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Estatísticas Europeias de Acidentes de Trabalho

No documento Acidentes de Trabalho Universidade Do Minho (páginas 59-79)

4. Acidentes sem incapacidade 5 Acidentes sem lesão

5.4. Estatísticas Europeias de Acidentes de Trabalho

O método “Estatísticas Europeias de Acidentes de Trabalho”, proposto pelo Eurostat em 2001, possuiu como objectivo primordial a harmonização da recolha e classificação dos acidentes de trabalho entre os países membros da União Europeia.

Segundo o Eurostat (2001), este método deve ser implementado em 3 fases distintas, de modo a que todos os países, mesmo os que não possuissem sistemas de classificação de acidentes muito desenvolvidos sejam capazes de o utilizar. Na tabela 10 apresentam-se as respectivas fases, bem como as variáveis aplicadas em cada uma.

Tabela 10 – Método EEAT (Fases e Variáveis)

1.ª Fase 2.ª Fase 3.ª Fase

Número do Processo Dimensão da

empresa Posto de trabalho Actividade Económica do

Empregador Nacionalidade Ambiente de trabalho Profissão da vitima Situação

profissional Tipo de trabalho Idade da vitima Dias perdidos Actividade física específica Sexo do sinistrado Agente material da Actividade

física específica

Tipo de lesão Desvio

Parte do corpo atingida Agente material do Desvio Localização geográfica do

acidente

Contacto – Modalidade de lesão

Data do acidente Agente material do Contacto – Modalidade de lesão Hora do acidente

Análise e Discussão de Resultados Na fase 1 e 2, como se verifica na tabela 10, obtemos informação sobre a empresa, o trabalhador sinistrado e as consequências do acidente.

A actividade económica do empregador e a dimensão da empresa permite-nos identificar o empregador consoante os vários sectores de actividade existentes, bem como se é uma microempresa (< 10 trabalhadores), pequena empresa (10 ≤ n.º trabalhadores < 50), média empresa (50 ≤ n.º trabalhadores < 250) ou uma grande empresa.

A ocupação da vítima, a idade, o sexo, a nacionalidade e a situação profissional permite-nos caracterizar o trabalhador.

A localização geográfica, a data, a hora e os dias perdidos permite-nos caracterizar o acidente.

As variáveis da 3ª fase, apresentam-se mais adiante, visto serem um dos principais objectivos do estudo desenvolvido.

Para a aplicação do método EEAT utilizaram-se os relatórios de acidentes de trabalho elaborados pela ACT durante um espaço temporal de 6 meses, e arquivados na Delegação de Braga. Dos 128 acidentes, procedeu-se apenas à análise dos acidentes que pertenciam ao sector da Indústria da Construção e que eram acidentes do tipo quedas em altura. A totalidade de acidentes que abrangia estes dois pontos foi de 15.

Idealmente, uma amostra deveria ser composta no mínimo por 30 participações. Contudo, como o objectivo do estudo não era o de quantificar o tipo de acidentes (análise quantitativa), mas verificar se o método em questão erá fiável e fácil de aplicar (análise qualitativa), admitiu-se, como aceitável, o facto de a dimensão da amostra ser inferior a 30.

Da análise dos acidentes recolhidos na ACT, através da aplicação preconizada pelo Eurostat obtiveram-se os resultados apresentados na tabela 11.

No trabalho “Causas e Circunstâncias dos Acidentes de Trabalho em Portugal – Alguns factores determinantes dos acidentes de trabalho nos sectores económicos com maior densidade de emprego e maior incidência”, elaborado pelo grupo de Segurança, Fiabilidade e Manutenção da Universidade de Engenharia e Tecnologia Naval (UETN), sob a coordenação do GEP, em 2007, identificou-se que o acidente típico, neste caso dois, no sector da indústria da Construção era

Análise e Discussão de Resultados “...que aconteceu a um homem (98%), na faixa etária dos 25-34 anos (29%) ou dos 35- 44 anos (28%). Aparentemente podem considerar-se dois acidentes típicos:

um deles envolve queda/embate (28%) contra o solo (21%), causado por escorregamento ou hesitação com queda (23%). O segundo envolve uma pancada (26%) por materiais e/ou componentes de máquina (33%), possivelmente causado por perda de controlo de algo – máquina, equipamento, objecto, etc. (25%). Em qualquer dos casos resultam feridas e lesões superficiais (45%), maioritariamente nas extremidades superiores (30%).”

