitantes, maiores os gastos. Quando feita uma análise dos municípios participantes do Diagnóstico, é possível estimar que, no ano de 2016, as prefeituras tiveram um gasto em torno de R$17,70 bilhões com os processos de Resíduos Sólidos Urbanos, incluindo trabalhadores, veículos, manutenção, insumos e demais remunerações, exceto investimento (SNIS, 2016).

Conforme o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2012), na composição dos resíduos existe um alto percentual de matéria orgânica, porém os tratamentos de compostagem no Brasil ainda são simples. Os resíduos orgânicos não são coletados de forma separada, e acabam por ir junto para a disposição dos resíduos domiciliares. Diante disso, essa forma de destinação gera despesas, para muitos municípios, que poderiam ser evitadas, caso fosse feita a separação correta na fonte, e encaminhada para um tratamento específico, como por exemplo, a compostagem.

Com a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 02 de agosto de 2010, foram determinadas algumas intervenções por parte do poder público, como a substituição dos lixões existentes no país, por aterros sanitários. Também o fortalecimento da reciclagem, reuso, tratamento do lixo, coleta seletiva nos municípios e compostagem. Esta lei estipulou prazo de 04 (quatro) anos para que as cidades se enquadrassem à PNRS, ou seja até o ano de 2014. Frente a grande dificuldade por parte dos municípios de se adequarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi criada uma emenda, prorrogando o prazo para os anos de 2018 e 2021 e aumentando o prazo para a elaboração dos planos estaduais e municipais (SALOMÃO, 2015).

Para atendimento da Lei Federal n° 11.445/2007, que institui a Política Nacional de Saneamento Básico, o município de Ijuí/RS em 2011 elaborou o Plano Municipal de Saneamento Básico (PLAMSAB), o qual passou por um processo de revisão no primeiro semestre de 2018, o qual tem por objetivo propor ações, programas e metas para buscar resolver problemas existentes. São abordadas as áreas do abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos (elaboração do PMGIRS), drenagem pluvial e desenvolvimento institucional (PLAMSAB, 2018).

Em paralelo a revisão do PLAMSAB (2018), foi elaborado o Plano Municipal de Gestão Integra de Resíduos Sólidos (PGIRS), permitindo ao município atender as demandas apresentadas pela Promotoria Pública, na área de Resíduos Sólidos, além disso, melhorar o

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

gerenciamento, estabelecer metas para a redução de geração, trabalho com catadores informais, fortalecer as associações de catadores já existentes.

A realidade do município de Ijuí é a terceirização para a disposição final dos resíduos sólidos urbanos, para um aterro sanitário em outro município. Esse fluxo intermunicipal de resíduos sólidos está muito presente no Brasil, especialmente na região Sul. Dos 3.670 municípios participantes do SNIS, 1.759 (48%), são caracterizados como importadores (municípios que optem unidades de processamento, que recebem de municípios que não possuem a referida unidade) ou exportadores. Da amostra da Região Sul, composta por 855 municípios, 73 (8,5%) são caracterizados como importadores e, 782 como exportadores. Isso mostra que para cada município importador, existem 10,80 exportadores (SNIS, 2016).

Para a implantação de aterro sanitário no próprio município é necessária uma avaliação econômica, com o objetivo de se conhecer a relação custo-benefício, comparando com o atual modelo de gestão.

1.2.1 Questões de Pesquisa  Questão principal:

É viável a implantação de um aterro sanitário no município de Ijuí-RS?  Questões secundárias:

A alternativa adotada hoje no município para a destinação final dos resíduos sólidos é adequada?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa  Objetivo Geral:

O objetivo deste trabalho é estudar a viabilidade, no âmbito econômico, ambiental e técnico, a instalação de um aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos, para atender o município de Ijuí/RS.

 Objetivos específicos:

a) Elaborar levantamento bibliográfico referente as legislações existentes e vigentes sobre resíduos sólidos urbanos e a disposição final dos mesmos;

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c) Levantamento de informações sobre o cenário atual descrito nos Planos de Saneamento Básico Nacionais, Estaduais e Municipal;

d) Buscar o quantitativo de resíduos sólidos urbanos produzidos no município de Ijuí/RS;

e) Apresentar os custos atuais para o transporte, transbordo e destinação final dos RSU de Ijuí;

f) Apresentar os tipos de aterros sanitários possíveis para a região; g) Dimensionar um aterro sanitário para o município de Ijuí; h) Obter e apresentar os custos gerais de um aterro sanitário; i) Analisar a viabilidade econômica do empreendimento. j) Analisar a viabilidade técnica do empreendimento. k) Analisar a viabilidade ambiental do empreendimento 1.2.3 Delimitação

Trata-se do estudo da viabilidade de implantação de um aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos para o município de Ijuí-RS.

