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Recuperação de área degradada pós-minerada

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.4. Construção do canteiro flutuante para o emprego da semihidroponia

4.4.8. Recuperação de área degradada pós-minerada

Área degradada, em um conceito geral pode-se inferir que estas são extensões que perderam a capacidade de recuperação natural após sofrerem distúrbios antrópicos. Os principais fatores que levam à degradação do solo são as atividades de ação direta ou indireta do homem, associadas ou não a acidentes naturais que também podem provocar degradação sem a necessária interferência humana. O Guia de Recuperação de Áreas Degradadas, publicado pela SABESP, (2003) define degradação ambiental, como sendo:

As modificações impostas pela sociedade aos ecossistemas naturais, alterando (degradando) as suas características físicas, químicas e biológicas, comprometendo, assim, a qualidade de vida dos seres humanos. É o processo de transformação do meio ambiente que leva à perda de suas características positivas e até à sua extinção. (SABESP, 2003, p. 4)

De acordo com Sánchez (2008), o ambiente afetado pela ação antrópica pode, em certa medida, ser recuperado por com auxilio de tecnologia voltada para esse fim, em um conjunto com medidas de manejo dos elementos bióticos do ecossistema. É um termo geral que designa a aplicação de técnicas de manejo visando tornar um ambiente degradado para um novo uso produtivo, desde que sustentável.

Neste capitulo verificar-se as características regionais e, extensas áreas que necessitam e irão, considerando o modelo da atividade analisada, necessitar de um plano para reutilização desses espaços, resgatando a função socioambiental da propriedade. Estes aspectos devem necessariamente ser abordados pelos administradores públicos com auxilio de seus órgãos de meio ambiente e fiscalização. Segundo Rodrigues e Gandolfi (2004) na história de diferentes povos, épocas e regiões existem registros restauração de ecossistemas degradados. Esta prática guarda a complexidade de recomposição e interações da comunidade que hodiernamente vem sendo denominada por alguns autores como Ecologia da Restauração (Palmer et al., 1997).

No entendimento de Barreto (2000), o fechamento das frentes de lavra a recuperação de áreas degradadas, e descomissionamento mineiro, podem ser considerados termos técnicos diferentes onde, a recuperação deve ser entendida como forma de controle ambiental e ocorrendo par e passo com as atividades extrativistas, o fechamento é a fase final do ciclo de vida de uma mina, por motivos técnicos ou de

95 exaurimento do mineral. Já o descomissionamento é a fase em que o minerador findado seus lucros com a atividade no local, devendo aplicar recursos financeiros, pois se trata do momento de transição do fechamento até a entrega da área em condições que permitam um uso futuro.

A utilização racional dos bens naturais necessita de estudo, direto, aplicado ao sitio a ser explorado, destinando-se ao conhecimento de sua capacidade de suporte, bem como da vulnerabilidade e assim com aplicação e manejo adequado destes recursos, cuja finalidade é a utilização racional dos recursos. Neste sentido, se faz necessário, que a recuperação e a reabilitação das áreas afetadas por esta atividade antrópicas, tornem aptas para o uso econômico, social e ambiental com reabilitação das funções sociais da propriedade, após o encerramento da atividade mineral prevendo o uso futuro da área, como asseverado por FORNASARI FILHO; AMARANTE, (utilizando a ABNT, 1989 apud BITAR; BRAGA, 1995) afirma ser a recuperação uma busca por condições ambientais próximas às condições anteriores à intervenção, uma tentativa de devolver o equilíbrio e estabilidade às condições e processos ambientais aos ciclos existentes antes do processo degradador. Assim, a NBR 13030, aplicada à mineração, trás o entendimento de que área degradada é a “área com diversos graus de alteração dos fatores bióticos e abióticos, causados pelas atividades de mineração”, (ABNT, 1993).

A recuperação, segundo (WILLIAMS et al, 1990), significa que a área tomada pela degradação, de acordo com o PRAD, será aplicado a uma forma de utilização futura da área, em conformidade com os valores ambientais, estéticos e sociais da circunvizinhança, e assim, o local degradado deve apresentar condições mínimas de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico e sustentável desta forma, para reparar os danos ao ecossistema se faz necessário a utilização das varias técnicas de diversas áreas do conhecimento humano. De outra forma, o termo restauração mostra-se impróprio por tratar-se de um conceito no qual impõe a obrigatoriedade, com auxilio de técnicas apropriadas, ao retorno do estado original, intimamente ligados aos aspectos de natureza físicas químicas e biológicas, no que tange principalmente à topografia, pedológicas de flora e fauna e hidrológicos dentre outros, buscando o resgate às características de antes da ação de degradação. Assim a restauração é entendida como sendo a “reprodução das condições exatas do local, retornando as condições originárias antes da intervenção”.

O legislador constitucional de 1988, ao estabeleceu, em seu artigo 225, § 2º, obrigações ao minerador, ao afirmar que:

96 FIGURA 54: Níveis de reabilitação de áreas degradadas pela mineração e usos possíveis

Fonte: SÁNCHEZ (2001)

[...] aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei autorizou que o minerador recuperasse a área degradada ao final do empreendimento, quando impossível fazê-lo no decorrer dele (CRFB/88, artigo 225, § 2º)

Assim, quem opera uma atividade de mineração, é mperativo a adoção de práticas de gestão ambiental a serem aplicadas em todas as fases de estudo até o momento da operação fática do empreendimento minerário, conforme esquemáticamente (Figura 54), onde se apresenta:

 Planejamento da lavra;

 Recuperação imediata das áreas degradadas;  Controle das drenagens das cavas;

 Utilização de circuito fechado de águas no beneficiamento;

 Monitoramento sistemático da qualidade das águas e do ar no entorno das minas;  Projeto de segregação de resíduos;

 Monitoramento das vibrações provocadas pelas detonações;

 Implementação de ações de desenvolvimento social e educação ambiental com as comunidades do entorno; e

 Política de relacionamento com os órgãos gestores de fiscalização e controle ambiental.

97 Para definir os conceitos de recuperação, Bitar faz uso de alguns entendimentos apresentado por diversos autores (BITAR, 1997), dentre os quais se apresenta abaixo alguns conceitos elencados:

a) Segundo DOWN, STOCKS (1977) é qualquer alternativa, exceto recriação da topografia original e restabelecimento das condições prévias do uso do solo; b) Para CAIRNS Jr (1986) é o retorno parcial ou total da superfície às condições

ambientais;

c) ALMEIDA (1989) Estabelecimento do uso do solo compatível com o ambiente circunvizinho e com as diretrizes de planejamento;

d) BARTH (1989) Projeto planejado de uso do solo;

e) DIETRICH (1990) Processo que deve considerar o ambiente natural e cultural da região circunvizinha e obter um uso do solo gerenciável e sustentável;

f) MASCHIO et al. (1992) Processo em que se busca reversibilidade total ou parcial do ecossistema;

g) SÁNCHEZ (1995) Aplicação de técnicas de manejo, tornando uma área apta a um uso do solo produtivo e sustentável, em equilíbrio dinâmico (físico, químico e biológico) com a circunvizinhança.

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