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Os grandes programas habitacionais sempre tiveram destaque entre os programas de governo, sejam eles federais, estaduais ou municipais. O morar é um dos grandes problemas da população, uma vez que o acesso à habitação própria, principalmente por questões de valor, é muito limitante para a maioria da população. A população de mais baixa renda, muitas vezes precisa de subsidio total ou quase que total para conseguir ter sua moradia própria.

As ações de programas como o MCMV atendem a demanda habitacional da população de diversas faixas de renda. Essas demandas podem ser gerais (oriundas dos cadastros municipais das pessoas que pagam aluguel, entre outras situações) ou urgentes (como as oriundas por exemplo de reassentamento de áreas de risco ou desocupações diversas).

As faixas 0, 1 e 1,5 do programa MCMV atendem as pessoas com renda mais baixa e que necessitam de subsídios maiores. As faixas 2 e acima atendem pessoas que tem maior renda e capacidade de financiamento no mercado formal de imóveis, tendo assim subsídios menores (CAIXA, 2020).

De outro lado, temos do ponto de vista técnico, muitas casas autoconstruídas que apresentam questões que poderiam ser resolvidas facilmente com um projeto mais adequado, a aplicação correta dos materiais, assim como uma técnica melhor aplicada, desde que o cidadão tenha acesso à orientação adequada (COELHO, 2017).

A ATHIS no município de Jundiaí existe para o atendimento das pessoas também baixa renda que possuem um terreno em local formal e legalizado, mas que não possuem recursos para contratação de um profissional técnico para a elaboração de projetos de suas residências. A FUMAS oferece ATHIS desde os anos 80. Essa assistência pode passa por dois programas: a Doação de Materiais de Construção e o programa de Planta social. Em capítulo sobre a fundação explana-se mais sobre ambos.

Diante do quadro da ATHIS no Estado de São Paulo, a experiência do município de Jundiaí, desde o início dos anos 1980, é exemplar. O pioneirismo do poder público em Jundiaí nos remete à legislação em outras esferas, levando em conta como é viabilizada esta Assistência, quem pode usufruir desse direito, quais critérios são

estabelecidos e mais adiante verificaremos a consonância com as leis estadual e federal de ATHIS.

O objetivo ao estudar ATHIS em Jundiaí é entender essa produção do ponto de vista dos fundamentos de Assistência Técnica, da representação do órgão responsável por esse serviço na cidade, da demanda, do atendimento e possivelmente da sua efetividade, comparativamente identificando a relevância desse tipo de programa e com outras formas de provisão habitacional promovidas pelo poder público.

3.1 A Cidade de Jundiaí

A cidade de Jundiaí está localizada no interior do estado de SP, entre Campinas e a Capital, distando 49 km desta última. Jundiaí é servida pelas Rodovias Bandeirantes e Anhanguera, principais eixos viários do estado de São Paulo.

Jundiaí é o núcleo e principal cidade do Aglomerado Urbano de Jundiaí (AUJ), que é composta por outros 06 municípios: Cabreúva, Itupeva, Jarinú, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista e Louveira (EMPLASA, 2019 e FANELLI,2013). A Fig. 2 mostra a localização do AUJ na Macrometrópole Paulista (MMP), que é um dos maiores aglomerados urbanos do Hemisfério Sul. Abriga a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e as RMs da Baixada Santista, de Campinas, de Sorocaba e do Vale do Paraíba e Litoral Norte, as AU de Jundiaí e de Piracicaba e a Unidade Regional Bragantina, ainda não institucionalizada.

Tratando-se dos índices sociais (Tabela 1),verifica-se nos municípios que compõem o aglomerado, que houve uma evolução no Índice de Desenvolvimento Humano - IDH comparando-se os últimos dois censos do IBGE. Em 2000 apenas o município de Jundiaí tinha IDH melhor que a média estadual. Já em 2010, todos os municípios apresentavam IDH maior que 0,700, assim como média do estado de São Paulo. Observa-se também que em referente a como a renda e distribuída entre a população, coeficiente de Gini, todos os municípios tem valores melhores que a média do estado de São Paulo.

