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4. RESULTADOS

4.2 Estudos Geológico-Geotécnicos Regionais

Os resultados dos estudos para o desenvolvimento da carta geotécnica serão apresentados por etapas, pois no final de cada uma será apresentada a reflexão sobre as respostas de aplicação do produto em um SGA.

Inicialmente foi realizado um levantamento em mapas e cartas temáticas em diferentes escalas, com as quais foi possível a definição mais precisa da área de estudo e a caracterização preliminar com relação ao meio físico, quais sejam:

x Mapa Geológico do Estado de São Paulo escala 1:750.000 (PERROTA et al.- CPRM, 2005) (Figura 4.1);

x Mapa Geológico do Estado de São Paulo escala 1:500.000 (ALMEIDA et al. – IPT, 1981a);

x Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo escala 1:500.000 (ROSS & MOROZ – IPT, 1997) (Figura 4.2);

x Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo escala 1:1.000.000 (PONÇANO et al. – IPT, 1981b);

x Mapa Pedológico do Estado de São Paulo 1:500.000 (OLIVEIRA, CAMARGO, ROSSI e CALDERANO – IAC, 1999) (Figura 4.3); e

x Carta Geotécnica do Estado de São Paulo 1:500.000 (NAKAZAWA, FREITAS e DINIZ – IPT, 1994) (Figura 4.4).

Os estudos regionais elaborados com base em mapas de diferentes atributos do meio físico, apresentados nas escalas que variam de 1:500.000 a 1:1.000.000, estão sintetizados no Quadro 4.1. A elaboração do quadro foi um primeiro ensaio na tentativa de agrupar as diferentes unidades que pudessem traduzir o comportamento do terreno.

Com base na caracterização das unidades geomorfológicas foi feita uma relação da distribuição espacial e foram caracterizadas as rochas, os solos e o comportamento geotécnico.

93  Jú nior,J. L. Análiseȱdaȱutili zaçãoȱdeȱcartasȱgeot écnicasȱe mȱdiferen tesȱescalasȱparaȱaȱg estãoȱ ambientalȱdeȱrodoviaȱemȱoperação  FÍSICO

Escarpas da Serra de Botucatu, vertentes com perfis retilíneos, formadas por ruptura positiva do relevo colinoso, com declividade predominante superior a 20%. Amplitude de 150m a 200m.

Rochas ígneas da Formação Serra Geral composta por basaltos toleíticos em forma de derrames, sills ou diques.

Por vezes, ocorrem intercalações de arenitos da Formação Botucatu.

Solos pouco desenvolvidos e com espessura reduzida, Nessolos Litólicos e Cambissolos.

Alta suscetibilidade a escorregamentos em solo e rocha.

No reverso da cuesta, colinas amplas a médias com predomínio

de interflúvios superiores a 4 km2e

declividades suaves variando entre 10 a 20 %. Amplitude de 20m a 100m. Predomínio de vertentes retilíneas a convexas. Baixa a média densidade de drenagem, vales fechados.

Rochas sedimentares da Formação Marília composta por arenitos de granulação grossa a fina, imaturos, pouco coesos, conglomeráticos com clastos arenosos e de calcário. Depósitos arenosos Teciários- Quaternários nos topos das colinas. Rochas ígneas da Formação Serra Geral composta por basaltos toleíticos em forma de derrames, sills ou diques nos fundos de vale e em pontos localizados de relevos mais suaves (sills ou diques).

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Solos bem desenvolvidos do tipo Latossolo e solos mal desenvolvidos do tipo Neossolo Quartzarênico. Solos de textura média arenosa a extremamente arenosa.

São permeáveis, friáveis e pouco coesos.

Nos basaltos ocorrem principalmente Cambissolos nas declividades mais ascentuadas e localizadamente em declividades mais suaves ocorrem solos bem desenvolvidos do tipo Latossolo Vermelho férrico. Textura argilosa. São permeáveis devido a presença de macroporos.

Alta a Muito Alta suscetibilidade a erosão por:

x Sulcos; x Ravinas e x Boçorocas

Média suscetibilidade à ocorrência de colapsos no solo nos locais onde ocorrem basaltos em relevo mais suave.

Baixa suscetibilidade a outros processos do meio físico.

SP 300

Na depressão periférica, colinas médias a amplas com predomínio

de interflúvios entre 1 e 4km2 e

declividades variando em torno de 10 a 20 %. Amplitude de 20m a 100m. Predomínio de vertentes retilíneas a convexas. Baixa a média densidade de drenagem, vales abertos.

Rochas sedimentares da Formação Botucatu composta por arenitos de granulação fina a média, grãos bem arredondados e bem selecionados. Formação Pirambóia composta por arenitos de granulação fina a média, localmente com arenitos grossos.

Depósitos arenosos Teciários- Quaternários nos topos das colinas.

Solos bem desenvolvidos do tipo Latossolo e eventualmente solos mal desenvolvidos do tipo Neossolo Quartzarênico. Solos de textura média arenosa a extremamente arenosa.

São permeáveis, friáveis e pouco coesos.

Alta a Muito Alta suscetibilidade a erosão por:

x Sulcos; x Ravinas e x Boçorocas

4.2.1 Análise dos resultados sobre os levantamentos regionais

Os resultados obtidos com os produtos desta etapa foram muito importantes para a caracterização regional da área de estudo e, reconhecimento dos componentes do meio físico e dos possíveis impactos ambientais relacionados a eles.

Justifica-se o detalhamento dos estudos, por meio da elaboração de uma caracterização de impacto ambiental para a área de estudo por tratar-se de um meio extremamente vulnerável à ocorrência de processos de erosão (SANCHEZ, 2006). O único instrumento de Gestão Ambiental que pode ser desenvolvido com os dados desta etapa é a Avaliação de Impacto Ambiental, dependendo do grau de detalhamento que seja exigido. Os estudos nestas escalas regionais não apresentam e, nem seria possível, o reconhecimento de áreas degradadas ou uma auditoria ambiental do empreendimento.

A Carta Geotécnica do IPT (NAKAZAWA, FREITAS E DINIZ, 1994), que é a síntese dos outros estudos do meio físico, é rica na apresentação dos possíveis impactos, que são apresentados com base na análise da suscetibilidade dos terrenos. No entanto, devido a escala de apresentação, não existe precisão quanto aos limites das unidades geotécnicas. Também, a caracterização do meio físico exige que os documentos de origem (mapa geológico, mapa geomorfológico e mapa pedológico) sejam consultados para a complementação das informações.

A escala dos estudos regionais e a inserção da rodovia nesse contexto dificulta a visualização mais precisa dos diferentes ambientes que estão sendo atravessados, sendo possível o entendimento apenas do contexto. A imprecisão dos limites das unidades caracteriza somente os potenciais impactos ambientais, não sendo possível a exata avaliação da sua extensão e magnitude ao longo do trecho rodoviário.

Dependendo da aplicação desejada, como por exemplo o monitoramento ambiental, pode ser necessária a localização mais exata e uma análise mais profunda sobre a magnitude, significância e previsibilidade do impacto.

Desta forma, como também pretende-se o desenvolvimento do instrumento do monitoramento ambiental, além da auditoria ambiental e da recuperação de áreas degradadas, mostrou-se necessário o maior detalhamento dos estudos. O detalhamento proposto será apresentado no ítem seguinte e foi realizado por meio da elaboração de uma carta geotécnica na escala de semi-detalhe 1:50.000 e do levantamento das feições de erosão utilizando-se da interpretação das fotografias aéreas.