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Estrutura do sistema de segurança

No documento Análise de Risco e Gerenciamento de Risco (páginas 33-36)

Aplicabilidade dos mecanismos e ferramentas utilizadas nos sistemas de gestão da segurança

2.2 Estrutura do sistema de segurança

Estes sistemas têm uma estrutura muito rígida e comprometida com a legalização de todos os critérios necessários quanto ao papel do empregador e empregado. Por vezes são necessários ajustes organizacionais na empresa, pois embora ela tenha ideia do que precisa ser feito e o que ela quer com o resultado dos programas

São três os pilares da gestão de riscos para a saúde e a segurança: os sistemas e as condições físicas do ambiente de trabalho, as práticas de gestão e o comportamento humano. Nesta concepção, a grande barreira a ser transposta é que as lideranças adotem uma postura de mais adesão aos processos de segurança. Como fazer isso?

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de segurança, não tem estrutura de pessoal e organizacional que permita uma implantação eficaz. Estes sistemas de gestão de segurança não iniciam os processos enquanto a empresa não estiver consolidada e preparada para realizar todas as etapas.

Para entender as linhas gerais de como se inicia um processo de gestão de segurança, vamos considerar um modelo geral que orienta no desenvolvimento do sistema de acordo com o segmento e a realidade em que será executado. Consideramos que qualquer que seja a ferramenta, ela se valerá dos requisitos da OSHAS 18001, da ISO 14001 e demais ISOS, e da NIOSH, e terá que atender alguns critérios muito básicos, embora dependendo das circunstâncias eles possam ser revistos. Temos alguns elementos que nos dão uma noção deste tipo de programa de saúde e segurança ocupacional:

1) A liderança e a administração: a organização já deve ter definidos quais os objetivos a serem alcançados;

2) Treinamento da liderança: desenvolver uma cultura de liderança, entendimento dos conceitos de segurança e saúde no mundo moderno do trabalho;

3) Inspeções planejadas e manutenção: acompanhamento de todas as ações e decisões dentro do planejamento inicial;

4) Análise dos processos de tarefas críticas: em se identificando as tarefas mais críticas, estas devem ser analisadas para garantir sua realização eficaz;

5) Investigação de acidentes/incidentes: toda e qualquer ocorrência deve ser avaliada e toda a circunstância deve ser investigada;

6) Observação de tarefas: qualquer não conformidade é detectada pelo processo de observação;

7) Preparação para emergências: conhecer e elaborar um plano de emergência que atenda às condições e padrões da empresa;

8) Regras/permissões de trabalho: é de extrema importância que todos conheçam quando e sob quais condições devem executar suas atividades;

9) Análise de acidentes/incidentes: debruçar-se sobre o ocorrido e saber as reais condições do fato ocorrido em todas as suas possibilidades;

10) Treinamento de conhecimento/habilidades: levar a informação e formação a todos os trabalhadores envolvidos no processo produtivo;

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sugestão para complementar a segurança;

12) Controle da saúde e higiene: acompanhamento dos requisitos básicos das NR´s em atendimento às condições de saúde dos trabalhadores;

13) Avaliação do programa: feedback das ações já realizadas, com vistas a continuar na assertividade ou corrigir possíveis desvios;

14) Engenharia e gestão de mudanças: equipe profissional capacitada para dar suporte às mudanças iniciadas, gerenciando possíveis adversidades;

15) Comunicação pessoal: há extrema importância de a comunicação ser efetiva e eficaz;

16) Reunião de grupos: estas reuniões promovem a integração e a partilha de informações que são úteis nos diversos estágios do processo;

17) Promoção geral: é o reconhecimento diante das ações que foram realizadas com êxito;

18) Contratação e colocação: de acordo com o escopo de habilidades, os trabalhadores devem passar por uma reestruturação e, sendo necessário, contratações devem ser viabilizadas para tampar os vácuos profissionais detectados;

19) Administração de materiais e serviços: são fundamentais o controle dos materiais e a qualidade dos serviços executados e prestados, tanto pelos trabalhadores internos quanto os terceirizados;

20) Segurança fora do trabalho: espera-se alcançar uma conscientização e o estabelecimento de uma cultura de segurança, que não tenha nos muros da empresa o limite espacial para ações seguras.

Com estes passos espera-se ter um delineador que possibilite uma mudança que garanta uma eficiência nos sistemas de segurança que se deseja implantar ou implementar, sendo que quando a decisão para este tipo de definição do perfil da empresa é tomada, é porque existe, via de regra, uma situação crítica ou um possível prejuízo que pode comprometer toda a estrutura e a economia da mesma.

Para dar flexibilidade aos sistemas de gestão, outros apontamentos são colocados, gerando assim uma abertura quanto à forma de execução, vejamos:

* definição de responsabilidades e competências da liderança, como um apêndice do item 2 acima descrito, definição das atividades que espera-se que os líderes desempenhem no sistema;

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* identificação e avaliação dos riscos, saber onde estão os pontos críticos da produção;

* definição das ferramentas de controle, saber o que fazer e o momento em que se deve tomar medidas de controle a fim de que a situação não extrapole ao esperado;

* preparação para emergências, treinamento e capacitação de brigadas de incêndio e elaboração de planos de emergência e contingência interna;

*o aprendizado com os eventos negativos e positivos, através de acontecimentos de quase acidentes ou incidentes, aprender com os erros para que não mais ocorram, e das situações negativas tirar boas lições que convergirão em oportunidades reais de sucesso e êxito;

* uma gestão de mudanças: estar predisposto a realizar as mudanças que se fizerem necessárias, sem receio de mexer com os ranços de uma estrutura defasada;

* serviços de terceiros: definição de regras de atuação dos terceirizados enquanto prestadores de serviços dentro da organização;

* programas de comunicação: saber verbalizar e transmitir aquilo que se tem como expectativa aos trabalhadores é uma forma de torná-los coparticipantes do processo, isso deve ser exercitado e a cada dia aprimorado através dos meios contemporâneos de comunicação;

* alcançar o desenvolvimento seguro: é este o principal objetivo de todos os processos de gestão de segurança com vistas a sempre realizar melhorias para evitar os acidentes de trabalho.

Investir em recursos para um controle rigoroso ajuda na prevenção de acidentes ou sinistros e prevê uma gestão de saúde eficiente. Você acha o mercado econômico brasileiro um campo propício ao desenvolvimento de uma teoria deste tipo? Por quê?

No documento Análise de Risco e Gerenciamento de Risco (páginas 33-36)