Figura 2 – Macrometrópole Paulista e o

Tabela 1. Índices sociais d Município

CABREÚVA

CAMPÓ LIMPO PAULISTA ITUPEVA

JARINÚ JUNDIAÍ LOUVEIRA VÁRZEA PAULISTA ESTADO DE SÃO PAULO *Posição no Estado - GINI

Macrometrópole Paulista e o Aglomerado Urbano

Fonte: a autora

Tabela 1. Índices sociais do Aglomerado Urbano de Jundiaí-

Município IDH-2000 IDH-2010 GINI

CABREÚVA 0,626 0,738 0,39

CAMPÓ LIMPO PAULISTA 0,678 0,769 0,38

ITUPEVA 0,662 0,762 0,40

0,604 0,733 0,43

0,744 0,822 0,39

LOUVEIRA 0,665 0,777 0,38

VÁRZEA PAULISTA 0,646 0,759 0,36

ESTADO DE SÃO PAULO 0,702 0,783 0,45

Fonte: IBGE (elaborado pela autora) GINI de Jundiaí - AUJ e SP GINI P.E.* 0,39 359º 0,38 439º 0,40 266º 0,43 70º 0,39 359º 0,38 439º 0,36 580º 0,45 -

A população estimada de Jundiaí, em 2020, era de 423 mil habitantes, segundo o IBGE (2020). A área total do município é cerca de 432km², sendo que a área urbana corresponde à 112km² e a área rural a 320km², desta 228,6km² são áreas de cultivo e 91,4 km² correspondem a área de tombamento da Serra do Japi (EMPLASA, 2019).

Jundiaí teve sua fundação em 1651 segundo versão oficial, e foi elevada à Vila em 1655, passando a ser denominada cidade em 1865. A produção agrícola era a base da economia da cidade, dentre os principais produtos cultivados havia o café, o açúcar, tendo feito parte, inclusive do Quadrilátero do Açúcar e ainda diversas frutas, entre elas a uva como destaque (PIMENTA,2012).

A chegada das indústrias em 1972 trouxe aumento da população, aumento da migração na cidade e consequentemente a oferta de loteamentos para comportar essa nova realidade foi se adaptando. Diante desse crescimento foram criados os primeiros atos legislativos acerca da ocupação urbana da cidade, em 1965 o primeiro Código de Obras e em 1969 foi criado instrumento de regulamentação do solo, o Plano Diretor (PIMENTA, 2012).

A expansão da urbanização a partir do centro para os vetores Sudeste e Noroeste, se deve ao fato da evolução urbana ao longo dos séculos ter acompanhado os sistemas de circulação ferroviário a princípio e posteriormente o rodoviário, estando atreladas ao fato de que a cidade está inserida entre dois grandes pólos industriais, São Paulo e Campinas (PIMENTA,2012).Na Figura 3 é possível visualizar a evolução urbana da cidade em 70 anos.

Figura 3. Evolução Urbana de Jundiaí de 1940 a 2010

Neste mesmo período a população da cidade cresceu cerca de 6,4 vezes (Gráfico 4). Somente nos últimos 10 anos a cidade agregou quase 49 mil novos habitantes.

Segundo a Emplasa (2019

índices de crescimento urbano e econômico no período 2000 últimos Censos Demográficos o

populacional entre as unidades regionais do Estado, igual a 1,88% ao ano, maior inclusive à da Macrometrópole (1,84%) e do conjunto do Estado (1,10%).

A cidade de Jundiaí apresenta grande dese

as 10 principais economias do Estado de SP. Observando conjunto com as demais cidades que formam o

de Desenvolvimento Humano

Entretanto, a desigualdade social e pobreza estão presentes e atingem parte considerável da população, para a qual a questão da moradia ainda é uma grande dificuldade. O custo da aquisição de terra no município

AUJ, assim com os valores de aluguéis, e os processos migratórios para as cidades vizinhas são uma realidade (PEREIRA, 2016).

De acordo com JUNDIAÍ

Aglomerado Urbano residia em Jundiaí e em 2014 esse

Neste mesmo período a população da cidade cresceu cerca de 6,4 vezes . Somente nos últimos 10 anos a cidade agregou quase 49 mil novos

Gráfico4. População de Jundiaí 1940 a 2019

Fonte: IBGE, censos e contagens populacionais

Segundo a Emplasa (2019), o dinamismo do AUJ pode ser medido nos seus índices de crescimento urbano e econômico no período 2000

Censos Demográficos o AUJ registrou a maior taxa de crescimento populacional entre as unidades regionais do Estado, igual a 1,88% ao ano, maior inclusive à da Macrometrópole (1,84%) e do conjunto do Estado (1,10%).

