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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA Caderno Doutrinário 3 BLITZ POLICIAL

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(1)

PRÁTICA POLICIAL BÁSICA – Caderno Doutrinário 3

BLITZ POLICIAL

(2)

1

Missão

Assegurar a dignidade da pessoa humana, as liberdades e os direitos

fundamentais, contribuindo para a paz social e para tornar Minas o melhor

Estado para se viver.

Visão

Sermos excelentes na promoção das liberdades e dos direitos

fundamentais, motivo de orgulho do povo mineiro.

Valores

a) Respeito aos direitos fundamentais e Valorização das pessoas.

b) Ética e Transparência.

c) Excelência e Representatividade Institucional.

d) Disciplina e Inovação.

e) Liderança e Participação.

f) Coragem e Justiça.

(3)

2

PRÁTICA POLICIAL BÁSICA – Caderno Doutrinário 3

BLITZ POLICIAL

Belo Horizonte

2010

(4)

Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Reprodução proibida – circulação restrita.

Comandante-Geral da PMMG: Cel PM Renato Vieira de Souza

Chefe do Gabinete Militar do Governador: Cel PM Luis Carlos Dias Martins Chefe do Estado-Maior: Cel PM Márcio Martins Sant´ana

Comandante da Academia de Polícia Militar: Cel PM Fábio Manhães Xavier

Chefe do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação: Ten-Cel PM Antônio L. Bettoni da Silva Tiragem: 2.000

MINAS GERAIS. Polícia Militar de. Blitz policial - Belo Horizonte: M663b Academia de Polícia Militar, 2010.

XXp. (Prática Policial Básica. Caderno Doutrinário 3).XX p.: il. 1. Abordagem policial. 2. Abordagem a veículo. 3.Técnica e tática policial militar. 4. Equipamentos policiais. I.Título II. Série

CDU 351.746 CDD 352.935

Ficha catalográfica: Rita Lúcia de Almeida Costa – CRB – 6ª Reg. n.1730

ADMINISTRAÇÃO:

Centro de Pesquisa e Pós Graduação Rua Diábase 320 – Prado

Belo Horizonte – MG CEP: 30410-440 Tel.: (0xx31)2123-9513 Fax: (0xx31) 2123-9512 E-mail: cpp@pmmg.mg.gov.br

(5)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AIT Auto de Infração de Trânsito

EAL Encarregados da Aplicação da Lei BO Boletim de Ocorrência

BOS Boletim de Ocorrência Simplificado BPM Batalhão de Polícia Militar

CG Comando Geral Cmt Comandante

CEPOLC Central de Operações da Polícia Civil

CICOp Centro Integrado de Comunicações Operacionais CP Código Penal

CPCia Coordenador de Policiamento da Companhia CPP Código de Processo Penal

CPU Coordenador de Policiamento da Unidade

CRLV Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo CTB Código de Trânsito Brasileiro

DEPM Diretriz de Educação de Polícia Militar

DPSSP Diretriz para a Produção de Serviços de Segurança Pública DIAO Diretriz Auxiliar das Operações

HT Hand Talk (Rádio Transceptor Portátil)

IMPO Instrumentos de menor potencial ofensivo (armas, munições e equipamentos) LCP Lei das Contravenções Penais

PAC Patrulha de Atendimento Comunitário

PBUFAF Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei.

PEPRACO Plano Especial de Prevenção e Repressão de Assalto a Coletivos PMAmb Polícia Militar Ambiental

PMMG Polícia Militar de Minas Gerais POP Patrulha de Operações

PPA Patrulha de Prevenção Ativa ROTAM Rondas Táticas Metropolitanas

SEDS Secretaria de Estado de Defesa Social TM Tático-Móvel

Vtr Viatura

ZQC Zona Quente de Criminalidade RPM Região de Polícia Militar

(6)