Celeste Jacinto, Tiago Almeida, Pedro Antão e C. Guedes Soares (2007)

Neste trabalho não foi identificado qual o acidente típico, visto a amostra ser pequena e o acidente em questão ser a queda em altura, verificando-se que o desvio e o contacto – modalidade de lesão são sempre os mesmos.

O objectivo primordial do EEAT é o de harmonizar a classificação dos acidentes de trabalho que provoquem uma ausência ao trabalho superior a três dias, em todos os países membros (Eurostat, 2001; Rajala & Vayrynen, 2010).

O EEAT surgiu devido a recomendações efectuadas na 16ª Conferência sobre Estatísticas Laborais. Esta conferência, realizada em 1998, onde se debateram estatísticas referentes a acidentes de trabalho, propôs a criação de um sistema de análise estatístico, onde algumas variáveis já estavam definidas e outras eram aconselhadas. De entre essas variáveis, algumas ficavam à escolha dos países relativamente à sua eventual aplicação (OIT, 1998).

O principal objectivo desta conferência era a criação de um sistema de análise que permitesse a compreensão dos acidentes de trabalho verificados, de modo a obter-se informação necessária á adopção de medidas preventivas eficazes (OIT,1998).

Análise e Discussão de Resultados

Tabela 11 – Análise dos acidentes segundo o EEAT

Variáveis Número do Processo

20090000001 20080000002 20090000003 20090000004 20100000005 20100000006 20100000007 20100000008 Actividade Económica do Empregador F 45.21 F 45.21 F 45.31 F 45.44 F 45 F 45.43 F 45.21 F 45.21 Profissão da vitima 93 93 93 93 93 93 93 93 Idade da vitima 99 55 26 39 43 51 38 32 Sexo do sinistrado 1 1 1 1 1 1 1 1 Tipo de lesão 051 120 120 051 000 052 052 051

Parte do corpo atingida 11 48 00 11 39 78 78 11

Localização geográfica do acidente PT 110 PT 110 PT 110 PT 110 PT 110 PT 110 PT 110 PT 110 Data do acidente 20090131 20080321 20090302 20091124 20100121 20100128 20100201 20100505 Hora do acidente 15 09 10 15 13 10 16 15 Dimensão da empresa 1 1 2 1 9 3 9 1 Nacionalidade 1 1 1 1 1 1 1 1 Situação profissional 311 311 500 311 311 311 311 311

Dias perdidos 000 997 A06 998 000 998 000 999

Posto de trabalho 2 2 2 2 2 2 2 2

Ambiente de trabalho 021 021 021 022 021 021 021 021

Tipo de trabalho 51 51 52 52 51 53 51 51

Actividade física específica 70 43 61 00 61 41 41 61

Agente material da

Actividade física específica 00.02 02.03 00.02 00.02 00.02 00.02 06.12 02.03

Desvio 51 51 51 51 51 51 51 51

Agente material do Desvio 02.01 02.03 02.01 02.01 02.01 09.03 14.01 02.01

Contacto – Modalidade de

Análise e Discussão de Resultados

Tabela 11 – Análise dos acidentes segundo o EEAT (continuação)

Variáveis Número do Processo

20100000009 20100000010 20100000011 20100000012 20100000013 20100000014 20100000015 Actividade Económica do Empregador F 45 F 45.21 F 45 F 45.21 F 45.21 F 45 F 45.45 Profissão da vitima 93 93 93 93 93 93 93 Idade da vitima 35 45 45 54 36 26 34 Sexo do sinistrado 1 1 1 1 1 1 1 Tipo de lesão 000 000 000 051 000 000 120

Parte do corpo atingida 00 00 00 11 00 00 78

Localização geográfica do acidente PT 110 PT 110 PT 110 PT 110 PT 110 PT 110 PT 110 Data do acidente 20100201 20100521 20100804 20100706 20100805 20100212 20100724 Hora do acidente 99 10 99 99 19 99 16 Dimensão da empresa 9 9 9 1 3 9 9 Nacionalidade 1 1 1 1 3 1 1 Situação profissional 000 311 000 000 311 000 311 Dias perdidos 999 999 999 998 998 998 998 Posto de trabalho 2 2 2 2 2 2 2 Ambiente de trabalho 021 021 021 021 021 022 022 Tipo de trabalho 61 51 51 51 51 52 52