A cidade de Jundiaí apresenta grande desenvolvimento econômico, estando entre as 10 principais economias do Estado de SP. Observando-se regionalmente, em m as demais cidades que formam o AUJ, os municípios apresentam Índices de Desenvolvimento Humano - IDH melhores que a média do Estad

Entretanto, a desigualdade social e pobreza estão presentes e atingem parte considerável da população, para a qual a questão da moradia ainda é uma grande dificuldade. O custo da aquisição de terra no município é o mais alto das 07 cidades AUJ, assim com os valores de aluguéis, e os processos migratórios para as cidades vizinhas são uma realidade (PEREIRA, 2016).

De acordo com JUNDIAÍ (2015), em 1980 cerca de 73,5% da população total do residia em Jundiaí e em 2014 esse percentual passa a ser de Neste mesmo período a população da cidade cresceu cerca de 6,4 vezes . Somente nos últimos 10 anos a cidade agregou quase 49 mil novos

AUJ pode ser medido nos seus índices de crescimento urbano e econômico no período 2000–2010. Entre os dois AUJ registrou a maior taxa de crescimento populacional entre as unidades regionais do Estado, igual a 1,88% ao ano, maior inclusive à da Macrometrópole (1,84%) e do conjunto do Estado (1,10%).

nvolvimento econômico, estando entre se regionalmente, em , os municípios apresentam Índices IDH melhores que a média do Estado de São Paulo. Entretanto, a desigualdade social e pobreza estão presentes e atingem parte considerável da população, para a qual a questão da moradia ainda é uma grande é o mais alto das 07 cidades do AUJ, assim com os valores de aluguéis, e os processos migratórios para as cidades

a de 73,5% da população total do percentual passa a ser de

52,2%. O autor conclui que ao longo dos anos, as cidades vizinhas, com destaque para Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista e Itupeva vem absorvendo esse fluxo migratório. Pereira (2016) conclui que, diante da realidade de valorização da terra e da escassa oferta de loteamentos populares, o morador de renda mais baixa tende a fixar residência nos municípios vizinhos.

A oferta de terrenos a preços populares na região é escassa, e quando existe, a localização dos loteamentos é longe dos serviços, do trabalho, da cidade em si. Ainda assim, uma parcela da população que consegue adquirir um terreno nesses loteamentos, esbarra mais adiante na falta de recursos para elaborar o projeto de sua residência com um profissional habilitado. Dessa forma, o que se vê é um grande número de casas construídas sem acompanhamento técnico adequado, sem projeto ou qualquer outro suporte (PEREIRA, 2016).

A cidade de Jundiaí não conta com uma secretaria especifica para a gestão habitacional município. Esse papel foi assumido por uma fundação que hoje tem papel de secretaria, e que é responsável também pela gestão do serviço funerário municipal.

3.2 A Fundação Municipal de Ação Social (FUMAS)

Antes de ser regulamentada por lei, a fundação que nasce com a vocação de atuar na questão social de maneira geral. tinha aproximação forte com a lideranças religiosas. Em 1979 sob a Lei nº 2366, de 21 de setembro de 1979. Institui-se Como Pessoa Jurídica de Direito Privado Uma Fundação, Sob A Denominação de "Fundação Municipal de Auxílio Social - FUMAS"(JUNDIAÍ, 1979).

Artigo 2º: parágrafo III fica esclarecido o papel da Fundação em “desenvolver e participar de atividades necessárias a implantação de habitações sociais, exclusivamente para famílias de renda:

Até 03 (três) salários-mínimos; e

De 3 (três) a 5 (cinco) salários mínimos, caso a família seja numerosa e, comprovadamente, não possa adquirir casa própria pelo sistema das entidades habitacionais oficiais, como as COHABs e INOCOOPs” (JUNDIAÍ,1979)

Ainda em seu Artigo 2º item IV deixa claro seu papel na interface com outros órgãos/instituições que lidem com as mesmas questões, e ainda no item X a encarrega de manter um cadastro para que se saiba a demanda real de HIS municipal( JUNDIAÍ,1979).