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

2 REVISÃO DA LITERATURA

Nesta revisão serão abordadas as principais bibliografias que envolvem os aspectos dos resíduos sólidos urbanos e a sua destinação final.

2.1 LEGISLAÇÕES E RESOLUÇÕES

Neste item serão apresentadas as legislações e resoluções relacionadas ao assunto da disposição final dos resíduos sólidos, em âmbito federal, estadual e municipal

2.1.1 Lei Federal n° 12.305 e a Política Nacional de Resíduos Sólidos

A Lei n° 12.305 de 02 de agosto de 2010, que altera a Lei n° 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) dispondo sobre os seus princípios, objetivos e instrumentos, além de atribuir a responsabilidade pela gestão integrada e gerenciamento dos resíduos sólidos, incluindo os perigosos, aos geradores dos resíduos e ao poder público.

Em princípio, pode-se dizer que a Política Nacional de Resíduos Sólidos busca pelo comprometimento dos municípios brasileiros para aderirem ao programa; da necessidade de quantificar e caracterizar os tipos de resíduos; e dos direitos e deveres dos geradores pela disposição adequada dos mesmos (BRASIL, 2010).

No Capítulo II, Art. 7° da Lei em questão, estão dispostos os seus objetivos, podendo ser mencionado como os principais a serem cumpridos: a proteção da saúde pública e a qualidade ambiental. A Lei também cita: a não geração, a redução, reutilização, reciclagem e o tratamento dos resíduos sólidos, além da disposição final ambientalmente correta; a busca por tecnologias limpas, com o intuito de minimizar os impactos ambientais; reduzir o volume produzido de resíduos perigosos; impulsionar à indústria de reciclagem, para que haja um crescimento no uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis;

A disposição de resíduos em locais inadequados, seja na água ou no solo, estabelece crime ambiental previsto pela Lei 9.605/98 (Leis de Crimes Ambientais). Para tanto, a Lei 12.305/10 proíbe a disposição final dos resíduos sólidos em lixões a céu aberto, o que leva os municípios buscarem por soluções adequadas para a destinação final e para o tratamento dos resíduos, como por exemplo, os aterros sanitários.

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O Projeto de Lei 2.289/2015, estabelece prazos para os municípios se enquadrarem de acordo com a Lei, no que se refere à disposição final de resíduos sólidos ambientalmente correta, a implantação de aterros sanitários, a criação de planos municipais e estaduais de gestão integrada de resíduos sólidos, para tanto, determina as seguintes datas: até 31 de julho de 2018, para capitais e regiões metropolitanas; até 31 de julho de 2019, para municípios com população superior a 100 mil habitantes; até 31 de julho de 2020, para municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes e até 31 de julho de 2021, para aqueles com população inferior a 50 mil habitantes.

O Decreto 7.404/10 estabeleceu normas e procedimentos afim de exigir a composição de planos municipais e estaduais para o gerenciamento de RSU, assim como do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o qual faz uma análise da geração, coleta, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos no país, referente às metas quantitativas e as respectivas ações necessárias para cumpri-las.

Conforme o Art. 55 da Lei 12.305/10, são definidas consequências, como por exemplo o não acesso à recursos da União para serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, para os municípios e estados que não possuírem Plano de Resíduo Sólido. Ao contrário daqueles que elaborarem o seu plano, os quais terão direito aos recursos disponíveis pelo Governo Federal (MMA, s/d).

2.1.2 Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Com o objetivo de cumprir os objetivos estabelecidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos, os governos federal, estadual e municipal ficam responsáveis pela elaboração e implementação dos planos de gestão de resíduos sólidos, sendo considerados todos os aspectos que envolvam os resíduos sólidos (PNRS, 2012).

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos supõe a diminuição da produção de resíduos sólidos, reaproveitamento e a disposição final ambientalmente correta no caso de resíduos não recicláveis, além de outras medidas que compõem a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que foi elabora com a intenção do País avançar frente aos problemas existentes ambientais, sociais e econômicos, que são oriundos do manejo incorreto dos resíduos sólidos (CAVALCANTI, 2014).