Actividade física específica 61 21 21 41 41 61 61

Agente material da Actividade

física específica 16.03 09.03 00.02 00.02 00.02 14.01 14.01

Desvio 51 51 51 51 51 51 51

Agente material do Desvio 00.02 02.05 00.02 00.02 00.02 14.01 14.01

Contacto – Modalidade de lesão 31 31 31 31 31 31 31

Agente material do Contacto –

Análise e Discussão de Resultados Os dados estatísticos recolhidos permitem obter informação sobre (OIT, 1998):

 Quais os sectores de actividade e ocupações onde os acidentes são mais frequentes;  Os riscos a que estão sujeitos, empregadores e trabalhadores, de modo a serem mais

activos na implementação das medidas de protecção;

 Quais as consequências dos acidentes, em termos de dias perdidos;

 Fornece informação necessária para o desenvolvimento de materiais e sistemas de segurança;

 ...;

Estes são apenas alguns dos objectivos a que a 16ª Conferência se propunha atingir.

Ainda, segundo a OIT (1998), os países da União Europeia deveriam desenvolver métodos que permitissem a recolha de dados sobre:

 Informação obrigatória:

 Informação sobre a Empresa, estabelecimento ou unidade local:  Localização;

 Actividade económica;

 Tamanho (número de trabalhadores).  Informação sobre o sinistrado:

 Sexo;  Idade;  Profissão;

 Situação Profissional.  Informação sobre a lesão:

 Se é fatal ou não;  Tipo de lesão;

 Parte do corpo atingida.

 Informação sobre o accidente e as circunstâncias:

Análise e Discussão de Resultados  Agente material que provocou a lesão (deve ser registado apenas o que

provocou a lesão mais grave)

 Informação opcional (dependente do país):  Informação sobre a lesão:

 Incapacidade para o trabalho expressa em dias de trabalho perdidos (dias de calendário).

 Informação sobre o acidente e as circunstâncias:

 Início do trabalho e as horas trabalhadas pelo sinistrado;  Número total de trabalhadores lesionados no acidente;  Local de ocorrência do acidente;

 Tipo de trabalho a ser realizado quando ocorreu o acicente;  Actividade específica do sinistrado no momento do acidente;  Agente material associado à actividade específica do sinistrado;  Acontecimento que contribuiu para a ocorrência do acidente (desvio);  Agente material associado ao desvio.

Na tabela 12 apresentam-se as variáveis utilizadas nos dois métodos, o OIT e o EEAT, dando indicação de quais as obrigatórias e quais as opcionais.

Tabela 12 – OIT (1998) e EEAT (2001): Variáveis

Variáveis OIT (1998) EEAT (2001)

Número do processo Sem referência Obrigatório

Actividade económica do empregador Obrigatório Obrigatório

Profissão da vítima Obrigatório Obrigatório

Idade da vítima Obrigatório Obrigatório

Sexo da vítima Obrigatório Obrigatório

Tipo de lesão Obrigatório Obrigatório

Parte do corpo lesionada Obrigatório Obrigatório

Localização geográfica do acidente Obrigatório Obrigatório

Data do acidente Obrigatório Obrigatório

Hora do acidente Obrigatório Obrigatório

Dimensão da empresa Obrigatório Obrigatório

Nacionalidade da vítima Sem referência Obrigatório

Situação profissional da vítima Obrigatório Obrigatório

Dias perdidos Opcional Obrigatório

Posto de trabalho Opcional Obrigatório

Ambiente de trabalho Sem referência Obrigatório

Análise e Discussão de Resultados

Tabela 12 – OIT (1998) e EEAT (2001): Variáveis (continuação)

Variáveis OIT (1998) EEAT (2001)

Actividade física específica Opcional Obrigatório

Agente material da Actividade física específica Opcional Obrigatório

Desvio Opcional Obrigatório

Agente material do Desvio Opcional Obrigatório

Contacto – Modalidade de lesão Obrigatório Obrigatório Agente material do Contacto – Modalidade de lesão Obrigatório Obrigatório

Localização do empregador Obrigatório Sem referência

Gravidade do acidente Obrigatório Incluído nos dias perdidos Começo do trabalho e horas trabalhadas Opcional Sem referência

Número total de trabalhadores lesionados Opcional Cada trabalhador é um caso isolado

Como se pode constatar através da observação da tabela 12, a 1ª e 2ª fase do EEAT englobam muitas das variáveis preconizadas no método proposto pela OIT, em 1998. A maior diferença do EEAT é que agora, na 3ª fase de implementação, muitas das variáveis que a OIT aconselhava aos países para procederem à recolha de informação são agora obrigatórias. Contudo, nem todas estas variáveis propostas na 3ª fase são obrigatórias, ficando à escolha do país quais as que quer incluir nos seus sistemas de análise nacionais.

