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de dados relacional estruturada de modo a armazenar dados e informações espaciais; SEPdbapp, uma aplicação que incorpora as formas de acesso aos dados pretendidos, o

4) Simulação e Formulação da Proposta Final

4.3.3.3. Estratégias energéticamente eficientes

Na presente fase importa detalhar as principais estratégias identificadas como relevantes à elaboração do plano de desenho e que abrangem a configuração e estruturação do tecido urbano geral da área a projectar através de soluções passivas com o objectivo global de proporcionar um conforto ambiental e uma redução do consumo energético total. A adequação das principais características dos diversos elementos que compõe o tecido urbano, de acordo com os critérios de eficiência energética e qualidade ambiental, exibe-se como um aspecto fundamental do planeamento urbano sustentável. Apenas na fase seguinte de simulação e formulação da proposta final, é que se encontram mencionadas as estratégias de soluções e sistemas passivos relativas ao planeamento de edificações a

construir, elaborando-se apenas nesta fase um plano geral e preliminar do modelo de desenho urbano. Deste facto, menciona-se as principais estratégias energéticamente eficientes relacionadas à morfologia urbana de acordo com os elementos considerados como essenciais à sua implementação em meio urbano.

Malha Urbana

Uma escolha adequada da malha urbana representa uma condicionante fundamental em novos projectos de desenvolvimento dadas as consequências directas na eficiência energética da cidade. A extrema relevância deste elemento verifica-se no processo de planeamento e organização de novas áreas urbanas, na medida em que propõe formas que não inviabilizam a exposição solar na estação de Inverno e, simultaneamente, actuam na prevenção dos ganhos solares excessivos na estação de Verão [83].

A disponibilidade e aproveitamento, a nível local, dos recursos naturais existentes é condicionado por componentes internos à malha urbana, como é o caso do ângulo de obstrução do factor de céu visível ou orientação, altura e disposição dos edifícios. Para uma orientação a nível climático do desenho urbano tendo em vista a promoção do conforto e eficiência energética, é apresentado várias recomendações relativas à formas urbana mais favorável ao desempenho energético global aproveitando ao máximo a sua exposição solar e capacidade natural de ventilação [83].

Steemers (2009), sugere que uma disposição aleatória do tecido urbano é, geralmente, benéfica. Em prol de uma maximização de visão do céu aberto apartir do solo, a aleatoriedade horizontal da malha urbana apresenta-se como um factor de maior influência do que a aleatoriedade vertical. No que à exposição solar diz respeito, embora o significativo impacto da aleatoriedade horizontal dependa de elevadas densidades ocupacionais, o seu efeito é negligenciável em casos de densidades reduzidas. Assim, na configuração da malha urbana, uma importante recomendação é a implementação da aleatoriedade horizontal do espaço edificado, isto é, dada a mesma quantidade de área útil, é mais desejável proceder à disposição de blocos de construção em formato disperso do que em matrizes uniformes. É recomendado ainda disposições com edifícios de maior altura, menor ocupação do solo e maior quantidade de espaços abertos, contrariando uma configuração assente em edifícios de menor altura e maior ocupação do solo. Na figura seguinte observa-se-se a situação mencionada [82].

Figura 4.16 - Exemplo de aleatoriedade horizontal no caso do lado esquerdo e reduzida ocupação do solo no caso do lado direito [82].

Relativamente às vias rodoviárias, a definição da sua largura tem influência significativa sobre a exposição e acesso total de radiação, isto é, quanto maior largura se verificar, maior será o valor de radiação global a incidir. Para limitar o aquecimento excessivo no período de verão, pode-se optar por ruas mais estreitas conjuntamente com um tecido urbano de maior densidade. No entanto, do ponto de vista de maximização dos ganhos solares no inverno, quando as exigências de calor se demonstram maiores, o aumento da largura de ruas é preferível. Isto é especialmente evidente para edificações situadas em ruas de direção este-oeste, já para casos situados na direcção norte-sul, a largura da rua apresenta-se como um factor de muito menor influência sobre os ganhos solares passivos. Embora a direcção pela qual as ruas estão orientadas dificilmente se apresente como um factor de influência na incidência total de radiação solar, verifica-se uma relação directa na distribuição da mesma sobre a superfície urbana, afectando consequentemente o potencial de aquecimento solar passivo do espaço habitacional . No período de verão, ruas direccionadas no sentido este-oeste produzem grandes valores de radiação solar tanto ao amanhecer como ao anoitecer, enquanto que comparativamente aos casos orientados segundo Norte-Sul, estes fornecem várias opções de sombreamento durante as horas mais quentes do dia [85].

Figura 4.17 - Exemplo de orientação das ruas em função da exposição solar (figura da esquerda) e exemplo de afastamento dos lotes (figura direita) [68].

Destes factos, pode-se afirmar que uma malha urbana energéticamente eficiente teria ruas direccionadas segundo o eixo este-oeste com uma largura de dimensão considerável e alinhada com edificações orientadas para sul. Transversalmente a estas seriam projectados ruas estreitas segundo a direcção norte-sul, o que proporcionaria ganhos solares interiores equilibrados e conforto térmico nas áreas exteriores [85].

Distribuição de Áreas Verdes

A vegetação é um factor importante na alteração do micro-clima local, dado que a sua adequação se apresenta como uma excelente opção na protecção para diversos processos do ecosistema urbano. Embora pouco utilizado, as áreas verdes são, no âmbito energético, um elemento de referência, pois a sua implementação permite mecanismos de sombreamento selectivo durante as estações mais quente, reduções de temperatura urbana por processos de evapo-transpiração, redução da velocidade dos ventos e filtragem de poluentes. Os elementos verdes presentes nos espaços livres têm uma contribuição activa elevada sobre o nível de conforto ambiental e social. A variável social no

conforto ambiental proporcionado por estas unidades arbóreas, é um dos aspectos do estado de integração e adaptação à vida urbana para a população que ocupa o recente local [81].

Para evitar o sobreaquecimento no Verão, é aconselhado a implementação de árvores de folha caduca na zona norte das ruas de direcção este-oeste, possibilitando-se desta forma um mecanismo de sombreamento para as fachadas e áreas rodoviárias mais expostas ao sol. No inverno, com as árvores mais despidas é permitido um maior acesso e exposiçao solar [81].