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2012) é formado por diversos diagnósticos que caracterizam e definem a origem das diversas tipologias de resíduos sólidos no País: resíduos

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

sólidos urbanos (orgânicos e inorgânicos), da construção civil, de transportes, saúde, mineração, agropecuária, indústria (PRS, 2013).

2.1.3 Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Rio Grande do Sul

O Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) é um objeto da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual foi instituída pela Lei Federal 12.305/2010, com o objetivo de fornecer aos estados o panorama atual, estabelecer e produzir diretrizes gerais referente a gestão de resíduos sólidos para os municípios integrantes de cada Estado. Para cumprir as metas, algumas ações são necessárias, como por exemplo, a execução da educação ambiental, a inclusão social, coleta seletiva, incentivo para a comercialização de materiais recicláveis, a compostagem e a destinação final ambientalmente correta dos rejeitos (PERS, 2014).

Por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), o estado do Rio Grande do Sul, estabeleceu com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) uma parceria com o SICONV n° 764.224/2011 para elaborar o Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Rio Grande do Sul, de acordo com o estabelecido com a Lei 12.305/2010 (PERS, 2014).

Antes da publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o estado do Rio Grande do Sul já possuía legislações relacionadas à gestão de resíduos sólidos. Com a Lei Estadual n° 14.528/2014, foram instituídos princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relacionadas com à gestão e com o gerenciamento de resíduos sólidos, tornando a responsabilidade compartilhada entre os geradores e o poder público, de acordo com a PNRS (PERS, 2014).

O Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS, 2014) para o Rio Grande do Sul, foi baseado em 05 diretrizes, 46 metas e 173 ações, as quais foram adotadas em âmbito estadual para 08 tipos de resíduos: os resíduos sólidos urbano, de serviços de saneamento, de serviços de saúde, da construção civil, da mineração, dos serviços de transportes, da indústria e agrossilvipastoris. São considerados além da gestão propriamente dita, assuntos relacionados a serviços de coleta, tratamento, descontaminação e disposição final dos resíduos sólidos.

Deste modo, as diretrizes do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (2014) do estado do Rio Grande do Sul foram criadas de maneira a atender os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Federal nº 12.305/10. A partir dessas diretrizes foram definidos um conjunto de estratégias para implementar o Plano. A seguir, são listadas algumas diretrizes do PERS-RS: promover a educação ambiental visando a qualidade ambiental e a proteção da saúde pública; tornar compartilhada a gestão dos resíduos sólidos; garantir a

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disposição final ambientalmente correta para os RSU; promover a inclusão de catadores de materiais recicláveis.

2.1.4 Plano Municipal de Saneamento Básico e Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é uma importante ferramenta da Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010). Esse Plano, tem por objetivo orientar ações e metas referente a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente correta dos RSU (ROCHA, 2016).

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010), o PGIRS deve ser elaborado por municípios que são geradores de resíduos sólidos do serviço público de saneamento básico, industriais, do serviço de saúde, mineração, resíduos perigosos e da construção civil. O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve ser constituído das seguintes informações (ROCHA, 2016):

 Descrição das atividades realizadas nos municípios;

 Análise dos resíduos sólidos produzidos, incluindo aspectos como a origem, volume gerado e caracterização;

 Buscar por ações que previnam e corrijam situações que possam existir, devido gerenciamento incorreto dos resíduos sólidos;

 Metas e procedimentos para a minimização da produção de resíduos sólidos, além de incentivar a reutilização e a reciclagem;

Atendendo às instruções estabelecidas na PNRS, o município de Ijuí elaborou o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) seguindo medidas de gestão que priorizem a redução na fonte, reutilização, reciclagem e recuperação de energia, com o objetivo de reduzir a extração de recursos naturais, e os impactos ambientais recorrentes da disposição final incorreta dos resíduos (Prognóstico do PMGIRS de Ijuí, 2018).

No Plano Municipal de Saneamento Básico – PLAMSAB (2011), foram elencados um conjunto de propostas de ações e projetos a serem executados em quatro eixos principais do município: a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e drenagem de água pluviais. (IJUÍ, s/d).

No que se refere ao manejo de resíduos sólidos, os itens relevantes para a realização deste trabalho são os seguintes: implantar e melhorar a coleta seletiva, o transporte,

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

tratamento e disposição final; capacitar e organizar associações de catadores; implantar projeto para a disposição final dos resíduos sólidos de maneira ambientalmente correta; incentivar a redução da produção de resíduos, em especial aos que possuem baixo potencial de reciclagem. Esses pontos são todos elencados com caráter emergencial, no que se refere ao prazo para cumprimento (PLAMSAB, 2011).

