• Nenhum resultado encontrado

Estruturação do problema – definição dos critérios

No documento 2018CristianTeixeiraMarques (páginas 130-134)

4.3 ANÁLISE DA APLICABILIDADE

4.3.2 Estruturação do problema – definição dos critérios

Após a identificação das alternativas, devem ser definidos os critérios e, se for o caso, subcritérios, a fim de estruturar a hierarquia. A partir da etapa de diagnóstico com a pesquisa realizada através de entrevistas nas empresas construtoras do município de Passo Fundo a fim de verificar a realidade das mesmas no tocante as práticas sustentáveis, foram obtidas algumas percepções dos empresários envolvidos, que juntamente do embasamento oferecido por

alguns autores (STAKEHOLDER FORUM, 2015; AFZAL; LIM; PRASAD 2017; SAUFI; DAUD; HASSAN, 2016; e KRECHOVSKÁ; PROCHÁZKOVÁ, 2014), foram definidos os critérios de análise. Três critérios foram propostos para avaliar a importância de cada ação, conforme pode ser visualizado na figura 31.

Figura 31 – Critérios propostos para avaliação das ações

Fonte: Elaborado pelo autor (2017).

O primeiro critério proposto é a aplicabilidade, que examina a relevância de uma ação ou meta para o contexto local. O segundo critério é o custo de implantação, analisando se a ação é financeiramente viável sob o ponto de vista dos decisores, dada uma proposição de alocação de recursos. O terceiro critério é o impacto no mercado, indicando o potencial da ação em induzir uma mudança positiva para a imagem da empresa e consequentemente uma mudança sistemática para a cadeia da construção civil como um todo.

Cada um dos critérios definidos para este estudo também foi abordado por diferentes autores. Sendo assim, foi elaborado o Quadro 9, em que pode ser observado de maneira resumida os critérios estabelecidos, juntamente de sua descrição e, também, dos autores que sustentam a sua definição.

Quadro 9 – Descrição dos Critérios/Autores

CRITÉRIOS DESCRIÇÃO AUTORES

Aplicabilidade Avalia a importância da ação no local;

STAKEHOLDER FORUM (2015); SALA, CIUFFO e NIJKAMP (2015); KUMANAYAKE e LUO (2017); KLUCZEK (2017).

Custo de Implantação Avalia o custo de implantação da ação na realidade local;

NITA e STEFEA (2014); VLASOVA et al. (2016);

SAUFI, DAUD e HASSAN (2016); AFZAL; LIM; PRASAD (2017); CTE (2015).

Impacto no mercado

Avalia a importância da ação para imagem da empresa no mercado local.

BEKMEZCI (2015);

SAUFI, DAUD e HASSAN (2016); KRECHOVSKÁ e PROCHÁZKOVÁ (2014);

VLASOVA et al. (2016). Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

A partir do embasamento trazido pelos autores dispostos no Quadro 9, cada um dos critérios definidos para a análise de decisão, foi descrito conforme segue.

4.3.2.1 CRITÉRIO 1 – Aplicabilidade

Stakeholder Forum (2015) afirma que na definição dos critérios é necessário avaliar as alternativas definidas e seus objetivos associados quanto à questão de saber se elas defendem o princípio da universalidade sendo de fato implementáveis em qualquer contexto, ou se estão delimitadas e aplicáveis apenas ao contexto local, para, dessa forma, poder identificar se elas teriam um impacto transformador no mercado da construção civil.

As ações devem ser adequadas a cada realidade, pois verifica-se, muitas vezes, excelentes ações em termos de resultados para a sustentabilidade implementadas em grandes organizações, porém impraticáveis quando analisadas sobre o ponto de vista de médias ou pequenas empresas. Essa inviabilidade, muitas vezes, está associada à falta de capacitação humana, material, tecnológica e/ou institucional. Sendo assim torna-se fundamental a consideração da aplicabilidade.

4.3.2.2 CRITÉRIO 2 – Custo de Implantação

Afzal, Lim e Prasad (2017) indicam que para a maioria das organizações o desempenho financeiro ainda é o principal alvo, mesmo assim, as empresas reconhecem cada vez mais a importância da divulgação dos compromissos e realizações da corporação a respeito de ações sobre sustentabilidade.

Para Krechovská e Procházková (2014), o aumento da pressão criada por diversas partes interessadas, sejam investidores, bancos, público em geral, entre outros, já está confirmada, porém, em contrapartida as empresas de uma forma geral, ainda relatam seus controles apenas com indicadores econômicos e que geralmente são obrigatórios. De acordo com os mesmos autores, embora a maioria das empresas compreenda a sustentabilidade como uma ferramenta capaz de melhorar sua vantagem competitiva no mercado, elas ainda pouco trabalham com a sustentabilidade como estratégia corporativa ou dentro da gestão corporativa. Eles realizam algumas atividades sustentáveis, mas são, sobretudo, isoladas de outras atividades, por isso não está incluído nos processos de planejamento e gerenciamento de negócios.

O investimento necessário para a implementação da sustentabilidade ainda é um paradigma importante a ser vencido no meio empresarial. Porém, de acordo com CTE (2015), as vantagens de um sistema de edificação sustentável vão muito além dos benefícios à natureza e à sociedade de maneira geral, pois também geram economia de recursos monetários, isto é, diminuindo os gastos com água, eletricidade, aquecimento e resfriamento de um edifício, drenagem, reduzindo-se, assim, os custos operacionais para quem utiliza esse tipo de empreendimento. Embora o investimento inicial das construções sustentáveis seja em torno de 1% a 4% maior, a economia com os insumos pode compensar ao longo do tempo, podendo chegar a até 50% no consumo de água e 40% no consumo de energia elétrica, tornando a taxa de condomínio cerca de 25% mais barata. É devido a todas estas questões, que o custo se torna um parâmetro fundamental a ser considerado.

4.3.2.3 CRITÉRIO 3 – Impacto no Mercado

Saufi, Daud e Hassan (2016) informa que ações de sustentabilidade economicamente, socialmente e ambientalmente responsáveis, se tornaram estratégias muito importantes para que as empresas obtenham lucros e aumentem seus objetivos de compartilhamento de mercado, reduzindo o impacto ambiental e aumentando a eficiência. O que se observa, geralmente, é que a integração da sustentabilidade é amplamente discutida sobre o nível teórico, porém, a sua aplicação prática ainda é um objetivo não realizado (KRECHOVSKÁ; PROCHÁZKOVÁ, 2014).

Para a realidade local, a pesquisa realizada demonstra que no tocante às vendas dos imóveis, o fato de a obra ou a empresa possuir ações sustentáveis não influenciam na decisão dos consumidores, sendo que o principal aspecto decisivo é o custo da unidade. O fato é que a sustentabilidade traz inúmeros benefícios que vão além destas questões de aceitabilidade e preferência dos consumidores por um produto ambientalmente correto. A empresa como um todo adquire muitas vantagens, que podem tornarem-se fundamentais ao ponto de influenciar a realidade da empresa e consequentemente o mercado onde a mesma está inserida, este é o objetivo pelo qual muitos almejam.

No documento 2018CristianTeixeiraMarques (páginas 130-134)