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ... 7

2 CONCEITO ... 10

2.1 Blitz Policial – Categorias ... 11

2.2 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 1 e 2 ... 13

2.3 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 3 ... 14

3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ... 17

3.1 Pessoal e Logística ... 18

3.2 Distribuição de Funções ... 19

3.3 Montagem do Dispositivo (Boxes) ... 21

3.4 Tipos de Pistas ... 22

3.5 Padrões de procedimentos ... 22

3.5.1 Montagem do dispositivo com dois policiais e uma viatura ... 23

3.5.2 Montagem do dispositivo com três policiais e uma viatura ... 25

3.5.3 Montagem do dispositivo com cinco policiais e duas viaturas ... 27

3.6 Comunicações Operacionais ... 29

3.7 Busca ... 31

3.8 Procedimento para utilização do etilômetro ... 35

3.9 Evasão ... 35

3.10 Emprego de Armas de Fogo ... 38

4 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ... 42

4.1 Sinalização ... 42

4.2 Verbalização policial durante a Blitz ... 45

4.2.1 Linguagem policial face ao comportamento do abordado ... 47

4.2.1.1 Abordado cooperativo ... 48

4.2.1.2 Abordado resistente passivo ou ativo ... 53

4.3 Procedimentos específicos ... 55

4.3.1 Abordagem a autoridades ... 55

4.3.2 Procedimento policial diante de tentativa de corrupção ... 57

4.4 Orientações Gerais ... 59

5 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS ... 62

5.1 Abordagem a motocicletas ... 62

5.2 Blitz noturna... 63

Anexo “A” – Modelo de Relatório do Comandante da Operação ... 66

Anexo “B” – Modelo de Relatório da Supervisão da Operação ... 68

(7)

(8)

1 APRESENTAÇÃO

O policial militar representa o Estado, sendo a ele outorgado poder legal para agir por meio de intervenções voltadas para promoção, prevenção e repressão em segurança pública. A sociedade que legitima esse poder espera, em contra partida, ética, legalidade e competência nas ações desses profissionais.

O escopo doutrinário apresentado no álbum Prática Policial Básica objetiva fornecer respaldo à prática profissional e, por isso, é ponto norteador das ações e operações desencadeadas pelos policiais. Este Caderno Doutrinário nº 3 – Blitz

Policial é o resultado de uma construção teórica elaborada a partir de laboriosa

pesquisa e estudos do cotidiano operacional.

Embora as operações do tipo Blitz sejam frequentemente realizadas nas unidades operacionais da Instituição, a falta de uniformidade na sua condução tem dificultado o alcance de seus objetivos e, por isso, geram desgastes para o policial e para a imagem da Instituição. Devido ausência de planejamento ou do correto emprego da técnica e da tática policiais, muitos militares podem colocar em risco a sua vida e a de outras pessoas.

Durante o período de elaboração deste Caderno, foram colhidas, analisadas e utilizadas sugestões e contribuições1 enviadas por policiais de todas as Regiões da Polícia Militar (RPM) do Estado de Minas Gerais. As valiosas manifestações, além de reconhecerem a importância do assunto em pauta e demonstrarem o anseio dos policiais por uma doutrina padronizadora de ações, permitiram estruturar e elaborar um trabalho que contempla as necessidades e as realidades dos grandes centros e dos destacamentos das pequenas cidades, cujas disponibilidades de policiais e de recursos diferem substancialmente.

O Caderno Doutrinário nº 3 - Blitz Policial traz orientações para o planejamento, distribuição de policiais, viaturas e equipamentos nas vias públicas em operações desta natureza. Sua leitura deve ser, obrigatoriamente, precedida dos Cadernos Doutrinários nº 1 e 2 e seu conteúdo seguido na íntegra a fim de evitar prejuízos de interpretação e de aplicabilidade de seus preceitos.

A seção 2 introduz o tema por meio da conceituação de Blitz Policial e distingue seus diferentes níveis, em função dos objetivos, e categorias, com base

1

(9)

na estrutura logística e aparato policial necessários para cada situação, bem como os respectivos procedimentos operacionais.

Na seção 3, são apresentadas as variáveis que devem ser consideradas na fase de planejamento de uma Blitz policial além de orientações e procedimentos importantes que devem ser observados em sua execução, a saber: descrição das

funções e responsabilidades de cada integrante envolvido na operação;

orientações para a montagem do dispositivo em função de suas diferentes categorias; embasamento legal para realizar a busca veicular; recomendações para atuar em caso de evasão da Blitz pelo condutor e a forma correta de empregar a

arma de fogo.

A seção 4 aborda o tema verbalização policial aplicada às operações dessa natureza, enfatizando a importância do processo da comunicação para o alcance dos objetivos pretendidos. Considerações teóricas são complementadas por sugestões de diálogos diante dos diversos tipos de comportamento do abordado e em situações específicas de abordagem a autoridades.

Os conteúdos tratados nas seções anteriores são retomados na seção 5 considerando algumas situações peculiares que podem ocorrer no decorrer de operações policiais do tipo Blitz, tais como abordagem a motocicleta (tipo de intervenção que vem ganhando cada vez mais destaque no cotidiano operacional) e

Blitz noturna.