Quando se dispõem sobre “implantar projeto para a disposição final dos resíduos sólidos”, fala-se sobre necessidade do Município em licenciar, projetar e construir um novo aterro municipal. Para a realização desse empreendimento, os aspectos financeiros devem ser levados em consideração, de maneira que exista a presença da sustentabilidade financeira da gestão e o manejo dos resíduos sólidos. Além disso, para o licenciamento, planejamento e construção de um aterro sanitário, é preciso buscar por uma área que tenha potencialidade, próximo à sede do município (PLAMSAB, 2011).

Segundo informações do Plano Municipal de Saneamento Básico (2011), além dos aspectos financeiros que devem ser levados em consideração para a implantação de um aterro sanitário no Município, existem outros itens com grande relevância que precisam ser analisados e estudados, tais como: elaborar projeto para a execução do aterro sanitário, sendo consideradas todas as normativas; procedimentos para manutenção da condição de operação como aterro sanitário, desde o recebimento dos resíduos sólidos até a saída do caminhão do local; situações emergenciais possíveis de ocorrer (ineficiência dos drenos superficiais, por exemplo); critérios para priorização das áreas para instalação do aterro sanitário; levantamento de áreas para instalação de aterros sanitários; projeto do aterro sanitário.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Segundo a NBR 10.004/04, para classificar os resíduos é necessário estabelecer identificação da matéria-prima, dos insumos e dos processos ou atividades que lhe deram origem. Também, é preciso estudar sobre os seus constituintes e características, fazendo uma comparação com os resíduos que causam impactos à saúde e ao meio ambiente.

De acordo com a NBR em questão, os resíduos são classificados em duas classes: Resíduos Classe I – Perigosos; e Resíduos Classe II – Não perigosos, os quais se subdividem em: resíduos classe II A – não inertes e resíduos classe II B – inertes.

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 Classe I – perigosos: são aqueles que apresentam periculosidade ou alguma característica, como por exemplo, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade, patogenicidade.

 Classe II – Não Perigosos: se subdividem em duas classes:

o Classe II A – Não inertes: são aqueles resíduos que apresentam propriedades, como por exemplo, biodegrabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

o Classe II B – Inertes: resíduos que, quando amostrados segundo a NBR 10.007 (Amostragem de resíduos sólidos) e ensaiados segundo a NBR 10.006 (Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos), “não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor”. São exemplos tijolos, vidros e alguns tipos de borrachas e plásticos, não facilmente decompostos.

A Lei 12.305/2010 no seu Título III, Art. 13, classifica os resíduos sólidos de acordo com a sua origem.

a. Resíduos domiciliares: originados das atividades domésticas de residências urbanas. Exemplo: restos de comida, cascas de alimentos, jornais e revistas, entre outros;

b. Resíduos de limpeza urbana: resíduos que se originam a partir da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas, restos de podas de árvores, etc. Exemplo: restos vegetais diversos e embalagens;

c. Resíduos sólidos urbanos: aqueles que se enquadram nos itens “a” e “b”;

d. Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: são aqueles que se originam nessas atividades, excluindo os citados nos itens “b”, “e”, “g”, “h” e “j”. É composto por papel, plástico, embalagens diversas, dentre outros; e. Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os produzidos por essas

atividades, excluindo os itens da alínea “c”;

f. Resíduos industriais: oriundo das atividades das várias áreas da indústria. Exemplo: lodos, cinzas, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, entre outros. g. Resíduos de serviços de saúde: os originados nos serviços de saúde, tais como

hospitais, clínicas, farmácias, laboratórios. Exemplo: gases, seringas, remédios com validade vencida, entre outros;

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

h. Resíduos da construção civil: são aqueles provenientes de reformas, reparos, demolições e construções de obras da construção civil, sendo incluso nessa categoria os materiais resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;

i. Resíduos agrossilvopastoris: resíduos sólidos provenientes das atividades agrícolas, incluindo os relacionados a insumos utilizados nessa atividade, e da pecuária. Exemplo: embalagens de defensivos agrícolas, bagaço de cana, estrume, etc.;

j. Resíduos de serviços de transportes: resultante de aeroportos, portos, modais rodoviários e ferroviários. Composto por materiais de higiene e asseio pessoal, o que pode proliferar doenças nativas de outros países;

k. Resíduos de mineração: proveniente de atividades de pesquisa, extração ou transformação de minérios.

Na Figura 02 está estruturado um esquema para a caracterização e classificação dos resíduos sólidos.

