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Etapa 4 – Formulação das Estratégias

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6 MODELO PARA GESTÃO ESTRATÉGICA DE INCUBADORA TECNOLÓGICA

6.4 Etapa 4 – Formulação das Estratégias

As estratégias metodológicas do processo de incubação de empreendimentos econômicos solidários permitem atender uma determinada comunidade que possua um empreendimento ou pretende desenvolver um de forma coletiva, propulsionando o crescimento dos indivíduos em grupos com o objetivo de formar empreendimentos que favoreçam os princípios fundamentais da educação popular e da autogestão, visando o empoderamento, à emancipação e à organização solidária.

O processo de incubação em uma ITCP começa pelo diagnóstico situacional do empreendimento que pretende ser incubado, onde verificar-se a viabilidade econômica do mesmo. A partir do diagnóstico situacional, acontece a pré- incubação. Com o empreendimento aceito para participar do processo de incubação, a ITCP começa com a assessoria e assistência técnica no local do empreendimento. Após passar o tempo de incubação, a cooperativa e/ou o empreendimento está pronto para exercer as atividades de forma independente. A Figura 20 apresenta o processo proposto de incubação em uma ITCP.

Figura 20: Processo de Incubação em uma ITCP.

6.4.1 Diagnóstico Situacional

O diagnóstico situacional é o primeiro contato da ITCP com a comunidade na qual se encontra o possível empreendimento a ser incubado. A equipe responsável em ir à comunidade para realizar o diagnóstico deve passar por um processo preparatório de aplicação e análise das entrevistas. O levantamento dos dados feito no processo de diagnóstico proporciona à ITCP aprofundar o vínculo de algumas diretrizes para o delineamento do trabalho a ser desenvolvido no empreendimento incubado, levando em conta suas especificidades e particularidades, especialmente em seu território, histórico e composição do grupo. Caso o grupo possua viabilidade econômica dar-se-á continuidade com o projeto, caso não atenda aos requisitos de viabilidade o projeto se encera antes mesmo de começar a pré-incubação. O projeto aprovado para incubação é a principal ferramenta do processo de incubação, pois é onde se expõe o empreendimento econômico solidário idealizado.

6.4.2 Pré-Incubação

A Pré-incubação é o momento de firmar o planejamento do empreendimento. A partir do diagnóstico situacional e da confirmação da viabilidade econômica do projeto para a incubação, a ITCP começa a desenvolver junto à comunidade o plano de trabalho, onde começará o processo de incubação do empreendimento. O plano de trabalho deve conter a responsabilidade de ambas as partes, onde a ITCP entra com o desenvolvimento de atividades na parte de assessoria técnica, apoio na busca de financiamentos, orientação na elaboração de projetos e no processo de organização da autogestão do empreendimento, e o empreendimento entra com a mão-de-obra e a estrutura física por meio de associações e/ou cooperativas populares. Nessa fase, algumas ações a serem desenvolvidas pela ITCP são:

• Elaboração do plano de execução do projeto do empreendimento;

• Reflexão junto aos participantes sobre os atuais dilemas do mundo do trabalho;

• Promoção de intercâmbios e experiências entre os empreendimentos e redes de produção, consumo e comercialização;

• Desenvolvimento de atividades e experiências práticas que fomentem o estabelecimento de vínculos de grupo; e

• Fomento de instrumentos de planejamento participativo.

Ao desenvolver essas ações, a ITCP certifica da importância da elaboração do plano de incubação com maior eficiência e eficácia, o qual resulta na constituição e consolidação de projetos de empreendimentos econômicos solidários sustentáveis.

6.4.3 Incubação

A incubação é a fase em que o projeto de empreendimento econômico solidário é executado, recebendo assessoria e assistência técnica para viabilizar o seu negócio. Para isso, o grupo de trabalho de elaboração e execução de projetos precisam aprofundar o conhecimento sobre a economia solidária e o ramo de atuação da ITCP, contudo, é a partir da elaboração do plano de negócios, sendo o mesmo construído aos poucos e de forma coletiva com os incubados, se dará a estrutura administrativa e econômica do empreendimento.