A FUMAS é uma fundação pública (autarquia fundacional) com status de Secretaria Municipal de Habitação de Jundiaí, é o órgão público da administração direta do município de Jundiaí responsável pela implantação e supervisão da política municipal de habitação especialmente de interesse social (JUNDIAÍ,2020).

A FUMAS é a referência habitacional no município presta “assistência técnica a outras entidades (pública ou privada) que desenvolva atividades dessa mesma natureza”, como descrito no item VII da lei que a instituiu. ou quaisquer outras instituições que queiram atuar na cidade, tais como CDHU por exemplo (JUNDIAÍ,1979).

Também é instituída à FUMAS as ações de regulação de contenção de favelas e ações correlatas, de acordo com a Lei n.º 5.163, de 24 de Agosto de 1998, com atualizações posteriores nos anos de 2006. Os funcionários trabalham junto com comunidade para impedir o crescimento do número de moradias irregulares, ampliações, comércio informal de residências e lotes e quaisquer outras ações que possam vi a atrapalhar a reurbanização dos núcleos de submoradia. (JUNDIAÍ, 2006)

Dentro dos núcleos de submoradia a FUMAS atual em parceria com a Defesa Civil e a Secretaria de Desenvolvimento Social, mas todas as providências de caráter habitacional são tratadas pela fundação. O quadro técnico da Fundação conta com engenheiros, arquitetos, técnicos em edificações e agrimensura e assistentes sociais, além de funcionários administrativos.

A FUMAS opera com todos os órgãos governamentais não municipais que atuam na questão habitacional. Desde a sua fundação realizou vários projetos por iniciativa própria ou via convênios. A provisão habitacional ao longo desses anos incluiu casas, apartamentos e terrenos, sempre de interesse social, conforme a Tabela 2.

Tabela 2.Empreendimentos Promovidos pela FUMAS

Ano Local Recursos Unidades Tipo Região

1 1980 / 1992 Conjunto Habitacional Dom Gabriel Paulino Bueno Couto PMJ e FUMAS 65 casas Oeste 2 1986 / 1988 Jardim Sales (Jundiaí B) PMJ e CDHU + Mutirão 104 casas Noroeste 3 1988 / 1996 Morada das Vinhas (Jundiaí A) PMJ e CDHU PMJ e CDHU 2656 aptos Noroeste 4 1991 / 2007 Vila Cidadania (Jundiaí D) Associação, PMJ e CDHU 113 casas Leste 5 1991 / 2008 Vila Nova República PMJ / Lotes Urbanizados 219 lotes Leste 6 1994 Habitar no Bairro (Jd. Tamoio, Parque Guarani e Vl. Hortolândia FUMAS 8 casas Leste 7 1994 / 2004 Vila Ana (1a Etapa - Rua Fraternidade) Empreitada Global + Mutirão 11 casas Sul

8 1994 / 2004 Vila Ana (2a Etapa - Jardim Anhanguera) Empreitada Global + Mutirão 70 casas Sul

9 1994 / 1996 Vila Nova Jundiainópolis (Vila Pedra Bela) Empreitada Global 18 casas Sul 10 1995 / 2009 Vila Padre Renato PMJ e DAE S/A Água e Esgoto 67 lotes Noroeste 11 1995 / 2006 Vila Nova Jundiaí (Parque Residencial da Flores I e II) Empreitada Global + Mutirão 26 casas Sul 12 1997 / 2000 Jardim Fepasa Habitar Brasil / Empreitada Global

+ Recursos próprios 251 casas Noroeste 13 1997 / 2001 Vila Maringá Empreitada Global / Pró-Moradia + Mutirão 97 casas Sul 14 1998 /

2004 Vila Palma

Auto Construção Financiamento

CAIXA - cesta básica 41 casas Leste 15 1998 / 2007 Loteamento Popular "Fazenda Grande" CAIXA - imóvel na planta 1778 casas Oeste