Figura 2: Caracterização dos Resíduos Sólidos

(32)

2.2.1 Classificação dos Resíduos Sólidos no Município de Ijuí-RS

Por meio de amostras retiradas da massa total de resíduos sólidos domiciliares gerados no município de Ijuí, foram realizadas a caracterização dos mesmos. As análises gravimétricas foram executadas no Aterro Municipal e na Associação de Catadores (PMGIRS, 2018).

De acordo com Krause (2018), para a realização da caracterização dos resíduos, foi necessário selecioná-los quanto à tipologia e pesados separadamente em: papel/papelão, metais, vidros, plásticos, matéria orgânica/rejeitos dentre outros, tais como, madeira, couro, borracha, tecidos. No Quadro 1, estão apresentados os resultados da caracterização gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares.

Quadro 1: Caracterização dos Resíduos Sólidos Domiciliares no município de Ijuí

Fonte: KRAUSE (2018)

Como é possível observar na tabela acima, a matéria orgânica e os rejeitos, com 68,26%, predominam na composição dos resíduos sólidos domiciliares no município de Ijuí.

Além disso, quando analisada uma amostra de resíduos recicláveis que fazem parte da coleta seletiva, a matéria orgânica e os rejeitos ganham destaque, como pode ser observado no Quadro 2, o que nos mostra a separação encontra-se ineficiente ou até mesmo inexistente em alguns casos (PMGIRS, 2018).

MATERIAL FRAÇÃO (%)

Matéria Orgânica e Rejeito 68,26

Papel/Papelão 8,52

Plástico 14,2

Metais 3,49

Vidros 1,87

Outros (madeira, borracha, tecido) 3,65

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

Quadro 2: Composição dos Resíduos da Coleta Seletiva

Fonte: PMGIRS (2018)

2.3 DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo Filho (2017), a principais formas de disposição de resíduos sólidos no Brasil são lixões, aterros controlados, aterro sanitários e a incineração.

2.3.1 Lixão

Os lixões são caracterizados pelo descarregamento de resíduos sólidos sobre solo, sem presença de tratamento, proteção ou acompanhamento para a preservação do meio ambiente e da saúde pública. Geralmente, nestes locais existe uma série de contaminações, forte odor, além de existirem insetos, aves, animais roedores e todos os tipos de vetores, causadores da disseminação de doenças (SANTAELLA et al., 2014).

MATERIAL % Borracha 0,15 Couro 0,23 Madeira 1,50 Ferro 3,80 Cobre 0,15 Alumínio 0,24 Latinha Alumínio 0,44 Outros Metais 0,10 Papel Branco 2,94 Papel Misto 6,39 Papelão 8,87 Papel Jornal 6,76 Tecidos/Trapos 2,48 Vidro 2,63 PET Transparente 3,16 PET Colorido 2,86 Plástico Cristal 1,95 Plástico PEAD 0,90 PP (Pinho) 1,11 Poliestireno 1,00 Embalagem Tetrapak 1,24 Matéria Orgânica 13,15 Rejeito 37,95 TOTAL 100 Metais 4,73% Papel 24,96 % Plástico 10,98 % M.O. 51,10 %

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Além disso, nesses locais a presença de seres humanos, os quais vão em busca de materiais que possam ser vendidos e convertidos em renda, para o seu sustento e sobrevivência (ANDREOLI et al., 2012). Na Figura 3 é possível analisar o esquema de um lixão.

Figura 3: Esquematização de um lixão

Fonte: SANTAELLA, 2014

2.3.2 Aterro Controlado

Frente as grandes quantidades geradas de RSU, os aterros controlados surgiram como uma rápida solução para a disposição final. No entanto, essa prática é inadequada, pelo fato de não possuir uma impermeabilização prévia do solo, permitindo que o chorume contamine o solo e os lençóis freáticos (ANDREOLI et al., 2012).

Esse método consiste no confinamento dos resíduos, aplicando-se uma camada de terra após a conclusão da jornada de trabalho, não existindo a coleta e controle de emissão de gases. Esta é, uma maneira de disposição de resíduos melhor que o lixão, porém inadequada e considerada inadequada no Brasil (MACHADO, 2013). A Figura 4 mostra um esquema de aterro controlado.

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

Figura 4: Esquematização de um aterro controlado

Fonte: SANTAELLA, 2014

2.3.3 Aterro Sanitário

O Aterro Sanitário é baseado em medidas técnicas e normas operacionais. É o método mais apropriado ambientalmente, para o confinamento de RSU sem que ocorram graves impactos à natureza e reprodução de doenças à população (SANTAELLA et al., 2014).