Junto às atividades de assessoria econômica, são realizadas assessorias técnicas para apoiar os empreendimentos econômicos solidários, ensinando-os a melhorar os produtos e/ou serviços por meio de oficinas e aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão. Outro aspecto importante nessa fase, segundo Lopes et al., (2017), é o estímulo à participação dos incubados em redes de produção e comercialização de produtos, como também o envolvimento em fóruns, seminários, conferências, comitês, conselhos de direitos, comissões, entre outros aspectos da economia solidária.

No plano de negócios serão abordados os parâmetros das gestões administrativa; financeira, de marketing, comercial, e ambiental, podendo entrar outros fatores de acordo a necessidade dos empreendimentos. De forma resumida essas gestões compreendem:

• Gestão administrativa: consiste na união de atividades relacionadas ao cotidiano administrativo, como ações de organização de arquivos, documentos, procedimentos rotineiros, e controle do planejamento. O gestor administrativo é o responsável por tomar as decisões administrativas na formação e funcionamento do plano de negócios e da autogestão dos empreendimentos econômicos solidários.

• Gestão Financeira: integra todas as tarefas ligadas à obtenção, utilização e controle de recursos financeiros de forma a garantir a estabilidade do negócio. O gestor financeiro é o responsável de não faltar recursos financeiros e de que sejam bem empregados na formação do EES.

• Gestão de Marketing: é um conjunto de técnicas usadas pelas empresas para estudar o mercado e conquistá-lo mediante o lançamento planejado de produtos ou serviços. Por isso, os responsáveis pelo Marketing da ITCP devem fazer pesquisas de mercado para viabilizarem a competitividade dos produtos dos empreendimentos.

• Gestão da Produção: é responsável pelos estudos e desenvolvimento de técnicas, tecnologias e melhoramento genético dos produtos e/ou serviços. O responsável pela produção preocupa-se com as estratégias de produção; projeto de produtos e serviços; sistemas de produção; arranjos produtivos; planejamento e controle dos projetos de produção. Pode ainda, planejar a venda de produtos ou serviços; gerenciar e coordenar equipes, definir estratégias de preço e local de venda; buscar compradores em potencial para grandes negociações; desenvolver competências de marketing, logística, economia e tributação que intervenham nas transações comerciais, determinando o preço final ao consumidor (GOMES; MENDES; LOPES, 2015).

• Gestão Comercial: é a parte da administração que está ligada diretamente com as vendas e atendimento ao cliente. Por isso, o representante comercial é responsável para treinar os grupos na parte da comercialização em que leve em conta o objetivo proposto por cada empreendimento, dando-lhes suportes necessários no cumprimento de metas de vendas, atendimento ao cliente, participação do mercado, ações de marketing, entre outros fatores que podem influenciar na venda dos produtos e/ou serviços.

• Gestão Ambiental: é área relacionada com a sustentabilidade e planejamento ambiental. Serve para prevenir os riscos à saúde, economizar recursos naturais, contribuir com a preservação do meio ambiente e contribuir com ações ambientalmente corretas em ações e procedimentos produtivos.

6.4.4 Pós-Incubação

A pós-Incubação (graduação) é a fase em que os empreendimentos podem caminhar por eles mesmos, ou seja, nessa fase eles estão maduros e podem gerir, produzir e comercializar seus produtos de forma coletiva e auto gestionário sem interferência da ITCP.

Destaca-se em todas as fases de incubação da estratégia metodológica a necessidade de possuir um processo permanente de planejamento, monitoramento e avaliação das atividades, visando à sua atualização para melhoria dos processos e resultados. É importante que os empreendimentos possam ter uma rede de relacionamento entre si, onde os diferentes níveis de amadurecimento dos incubados ajudem na necessidade e capacidade de absorção do tempo de incubação.

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