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Estudo da rota utilizando recursos da plataforma ArcGis

6. O ESTUDO DE CASO

6.6 Estudo da rota utilizando recursos da plataforma ArcGis

A análise consiste em avaliar a redução de custo nas condições do transporte rodoviário no trajeto do fornecedor de autopeças (Guarulhos/SP) e destino final na montadora (São Bernardo do Campo/SP), identificando o impacto dos congestionamentos na prestação do serviço logístico e seus efeitos na cadeia de suprimentos do setor automotivo.

O trajeto da montadora (São Bernardo do Campo/SP) até o fornecedor de autopeças (Guarulhos/SP), não será avaliado em função dos equipamentos de transportes retornarem com as embalagens (racks metálicos) vazias, as vezes desmontadas e sobrepostas, como pode ser observado na Figura 6.5, sendo que a transportadora tem livre autonomia para estabelecer a rota de sua melhor conveniência, levando em consideração as condições de tráfego definidas pelo sistema de monitoramento por satélites e outras operações de clientes localizados na mesma região (CHERRET et al, 2012).

Figura 6.5 – Descarregamento de embalagens vazias

Para disciplinar a quantidade de entrega de motores, estimada em 180 unidades/dia e, como forma de melhor adequar essa operação ao longo da jornada de trabalho, onde cada equipamento transportador é carregado e liberado para transporte, a montadora e o fornecedor estabeleceram de comum acordo os seguintes horários de embarque e rotas:

a) 07h00 - 08h00 – Rota: Complexo Av. Jacu Pêssego / Nova Trabalhadores;

b) 10h30 - 11h30 – Rota: Complexo Av. Salim Farah Maluf;

c) 13h00 - 14h00 – Rota: Complexo Av. Salim Farah Maluf;

d) 15h00 - 16h00 – Rota: Complexo Av. Salim Farah Maluf;

e) 17h00 - 18h00 – Rota: Complexo Av. Jacu Pêssego / Nova Trabalhadores e,

f) 19h30 - 20h30 – Rota: Complexo Av. Jacu Pêssego / Nova Trabalhadores.

A rota definida pelo complexo Jacu Pêssego deve-se à restrição de tráfego de veículos de carga no anel rodoviário expandido da cidade nos horários considerados de maior intensidade de fluxo de veículos. Portanto, o prestador de serviço logístico estabeleceu ações conjuntas para que essa condição não provoque atraso na entrega, pois o trajeto é acrescido de aproximadamente 60 quilômetros, além de praças de pedágio, porém os índices de congestionamentos são menores.

Visando quantificar, em termos percentuais e monetários, o impacto dos congestionamentos no transporte rodoviário de cargas no suprimento de autopeças para a montadora, a pesquisa volta sua atenção para a rota do complexo Av. Salim Farah Maluf, em função do tráfego pesado de veículos na região urbana da cidade e do alto número de interseções semaforizadas no trajeto.

Algumas particularidades da rota devem ser mencionadas para que o leitor possa compreender as dificuldades encontradas pelos transportadores quando estão responsáveis pela entrega de um lote de mercadorias em horário preestabelecido para a entrega.

O trajeto completo origem/destino/origem é composto por 71 quilômetros, iniciando com o percurso de 500 metros na Rua Fernão Dias Paes Leme – São Bernardo do Campo (portão 18), pátio de estacionamento da frota, via considerada coletora, com limite de velocidade de 40 km/h até a Rodovia Anchieta (SP-150); percorre-se 11,5 quilômetros nessa rodovia chegando à Rua das Juntas Provisórias. A partir desse ponto, o trajeto segue mais 1,8 quilômetros até a Avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo. Em seguida, percorre 2,5 quilômetros em um trecho caracteristicamente urbano, com inúmeras interseções

semaforizadas, e intenso trânsito de ônibus, motocicletas e automóveis, para chegar à Avenida Salim Farah Maluf. O percurso da Avenida Salim Farah Maluf até a Rodovia Presidente Dutra (BR-116), composto por 7 quilômetros, tem 15 semáforos demandando uma média de 30-40 segundos de tempo parado, o que para um veículo carregado, aumenta muito os custos variáveis. Na Rodovia Presidente Dutra (BR-116) até o acesso à Av. Santos Dumont são 14 quilômetros e, finalmente, chega-se ao pátio do fornecedor dos motores com mais 400 metros em via coletora, ou seja, o trajeto origem/destino (montadora a fornecedor de autopeças) apresenta 37,7km e o trajeto destino/origem (fornecedor de autopeças a montadora) outros 33,3km.

Figura 6.6 – Trajeto da rota

Fonte: Autotrac, 2015.

Independente do predomínio do trajeto estar relacionado à via expressa, cujo limite máximo de velocidade é de 80 km/h – alguns pontos das Rodovias permitem velocidades de até 90km/h. Para manter a entrega nas condições de segurança exigida pela montadora, os veículos trafegam por vias locais no horário de pico, evitando acidentes e respeitando a legislação de trânsito vigente no país (OLUFIKAYO e GRACE, 2014).

Para efeito de quantificação do custo do transporte rodoviário, levou-se em consideração apenas o trajeto da entrega dos motores à montadora – Figura 6.6, ou seja, a saída da montadora com as embalagens não foi considerado no estudo em função de não haver rota previamente definida para devolução dos racks metálicos ao fornecedor de autopeças.

O período de análise do monitoramento da rota foi de 07/jan/2016 a 15/abr/2016, porém não se levou em consideração finais de semana, feriados e demais condições que não colaborassem com o sistema de produção da montadora, pois durante as observações o fluxo de tráfego da rota foi constantemente afetado pela redução da cadeia produtiva em função da crise econômica e política que o país atravessa. Todavia, aspectos como feriado prolongado, chuvas, acidentes na rodovia, reparos e demais ocorrência no sistema viário urbano que puderam ser identificadas na rota e a utilização dos principais corredores de acesso da cidade de São Paulo foram observadas e registradas. As solicitações médias de veículos, por parte da montadora, são 6 (seis) caminhões/dia, com uma concentração de 50-70% das entregas em horário comercial (07h00 – 18h00).

Observou-se que, no período noturno, as condições de suprimentos às cadeias produtivas são mais favoráveis ao transporte rodoviário de cargas e, consequentemente, suas ações tornam-se mais ágeis e efetivas com a possibilidade de utilizarem as vias expressas e desenvolverem o limite de velocidade estabelecido pela legislação, reduzindo os tempos de deslocamento e otimizando as entregas em seus respectivos destinos.

Muito pertinente é a consideração de Rodrigues (2011) que aponta que a distribuição física de produtos no período noturno, proporcionaria uma sensível redução de custos de manutenção, além de melhorar o desempenho da frota de veículos.

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