Nesta técnica, é feita a compactação dos resíduos em camadas. Também, o solo é previamente impermeabilizado, o chorume é coletado e conduzido para estações de tratamento. Da mesma forma, o gás que é produzido pela decomposição anaeróbica da matéria orgânica, é capturado e queimado, ainda, por diversas vezes, podendo ser realizado um aproveitamento energético para a geração de energia elétrica (ANDREOLI et al., 2012). A Figura 5 mostra de forma esquematizada os itens que compõem um aterro sanitário.

Figura 5: Esquematização de um Aterro Sanitário

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2.3.4 Incineração

Segundo Andrioli et al. (2012) a incineração é realizada por meio da queima dos resíduos. Essa técnica busca diminuir a quantidade e volume de resíduos sólidos. Contudo, são geradas cinzas após a realização da queima, sendo necessário buscar por uma destinação final correta.

A incineração é conseguida através da combustão controlada, com temperaturas elevadas entre 900°C a 1200°C, realizando uma transformação do resíduo sólido em dióxido de carbono, vapor de água e cinza, existindo a chance de eliminar os gases tóxicos por meio de filtros especiais, sendo evitada a poluição da atmosfera. Pode-se considerar como uma vantagem da incineração a produção de energia elétrica através da combustão (ANDRIOLI et al., 2012).

2.4 DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A geração de resíduos sempre esteve presente em todas as atividades desenvolvidas pelo homem. Devido ao crescimento populacional e por consequência a produção de resíduos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece a necessidade de destinação ambientalmente correta em todas as esferas (PNRS, 2012).

2.4.1 Estado do Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul, que tem a sua capital em Porto Alegre, é um estado situado no extremo sul do Brasil e possuí área de 281.737,888 km². É formado por 497 municípios, e composto por uma população de 11.322.895 pessoas, estando em quinto lugar no ranking do país em número de habitantes (IBGE, 2016). Os municípios mais populosos localizam-se, sobretudo na Região Metropolitana de Porto Alegre, na região da Serra Gaúcha e na Aglomeração Urbana do Sul (PERS, 2014). A Tabela 1 apresenta a relação da faixa populacional com o número de municípios do Estado.

Tabela 1: Faixa populacional em relação ao número de municípios no Estado do RS

PORTE FAIXA POPULACIONAL (hab.) NÚMERO DE MUNICÍPIOS

Pequeno Porte I Até 5.000 228

Pequeno Porte II De 5.001 a 20.000 169

Pequeno Porte III De 20.001 a 50.000 58

Médio Porte De 50.001 a 300.000 38

Grande Porte I De 300.001 a 500.000 3

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

PORTE FAIXA POPULACIONAL (hab.) NÚMERO DE MUNICÍPIOS

TOTAL - 497

Fonte: PERS/RS, 2014

No Rio Grande do Sul predomina a gestão direta dos resíduos sólidos, ou seja, é realizada pelo próprio município. Segundo dados do SNIS (2011) do total de município, 54,10% possuem gestão de resíduos sólidos de forma direta, através de órgãos da administração pública. Nos demais municípios, a gestão é feita por meio instituições particulares, como por exemplo, de autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista com administração pública, o que representa 4,50%. De acordo com dados do Sistema Nacional de Saneamento (2016), ainda é dominante no Rio Grande do Sul, a gestão direta. Na Figura 6 são mostrados os responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos no RS.

Figura 6: Natureza jurídica do órgão municipal responsável pela gestão de RSU no RS

Fonte: PERS/RS, 2014

De acordo com dados do IBGE 2010 apud PERS 2014, em 2008, 41 municípios do estado do Rio Grande do Sul realizavam os serviços de manejo de resíduos sólidos e limpeza pública por meio da prefeitura; no entanto, em outros 63 municípios este serviço era executado por outras instituições, como por exemplo: autarquias, empresas públicas, consórcios público, empresas privadas, entre outros. Na Figura 7, é possível observar a maneira como era executado os serviços de limpeza pública e manejo dos resíduos sólidos nos municípios gaúchos no ano de 2008.

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Figura 7: Forma de execução do serviço de manejo dos resíduo sólidos no Rio Grande do Sul

Fonte: PERS/RS, 2014

Os consórcios intermunicipais no setor de resíduos sólidos garantem uma maior viabilidade de prestações de serviços em municípios de pequeno porte para o estado do Rio Grande do Sul, pois em grande parte dos casos estes não capazes de realizar ou operar de maneira correta. Atualmente existem 18 consórcios públicos que atuam e operam, na grande maioria, um aterro sanitário, o qual deve atender os municípios consorciados.

