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Estrutura da polícia civil cearense

3 ASPECTOS PRÁTICOS DA PRISÃO EM FLAGRANTE NA POLÍCIA JUDICIÁRIA DO CEARÁ

3.1 Estrutura da polícia civil cearense

A Polícia Civil do Estado do Ceará é uma instituição profissional que atua como polícia judiciária. Dirigida por Delegados de Polícia de carreira, tem sob seu comando para a preparação processual os Inspetores de Polícia, atuando na operacionalidade e investigações, e os Escrivães de Polícia, responsáveis pela parte cartorária e lavratura de procedimentos. Conforme consta no sítio da Polícia Civil, cita-se um breve histórico (2009, online):

Autenticamente brasileira, a Polícia Civil nasceu com o Alvará de 10/05/1808, baixado pelo príncipe regente D. João.

Em 1875, na investigação criminal já autorizada pelo Alvará, foi dado ênfase ao Inquérito Policial, a cargo do Delegado, Bacharel em Direito. Em 1890, o Ceará começou a legislar sobre Polícia Civil, autorizado pelo Decreto Nº 01 do Governo Republicano.

Em 1916, é criado o cargo de Chefe de Polícia Civil e as Delegacias Regionais e Sub-Regionais de sedes de Comarcas.

Em 1928, foi criada a Secretaria de Polícia e Segurança Pública.

Em 1969, foi publicado o primeiro Estatuto da Polícia Civil de Carreira do Estado Ceará. Em 1997, através da Lei Nº 12.691, passou a ser vinculada operacionalmente a Secretaria de Segurança Pública e a fazer parte da estrutura organizacional da Governadoria.

Em 2003, com a Lei 13.297, a Polícia Civil passou a ser denominada de Superintendência da Polícia Civil.

A legislação pertinente à Polícia Civil do Estado do Ceará e a Lei Estadual n.º 12.124, de 06 de julho de 1993, que dispõe sobre o Estatuto da Polícia Civil de Carreira e dá outras providências. O Art. 1º, do citado Estatuto dispõe que: “Art. 1º - A Polícia Civil, instituição

Permanente, integrante do Sistema Estadual de Segurança Pública, essencial à Justiça Criminal, preservação da Ordem Pública e à incolumidade das pessoas e do patrimônio, tem sua organização, funcionamento e estatuto, estabelecidos por esta lei”.

O Estatuto da Polícia Civil regula e define as atribuições básicas, a estrutura organizacional, o provimento dos cargos, entre outras providências.

Ressalta-se que o mesmo Estatuto também regula o chamado Grupo Ocupacional de Atividades de Polícia Judiciária – APJ, composto dos seguintes cargos: Delegado de Polícia, Perito Criminalístico, Médico Legista, Odontólogo Legista, Auxiliar de Legista, Escrivão de Polícia, Operador de Telecomunicações Policiais, Perito Criminalístico Auxiliar, Técnico de Laboratório Médico Legal e Técnico de Telecomunicações Policiais.

A estrutura da Polícia Civil Cearense encontra-se atualmente regulada pelo Decreto Governamental Nº 24.649, de 30 de setembro de 1997, que dispõe sobre a finalidade, estrutura organizacional, distribuição dos cargos de Direção e Assessoramento da Polícia Civil, e dá outras providências, sendo a estrutura organizacional definida no Art. 2º, do citado Decreto, in verbis:

Art. 2º - A estrutura organizacional básica e setorial da Polícia Civil - PC, é a seguinte: I - DIREÇÃO SUPERIOR - Delegado Superintendente

II - AÇÃO GERENCIAL - Delegado Superintendente Adjunto III - ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO

1. Gabinete do Delegado Superintendente 2.2. Assessoria Jurídica

3.3. Assessoria de Planejamento e Coordenação IV - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PROGRAMÁTICA 4. Departamento de Inteligência Policial

4.1.Divisão de Informações 4.1.1. Seção de Informações

4.1.2. Seção de Controle de Armas, Munições e Explosivos 4.1.3. Seção de Controle de Hotéis e Congêneres

5. Departamento de Assistência Médica e Psicossocial 5.1. Divisão de Assistência Médica

5.2. Divisão de Assistência Psicossocial 6. Departamento Técnico Operacional

6.1. Divisão de Planejamento e Operações Policiais

6.1.1. Seção de Fiscalização e Controle de Operações Policiais 6.2. Divisão de Comunicação Policial

6.2.1. Unidade de Manutenção de Equipamentos de Comunicação 6.2.2. Unidade Apoio Logístico

7. Departamento de Polícia Especializada

7.1. Unidade de Planejamento, Coordenação e Controle

7.2. Divisão de Investigação Criminal (agora Divisão Anti-Seqüestro – DAS) 7.2.1. Unidade Tático Operacional

7.2.2. Unidade de Inteligência Policial

7.3. Divisão de Apoio ao Turista (agora Delegacia de Proteção ao Turista) 7.3.1. Seção de Atendimento

7.5.1. Unidade de Prevenção

7.5.1.1. Seção de Atendimento e Orientação 7.5.2. Unidade de Repressão

7.5.2.1. Seção de Investigação e Operação 7.5.2.2. Cartório

7.6. Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas 7.6.1. Unidade de Roubos e Furtos de Veículos 7.6.2. Unidade de Roubos e Furtos de Cargas 7.6.3. Seção de Nada Consta