16 2000 Vila Esperança 102 casas Sul

17 2003 / 2008 Conjunto Habitacional Vista Alegre (Jundiaí J) FUMAS e CDHU 368 casas Noroeste 18 2003 / 2008 Conjunto Habitacional Benedito Amaro da Silva / Bil (Jundiaí K) FUMAS e CDHU 60 aptos Noroeste 19 2004 / 2008 Condomínio dos Idosos FUMAS 22 casas Leste 20 2004 Quadra A-A (Loteamento Fazenda Grande) 12 casas Oeste 21 2005 / 2006 Conjunto Habitacional João Mezzalira Junior (Jundiaí EFGHI) CDHU 735 casas Oeste 22 2007 / 2008 Parque da Serra e Parque da Mata CAIXA - PAR 590 aptos Oeste 23 2008 Quinta das Videiras (transferência para o Vista Alegre) CDHU 13 casas Oeste 24 2008 Jardim Shangai (transferência para o Vista Alegre e Jd Sorocabana) CDHU e PMJ (terreno + infra) 77 casas Noroeste 25 2008 Jardim Sorocabana (Alojamento - transferência para o Vista Alegre e Jd Sorocabana) CDHU e PMJ (terreno + infra) 47 casas Noroeste 26 2008 Jardim Sorocabana (transferência para o Vista Alegre e Jd Sorocabana e Jundiaí E) CDHU e PMJ (terreno + infra) 255 casas Noroeste 27 2009 Loteamento Popular "Fazenda Grande" CAIXA - imóvel na planta 213 casas Oeste 28 2009 Área Remanescente do "Fazenda Grande" CAIXA - imóvel na planta 605 casas Oeste 29 2009 Vila Rui Barbosa - Jundiaí D2 CDHU 56 casas Leste 30 2009 Inoccop - Tulipas Iniciativa Privada + Convênio FUMAS 288 casas Oeste 31 2009 Residencial Jundiaí II Iniciativa Privada + Convênio FUMAS 1259 lotes Oeste 32 2009 Associação de Moradores da Vila Rui Barbosa Iniciativa Privada + Convênio FUMAS 119 lotes Leste 33 2009 Associação Vida Nova (Vila Ana) CAIXA / FHNIS / Ministério das Cidades 63 aptos Sul 34 2009 Parque Centenário CAIXA / FHNIS / Ministério das Cidades 148 casas Noroeste 35 2009 Vila Ana (3a Etapa) CAIXA / FHNIS / Ministério das

36 2011 Flores do Paraíso Iniciativa Privada + Convênio FUMAS 86 lotes Noroeste 37 2012 Bella Colônia Iniciativa Privada + Convênio FUMAS 801 aptos Leste 38 2012 Santa Geovanna Iniciativa Privada + Convênio FUMAS 1061 lotes Oeste 39 2012 Residencial Tupy I, II e III Iniciativa Privada + Convênio FUMAS 600 aptos Leste

40 2014 Vila Ana FUMAS E FNHIS 108 aptos Sul

41 2014 Jardim São Camilo - Reassentamento FUMAS E PMCMV 400 aptos Leste 42 2015 Jardim Novo Horizonte - Reassentamento FUMAS / PMCMV / CASA PAULISTA 1088 aptos Oeste

TOTAL 14736

Fonte: JUNDIAÍ (2015) e FUMAS (2016) - Adaptado pela autora

Em 2015 a FUMAS contratou a elaboração de um Plano Local de Habitação de Interesse Social – PLHIS. Trata-se de um trabalho técnico de levantamento muito detalhado para diagnosticar a situação habitacional municipal. Dentre outras coisas esse plano trás também diretrizes para a Assistência Técnica no Município (JUNDIAÍ, 2015)

O PLHIS de Jundiaí prevê o “estímulo à produção de habitação cooperativada e autogestionada”, assim como a demarcação pela municipalidade, como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), imóveis privados ou subutilizados, quando necessário o uso de recursos do Fundo de Habitação. A “reciclagem e requalificação de edifícios subutilizados¨, além de procedimentos para facilitar a produção habitacional pela iniciativa privada também estão previstas no PLHIS, assim como reservas para idosos, portadores de deficiência e moradores em situação de rua em novos empreendimentos habitacionais de interesse social (JUNDIAÍ, 2015).