O Eurostat, na 3ª fase, considera 4 variáveis prioritárias. Cada país, consoante os objectivos a que se propõe, deve escolher de entre as seguintes variáveis (Eurostat, 2001, p. 32):

 Ambiente de trabalho, Tipo de trabalho ou Actividade física específica (1 das 3);  Desvio;

 Contacto – Modalidade de lesão;

 Agente material do Desvio ou Agente material do Contacto – Modalidade de lesão (1 das 2).

Contudo, de modo a fornecer a maior informação possível à Comissão Europeia, deve ser feito o uso das 9 variáveis propostas na 3º fase (Posto de trabalho, Ambiente de trabalho, Tipo de Trabalho, Actividade física específica, Desvio, Contacto – Modalidade de lesão e Agente material da Actividade física específica, Desvio e Contacto – Modalidade de lesão) (Eurostat, 2001, p. 32).

Análise e Discussão de Resultados Como se verificou na tabela 12, são 23 as variáveis preconizadas no método EEAT, nomeadamente:

 Número do processo;

 Actividade económica do empregador;  Profissão da vítima;

 Idade da vítima;  Sexo da vítima;  Tipo de lesão;

 Parte do corpo lesionada;

 Localização geográfica do acidente;  Data do acidente;

 Hora do acidente;  Dimensão da empresa;  Nacionalidade da vítima;  Situação profissional da vítima;  Dias perdidos;

 Posto de trabalho;  Ambiente de trabalho;  Tipo de trabalho;

 Actividade física especifica;

 Agente material da Actividade física específica;  Desvio;

 Agente material do Desvio;  Contacto – Modalidade de lesão;

 Agente material do Contacto – Modalidade de lesão.

Destas variáveis, optou-se apenas por apresentar algumas, na óptica do interesse do trabalho de investigação efectuado.

O número de processo no método EEAT diz respeito ao acidente de trabalho ocorrido. Independentemente do trabalhador, ou seja, pode ter tido um ou mais acidentes, o número do processo faz apenas referência a um acidente específico. Cada número de processo representa um

Análise e Discussão de Resultados acidente. No método proposto pela OIT não existia um número de processo explicito, apesar de tanto neste como no EEAT se observarem os mesmos fundamentos, ou seja, 1 acidente = 1 participação.

A actividade económica do empregador é harmonizada no EEAT. Segundo Jacinto e Aspinwall (2004a) a actividade económica do empregador não era idêntica em todos os países membros. De facto, uns usavam a International Standard Industrial Classification (ISIC), outros o NACE Rev.2, enquanto alguns deles usavam as suas próprias classificações. Uma das vantagens do método EEAT, como se propunha, é que uniformizava a classificação das actividades económicas em todos os países membros.

O NACE, utilizado na realização do projecto de investigação, foi o NACE Rev.1, visto ser o utilizado quando o método foi desenvolvido. Actualmente, já está em vigor o NACE Rev.2, mas como não iria alterar significativamente o trabalho optou-se pela classificação segundo o NACE Rev.1

Nas tabelas 13 e 14 apresentam-se, respectivamente, o sector da Indústria da Construção segundo o NACE Rev.1 e NACE Rev.2.

A variável actividade económica do empregador fornece-nos uma ideia clara da actividade principal do sinistrado. Com a revisão do NACE Rev.1 para NACE Rev.2, as divisões, no caso especifico do sector da Indústria da Construção, encontram-se muito mais delimitadas, podendo assim agrupar-se os diversos tipos de trabalho que este sector possuiu em categorias bem diferenciadas.

A variável relativa á ocupação da vítima, embora já apresente um base comum, ainda não foi aceite por todos os Estados Membros. Segundo Jacinto e Aspinwall (2004), a França considera esta classificação pouco explicita enquanto o Reino Unido prefere utilizar a sua própria classificação, proposta pela HSE (Health and Safety Executive), que fornece indicação sobre a profissão dos trabalhadores envolvidos no acidente.

A variável “tipo de lesão”, no método EEAT é semelhante à utilizada no OIT de 1962, designada por “Classificação dos acidentes industriais de acordo com a natureza da lesão”. O EEAT utiliza a classificação utilizada no OIT (1998), desenvolvida a partir do OIT (1962).

