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O teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro) é um dos recursos utilizados para confirmação de que o condutor encontra-se dirigindo sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância entorpecente. Caso o exame acuse concentração de álcool igual ou superior a 0,3 mg por litro de ar expelido dos pulmões, configura-se em infração e deverá ser lavrado a AIT e registrado na autuação o índice alcoolemia medido.

No caso de recusa do condutor a ser submetido ao teste de alcoolemia, a infração poderá ser caracterizada mediante a obtenção de outras provas acerca dos notórios sinais de embriaguez. Tais sinais deverão ser descritos na ocorrência ou em termo específico. O policial deverá registrar a recusa do condutor em se submeter aos exames previstos no ordenamento jurídico e descrever os sintomas que demonstram efeitos de álcool ou substância entorpecente, tais como:

 envolveu-se em acidente de trânsito;

 declara ter ingerido bebida alcoólica (ou outra substância entorpecente);

 quanto à aparência, se o condutor apresenta sonolência; olhos vermelhos; vômito; soluços; desordem nas vestes; odor de álcool no hálito;

 quanto à atitude, se o condutor apresenta agressividade; arrogância; exaltação; ironia; falante; dispersão;

 quanto à orientação, se o condutor apresenta desorganização espacial e temporal (ex: não sabe onde está, horário ou data);

 quanto à capacidade motora e verbal, se o condutor apresenta dificuldade no equilíbrio; fala alterada.

3.9 Evasão

Durante a operação, situações de evasão podem ocorrer, geralmente, de três maneiras diferentes:

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a) Quem evitou a Blitz

Ao visualizar a operação, o condutor pode evitar o bloqueio, evadir em marcha a ré, atravessar o canteiro central ou, simplesmente, fazer conversão na via anterior ao dispositivo policial e tomar sentido contrário ao da Blitz. Nesse caso, transmita as características que foram observadas do veículo, via rede-rádio, para possível abordagem por outras viaturas. Evite mensagens com conteúdo alarmista na rede. Procure mobilizar somente os policiais necessários para realizar a abordagem posterior. Alerte-os para procedimentos de segurança, mas considere que pode ser apenas um condutor inabilitado.

b) Quem não respeitou à ordem de parada

Esteja bem atento com esta situação. Se o condutor não respeitou a ordem de parada e empreendeu fuga, a possibilidade de estar em conflito com a lei é grande. Por isso, a equipe deve transmitir rapidamente as características do veículo (local, direção de fuga, marca, modelo, cor, placa e características dos ocupantes) para o CICOp ou correspondente, no intuito de que sejam realizada as ações de cerco, bloqueio e interceptação, nas principais rotas de fuga e vias de acesso do local. Nesses casos, as seguintes providências e precauções devem ser tomadas:

 Peça prioridade de comunicação e transmita as informações, via rede-rádio, com tranqüilidade. Evite alarmismo que possa confundir e colocar em risco as outras guarnições;

 não efetuar disparos intimidativos de qualquer natureza. Somente disparar sua arma no caso em que o veículo em fuga represente um risco imediato à vida ou integridade dos policiais ou de terceiros, por meio de atropelamentos ou acidentes intencionais (o motorista utiliza o veículo como “arma”). (ver Caderno Doutrinário nº. 1). A tentativa de interceptar o veículo por meio de disparos na direção dos pneus e motor é uma prática perigosa e ineficiente, pois as chances de êxito são mínimas, consideradas as condições em que ocorrem, e a possibilidade de atingir uma pessoa inocente é muito grande (vítima no porta-malas ou transeuntes);

 atente para o fato de que a evasão pode estar atrelada a diversos fatores, inclusive condutor inabilitado ou embriagado;

 acompanhe o veículo, se possível, e atualize as informações sobre a rota de fuga para as demais patrulhas, para abordagem posterior;

 evite perseguições que coloquem em risco a sua equipe, os usuários da via ou o próprio condutor em fuga, quando as possíveis consequências negativas da sua atuação policial forem superiores aos objetivos a serem atingidos;

 se os disparos de arma de fogo direcionados contra a viatura partirem de dentro do veículo em fuga, aumente a distância de acompanhamento e informe sobre a evolução da gravidade da situação, via rede-rádio, para o resguardo das demais patrulhas;

 se possível, adote posteriormente os procedimentos de Auto de Infração de Trânsito (AIT).

c) Quem parou e resolveu fugir em seguida

Além de observar as orientações constantes do tópico anterior, neste caso, o risco de atropelamento de militares da Blitz é maior por ser uma atitude normalmente inesperada por parte do condutor. Mantenha-se atento, mesmo que o veículo abordado esteja parado e desligado.

Caso seja possível identificar antecipadamente esta predisposição do abordado de fugir ou dizer que simplesmente não permanecerá no local (autoridades, pessoas alcoolizadas, entre outros), todos os policiais deverão atentar para este evento, interromper as abordagens realizadas e adotar posturas preventivas, tais como:

 apoderar-se das chaves de ignição de maneira discreta e rápida;

 reposicionar as viaturas policiais no dispositivo, parando próximo dos pára-choques do veículo abordado;

 bloquear fisicamente a saída com veículos, cavaletes, tambores, dentre outros;

 adotar as demais providências policiais que o caso exigir (Auto de Resistência, AIT, prisão, entre outros).

Diante de uma evasão ou agressão armada, os policiais deverão estar prontos para rapidamente buscarem um abrigo, a fim de não serem atropelados ou alvos dos disparos. A conduta apropriada é abrigar-se e, posteriormente, avaliar o risco potencial (ver Caderno Doutrinário nº. 1) de danos a terceiros no caso de fogo cruzado entre agressor e policiais. As vidas dos policiais e dos cidadãos sempre serão prioridade.

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