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Estudos hidroquímicos da região

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.2. Estudos hidroquímicos da região

Os estudos aqui realizados não objetivaram fazer um diagnóstico hidrogeológico da região, mas contribuir com estudos hidroquímicos preliminares, com vistas à caracterização da qualidade físico-química da água encontrada em poços tubulares rasos de alguns areais do Distrito Areeiro. Segundo os dados de análise de água de BERBERT (2003) conforme as tabelas 1, 2 e 3, são os seguintes:

 O nível da água subterrânea no aquífero Piranema varia entre 3,0 m e 7,5 m, conforme a estação climática;

 A água subterrânea é pouco mineralizada, apresentando baixos valores de condutividade elétrica e pH (TUBBS, 1999) que descreve estes aqüíferos segundo a observação de perfis sedimentológicos na área da Piranema e nas proximidades;  O Estudo do alumínio dissolvido na água das cavas de extração de areia para as cavas de areias no município de Seropédica apresenta resultados preliminares do monitoramento de cavas, entre de janeiro de 2004 a abril de 2005, em quatro cavas dentro do distrito areeiro.

67 De acordo com as análises, foram encontrados os valores para pH (3,11 – 4,95), concentrações sulfato (2 – 65mg.L-1).) e alumínio (0,015 – 14mg.L-1).

TABELA 1: A mineração de areia no distrito areeiro de Itaguaí-Seropédica/RJ

Nº DO POÇO P 01 P 02 P 03 P 04 P 05 P 06 P 07 pH 5,95 6,27 6,63 5,81 5,83 5,26 6,06 CONDUTIVIDADE (mhos.cm-1) 301,0 197,6 244,0 432,0 355,0 385,0 432,0 TEMPERATURA (°C) 26,0 26,9 26,1 26,2 25,4 25,3 25,3 PROFUNDIDADE (m) 12,0 10,0 12,0 9,0 15,0 20,0 7,0

NOME DO AREAL IRMÃOS

UNIDOS

IRMÃOS

UNIDOS LBF ATLÂNTIDA SANTOBAIA

SOL NASCENTE

FAMÍLIA UNIDA

Fonte: BERBERT, M. C. - 2003

TABELA 2: Coordenadas UTM

COORDENADAS UTM P 01 P 02 P 03 P 04 P 05 P 06 P 07

NOME DO AREAL IRMÃOS

UNIDOS

IRMÃOS

UNIDOS LBF ATLÂNTIDA SANTOBAIA

SOL NASCENTE FAMÍLIA UNIDA LESTE 0634056 0634020 0636009 0636924 0635614 0636609 0633850 NORTE 7474028 7473803 7474413 7475735 7475956 7476607 7471469 Fonte: BERBERT, M. C. - 2003 TABELA 3: Parâmetros PARÂMETROS P 01 P 02 P 03 P 04 P 05 P 06 P 07 pH 6,0 a 9,0 5,95 6,27 6,63 5,81 5,83 5,26 6,06 Alumínio 0,1 mg/l <0,001 <0,001 <0,001 0,11 0,01 0,063 0,006 Bário 1,0 mg/l 0,28 0,24 0,3 0,21 0,3 0,08 0,22 Cádmio 0,001mg/l <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 Chumbo 0,03 mg/l <0,001 <0,002 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 Cloretos 250 mg/l 31,6 27,4 32,6 37,9 43,2 41,1 37,7 Cobalto 0,2 mg/l 0,005 0,001 <0,001 0,066 <0,001 0,051 0,004

68 Fonte: BERBERT, M. C. - 2003

Na tabela 4, são apresentados os valores médios, desvio padrão e valores máximos e mínimos das concentrações (mg.L-1).) dos íons, pH e condutividade elétrica nas águas das quatro cavas monitoradas durante o estudo.

Fonte: Marques - 2006

Conforme as tabelas 3, 4 e 5 (a seguir) o Alumínio se mostra abundante nos minerais constituintes das rochas e solos. Contudo, trata-se elemento químico de menor ocorrência em cursos de águas naturais, com concentrações menores que 0,1mg.L-1, devido a sua baixa solubilidade. No estudo apresentado para os areais de Seropédica, o “Alumínio Dissolvido na Água das Cavas de Extração de Areia – Um Estudo das Possíveis Implicações de sua Toxicidade – Município de Seropédica – RJ” foram apresentados valores anômalos para o íon de alumínio. Foi observada essa variação entre os meses de maio e agosto. Segundo dados não comprovados, estes resultados

Cobre 0,02 mg/l 0,003 <0,001 <0,001 <0,001 0,003 <0,001 <0,001 Cromo 0,5 mg/l <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 Ferro solúvel 0,3 mg/l 5,5 10 10,6 11,4 8,3 8,8 38,9 Fluoretos 1,4 mg/l 0,04 0,06 0,07 0,07 0,06 0,04 0,07 Lítio 2,5 mg/l <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 0,013 <0,01 Manganês 0,1 mg/l 0,55 0,25 0,3 1,17 0,35 0,57 0,81 Mercúrio 0,0002 mg/l <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 Níquel 0,025 mg/l 0,003 0,001 <0,001 0,023 <0,001 0,02 0,001

69 coincidiram com a baixa pluviosidade da região no período das análises. A acidez da água favorece ao íon alumínio Al3+, com o aumento do pH, Al(OH)2+ + e Al(OH)2+.