O EEAT apresenta a vantagem de a classificação utilizada ser mais detalhada do que a utilizada no OIT de 1998, obtendo-se assim uma melhor classificação do tipo de acidente. Contudo,

Análise e Discussão de Resultados técnicos de SHT inexperientes ficam na dúvida sobre qual o sítio para classificar. Embora o método preconize a utilização de lesões múltiplas, isso fica sempre ao critério da pessoa que o classifica. Quanto maior a experiência maior será o seu poder de decisão. Apresenta a desvantagem de não poder ser aplicado por pessoas sem nenhum conhecimento do método, visto que se existir uma lesão em dois sítios diferentes, em principio, ficará com dúvidas sobre a classificação a utilizar.

Tabela 13 – Sector da Indústria da Construção (NACE Rev.1) Section F Construction (NACE Rev.1)

45 Construction

45.1 Site preparation

45.11 Demolition and wrecking of buildings; earth moving 45.12 Test drilling and boring

45.2 Building of complete constructions or parts thereof; civil engineering 45.21 General construction of buildings and civil engineering works 45.22 Erection of roof covering and frames

45.23 Construction of highways, roads, airfields and sport facilities 45.24 Construction of water projects

45.25 Other construction work involving special trades 45.3 Building installation

45.31 Installation of electrical wiring and fittings 45.32 Insulation work activities

45.33 Plumbing

45.34 Other building installation 45.4 Building completion

45.41 Plastering 45.42 Joinery installation 45.43 Floor and wall covering 45.44 Painting and glazing 45.45 Other building completion

45.5 Renting of construction or demolition equipment with operator

45.50 Renting of construction or demolition equipment with operator

A variável “Parte do corpo atingida”, no método EEAT é semelhante à utilizada na OIT de 1962, designada por “Classificação dos acidentes industriais de acordo com a localização da lesão”. O EEAT utiliza a classificação da OIT (1998), desenvolvida a partir da OIT (1962).

A utilizada no EEAT é baseada na da OIT (1998), mas mais simplificada. Apresenta a desvantagem de não possuir uma classificação detalhada, nem de permitir classificar segundo a localização do membro. Além da OIT (1998) possuir uma classificação mais detalhada consoante a localização do acidente, ainda permite identificar se o acidente ocorreu no lado direito, esquerdo ou em ambos. A classificação proposta pelo OIT (1962), desenvolvida com mais pormenor em 1998, é mais detalhada do que a proposta pelo EEAT.

Análise e Discussão de Resultados

Tabela 14 – Sector da Indústria da Construção (NACE Rev.2) Section F CONSTRUCTION (NACE Rev.2)

41 Construction of buildings

41.1 Development of building projects

41.10 Development of building projects

41.2 Construction of residential and non-residential buildings

41.20 Construction of residential and non-residential buildings 42 Civil engineering

42.1 Construction of roads and railways

42.11 Construction of roads and motorways

42.12 Construction of railways and underground railways 42.13 Construction of bridges and tunnels

42.2 Construction of utility projects

42.21 Construction of utility projects for fluids

42.22 Construction of utility projects for electricity and telecommunications 42.9 Construction of other civil engineering projects

42.91 Construction of water projects

42.99 Construction of other civil engineering projects n.e.c. 43 Specialised construction activities

43.1 Demolition and site preparation 43.11 Demolition

43.12 Site preparation 43.13 Test drilling and boring

43.2 Electrical, plumbing and other construction installation activities 43.21 Electrical installation

43.22 Plumbing, heat and air conditioning installation 43.29 Other construction installation

43.3 Building completion and finishing 43.31 Plastering

43.32 Joinery installation 43.33 Floor and wall covering 43.34 Painting and glazing

43.39 Other building completion and finishing 43.9 Other specialised construction activities

43.91 Roofing activities

43.99 Other specialised construction activities n.e.c.

Relativamente à localização geográfica do acidente, permite-nos identificar com rigor o país e a região onde o acidente ocorreu. O método EEAT, quando foi concebido, utilizava o NUTS 1 (Nomenclature of Territorial Units for Statistics 1). Actualmente encontra-se em vigor o NUTS 3, fornecendo-nos um maior nível de detalhe sobre as regiões de cada país da União Europeia.

Na tabela 15 encontram-se representados os níveis em Portugal cobertos pelos diferentes NUTS existentes.

