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1.5 Projetos desenvolvidos

1.5.2 Internacional

1.5.2.3 Europeana

A Europeana é a montra digital europeia da cultura. A Europeana resulta da cooperação entre a Comissão Europeia e as bibliotecas nacionais e organizações de caráter cultural dos Estados-Membros e do apoio do Parlamento Europeu. É dirigida pela Fundação para a Biblioteca Digital Europeia e encontra-se sedeada na biblioteca nacional holandesa. O seu início remete para julho de 2007, tendo sido o seu lançamento oficial em 20 de novembro de 2008. Consiste numa Rede Temática financiada pela Comissão Europeia. Na origem, era conhecida por European Digital Library network – EDLnet.

O projeto que esteve na origem da Europeana resultou duma ideia política que pretendia a união da Europa através dum veículo comum respeitando as necessárias diversidades, a cultura. Entendeu-se que a divulgação e partilha da diversidade, da identidade cultural de cada Estado-Membro, contribuiria para o fortalecimento do sentimento europeu. A formação duma rede para o património cultural europeu, com toda a facilidade de acesso a todos os concidadãos foi e é entendida como o processo adequado à sedimentação da pertença a um espaço comum, político e cultural. A cultura é, neste projeto, um catalisador para a compreensão das mudanças sociais e económicas. A utilização da tecnologia digital tem uma função primordial neste capítulo. Assim, os objetivos da Fundação Europeana são:

 Tornar o património cultural e científico da Europa acessível através do portal cross-domain;

 Trabalhar com museus, arquivos, arquivos audiovisuais e bibliotecas para tornar o portal sustentável;

 Importar itens digitalizados para o portal;

 Incentivar e apoiar a digitalização do património cultural e científico da Europa.

21 British Library Sounds. [Em linha]. [Consult. 22 jun. 2016]. Disponível em www:<url:

No fundo, o projeto corporizado na Europeana alvitra a transformação das sociedades através da cultura. Guerreiro descreve a Europeana como:

uma plataforma de pesquisa multilingue que congrega as colecções digitais ou digitalizadas e que se encontrem em domínio público, sendo provenientes de museus, bibliotecas ou arquivos e consideradas representativas do património cultural e científico europeu. Actualmente, estão representados vinte e quatro países da Comunidade Europeia, pelo que abrange a quase totalidade dos vinte e sete dos membros estão representados estados membros (Guerreiro, 2010, p. 1).

A Europeana permite o acesso a milhões de documentos com temáticas diversas (imagens, textos, vídeos, p. ex.) de 27 países europeus, disponibilizando o acesso a objetos digitais representativos do património histórico e cultural da Europa, com materiais muito diversificados, entre eles, livros e manuscritos antigos.

Fazem parte dos seus quadros, especialistas de tecnologias de informação europeus, que concorrem para os módulos de trabalho em que se solucionam as questões inerentes aos problemas técnicos e de utilização. A supervisão da Europeana é levada a efeito por uma Fundação que se constitui pelas principais entidades da Europa no campo do património cultural, nos domínios das bibliotecas, museus, audiovisual e arquivos. Os relatórios de resultados da Europeana facultam a informação referente ao percurso de desenvolvimento, arquitetura e especificações técnicas do serviço.

A tarefa última do projeto Europeana «consiste em recomendar um modelo de negócio que assegure a sua sustentabilidade futura, assim como serão reportados os desenvolvimentos de investigação e implementação necessários para tornar o património europeu cabalmente interoperável e acessível através de um verdadeiro serviço multilingue»(BNP)22.

Guerreiro sintetiza os princípios da Europeana da seguinte forma:

Em síntese, a Europeana é orientada por princípios tripartidos em registos distintos, mas complementares: partindo do incremento dos conteúdos, procura disponibilizá- los de forma a superar as expectativas dos utilizadores, pelo que deve assegurar o desenvolvimento tecnológico (Guerreiro, 2010, p. 5)

Para que a Europeana possa continuar a sua missão com sucesso, cabe a cada Estado-Membro, dar a sua contribuição, incentivando as suas instituições culturais a

22 BNP- Lançamento da Biblioteca Digital Europeia – EUROPEANA. [Em linha]. [Consult. 13 maio 2016].

Disponível em www:<url:

http://www.bnportugal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=323:lancamentoeuropeana& catid=1:2008&Itemid=356>

alimentarem a plataforma. Em Portugal são várias já as instituições que, através do agregador RNOD, coordenado pela Biblioteca Nacional, contribuem para o acervo comum da Europeana, levando a cultura portuguesa ao conhecimento dos diversos povos.

2 Metodologia

O propósito deste capítulo assenta na descrição da metodologia que possibilitou conduzir à obtenção das respostas às questões suscitadas no projeto. Assim, para a elaboração do projeto usamos uma metodologia qualitativa, com recurso às técnicas de revisão da literatura e observação participante e entrevistas de conveniência e oportunidade.

O processo de pesquisa bibliográfica constitui o primeiro passo, em qualquer circunstância de investigação científica. Através do levantamento bibliográfico obtêm-se os primeiros elementos indispensáveis para elaborar um histórico da questão. Esta pesquisa é fundamental na construção de ideias, permitindo aquilatar do estado atual dos conhecimentos sobre o tema. Para além da pesquisa bibliográfica (contributos de autores acerca do tema), recorremos também à pesquisa documental, nomeadamente a documentação existente na instituição de acolhimento deste trabalho.

Seguindo uma abordagem qualitativa/interpretativa, no desenvolvimento do trabalho adotámos a técnica de observação participante pois ao nos inserirmos no meio a investigar, no papel de colaboradora da instituição, acedemos também a perspetivas de outros atores (investigadores, diplomatas, profissionais de informação) também intervenientes no meio, partilhando a mesma realidade. Como refere Fonseca: «na observação participante, o próprio investigador integra o meio a investigar, assumindo o papel de ator, acedendo às perspetivas dos outros atores intervenientes no meio, partilhando as mesmas realidades. Neste contexto, a participação tem por objetivo a recolha de informação (opiniões ou perspetivas) inacessível a estranhos» (2014, p. 17).