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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Caracterização da área de estudo

4.1.3. Estrutura fundiária

O Município de Ponte Nova está inserido em uma região com relevo acidentado, em que predominam as propriedades rurais de tamanho reduzido. No Município de

Ponte Nova, MG, 76,40% das propriedades rurais possuem área inferior a 50,00 ha, e 58,03% são inferiores a 20,00 ha (Quadro 1).

4.1.4. Clima

Segundo Köppen, o clima de Ponte Nova está classificado como Cwa, clima temperado e chuvoso (mesotérmico), com inverno seco e verão chuvoso. Com base nas informações da Estação Experimental de Cana-de-Açúcar de Ponte Nova, localizada na latitude de 20o25’ sul e longitude de 43o48' oeste e a uma altitude de 400,00 m, traçou- se um perfil da variação mensal do índice pluviométrico, índice de evapotranspiração, temperaturas máxima e mínima e umidade relativa do ar, com base na média dos dados dos anos de 1979 a 1996 (Quadro 2).

Quadro 1 – Estrutura fundiária das propriedades rurais de Ponte Nova, MG

Área (ha) Número de Propriedades Área (ha) < 1,0 46 (5,35)1 20,85 (0,05) 1,1 - 2,0 53 (6,16) 67,75 (0,16) 2,1 - 5,0 106 (12,33) 343,98 (0,81) 5,1 - 10,0 137 (15,93) 950,42 (2,24) 10,0 - 20,0 157 (18,26) 2.210,41 (5,20) 20,1 - 50,0 158 (18,37) 5.180,66 (12,19) 50,1 - 100,0 109 (12,67) 7.627,76 (17,95) 100,1 - 200,0 56 (6,51) 8.153,78 (19,19) 200,1 - 500,0 31 (3,60) 8.360,13 (19,68) 500,1 - 1000,0 4 (0,47) 2.858,10 (6,73) 1000,1 - 2000,0 2 (0,23) 2.358,00 (5,55) 2000,1 - 5000,0 1 (0,12) 4.358,10 (10,26) > 5.000,1 - - Total 860 (100,00) 42.489,94 (100,00)

1 Os números entre parênteses representam a distribuição percentual. Fonte: IBGE (1999), modificado.

Quadro 2 – Dados climáticos médios anuais no período de 1979 a 1996, com base em dados coletados na Estação Experimental de Cana-de-Açúcar da Universidade Federal de Viçosa, em Oratórios, MG

Ano Precipitação (mm) Temperatura Mínima Média (oC) Temperatura Mínima Média (oC) Unidade Relativa (%) Evapotranspiração (mm) 1979 2.169 15,5 28,3 67,4 1.548,2 1980 1.249 15,9 29,6 63,3 1.636,3 1981 1.088 15,5 28,8 64,7 1.382,4 1982 1.101 15,9 29,5 63,8 1.516,8 1983 1.504 16,7 29,7 63,2 1.364,1 1984 1.333 15,8 30,0 63,2 1.467,9 1985 1.529 15,2 29,3 64,0 1.382,3 1986 977 14,8 30,1 59,5 1.584,2 1987 1.300 16,0 30,2 64,3 1.461,4 1988 1.126 15,4 29,9 62,5 1.454,7 1989 1.168 15,9 29,7 62,9 1.467,1 1990 864 15,6 30,6 61,4 1.590,0 1991 1.668 16,0 29,2 68,2 1.389,0 1992 1.533 16,5 28,5 69,1 1.254,6 1993 902 15,9 30,2 64,0 1.541,2 1994 1.264 15,7 30,1 68,7 1.464,2 1995 1.211 15,7 30,5 63,9 1.561,0 1996 1.135 16,2 29,5 – 1.836,4 Média 1.285 15,8 29,65 1.494,5

O regime pluviométrico apresenta diversificação de valores da precipitação, existindo, porém, características comuns em praticamente todos os anos, como: dois períodos bem definidos, sendo um chuvoso no verão e outro seco no inverno; a precipitação na sua quase totalidade concentra-se em seis ou sete meses do ano (outubro a abril), sendo o trimestre correspondente a dezembro-fevereiro responsável por mais de 50% do total anual de chuvas.

O regime térmico não apresentou variação significativa nesses 18 anos analisados. A média anual da temperatura mínima, nesse período, variou entre 15,00 e 16,70 oC e a temperatura máxima, entre 28,00 e 30,60 oC.