TABELA 5: Análise de água do areal Irmãos Unidos

Análises realizadas entre 24, 29 de agosto e 3de setembro de 2014 nas lagoas do Areal Irmãos Unidos Análise Elementar - ICP OES - Varian 715 ES

Padrões utilizados: Specsol Multielementar - Rastreado ao NIST – USA Concentração: Al; As; Ba; Cd; Co; Cr; Cu; Mn; Mo; Ni; Pb; Se; Sr e Zn

1ª análise mg/L 2ª Análise mg/L 3ª Análise mg/L

Ni 0,000081 0,004621 0,008761 Mo 0,0111024 0,008759 0,007888 Se 1,30654u --- --- K --- 3,04642u --- Zn 0,047209 0,037238 0,046293 Sr 0,055617 0,046859 0,053855 Mn 0,276241 0,224308 0,250709 Ba 0,366727 0,304655 0,348857 As 0,0087206 0,0132044 0,0070271 Al 0,3013 0,2012 1,4730 Cr 0,0003916 0,0003768 0,003676 Co 0,0010585 0,001024 0,0016574 Cd 0,008186 0,003301 0,008212 Cu 0,005599 0,005611 0,013576 2ª Análise (Padrão Elementar de 1000mg/L)

1ª Análise 2ª Análise 3ª Análise

Si 15,2197 --- ---

Fonte: acervo do autor

A lagoa situada na região em estudo tem uma água coloração azul devido à concentração de alumínio e sulfato, sendo este fator limitante para a introdução da piscicultura nas cavas ao término da atividade minerária. Em ambientes aquosos ácidos, o alumínio é tóxico para peixes, anfíbios e fitoplancton (BIRGE 1978, POLEO 1995).

Os íons de alumínio são tóxicos por sua maior reatividade com a superfície das membranas celulares de organismos aquáticos. Na agricultura, sua concentração em solos ácidos de Al3+ aumenta o nível de cátions e perturba o crescimento da raiz sendo um dos principais fatores que reduzem o crescimento das plantas em solos ácidos. Estas substâncias, devido as suas propriedades químicas, podem reagir nas guelras dos peixes,

70 fazendo com que precipite hidróxido de alumínio e provocando a sua morte (BAIRD, 2002).

Diante do exposto, pode-se extrair que alguns autores atribuem à acidificação dos solos, a hidrólise do alumínio, a qual produz íons H+ de acordo com a reação: Al 3+ + 3H2O → Al(OH)3+3H+, e neste sentido, a acidez pode ser transferida para as águas

subterrâneas.

No caso do íon alumínio, a acidez trocável refere-se aos íons H+ e Al3+ retidos na superfície dos colóides por forças eletrostáticas. O Alumínio é um dos mais abundantes metais e o terceiro elemento mais comum na crosta terrestre. É um dos elementos responsáveis pela acidez trocável do solo, fator que limita o crescimento radicular da maioria das culturas, tendo sido considerado como um dos grandes limitantes da expansão da fronteira agrícola no Brasil (MALAVOLTA, 2006).

Os pesquisadores (KOCHIAM, DELHAIZE & RYAN, 1995) observaram que algumas plantas são tolerantes ao alumínio pela propriedade de suas raízes de liberar ácidos orgânicos (exsudatos) que formariam quelatos, ou seja, ligações de quimicas de química orgânica com o alumínio. Estes quelatos impediriam a absorção do alumínio pelas plantas.

A origem deste elemento químico tem a sua origem no intemperismo de minerais primários como argila (caolinita, montmorilonita, haloisita, bentonita, ilita) além de outros como Feldspatos e silicatos (ALLEONI et al., 2009).

As formas de alumínio tóxico para as plantas são o Al+3 (condições ácidas), o Al(OH)2+ (condições neutras) e o Al(OH)4+ (condições alcalinas).

Para neutralizar o alumínio (Al+3) do solo utiliza-se calcário para elevar o pH (CATANI e ALONSO, 1969 apud MALAVOLTA, 2006).

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