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- Estando satisfeito por sair bem do atendimento

No documento A saúde coletiva em destaque (páginas 184-191)

EMERGÊNCIA DO PONTO DE VISTA DAS PESSOAS COM DOENÇA FALCIFORME

IC 7 - Estando satisfeito por sair bem do atendimento

Apesar da maioria dos participantes estarem insatisfeitos com o atendimento, o estudo revelou também que o fato de sair bem do hospital, ter um atendimento que resolva a queixa atual leva a satisfação de algumas pessoas com o atendimento, como apresentado no discurso:

No mesmo estudo dentre os fatores que influenciam a satisfação das pessoas com o cuidado de enfermagem, destacam-se aqueles que envolvem o relacionamento entre o enfermeira(o) e usuário, o apoio afetivo, as informações sobre a saúde, a participação nas decisões e a competência técnica pelo profissional que o assiste (LEVANDOVISKI, 2013).

Desta forma os estudos corroboram com os achados da pesquisa, onde a satisfação com relação ao atendimento de emergência está relacionada com a resolutividade do problema de saúde ou das informações obtidas. Mas o fator tempo interfere negativamente na satisfação, pois a demora no atendimento deixa o usuário tenso e piora o quadro clínico.

Considerações Finais

O estudo possibilitou analisar a satisfação das pessoas com doença falciforme, com relação ao atendimento de emergência. Um dos principais resultados encontrados foi a insatisfação dos usuários com relação ao atendimento, tendo como fatores colaboradores para a insatisfação: o tempo de espera para ser atendido, os profissionais que fazem de conta que a pessoa não é nada, a não valorização da queixa e a equipe de plantão. Tais fatores evidenciam que há uma insatisfação das pessoas com relação a esse atendimento, pois o mesmo se mostra distante do que é esperado e preconizado com relação à humanização. Desta forma é notória a necessidade de se trabalhar a humanização nos serviços de emergência, dando enfoque no acolhimento dessas pessoas.

Já a satisfação com o atendimento foi relacionada ao fato de sair bem do hospital, ter seu problema de saúde resolvido naquele momento, ou até mesmo ter informações sobre o seu estado de saúde. Fator esse que também está associado à humanização do serviço, onde os profissionais escutam e informam o usuário fazendo o possível para diminuir os sintomas trazendo melhora do quadro clinico.

A partir desse estudo, constatou-se que a principal causa que leva as pessoas que vivem com doença falciforme a procurar o serviço de emergência, são as crises álgicas que prevalece em todos os participantes. O que dirige a necessidade de capacitação dos profissionais que atuam na unidade de emergência, com relação à doença e aos sinais de complicação, que se não observados e valorizados na triagem, podem trazer maiores danos à saúde do usuário.

Foi comprovado também que esses usuários reconhecem o significado do acolhimento e do que é um serviço humanizado, deixando claro que os parâmetros da Política Nacional de Humanização não vêm sendo valorizados, onde as pessoas não são escutadas, na maioria das vezes, e acabam tendo suas queixas não valorizadas. Apenas algumas equipes que trabalham com humanização realizam o acolhimento, sendo raras, segundo os colaboradores da pesquisa.

O estudo apresenta implicações para o serviço de emergência, revelando a necessidade de um atendimento em geral e principalmente de enfermagem com maior atenção ao usuário, um serviço humanizado e mais qualificado para atender as necessidades das pessoas que vivem com doença falciforme. Envolve ainda repensar o processo de formação dos profissionais de saúde, ainda centrado na técnica e na racionalidade com pouca valorização da criatividade e sensibilidade humana. Além disso, é importante realização de novos estudos sobre a satisfação dos usuários que vivem com doença falciforme em outras localidades, a fim de identificar se os resultados dessa pesquisa apresentam similaridade com outras realidades.

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ENTRE USUÁRIOS DE UM CENTRO DE

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