A umidade relativa média anual, nesse período, variou entre 61,42 e 69,08%, sendo os meses de dezembro e janeiro, de maneira geral, os que apresentaram os maiores índices de umidade relativa do ar, enquanto nos meses de julho e agosto se observou situação inversa.

A evapotranspiração, de maneira geral, apresentou maior es índices no trimestre dezembro-fevereiro e menores índices nos meses de junho e julho.

Segundo o Programa Levantamentos Geológicos do Brasil, na escala 1:100.000, folha de Ponte Nova, feito pelo Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), o Município de Ponte Nova está localizado sobre as seguintes formações: Complexo Mantiqueira (Plm), que corresponde à unidade de maior distribuição no município, composta por: ortognaisses granítico-tonalíticos (biotita-granito-gnaisse, biotita- granodiorito-gnaisse, anfibolotita-tonalito-gnaisse), ortonfibolitos subordinados; Suíte Metamórfica são Sebastião do Soberbo (Plss), composta por: anfibolobiotita - paragnaisse bandado, anfibolitos, rochas calcissilicáticas; Grupo Dom Silvério (Plds2), composto por: Muscovita-biotita-xisto com ou sem granada, cianita, silimanita; muscovita-quartzito, muscovita quartzoxisto, magnetita-quartzito, formação férrica; rochas calcissilicáticas e mármores; biotita-anfibolitos; biotitagnaisses laminados.

4.1.6. Geomorfologia

Segundo o levantamento de recursos naturais do Projeto RADAMBRASIL (1983), na escala 1:1.000.000, o Município de Ponte Nova encontra-se sobre a Unidade Geomorfológica Planalto dos Campos das Vertentes (Df2). Esta unidade conta com uma área de 39.564,00 km2 totalmente localizada no Estado de Minas Gerais. Configura um elevado compartimento planáltico intensamente dissecado em formas mamelonares e cristas, resultando uma paisagem característica do tipo “mares de morros”. As colinas apresentam vertentes muito ravinadas. O relevo pode ser analisado e quantificado de acordo com a morfodinâmica atual. Essa dinâmica é muito importante na interação dos diversos componentes ambientais, com ênfase no problema de interferência antrópica como causadora de desequilíbrios no meio ambiente, provocados pela utilização indevida dos recursos naturais (EMATER-MG, s.d.). O conhecimento dos dados referentes à vulnerabilidade do relevo possibilita o esclarecimento do papel desempenhado pelos processos morfodinâmicos em relação aos desenvolvimentos urbano e agrário (RADAMBRASIL, 1983). Observou-se que as voçorocas nas encostas relacionam-se às atividades, principalmente, relativas ao setor pecuário, com a formação

de trilhas intercruzadas, que facilitam o escoamento concentrado das águas superficiais e a erosão localizada e acentuada.

4.1.7. Solos

As classes de solos predominantes são as de Latossolos Vermelho- Amarelos, textura argilosa, e ocorrências de Cambissolos nas geoformas originadas de processos de deposição (rampas e terraços). foram identificados solos Podzólicos Câmbicos com horizonte Bt pouco diferenciados, de textura média/argilosa, e nas planícies fluviais se identificaram solos hidromórficos e aluvionares (EMATER-MG, s.d.).

4.1.8. Vegetação

O Município de Ponte Nova, MG, encontra-se na região de domínio de Floresta Atlântica, com denominação fitoecolológica de Floresta Estacional Semidecidual, vegetação condicionada pela dupla estacionalidade climática, uma tropical com época de intensas chuvas de verão seguidas por estiagem acentuada e outra subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno. A porcentagem de espécies arbóreas caducifólias em relação ao número total de árvores nos agrupamentos remanescentes situa-se entre 20 e 50%. A cobertura vegetal caracteriza -se por apresentar um estrato dominante, constituído, principalmente, por jequitibá-rosa, copaíba e ingá (VELOSO, 1992). Porém, os ambientes de ocorrência dessa formação apresentam-se quase que tota lmente desprovidos de sua cobertura natural, que foi substituída por atividades antrópicas, como cultura de cana-de-açúcar, café, pastagens, outras culturas cíclicas e reflorestamento (BRANT, 1993).

4.2. Digitalização de dados e caracterização dos usos da terra, com ênfase em fragmentos florestais

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