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Metodologias de reabilitação de áreas pós-mineração

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.4. Construção do canteiro flutuante para o emprego da semihidroponia

4.4.9. Metodologias de reabilitação de áreas pós-mineração

A elaboração do plano de recuperação das áreas degradadas, é um dos elementos que integram o plano de fechamento de mina, trata-se de processo contínuo e dinâmico. Assim, O Decreto Federal de 1989, nº 97.632/89, Art. 3º. Segundo o qual "A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente". Neste sentido, o plano de recuperação de áreas degradada, tem por objetivo estabelecer um conjunto de ações ordenadas no tempo e no espaço, minimizando a degradação provocada pela mineração (LEÃO, 1991), trata-se deste modo, de instrumento técnico e gerencial e legal que estabelece o conjunto de métodos e técnicas aplicáveis à contenção da degradação em cada área específica, bem como a preparação para um novo uso, após o término da atividade extrativa (BITAR e VASCONCELOS, 2003).

A recuperação de áreas degradadas deve ser entendida como o conjunto de ações que visam tornar o sitio explorado apto a um uso produtivo, não necessariamente idêntico ao que antecedeu a atividade de mineração (SÁNCHEZ, 2001). Segundo pesquisa junto ao órgão ambiental do estado do Rio de Janeiro, no caso da extração da areia resumem-se em áreas de lazer, geralmente do tipo pesque-pague, ou seja, é apontado um novo uso de

98 aproveitamento econômico imposto ao para o proprietário do terreno sem que seja criteriosamente avaliado tecnicamente.

Para elaboração de um plano de uso futuro área pós-minerada, que deve ocorrer antes mesmo de a jazida entrar em operação, uma vez que esse plano é entregue e aprovado em conjunto com o seu PCA/PRAD entregue junto ao DNPM, sendo documentação especial para a liberação de qualquer licença ambiental junto ao órgão do estado e, município, este ultimo, devido ao fato da ter a matéria o interesse local. O Plano de Controle Ambiental contem o PRAD que deve considerar os aspectos locais e regionais alem das potencialidades e limitações naturais de cada região, e assim englobando ainda, os interesses da sociedade e dos seus agentes de governo.

Uma das obrigações fundamentais impostas aos titulares de concessões de lavra no Estado do Rio de Janeiro, no que tange o encerramento das atividades de mineração, é que eles promovam a reabilitação ambiental das áreas impactadas por estas atividades da mineração, de acordo com um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), previamente elaborado e aprovado pelo Inea/DNPM. Cabe notar que essa atividade deve incorporar em seu objeto apontamentos no sentido do desenvolvimento sustentável com propostas de alternativas tecnicamente factíveis para os usos futuros das cavas abandonadas, tais como, agricultura, piscicultura, recreação, conservação ambiental, dentre outras formas (BITAR, 2002).

No projeto de reabilitação de áreas pesquisadas, mineradas e impactadas deve constar no mínimo os seguintes itens:

a) identificação e análise dos impactos ambientais diretos ou indiretos sobre os meios físico, biótico e antrópico;

b) aspectos sobre as conformações paisagística e topográfica, observando-se: ˗ estabilidade;

˗ controle de erosão; ˗ drenagem;

˗ adequação paisagística e topográfica e ˗ revegetação;

c) programa de acompanhamento e monitoramento;

d) planta atualizada na qual conste a situação topográfica atual das áreas a serem reabilitadas;

e) aptidão e uso futuro da área;

f) apresentar mapas, fotografias, planilhas e referências bibliográficas ; g) cronograma físico e financeiro do plano de reabilitação.

A extração de areia em cava molhada acarreta consequentemente, o surgimento invariável da degradação ambiental em todo o seu ciclo produtivo, chegando ao auge no

99 final da exploração, com a conformação topográfica final das lagoas, neste sentido assevera Kopezinski (2000) o “bem mineral extraído não retorna mais ao local, fica em circulação, servindo ao homem e às suas necessidades”.

Neste diapasão a regra geral é a recuperação concomitantemente à exploração mineral, levando em consideração em determinados casos a impossibilidade fática da recuperação simultânea, que deve ser observarda quando do processo de licenciamento ambiental, antes mesmo do inicio da extração, vez que este procedimento é previsto em seu PCA, que necessáriamente é apresentado por conta dos atos necessários ao licenciamento administrativo, que deve ocorrer junto aos órgãos do estado e o DNPM no documento de PRAD- Plano de recuperação de áreas degradadas apresentado junto ao órgão ambiental qual seja o INEA. Cabe apontar para o fato de que no Rio de Janeiro o Municipio não tem competência administrativa para o licenciamento ambiental de atividades de extrção.

Contudo o maior problema na aplicação de um plano de recuperação de uma área degradada pela exploração de pequenas lavras de baixo valor agregado, como é o caso da areia, é a separação que há entre a propriedade do terreno e o proprietário do minério que possui o direito de minerar, onde normalmente o proprietário do terreno é a parte mais frágil economicamente da relação razão pela qual existe a necessidade do acompanhamento da atividade mineral pelos órgãos estatais a fim de proteger o proprietário do terreno quanto do abandono do empreendedor, visto que a atividade de explorar tem amparo e proteção por se entender ser de interesse social.

Para o caso de Seropédica, tem-se que o abandono de áreas mineradas, pode gerar riscos, considerando ser uma área frágil e que a atividade dos areeiros expõe o aquífero de Piranema, neste sentido, os apontamentos feitos por Zenteno (1999), no qual apresenta repercussões, nestes termos o mesmo salienta os riscos hidrológicos com o carreamento de resíduos para os corpos hídricos superficiais ou subterrâneos, a geração de condições de insegurança, devido ao abandono das lagoas, onde deve ser avaliada a possibilidade de ocorrência de contaminação das águas subsuperficiais (lençol freático) o; e a inviabilidade de uso alternativo do solo devido e as alterações na topografia que dificulta o aproveitamento do terreno para o desenvolvimento de outras atividades é perfeitamente aplicável ao caso dos areais de Seropédica e Itaguaí.

SÁNCHEZ (2001) afirma que, em seus aspectos corretivos, a política brasileira escolheu uma via burocrática administrativa altamente ineficaz e que afasta a

100 possibilidade de participação do público. Diante do exposto, verifica-se que a obrigação de recuperar a área é legalmente imposta aos titulares de concessões de lavra, cabendo- lhes o dever de reabilitação das áreas impactadas pelas atividades da mineração, de acordo com um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), previamente elaborado e aprovado pelo órgão ambiental competente e pelo DNPM. Essa obrigação ocorre em função do Decreto nº 97.632, de 10 de abril de 1989 que institui a obrigatoriedade de apresentação e execução do, PRAD (NBR 13030 - Elaboração e apresentação de projeto de reabilitação de áreas degradadas pela mineração).

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