E, por fim, há que se ressaltar que vários assuntos tratados aqui serão complementados e aprofundados nos demais Cadernos Doutrinários que compõem esse álbum Prática Policial Básica, principalmente nos Cadernos Doutrinários nº 4 e nº 5 que tratam, respectivamente, de Abordagem a veículos e Cerco e Bloqueio.

(10)

SEÇÃO 2

CONCEITOS

(11)

2 CONCEITO

Operação Policial2 do tipo Blitz é uma interrupção parcial e temporária, do fluxo de pessoas ou veículos em vias urbanas, rurais e rodoviárias, por meio de sinalização física, visual e sonora, para abordar veículos e seus ocupantes, realizando checagens e vistorias em geral.

Pode ser executada por uma equipe composta somente por policiais militares ou por policiais militares em conjunto com os integrantes de diversos órgãos, conforme o tipo de policiamento envolvido, tais como:

policiamento ostensivo geral – ênfase na identificação de pessoas procuradas, busca de armas, drogas, veículos roubados, dentre outros.

trânsito urbano e rodoviário - ênfase na verificação de documentos e condições do condutor e do veículo.

meio ambiente – ênfase na verificação de documentos e condições de transporte de produtos e animais protegidos por legislação específica.

apoio a fiscalizações realizadas por outros órgãos (municipal, estadual e federal) - fazendárias, sanitárias, dentre outros.

De acordo com os objetivos, as operações do tipo Blitz Policial se dividem em três níveis3:

a) nível 1 - educativo: visa informar, orientar e conscientizar as pessoas

sobre temas de interesse público;

b) nível 2 - preventivo: visa realizar verificações após ocupação prévia de

locais onde há incidência significativa ou possibilidade de ocorrerem infrações e delitos;

2

Operação policial: é a conjugação de ações, executada por fração de tropa constituída, que exige planejamento específico. Pode ter caráter estratégico, tático ou operacional, combinadas com outras forças policiais ou militares, para o cumprimento de missões específicas com a participação eventual de outros órgãos de apoio da Corporação e de órgãos integrantes do sistema de Defesa Social. (MINAS GERAIS. Diretriz para produção de serviços em segurança pública nº 1 – Emprego da Policia Militar de Minas Gerais na segurança pública).

3

Os três níveis de blitz correspondem aos três níveis de intervenção policial, descritos na seção 5 do Caderno Doutrinário 1.

(12)

c) nível 3 - repressivo: visa restaurar o quadro de tranquilidade pública, após

a constatação de prática de atos contrários à segurança.

Serão efetivadas por ações devidamente planejadas e coordenadas e, como toda intervenção policial, tem como objetivo genérico servir e proteger a sociedade, preservar a ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio, garantindo a vida, a dignidade e a integridade de todos4.

Atendendo ao princípio da universalidade5, na execução de uma operação do tipo Blitz, em qualquer nível, o policial pode deparar-se com qualquer irregularidade (penal ou administrativa) que, ainda que não seja o escopo primordial da operação nem situação específica da atividade, a equipe deverá tomar providências que o caso demandar.

Os procedimentos específicos para operações tipo Blitz policial de trânsito urbano e rodoviário, bem como meio ambiente, serão tratados nos Cadernos Doutrinários referentes à prática policial especializada, acrescidos do conteúdo deste Caderno Doutrinário no que for pertinente.

2.1 Blitz Policial – Categorias

A Blitz Policial poderá será desencadeada em três categorias que se diferem basicamente quanto à estrutura de pessoal e material necessária para a sua execução (apoio logístico e ao aparato policial), conforme tabela abaixo.

4

Inciso V do artigo 144 da Constituição Federal Brasileira e Identidade Organizacional da PMMG.

5

O policiamento ostensivo se desenvolve para a preservação da ordem pública, tomada no seu sentido mais amplo. A natural, e às vezes imposta, tendência à especialização, não constitui óbice à preparação do PM ser capaz de dar tratamento adequado aos diversos tipos de ocorrências. Aos PM especialmente preparados para determinado tipo de policiamento, caberá a adoção de medidas, ainda que as preliminares, em qualquer ocorrência policial-militar. O cometimento de tarefas policiais-militares específicas não desobriga o PM do atendimento de outras ocorrências, que presencie ou para as quais seja chamado ou determinado. (MINAS GERAIS. Diretriz para produção de serviços em segurança pública nº 1 – Emprego da Policia Militar de Minas Gerais na segurança pública).

