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2.2 Ativos intangíveis

2.2.1 Estudos empíricos sobre ativos intangíveis

Os ativos intangíveis representam um campo de estudo bastante vasto e apresentam uma variedade empírica robusta. Foram consultados aproximadamente 150 estudos empíricos, nacionais e internacionais, sobre os ativos intangíveis ou algum tipo específico deste ativo.

O Quadro 3 destaca alguns estudos, nacionais e internacionais, que abordaram os ativos intangíveis e que guardam alguma afinidade com este estudo.

Quadro 3 - Estudos empíricos recentes sobre ativos intangíveis

Autores (ano) Objetivo do estudo

Crisóstomo (2009)

Conhecer o tratamento de ativos intangíveis em diferentes mercados e a situação no Brasil, e adicionalmente realizar uma pesquisa empírica sobre a evidenciação atual de ativos intangíveis no Brasil

Antunes et al. (2009) Conhecer o relacionamento existente entre as áreas de Controladoria e de RH acerca de sua importância como fonte geradora de vantagem competitiva

Dahmash, Durand, Watson (2009)

Analisar a pertinência de valor e confiabilidade do ágio relatados e ativos intangíveis identificáveis de acordo com o Australian GAAP

Aguiar, Basso e Kimura (2010)

Testar a teoria do Coeficiente Intelectual do Valor Adicionado (VAIC - Value Added Intellectual Coefficient) para o setor de fabricação de móveis brasileiro

Kramer et al. (2011) Contribuir para o debate sobre intangíveis, através da definição e explorar os conceitos dos ativos intangíveis, bem como analisar a dimensão regional

Guimón (2011) Explorar a forma como a globalização da empresa P&D levou ao surgimento de novas estratégias políticas em toda a UE

Cazavan-Jeny, Jeanjean e Joos

(2011)

Examinar se as decisões dos gestores para capitalizar ou gastar dinheiro em P&D transmite informações sobre o desempenho futuro da empresa

Belém e Marques (2012)

Analisar as expectativas do mercado que não são explicadas pelo valor contábil da empresa, e se essa expectativa está relacionada com a rentabilidade

Costa (2012)

Avaliar a eficiência e a produtividade do capital intelectual através da avaliação das melhores práticas, que implementaram com sucesso estratégias de gestão do capital intelectual

Li, Mangena e Pike (2012)

Investigar a relação entre as características do comitê de auditoria e o disclosure de capital intelectual (CI), usando dados de 100 empresas britânicas

Santamaría, Jesus

Nieto e Miles (2012) Investigar a introdução de serviços novos ou aperfeiçoados pelos fabricantes Fonte: Elaborado pela autora com base na revisão bibliográfica.

No âmbito internacional, Crisóstomo (2009) identificou falta de uniformidade ao mesmo tempo em que esta harmonização contábil é questionada. Sobre a situação no Brasil detectou-se uma carência de formalização normativa relativamente aos aspectos pesquisados até a Lei nº. 11.638/07 e o Pronunciamento Técnico CPC 04 (2008), emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Empiricamente o estudo constatou que há um número considerável de empresas brasileiras que já evidenciam contabilmente seus ativos intangíveis a partir de 2005.

Os resultados de Dahmash, Durand, Watson (2009) sugerem que, para a empresa média australiana, as informações apresentadas em relação ao goodwill e ativos intangíveis identificáveis é o valor relevante, mas não confiável. Em particular, o ágio tende a ser relatado de forma conservadora, enquanto os ativos intangíveis identificáveis são relatados de forma agressiva.

O estudo de Antunes et al. (2009) revelou que as avaliações de desempenho, ainda que alinhadas a metas institucionais, não conseguem captar a efetiva contribuição do capital humano ao negócio sugerindo a necessidade de se buscar de forma mais efetiva uma maior integração entre essas duas áreas, visto que a Controladoria tem a expertise para construir indicadores, a partir do Sistema de Informações Contábeis que permitam mensurar a contribuição das pessoas ao negócio e, assim, avaliar o retorno dos investimentos realizados.

Usando dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Aguiar, Basso e Kimura, (2010) investigaram através de análise de dados em painel, a influência do capital intelectual para a criação de valor no período de 2000 a 2006. Em linhas gerais, os resultados indicam que o modelo do VAIC é relevante para explicar a criação de valor pelas empresas, embora nem todos os testes para os componentes desagregados do VAIC apresentaram significância estatística.

Os resultados de Cazavan-Jeny, Jeanjean e Joos (2011), baseados em dados reais, em oposição aos dados simulados, contrastam com evidência de apoio anterior em favor da capitalização na literatura. Embora não possa estabelecer de forma inequívoca se os resultados implicam que a gestão utiliza pesquisa e desenvolvimento (P&D) de capitalização a fim de gerenciar ganhos ou porque é incapaz de estimar o poder aquisitivo de projetos em P&D; os resultados do estudo sugerem que a gestão é incapaz de transmitir informações sobre o desempenho futuro através da sua decisão de capitalizar P&D.

Belém e Marques (2012) constataram que o grau de intangibilidade exerce um impacto positivo sobre o retorno sobre o patrimônio líquido, e que as empresas classificadas como intangível-intensivas apresentam uma maior rentabilidade do que as empresas tangível- intensivas.

Costa (2012) conclui em seu estudo que a Data Envelopment Analysis (DEA) e o

Malmquist Productivity Index (MPI) têm sido bastante utilizados como importantes ferramentas de análise para estudar a eficiência e a produtividade no lucro em organizações sem fins lucrativos, mas pouco foi mencionado sobre a aplicabilidade deles em empresas baseadas no conhecimento para avaliar a eficiência da gestão de capital intelectual.

Li, Mangena e Pike (2012) não identificaram relação significativa entre a divulgação de capital intelectual (CI), que integra o rol dos ativos intangíveis, bem como a independência do comitê de auditoria. Observaram que a associação entre as características do comitê de auditoria e divulgação de CI varia de acordo com os componentes do CI (ou seja, do capital humano, capital estrutural e capital relacional), sugerindo que os fatores subjacentes que impulsionam vários componentes de divulgação de CI são diferentes.