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4. INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS DADOS

4.1.1. Estatística descritiva das variáveis independentes

4.1.1.2. Estatística descritiva das variáveis relacionadas à forma de

As variáveis associadas ao constructo “forma de gestão” foram definidas como: estilo de gestão, nível de controle sobre as atividades dos funcionários e grau de autonomia dos funcionários.

A Figura 9 mostra a frequência das respostas acerca da variável “Estilo de gestão”. Os estilos de gestão considerados no questionário foram gestão autocrática e democrática que são definidas como maneiras características de tomada de decisões e se relacionar com os subordinados. No estilo autocrático o líder toma todas as decisões sem consulta aos subordinados. Um gerente autocrático decide o que é melhor e instrui os outros. Na gestão democrática o gestor atua como um facilitador para orientar um grupo, buscando o envolvimento dos funcionários na tomada de decisões (SEBRAE, 2015).

Figura 9 - Histograma da variável estilo de gestão Fonte: SPSS (2015)

O valor 1 corresponde a um estilo autocrático e o valor 7 a um estilo democrático. De acordo com os gráficos, existe um padrão de respostas semelhantes, tanto paras as empresas com certificação quanto para as empresas sem certificação de qualidade, não havendo o predomínio de um estilo de gestão. É preciso considerar, que a maior parte das respostas aparecem distribuídas entre os valores 2 e 5 da escala para empresas sem certificação e entre os valores 3 e 5 para o grupo das empresas certificadas, o que pode ter sido determinado pela natureza

do setor da construção, em que os processos tendem a ser integrados, onde apesar de existir o papel do líder que orienta e determina tarefas, o grupo tem liberdade para debater e definir estratégias para alcançar o objetivo da organização.

A Figura 10 apresenta as respostas referente à variável “Nível de controle sobre as atividades e funcionários”. As normas de gestão da qualidade exigem que todos os procedimentos de trabalho sejam rastreáveis e auditáveis, possibilitando o monitoramento das atividades e o controle das ações dos funcionários e a consequente correção de possíveis desvios.

Figura 10 - Histograma do nível de controle sobre as atividades e funcionários Fonte: SPSS (2015)

A escala utilizada varia de: valor 1 para “sem nenhum controle” e valor 7 para “controle intensivo”. Os dados referente às empresas sem certificação aparecem concentrados entre os níveis 4 e 6 com uma relevância maior para o nível 5 da escala. Dessa forma, verifica-se que essas empresas apresentam uma tendência ao controle intensivo sobre as atividades e funcionários. Esse comportamento também é observado no grupo das organizações certificadas, onde as respostas ficam concentradas entre os níveis 5 e 7 da escala.

Em empresas com um SGQ certificado, as atividades são planejadas com o objetivo de atender todos os padrões de qualidade especificados nos programas de certificação. Logo, entende-se um dos meios de garantir a qualidade é realizar o controle dessas atividades e dos funcionários que as executam, monitorando os resultados.

A análise das respostas também identificou que esse controle é realizado mesmo por empresas que não possuem certificações de qualidade. Presume-se que essas organizações mantém um controle mais efetivo das atividades e dos funcionários, buscando o aperfeiçoamento de seus resultados. Na pesquisa de Chini e Valdez (2003), o monitoramento das atividades e dos funcionários em empresas de construção civil, foi identificado como uma das medidas mais eficazes de mensuração do desempenho e melhora nos resultados.

A variável “Grau de autonomia dos funcionários” é tratada na Figura 11. A autonomia no local de trabalho é definida como a liberdade que os funcionários têm para controlar a sua situação de trabalho, como por exemplo, se envolver na escolha de projetos, de clientes e definir como o trabalho deve ser feito. A autonomia dos funcionários e gerentes muitas vezes é ditada pela estrutura e cultura de uma organização (LANGFRED et al., 2004).

Figura 11 - Histograma do grau de autonomia dos funcionários Fonte: SPSS (2015)

Na análise dessa variável observa-se que a maior concentração de respostas está entre os níveis 3 e 6 com uma queda acentuada no nível 7. Sendo a escala utilizada de 1 para sem autonomia e 7 para autonomia total, pode-se afirmar que os funcionários dos dois grupos de empresas avaliadas possuem um significativo grau de autonomia.

Os respondentes definiram que, apesar de possuírem certa liberdade na tomada de decisões, a autonomia não é total. Esses dados corroboram com os

anteriores onde a pesquisa mostrou que a maior parte da amostra é composta por empresas com estrutura organizacional centralizada.

No entanto, é preciso considerar o perfil dos respondentes que, em maior parte, possuem cargos elevados dentro das organizações, como diretores, gerentes, coordenadores, engenheiros e arquitetos. Esses são, pela natureza da profissão, os funcionários que possuem maior autonomia dentro de empresas do setor da construção civil.

O Gráfico 19 apresenta o Box-plot das variáveis relacionadas à forma de gestão.

Gráfico 19 - Box-plot das variáveis relacionadas à forma de gestão Fonte: SPSS (2015)

A partir da análise conjunta dos gráficos é possível identificar que a variável “estilo de gestão” é semelhante em ambos os grupos de empresas avaliadas. Isso significa que o fato de uma organização possuir uma certificação de qualidade tem pouco impacto na definição dessa característica organizacional.

No que diz respeito ao nível de controle sobre as atividades e funcionários é possível verificar uma tendência a um maior controle nas organizações certificadas, já que as normas de gestão exigem maior controle.

Quanto ao grau de autonomia dos funcionários, os dois grupos avaliados apresentaram valores semelhantes, indicando que essa também é uma característica organizacional pouco impactada pelas certificações de qualidade. Esta variável ainda é definida pela estrutura e cultura da organização.