(13)

Tabela 1 – Previsão de efetivo, viaturas e armamento/equipamento na Blitz Policial CATEGORIA EFETIVO POLICIAIS VIATURAS 4 RODAS Armamento/ Equipamento 1 2 ou 3 1 Convencional e para balizamento da pista

2 4 ou mais 2 ou mais Convencional e para

balizamento da pista

3 Mínimo 3 1 * Reforçado e para bloqueio

da pista

*Serão acrescido de motocicletas, veículos blindados, apoio aéreo e outros reforços, conforme necessidade e complexidade da ocorrência.

A classificação em categorias das diversas estruturas não guarda vínculo direto com os objetivos específicos de uma determinada operação do tipo Blitz. A mesma estrutura pode ser utilizada para diferentes objetivos.

Exemplo 1: Pode ser realizada uma operação que exige uma estrutura

correspondente a categoria 2, envolvendo todo o efetivo de um pelotão, com uma ou duas viaturas em apoio, realizando uma operação do tipo Blitz de caráter educativo (nível 1), por ocasião da semana do meio ambiente.

Exemplo 2: Por outro lado, pode ser realizada uma operação do tipo Blitz,

com estrutura correspondente a categoria 1, quando dois ou três policiais de um destacamento no interior do Estado fazem a interrupção de uma rodovia, utilizando uma viatura PM, com o objetivo de capturar fugitivos de uma cadeia pública de um município vizinho (nível 3).

Da mesma maneira, os objetivos inicialmente planejados (educativo, preventivo ou repressivo), poderão variar, ainda que temporariamente, em função dos riscos que se apresentarem no desenvolvimento da operação, podendo implicar até em mudança de categoria mediante reforço logístico e de efetivo policial.

Exemplo 3: Alteração de nível de risco – Durante uma Blitz preventiva, com

estrutura correspondente a categoria 1 ou 2, os policiais constatam entre os ocupantes do veículo, que um deles porta ilegalmente arma de fogo e tem prontuário

(14)

por prática criminosa. Isto determinará a mudança imediata do estado de prontidão (laranja para vermelho) e correspondente nível de força aplicado.

Exemplo 4: Alteração de categoria em função do nível de risco - Instalada

uma operação com estrutura correspondente a categoria 2, voltada para a fiscalização de trânsito rodoviário, de caráter preventivo. É noticiado via rede de rádio um assalto a banco com tomada de reféns, sendo o local da Blitz uma possível rota de fuga. A operação poderá migrar para a categoria 3 e assumir caráter repressivo, caso receba reforço de pessoal e logística (tropa especializada, equipamentos de bloqueio de via, dentre outros).

2.2 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 1 e 2

Nessas operações do tipo Blitz a equipe responsável deve adotar as seguintes orientações:

a) durante a operação, manter-se no estado de atenção (amarelo). Esteja

precavido e considere que a sua segurança deve ser priorizada tanto em relação ao fluxo do trânsito, quanto a uma possível reação por parte do abordado ou de outras pessoas no veículo. Use sempre os equipamentos de segurança;

b) no momento da abordagem, esteja no estado de alerta (laranja) e

considere as etapas da avaliação de riscos e o quarteto do pensamento

tático. Identifique quais as ações de respostas para o caso de uma ameaça e

qual nível de força será necessário. Identifique, preliminarmente, os possíveis locais de abrigo que sejam facilmente acessíveis e próximos ao local da intervenção. (Ver Caderno Doutrinário 1);

c) procure atuar sempre privilegiando a segurança da equipe, evitando

abordar veículos com quantidade de ocupantes adultos em número superior ao de policiais na operação (inclusive motocicletas);

(15)

d) caso ocorra parada de um veículo com número de ocupantes adultos

superior ao de policiais e, ainda, estejam presentes outros fatores da análise

de risco que indiquem falta de segurança para a guarnição PM seguir na

intervenção, é recomendável liberar imediatamente o veículo sem abordá-lo e recorrer a outros procedimentos técnicos e táticos, como apoio de outras guarnições ou cerco e bloqueio para que a ação de resposta seja efetiva. Tal procedimento traduz-se em profissionalismo com ênfase na segurança da equipe e não em fragilidade da equipe.

e) se, em função da segurança da equipe, optar pela liberação do veículo,

alerte ao Centro Integrado de Comunicação Operacional (CICOp) ou correspondente, sobre o ocorrido, transmitindo os dados (local, características do veículo/ocupantes e rota de deslocamento), para uma possível abordagem posterior por uma guarnição PM reforçada;

f) no caso específico de operação Categoria 1 não aborde 2 (dois) veículos ao

mesmo tempo.