Análise e Discussão de Resultados

Tabela 15 – Níveis preconizados nos diferentes NUTS (reproduzido de European Communities, 2007) PORTUGAL

CODE NUTS 1 NUTS 2 NUTS 3

PT PT1 CONTINENTE PT11 Norte PT111 Minho-Lima PT112 Cavado PT113 Ave PT114 Grande Porto PT115 Tamega

PT116 Entre Douro e Vouga

PT117 Douro PT118 Alto Trás-os-Montes PT15 Algarve PT150 Algarve PT16 Centro (P) PT161 Baixo Vouga PT162 Baixo Mondego PT163 Pinhal Litoral

PT164 Pinhal Interior Norte

PT165 Dão-Lafões

PT166 Pinhal Interior Sul

PT167 Serra da Estrela

PT168 Beira Interior Norte

PT169 Beira Interior Sul

PT16A Cova da Beira

PT16B Oeste PT16C Médio Tejo PT17 Lisboa PT171 Grande Lisboa PT172 Península de Setúbal PT18 Alentejo PT181 Alentejo Litoral PT182 Alto Alentejo PT183 Alentejo Central PT184 Baixo Alentejo PT185 Lezíria do Tejo

PT2 Regiao Autónoma dos AÇORES

PT20 Regiao Autónoma dos Açores

PT200 Regiao Autónoma dos Açores

PT3 Regiao Autónoma da MADEIRA

PT30 Regiao Autónoma da MADEIRA

PT300 Regiao Autónoma da MADEIRA

PTZ EXTRA-REGIO

PTZZ Extra-Regio

PTZZZ Extra-Regio

Relativamente a Portugal, como se comprova através da análise da tabela 15, o NUTS 3 oferece uma separação entre regiões muito mais detalhada, permitindo-nos identificar com rigor qual a zona onde ocorreu o acidente.

Análise e Discussão de Resultados A variável “dias perdidos” no método EEAT é semelhante à preconizada pela OIT (1962), apresentando no entanto a vantagem de ser mais detalhada, ou seja, ser mais específica consoante a gravidade do acidente provocado. Uma descrição do proposto tanto na OIT como no EEAT é apresentado seguindamente, de maneira e se obter uma melhor compreensão:

 OIT (OIT, 1962, p. 39):

 Morte (Acidentes mortais);

 Incapacidade permanente (Acidentes de que resulte para a vítima, com carácter permanente, deficiência física ou mental ou diminuição da capacidade de trabalho);

 Incapacidade temporária (Acidentes de que resulte para a vítima incapacidade de, pelo menos, um dia complete além do dia em que ocorreu o acidente, quer se trate de dias durante os quais a vítima teria trabalhado, quer não. Neste ultimo caso, temos o que, vulgarmente, se designa por acidente com baixa ou incapacidade temporária absoluta (ITA));

 Outros casos (Acidentes de que resulte incapacidade para o trabalho por tempo inferior ao considerado na alínea anterior, sem incapacidade permanente. Estes acidentes são, habitualmente, designados por acidentes sem incapacidade (SI)).  EEAT (Eurostat, 2001, p. 48):

 000: Número de dias perdidos descomnhecido;

 004 – 182: Número de dias inteiros perdidos indicados numericamente (ausência inferior a seis meses);

 A01: 4 – 6 dias perdidos;  A02: 7 – 13 dias perdidos;  A03: 14 – 20 dias perdidos;

 A04: Pelo menos 21 dias mas menos do que 1 mês perdidos;  A05: Pelo menos 1 mês mas menos do que 3 meses perdidos;  A06: Pelo menos 3 meses mas menos do que 6 meses perdidos;

 997: Incapacidade permanente (para trabalhar) ou 183 ou mais dias perdidos (ausência ingual ou superior a 6 meses);

Análise e Discussão de Resultados

Através do observado anteriormente, pode-se concluir que a classificação preconizada pelo EEAT é muito mais detalhada que a proposta pela OIT, em 1962. De facto, consegue-se obter uma descrição da gravidade do acidente, e se é mortal ou não, em função dos dias de trabalhos perdidos.

A nosso ver a variável ‘000’ ou ‘999’ está a mais. Não saber o número de dias perdidos é o mesmo que não ter qualquer dado. Essas duas variáveis podiam ser conjugadas, visto que a informação que fornecem é semelhante, se não mesmo igual.

O método EEAT preconiza que apenas acidentes que provoquem uma ausência ao trabalho

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