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2.1.6. Demonstrações Contabeis Exigidas pela Lei das Sociedades Anônimas

2.1.6.2 Balanço Patrimonial

2.1.6.2.2 Passivo

O Passivo é a parte do balanço que representa as fontes ou origens dos valores que se acham relacionados no Ativo e de acordo com ensinamento de Sá (1995:347) o Passivo tem como particularidade reunir “contas de saldos credores” e na maioria absoluta das nações situa-se, no Balanço, do lado direito.

As contas do passivo começam com o Passivo Circulante, o qual é denominado circulante pelos mesmos motivos descritos para o ativo circulante, com a diferença de que se trata de obrigações contraídas pela sociedade ao invés de direitos, como ocorre no ativo.

De acordo com o FIPECAFI (2000:208), o Passivo Circulante é:

representado pelas obrigações da companhia cuja liquidação se espera que ocorra dentro do exercício social seguinte, ou de acordo com o ciclo operacional da empresa, se este for superior a esse prazo. Estas obrigações podem representar valores fixos ou variáveis, vencidos ou a vencer, em uma data ou em diversas datas futuras.

O Passivo Circulante está dividido principalmente nas seguintes sub-contas:

• Empréstimos e Financiamentos: neste item estão reunidos os saldos das contas que representam empréstimos e financiamentos de curto prazo concedidos por bancos e outras instituições financeiras e que ainda não tenham sido liquidados.

• Debêntures: são títulos de dívida emitidos pelas sociedades por ações os quais conferem aos seus titulares direito de crédito contra elas, podendo ser de curto ou longo prazo, segundo a época de vencimento dos títulos para efeito de resgate.

• Fornecedores: aqui estão reunidas todas as obrigações assumidas e ainda não saldadas pela companhia em relação a seus fornecedores em decorrência da compra de matérias-primas, mercadorias e/ou contratação de serviços.

• Obrigações Fiscais: são as obrigações que a companhia assume perante o Governo referentemente a tributos (impostos, taxas e contribuições).

• Outras Obrigações: aqui estão todas as outras dívidas da sociedade que não possam ser incluídas nas contas anteriores, bem como as obrigações para com empregados e respectivos encargos sociais.

• Provisões: são as reservas feitas para atender a despesas esperadas, principalmente em relação ao Imposto de Renda e à Contribuição Social.

As exigibilidades de longo prazo referem-se às obrigações cujos vencimentos ocorrerão em períodos maiores há um ano. Normalmente o valor mais expressivo está vinculado a financiamentos.

As sub-contas mais comuns de serem encontradas no passivo exigível a longo prazo são:

• Empréstimos e financiamentos;

• Debêntures;

• Dívidas com pessoas ligadas;

• Provisão para imposto de renda diferido;

• Provisão para resgate de partes beneficiárias, e

• Outras exigibilidades a longo prazo.

De acordo com o disposto no artigo 181 da Lei 6.404/76, “serão classificadas como resultados de exercícios futuro as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes”.

Este grupo do passivo inclui valores recebidos líquidos que não representem obrigações por parte da companhia, mas que, por regime de competência, não tenham sido incorporados ao patrimônio líquido. Como exemplo pode-se citar os aluguéis recebidos antecipadamente e que a companhia jamais será obrigada a devolver. Não podem, porém, estar contidos, neste grupo, valores recebidos por conta de adiantamentos para futura entrega de mercadorias e serviços, como, por exemplo, importâncias recebidas correspondentes a passagens aéreas de viagens ainda não realizadas (caso de companhias aéreas).

Em resumo, o resultado de exercícios futuros, se não incorporar obrigações, é no fundo, para efeito de análise, uma parte do patrimônio líquido, que só não está a ele incorporado por não haver ainda transitado pelo resultado do exercício.

O patrimônio liquido, também denominado de capital próprio, é a parte dos recursos aplicada pela companhia nos bens e direitos que constituem o Ativo, com recursos proporcionados pelos sócios ou pelo resultado dos seus negócios.

Walter e Braga (1981:71) descrevem que a diferença positiva entre o Ativo e Passivo Exigível, corresponde a substância liquida do patrimônio. Se for negativa a diferença obtida pelo confronto entre Ativo e Passivo Exigível, dir-se-á que a empresa possui Passivo Exigível a Descoberto.

O patrimônio líquido, em resumo, representa o valor da propriedade dos acionistas da companhia, em termos contábeis:

• Capital Social: representa o valor correspondente ao capital gerado pela companhia ou recebido e já integralizado pelos acionistas. Deve-se notar que a emissão e a integralização do capital não ocorrem no mesmo momento, e, enquanto não integralizado, deverá constar na conta subtrativa (natureza devedora) Capital a Integralizar, no Patrimônio Líquido.

• Reservas de Capital: são os valores que a companhia recebeu de sócios ou de terceiros, que são incorporados diretamente ao patrimônio líquido.

• Reservas de Reavaliação: representam o aumento resultante da reavaliação dos ativos mediante anuência dos sócios e execução de laudo de reavaliação por pessoa ou empresa credenciada, devido à diferença entre o valor contábil e o valor de mercado dos referidos ativos.

• Reservas de Lucros: aqui estão incluídos lucros gerados pela empresa, transitados, e retidos por várias razões. É o caso da Reserva Legal, exigida pela legislação, ou de Reservas Estatutárias previstas nos Estatutos, ou de Reservas de Contingências, criadas para suportar prejuízos prováveis no futuro, ou de Reservas de Lucros a Realizar, decorrentes de lucros que só serão apropriados em exercícios futuros.

• Lucros ou Prejuízos Acumulados: decorre de valores cujo destino ainda não foi decidido pela Assembléia dos acionistas (no caso de lucros) ou à espera de absorção futura (no caso de prejuízos).

• Ações em Tesouraria: aqui estão incluídos os saldos das importâncias gastas na aquisição de ações de emissão da própria empresa em operações efetuadas em bolsa ou no mercado de balcão (MARION, 2002).

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