7.6.4. Seção de Vistoria 7.6.5. Seção de Pesquisa

7.6.6. Seção de Investigação e Operação 7.6.7. Cartório

8. Departamento de Polícia Metropolitana 8.1. Unidade de Polícia da Capital

8.2. Unidade de Polícia da Área Metropolitana

8.3. Delegacias dos Distritos Policiais - Estrutura Padrão: 1o, 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10o, 11o, 12o, 13o, 14o, 15o, 16o, 17o, 18o, 19o, 20o, 21o, 22o, 23o, 23o, 25o, 26o, 27o, 28o, 29o, 30o, 31o, 32o, 33o, 34o, Distrito Policiais.

8.3.1. Seção de Investigação e Operação 8.3.2. Cartório

8.4. Delegacias Metropolitanas - Estrutura Padrão: Aquiraz; Caucaia; Euzébio; Guaiuba; Itaitinga; Maracanaú; Maranguape e Pacatuba.

8.4.1. Seção de Investigação e Operação 8.4.2. Cartório

9. Departamento de Polícia do Interior

9.1. Delegacias Municipais - Estrutura Padrão: Acopiara, Acaraú, Aracati, Baturié, Barbalha, Beberibe, Brejo Santo, Camocim, Canindé, Cascavel, Nova Russas, Crateús, Crato, Santa Quitéria, Horizonte, Uruburetama, Icó, Iguatu, Ipu, Itapajé, Jaguaribe, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Boa Viagem, Pacoti, Campo Sales, Paracuru, Mombaça, Quixeramobim, Quixadá, Redenção, Russas, São Benedito, Sobral, Senador Pompeu, Tauá, Tianguá e Lavras da Mangabeira.

9.1.1. Seção de Investigação e Operação 9.1.2. Cartório

10.Academia de Polícia Civil 10.1. Divisão de Ensino 10.1.1. Secretaria

10.1.2. Seção de Registro Escolar 10.1.3. Seção de Educação Física 10.1.4. Seção de Recrutamento e Seleção 10.1.5. Seção de Instrução de Tiro

10.1.6. Seção de Biblioteca, Arquivo e Acervo Cultural V - ÓRGÃO DE EXECUÇÃO INSTRUMENTAL 11. Departamento de Recursos Humanos

11.1.1. Unidade de Provimento, Lotação e Movimento de Pessoal 11.1.2. Unidade de Controle de Pagamento e Benefícios

11.1.4. Unidade de Registro Funcionais 12. Departamento de Informática 12.1. Unidade de Produção 12.2. Unidade de Desenvolvido

13. Departamento Administrativo Financeiro 13.1. Divisão Financeira

13.1.1. Seção de Contabilidade 13.2. Divisão de Material e Patrimônio 13.2.1. Seção de Compras

13.2.2. Almoxarifado 13.3. Divisão de Transportes

13.3.1. Seção de Manutenção de Veículos 13.4. Divisão de Serviços Gerais 13.4.1. Seção de Arquivo

13.4.2. Seção de Atividades Auxiliares

Como já observado, todos os Estados da Federação e o Distrito Federal contam com sua Polícia Civil, é o que prevê a Constituição Federal, porém, cada um delas tem suas particularidades, conforme seja o Estado mais ou menos acometido pela violência.

Continuando no estudo a que se propõe o presente trabalho, veja-se no próximo item o flagrante na prática policial judiciária cearense, com suas atualizações legais e minúcias, buscando sempre mostrar o lado do policial e da defesa da sociedade contra a criminalidade.

Destaca-se aqui que o Estado do Ceará ainda não conseguiu levar a polícia judiciária a todos os municípios, tendo surgido a partir do ano de 1995 as Unidades Policiais, que são estruturas mínimas, comandadas por um Inspetor de Polícia, ou por um Escrivão de Polícia ou até mesmo por um policial

militar, subordinada a uma Delegacia Regional, exercendo atividades de polícia judiciária sem o preparo exigido pela lei.

Nas Unidades Policiais são lavrados boletins de ocorrência e inclusive Termos Circunstanciados de Ocorrência – TCO, firmados pelo chefe da Unidade, procedimentos estes recebidos e tolerados pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciária, porque senão a impunidade e a criminalidade reinariam nestas zonas desprivilegiadas.

Caso chegue uma ocorrência na Unidade Policial, que seja necessário a realização de uma prisão em flagrante, o auto de prisão é muitas vezes lavrado sem a presença e sem a análise da autoridade policial, indo o Delegado somente depois para assinar o auto, ilegalidade esta que certamente pode gerar muitas injustiças.

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