• Nenhum resultado encontrado

ESTRATÉGIA PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DOS DIREITOS DOS CIDADÃOS COM DEFICIÊNCIAS E INCAPACIDADES

No documento Cidadania e deficiência (páginas 134-137)

Em Portugal o XVII Governo Constitucional através do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, (MTSS) implementou uma política renovada no campo da deficiência,

135 sendo certo que estes cidadãos passaram a ter uma maior atenção do que outrora. De acordo com uma leitura perspicaz dos políticos de então esteve em evidência uma enorme necessidade. É claro daquilo que foi feito nem tudo alcançou a perfeição nomeadamente em alguns aspectos. Mas por exemplo podemos afirmar que após este período houve uma reforma na área da deficiência, melhorando substancialmente a qualidade de vida destes cidadãos devido ao empenho colectivo de todos os intervenientes nesta matéria. Não obstante do ponto de vista político esta legislatura conseguiu reunir esforços de todos os colaboradores, e implementar um enorme espírito de grupo, com a finalidade de atingir os objectivos no que respeita a integração social dos cidadãos deficientes, bem como ao desenvolvimento das políticas para a deficiência e incapacidades. No referido período foi criado o PAIPDI (2006- 2009), Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiência e Incapacidades. De facto este Plano para funcionar a 100% foi preciso desenvolver acções no terreno de integração dos cidadãos de uma forma geral, sendo que todos os níveis e áreas da Administração Pública participaram de uma forma activa e com todo o positivismo inerente. Houve necessidade de assumir um compromisso vasto, ou seja uma permuta integrante e envolvente entre a Administração Pública, e todas a instituições de solidariedade particulares e IPSS80 e de toda a sociedade portuguesa do ponto de vista social.

A criação deste Plano que teve o seu início em 2006 e sendo o ano de 2007 o “Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos”, a verdade é que as diversas questões problemáticas dos indivíduos deficientes começaram a ter resposta tendo inclusive presente o respeito pela sua dignidade e desenvolvendo a sua independência. Houve demonstrações inequívocas de que os Direitos do Homem como princípio universal aplicável são cada vez mais uma expressão com todo o sentido, se alcançar o garante de todos os cidadãos independentemente da raça, cor ou deficiências, jamais havendo quaisquer discriminação. Ficou patente que depois deste governo não existe legitimidade por parte de outrem tratar os cidadãos deficientes como uma minoria e com discriminação activa. Para esta legislatura o estandarte principal foi o princípio da inclusão situação irreversível, fazendo com que qualquer cidadão deficiente nunca fosse discriminado tanto no domínio da vida pública como particular, e nunca pondo em causa a sua cidadania. Para se atingir este fim foi necessário uma grande flexibilidade por parte dos intervenientes do governo e restantes instituições entrando assim num mundo de mudanças. O facto de ter existido uma grande interligação entre a sociedade civil e os diversos organismos estatais permitiu haver reformas no campo da

136 deficiência, desenvolvendo um trabalho positivo e construtivo assumindo todas as responsabilidades as partes colaboradoras. A verdade é que existiu uma grande força de vontade e uma grande conjugação de esforços entre os intervenientes e que permitiu um aumento considerável da qualidade de vida.Com a adesão á Convenção da Organização das Nações Unidas para os Direitos das Pessoas com Deficiência e com a sua ratificação houve uma evolução significativa no campo dos direitos fundamentais. Depois da ratificação da Convenção ficou bem assente que qualquer deficiente tem direito à educação ao emprego e a saúde e a todos apoios inerentes de carácter social, nomeadamente equipamentos necessários para melhorar a qualidade de vida. A evolução também aconteceu na área de benefícios fiscais e taxas de isenção aos deficientes e nos grandes centros urbanos houve preocupação de melhorar as acessibilidades e eliminação das barreiras arquitectónicas. A integração destes cidadãos nas áreas do desporto na participação da cultura e lazer foram gradualmente aceites pela sociedade, entrando assim numa fase de crescimento. De facto as pessoas com deficiência começaram a ser tratadas de maneira diferente para melhor claro, devido a um esforço conjunto o que é melhor para os seus agregados familiares, famílias afastadas, todas as instituições e também os colaboradores que ajudam estas pessoas assim como a sociedade em geral. Não obstante as gerações vindouras terão a seu tempo oportunidade de assimilar estas novas políticas e colocar na prática a todos os cidadãos portadores de deficiência esta reforma que de facto era necessária. É claro que vai levar o seu tempo para todos nós interiorizarmos esta cultura de gerações diversas, sendo certo que há uma determinação intrínseca em ajudar as pessoas com deficiência independentemente da desordem que têm e da diferença tanto no aspecto emocional, físico e psicológico, já que afinal todos somos úteis a sociedade.

O objectivo do PAIPDI (Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiência ou Incapacidade) passa por promover a qualidade de vida dos cidadãos deficientes e com incapacidades e passa a ser um marco político do ponto de vista constitucional na actual sociedade portuguesa. Para se conseguir tal façanha é necessário que todos os intervenientes participem de uma forma activa, comprometendo-se com metas atingíveis que é o caso do próprio cidadão deficiente e sua família, as instituições particulares de solidariedade social, a administração pública central e local, as organizações que prestam serviços aos portadores de deficiência bem como todo o tipo de associações que representam os vários tipos de portadores de deficiência, como associações de invisuais, de surdos - mudos, etc. Assim o

137 INR,IP. 81 propõe que a sociedade deixe de observar a incapacidade e a deficiência como uma desgraça ou problema. Devem ser vistas apenas como uma diferença e fazer com que as sociedades encarem estas situações de uma forma normal e tudo fazerem para que os deficientes se sintam úteis. Também é preciso que sejam criadas as condições mínimas para o desenvolvimento das suas capacidades e da parte intelectual nomeadamente no campo da competência e disciplina.

De acordo com a Doutora Alexandra Pimenta, Directora do Instituto Nacional para a Reabilitação, do extracto do PAIPDI o importante é partilhar e registar o envidamento de todos os esforços e consequências atingidas em 2010,2011,2012 e 2013 no que respeita as políticas aplicadas em prol dos cidadãos deficientes e incapacitados no país. Assim todos os anos foram determinados os resultados em questão de relatórios de uma forma sucinta e concreta para calcular a evolução da qualidade de vida e da aplicação dos direitos e do desenvolvimento dos cidadãos portadores de deficiência. Efectivamente houve de facto um enorme contributo de todos os intervenientes a nível social para a finalização dos objectivos traçados no Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiências e Incapacidades, no contexto de uma grande entreajuda entre todas as instituições e o Estado. Nestes anos mencionados foi criado um Grupo Interdepartamental de Acompanhamento onde os elementos integrantes se esforçaram para implementar todas as medidas adequadas e estabelecidas previamente, do ponto de vista prático para se atingir resultados positivos que foram considerados uma façanha histórica na área da deficiência. A verdade é que o Instituto Nacional de Reabilitação estipulou a realização de determinadas orientações políticas devidamente adaptadas em vários esquemas de trabalho com a finalidade de alcançar resultados jamais vistos. Apesar de se ter alcançado resultados muito bons, as orientações que foram criadas e políticas implementadas na sociedade em relação a cidadãos com deficiência darão a médio prazo os seus frutos relembrando aqui o velho ditado “colhemos o que semeámos”.

No documento Cidadania e deficiência (páginas 134-137)