A geração dos RSU está diretamente relacionada às características econômicas e sociais dos municípios, sendo que àqueles mais populosos são os que apresentam uma maior geração per capita (PERS, 2014). Na Tabela 2 é possível observar as taxas de geração de RSU por faixa populacional, sendo considerada a realidade demográfica do Estado.

Tabela 2: Municípios mais populosos do estado do Rio Grande do Sul

PORTE DO MUNICÍPIO FAIXA

POPULACIONAL (hab.) NÚMERO DE MUNICÍPIOS GERAÇÃO PER CAPITA (kg/hab.dia)

Pequeno Porte Até 5.000 455 0,65

Médio Porte De 50.001 a 300.000 38 0,80

Grande Porte I De 300.001 a 1 milhão 3 0,90

Grande Porte II Mais de 1 milhão 1 1,10

Fonte: PERS/RS, 2014

De acordo com dados do Plano Estadual de Resíduos Sólidos/RS (2014) a taxa de geração de resíduos sólidos entre as populações urbanas e rurais são distintas, devido ao padrão de consumo diferente entre ambas. Tomando como base que a população rural é de até 50.000 habitantes, foi adotada a faixa de geração per capita de 0,65 kg/hab. dia.

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

Como já dito anteriormente, os RSU são compostos por: Resíduos Sólidos Domiciliares (RDO) e por Resíduos de Serviços da Limpeza Pública (RPU). Para determinar o que compõem os RSU nos municípios gaúchos foram elaboradas composições médias por faixas populacionais, levando em consideração o acréscimo da fração orgânica sobre os materiais secos recicláveis em municípios menos populosos, conforme o padrão de consumo analisado no Estado. Na Tabela 3 são apresentadas as composições adotadas para os resíduos sólidos no RS.

Tabela 3: Composição adotada dos resíduos sólidos urbanos no RS FAIXA POPULACIONAL (hab.) NÚMERO DE MUNICÍPIOS COMPOSIÇÃO DE RSU Matéria Orgânica Material Seco Reciclável Rejeito Até 50.000 455 65% 20% 15% De 50.001 a 300.000 38 60% 25% 15% Mais de 300.000 4 55% 30% 15% Fonte: PERS, 2014

A população rural teve a composição dos resíduos sólidos feita sob à faixa populacional (até 50.000 habitantes) sendo caracterizada de maneira distinta da população urbana, pois produz mais matéria orgânica, quando comparadas (PERS, 2014).

A separação dos resíduos sólidos é realizada pelo gerador, necessitando ser embalados em sacos plásticos para a realização da coleta. Na grande parte dos municípios gaúchos, esses sacos são colocados pelos habitantes em coletores junto às calçadas, para ser recolhido por responsáveis em dia e horários definidos (PERS, 2014).

No Rio Grande do Sul, de acordo com dados do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, são feitas dois tipos de coletas: a coleta regular (indiferenciada) e a coleta seletiva (diferenciada). A primeira é realizada de maneira que não exista a segregação dos RSU. Já na segunda, é feita a separação pela população entre os rejeitos (resíduos orgânicos) e os materiais recicláveis. Existe uma pequena diferença quanto as porcentagens entre a coleta regular e a seletiva no Estado. A realização da coleta regular abrange cerca de 46% dos municípios, o que significa uma cobertura de 76% em relação a população total dos municípios. A coleta seletiva possui iniciativa em 45% dos municípios gaúchos.

De acordo com o banco de dados do PERS-RS (2014) os tipos de tratamento mais executados para os resíduos sólidos no Estado são: beneficiamento de materiais secos recicláveis (triagem) e a compostagem de resíduos. A triagem, que é feita a partir de materiais

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recicláveis, é realizada em 47% dos municípios gaúchos e, no que se refere a compostagem, essa porcentagem é ainda menor, apenas 26% usa dessa tecnologia para o tratamento da matéria orgânica dos resíduos sólidos.

No Estado, são executadas duas formas para a disposição final de resíduos sólidos: de forma adequada (operação por meio de aterro sanitário) e inadequada (operação por meio de aterros controlados e lixão). Segundo dados da FEPAM apud PERS-RS (2014), 80% dos municípios do estado do Rio Grande do Sul mantém uma disposição final ambientalmente correta, por meio de aterros sanitários, o que representa 83,60% dos resíduos gerados pelos habitantes rio-grandenses. Na Figura 8, é possível observar a situação da disposição final dos resíduos sólidos.

