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Estrutura de Capital da Empresa

Entende-se por estrutura de capital, a relação entre os volumes de fontes e aplicações de recursos. Relaciona-se as fontes e as aplicações de Longo Prazo, como forma de analisar como são financiados os 3 grupos principais do Ativo. De forma geral, ativos de longo prazo (Permanente e Realizável) devem ser financiados por fontes de longo prazo (Patrimônio Líquido e Exigível).

Gitman (2002:512), afirma que a estrutura de capital é uma das áreas mais complexas e importantíssima de tomada de decisão financeira, pois afeta diretamente o custo de capital, as decisões de investimento de capital e o valor de mercado.

2.3.1 Composição da Estrutura de Capital

A estrutura de capital de uma empresa engloba o capital próprio e capital de terceiros, sendo que, o capital de terceiros apresenta diversas vantagens, dentre as quais se destacam a dedução dos juros no cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e o não partilhamento dos lucros dos acionistas. Aqui, deve-se ter precaução com relação ao grau de endividamento, pois se ocorrerem tempos difíceis, os acionistas deverão cobrir as diferenças no caso de o lucro operacional não ser suficiente para cobrir os pagamentos dos juros (BRIGHAM, 1999:448).

A estrutura de capital desejada, segundo Brigham (1999:449), refere-se ao equilíbrio entre risco e retorno que maximiza o preço das ações de uma empresa, onde, quatro fatores influenciam as decisões sobre esta estrutura:

• O risco do negócio, quanto maior for o risco mais baixo será o grau de endividamento ótimo da empresa;

• A posição tributária, levando em consideração a dedução dos juros no imposto, e ocasionando a diminuição do custo efetivo da dívida;

• A flexibilidade financeira que se refere a capacidade de a empresa levantar capital sob condições razoáveis em situações adversas, visto que, quanto maior a necessidade futura de capital e quanto piores forem as conseqüências de uma falta de capital, o balanço patrimonial precisa ser mais forte;

• O conservadorismo ou agressividade da administração, gerando influência na estrutura de capital desejada.

2.3.2 Capital de Giro

É o investimento da empresa em ativos de curto prazo, segundo Brigham (1999:561), ou seja, no Ativo Circulante. O capital de giro é um fluxo constante de recursos utilizado para aquisição de estoques, financiamento de vendas aos clientes (duplicatas a receber) e, em caso de sobras, utilizados em aplicações financeiras temporárias.

É com estes recursos que a empresa irá manter sua situação de liquidez, pois eles serão utilizados no pagamento de dívidas e, uma vez pagos os credores, eles voltam a conceder créditos e, assim, manter o fluxo de capitais de terceiros na empresa.

O fluxo de capital de giro não é constante, ele varia ao longo dos meses do ano. As empresas com características sazonais são um exemplo disso. Esta variação pode se dar em função dos volumes, que aumentam ou diminuem, como também em função dos prazos, que podem se alongar ou estreitar ao longo do ano.

O estudo do capital de giro é fundamental para o administrador financeiro e para os profissionais que atuam na área financeira de modo geral, já que o principal objetivo da análise da liquidez de uma empresa está em identificar sua capacidade de honrar seus compromissos de curto prazo.

[...] o problema da dificuldade financeira de alguém decorre de ganhar pouco ou de gastar muito, ou ainda da combinação desses dois fatores, portanto, a situação de liquidez de uma empresa é efeito da combinação de diversos fatores de caráter operacional e de decisões estratégicas tomadas por sua direção. (SILVA, 1990:200)

As decisões de investimentos, financiamentos e distribuição de dividendos são tidas por muitos autores como as funções básicas de finanças, de modo que a combinação ótima desse tripé leva a maximização do valor da empresa. Há também autores que incluem a administração do capital de giro como uma quarta função de finanças (SILVA, 1990).

O capital de giro é sem dúvida uma ferramenta muito importante para o administrador financeiro e principalmente para a empresa.

2.3.3 Capital Próprio

O capital próprio é representado pelo Patrimônio Líquido, que por sua vez são os recursos que pertencem aos sócios e que estão sendo utilizados na empresa. O Patrimônio Líquido representa apenas o registro dos recursos, que estão sendo utilizados no Ativo. Esses recursos são fornecidos pelos sócios (capital social), mas nem todo o valor do capital é necessariamente recurso que os sócios integralizaram. A este respeito, Gitmann (2002 : 513) diz que: “Diferentemente dos fundos tomados em empréstimos que precisam ser reembolsados numa data especificada, espera-se que o capital próprio permaneça na empresa durante um período de tempo indefinido”.

Da mesma forma, os lucros acumulados representam o montante de lucros gerados em vários anos e que ainda não foram utilizados para aumentar o capital, para aumentar as Reservas de Lucros ou para distribuir aos sócios, como dividendos.

Na análise financeira, deve-se concentrar a atenção no total do Patrimônio Líquido e não em cada uma de suas contas individuais. Quando maior for o volume de recursos próprios, menor será a dependência de capital de terceiros e maior a possibilidade da empresa ter recursos para financiar todo seu ativo permanente e ainda sobrar recursos para financiar seu capital de giro, aumentando assim sua liquidez e capacidade de pagar dívidas.

2.3.4 Capital de Terceiros

Os recursos de terceiros referem-se as dívidas de curto e longo prazo que são demonstradas no Passivo (Circulante e Exigível).

Os recursos de terceiros são oriundos dos:

• Recursos Naturais ou Operacionais.

Estes recursos são provenientes da atividade normal e operacional da empresa. Como exemplo pode-se citar: fornecedores (todos concedem um prazo para pagamento), salários, encargos sociais e impostos a pagar (a lei e o Governo concedem um prazo para recolhimento ou pagamento), contas a pagar (luz, água, etc. que sempre são enviadas com prazo para pagamentos).

A empresa que utiliza estes créditos de forma normal (não pôr atrasos de pagamentos) pode obter excelente forma de se financiar sem depender excessivamente de outros recursos.

Como recursos operacionais destacam-se o lucro, o qual é considerado a fonte diária de recursos e a mais importante de todas.

• Recursos Não Operacionais.

São recursos adicionais que a empresa busca para suprir suas necessidades de financiar ativos ou pagar despesas, uma vez que suas fontes naturais não foram suficientes para fazê-lo. Os exemplos mais comuns são: empréstimos ou financiamentos bancários, empréstimos de coligadas ou sócios, atrasos ou parcelamento de impostos ou de outras dívidas.

Os recursos não operacionais são chamados também de recursos onerosos. O termo

oneroso nem sempre é correto tecnicamente, pois leva a crer que estes recursos têm um custo,

enquanto os créditos naturais não contêm custos.

2.4 Elementos que interferem na Estrutura de Capital

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