O PLHIS apresentou diagnóstico detalhado da situação do município, e os principais pontos apontados foram:

- Déficit habitacional fora de assentamentos precários no montante de 8.790 domicílios, mais uma demanda futura prioritária (até 5 salários mínimos) de 7.817 domicílios;

- déficit habitacional dentro dos assentamentos precários estimado em 3.837 domicílios, que necessitam ser removidos (reassentados ou remanejados);

- Identificação de 1.926 famílias de baixa renda que demandam melhorias habitacionais em seu domicílio para que tenham condições mínimas de habitabilidade;

- Sugestão do estabelecimento de um Programa de melhoria habitacional: acesso a crédito e oferta de Assistência Técnica.

A ATHIS é algo presente na FUMAS desde os anos 1980 por meio de dois principais programas: o programa de Doação de Materiais de Construção e o programa de Planta Social. O Programa de Atendimento, Auxílio e Prevenção (PAAP) é um programa e de doação de materiais de construção para melhoria habitacional em casos de precariedade. Esse programa atende os moradores residentes nos núcleos de submoradia atendidos pela fundação (JUNDIAÍ,2008)

É importante registrar que na avaliação técnica da situação da moradia, entendendo o profissional que a unidade habitacional se encontra em área de risco, é feita uma análise conjunta com técnicos sociais para que o morador ou família sejam transferidos para outro local, dentro do próprio núcleo, e a unidade em risco é demolida. O mapeamento e prevenção de risco nos locais atendidos pela fundação é feito em conjunto com a Defesa Civil (JUNDIAÍ,2008).

A FUMAS enquanto órgão público municipal não faz nenhum tipo de intervenção em áreas particulares. Todas as suas ações são em áreas irregulares que estão em processo de regularização ou a espera de reassentamento em outro local. Ações em área privadas são atendidas por outras secretarias (JUNDIAÍ, 2008).

O segundo programa de ATHIS da fundação é o de fornecimento de Planta social. Esse programa é o a ferramenta que foi usada para as avaliações nesse trabalho

3.3 Planta Popular: o programa de planta de interesse social da FUMAS

A primeira legislação referente a ATHIS de projeto no município data de 1969. A Lei nº 1630, de 28 de outubro de 1969 Autorizava o fornecimento ou aprovação de projeto de moradia econômica e de pequena reforma. Nesse momento a prefeitura, via Diretoria de Obras se responsabilizava apenas pela aprovação de projeto, sendo o proprietário responsável pela execução da obra (JUNDIAÍ, 1969).

Atualmente o programa e regido pela Lei nº 7.016 de 27 de fevereiro de 2008, que institui a implantação de política habitacional do município e as competências da

FUMAS. O programa de Planta de Interesse Social (ou Planta Popular como ficou conhecido) assegura o benefício a famílias de baixa renda de fornecimento de projeto para aprovação em prefeitura, mediante o pagamento de taxa mínima. Essa legislação, permite ao requisitante acessar serviço técnico de engenharia ou arquitetura, livre das taxas municipais (JUNDIAÍ,2008)

O programa foi um dos primeiros realizados pela Fundação e prestava assistência nos serviços de projetos e fiscalização de regularizações, construções, reformas e ampliações de até 70 m² para famílias com renda de até dez salários mínimos mensais (JUNDIAÍ,2008).

Pelo programa da FUMAS as famílias pagavam o equivalente a 20% da renda a título de prestação do serviço prestado. Com a vigência da Lei Federal de Assistência Técnica, as famílias com até três salários não pagam mais a taxa de 20% da renda.

O programa de Planta Popular é um incentivo para que os proprietários de terreno consigam manter sua moradia regularizada. O programa atende quem já possui o terreno legalizado, mas não tem condições de contratar um profissional para elaborar o projeto da moradia. Dentro do programa é elaborado o projeto básico para a construção da moradia, desenvolvido de maneira personalizada, mediante as características de cada terreno, atendendo a necessidade do proprietário e respeitando as leis municipais pertinentes.

O processo envolve toda documentação de obra, memorial, declaração, e alvará para inicio de obra. Além disso, terminada a obra e estando de acordo com o projeto o beneficiário poderá também pedir a emissão de Habite-se, também sem taxas.

Tendo conhecimento dessa legislação e parte de seu histórico de atendimento, esse trabalho buscou informações para analisar se realmente há relevância nesse tipo de serviço prestado em comparação com outras formas de provisão habitacional oferecidas pelo poder público para o cidadão de baixa renda. Para tanto, busca-se os

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