Figura 8: Disposição Final dos Resíduos Sólidos no RS

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

Conforme dados da FEPAM apud PERS-RS (2014), atualmente no Rio Grande do Sul existem 41 unidades para a disposição final de resíduos sólidos com Licença de Operação (LO) em atuação. Desse total, 30 unidades estão em operação, 17 de maneira correta e as outras 13 de forma imprópria, conforme dados do órgão ambiental. Além das unidades que estão atuando com a Licença de Operação vigente no ano de 2014, têm outras 30 unidades de disposição final dos resíduos sólidos urbanos em operação no Rio Grande do Sul sem licença ambiental ou com a LO vencida, assim sendo, existem 60 unidades para a disposição de resíduos sólidos com licenciamento e sem licenciamento. Desse total, 41 unidades funcionam de maneira inadequada: 38 aterros controlados e 3 lixões. Na Tabela 4 são apresentadas as unidades de disposição final de resíduos sólidos no Rio Grande do Sul.

Tabela 4: Unidades de disposição final de RSU no RS Unidades de disposição final de RSU no RS SITUAÇÃO DE

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

CLASSIFICAÇÃO DE SITUAÇÃO DE OPERAÇÃO

Adequada Inadequada Total

Unidade com LO vigente 17 13 30

Unidades sem LO vigente 2 28 30

Total - Rio Grande do Sul 19 41 60

Fonte: PERS-RS, 2014

Segundo o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (2014), existem 11 aterros sanitários que trabalham de forma compartilhada para a disposição final dos resíduos sólidos, que atendem aproximadamente 74% dos municípios gaúchos (367 municípios). A Figura 9 dispõe o compartilhamento realizado pelos municípios, estando representados por cores, àqueles que enviam para a mesma unidade.

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Figura 9: Aterros Sanitários compartilhados no Rio Grande do Sul

Fonte: PERS, 2014

O custo para a disposição dos resíduos sólidos é muito incerto, pois depende de uma série de fatores que estão relacionados, como por exemplo, a tipologia, a qualidade do serviço, população atendida, forma de prestação do serviço (contratação ou direta). Hoje, por existirem poucas unidades de aterros sanitários, muitos municípios precisam conduzir os seus resíduos sólidos para municípios distantes, o que acaba tornando mais caro o custo da disposição final (PERS, 2014).

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (ABRELPE, 2016), em 2016 os municípios da região Sul do Brasil empregaram, uma média mensal de R$ 7,84 por pessoa na coleta de resíduos sólidos urbanos e em outros serviços relacionados a limpeza urbana.

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Jenifer Luiza Weiler (jeniferlweiler@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

2.4.2 Brasil

O SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (2016) busca coletar informações e indicadores sobre a prestação de serviços dos resíduos sólidos (SNIS-RS), além de outros serviços de água e esgoto (SNIS-AE). No ano de 2016 participaram da coleta de dados, 3.670 municípios brasileiros, ou seja, 65,90% do total no país (SNIS-RS, 2016).

Segundo dados do SNIS-RS (2016), a quantidade de massa de resíduos domiciliares e públicos coletados nos municípios participantes do diagnóstico é de 58,90 milhões/toneladas, ou seja, 161,40 mil toneladas por dia. Quando essa quantidade coletada é relacionada com a população urbana, surgem valores per capita, que resultam em torno de 0,85 a 0,90 kg/hab./dia para municípios com até 250 mil habitantes, e para municípios mais populosos, a estimativa per capita aumenta para 0,93 a 1,03 kg/hab./dia.

Da massa total coletada no país, estimada em 58,90 milhões de toneladas, é possível perceber a destinação final de 85,20% desta. Deste total, cerca de 59% é disposta em aterros sanitários, 9,6% em aterros controlados, 10,3% em lixões e 3,40% enviados para unidades de compostagem e triagem, restando 17,70% que não dispõem de informações (SNIS, 2016). Na Figura 10 é mostrado a destinação final dos RSU no Brasil.

Figura 10: Destinação final de resíduos sólidos no Brasil de acordo com o SNIS

Fonte: SNIS, 2016

As despesas totais para a disposição final dos Resíduos Sólidos no ano de 2016, quando dividida pela população urbana, resultam em um valor em torno de R$107,00 por habitante. Os valores gastos pelos municípios, para o manejo dos resíduos, são proporcionais

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