g) caso ocorra alguma eventualidade relevante, atualize rapidamente sua avaliação de risco e decida por continuar a abordagem, ou não, e pedir

reforços;

h) nos casos de fuga, a operação será mantida no local e um integrante da

equipe deverá repassar as informações ao (CICOp) ou correspondente, via rede-rádio, sobre o ocorrido transmitindo os dados (local, características do veículo/ocupantes e rota de deslocamento), para fins de rastreamento e abordagem, com maior segurança, por policiais de outras viaturas. (Ver Evasão – Seção 3)

2.3 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 3

Em operações do tipo Blitz nesta categoria, existe uma probabilidade maior de resistência por parte dos abordados. Dessa forma, os policiais devem considerar

(16)

a hipótese do uso de força em níveis mais elevados, permanecendo no estado de

prontidão adequado (estado de alerta – laranja, ou alarme - vermelho), conforme avaliação de riscos, para garantir uma resposta de polícia adequada e, ao mesmo

tempo, a segurança da equipe e a de terceiros. (Ver Caderno Doutrinário nº. 1) A Blitz Categoria 3 exige um efetivo igual ou superior a 3 (três) policiais; armamento e apoio logístico especial para possibilitar o bloqueio das vias de acesso com utilização de dispositivos para furar pneus (se for o caso); cones pesados, dentre outros obstáculos. O detalhamento do procedimento operacional recomendado para essas operações encontra-se no Caderno Doutrinário nº 5 – Cerco, Bloqueio e Interceptação.

Neste Caderno Doutrinário serão tratadas as BLITZ POLICIAIS

CATEGORIAS 1 e 2. O dispositivo operacional da BLITZ POLICIAL – CATEGORIA 3 consta no Caderno Doutrinário nº 5

(17)

SEÇÃO 3

PLANEJAMENTO

E EXECUÇÃO

(18)

3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

A Blitz Policial deve ser precedida de planejamento elaborado pela Seção de Operações da RPM, CPE, UEOp, Seção de Operações da Unidade (SOU) ou Comandante da Fração (nos diversos níveis), por meio de ordens de serviço ou outros instrumentos, nos quais estejam presentes todos os aspectos que, direta ou indiretamente, venham contribuir ou prejudicar o sucesso da operação.

O local e o horário de instalação da Blitz policial são aspectos importantes a serem observados no planejamento da operação. O local não pode ser escolhido aleatoriamente. Deve ser definido a partir de dados obtidos na análise criminal e em conformidade com as metas estabelecidas, tomando-se por base:

 a segurança da via;

 as condições de tráfego (aclives, declives, curvas, pontes, túneis e viadutos);

 a visibilidade e iluminação do local;

 os índices de criminalidade no local;

 o tipo de veículo a ser parado e abordado conforme o objetivo da operação, principalmente em relação ao horário. Ex: táxi, ônibus, motocicleta, etc.

 o objetivo principal a ser atingido de acordo com a característica da operação;

 a possibilidades de evasão (rotas de fuga);

 a necessidade de apoio de outros órgãos públicos ou privados;

 a interferência no fluxo de trânsito;

 a proximidade de locais de risco (ZQC)6.

Se o local e horário escolhidos para a execução da operação influenciarem no desenvolvimento normal do tráfego, tornando-o intenso, devido ao estrangulamento do fluxo de veículos, deverá ser avaliada a possibilidade de realizar a operação em local e horário diversos, sem contudo perder o foco e o objetivo principal da operação.

6

Zona Quente de Criminalidade: local onde, estatisticamente, ocorre concentração de crimes violentos.

(19)

Caso o comandante da operação decida pela alteração do local e do horário, solicitará autorização ao coordenador do policiamento, dará ciência à Sala de Operações da Unidade e fará constar no relatório quais os fatores que contribuíram para a tomada de tal decisão, remetendo-o à Seção de Operações para planejamentos posteriores. Deverão ser consideradas as etapas da avaliação de

riscos e priorizar o quesito “segurança” dos policiais e do público. (Ver Caderno

Doutrinário 1)

Em caso de condições climáticas adversas, a operação será adiada ou cancelada, pois nessa situação, o quesito segurança poderá ser comprometido, pela dificuldade de visibilidade, pela frenagem e pela possibilidade da ocorrência de acidentes de trânsito. Nesses casos, é recomendável que o efetivo da operação permaneça em patrulhamento nas imediações do local e cumpra parcialmente os objetivos estabelecidos.

O PM Comandante evitará a longa permanência em um mesmo local. O tempo previsto para a execução da Blitz policial poderá ser de 30 (trinta) a 60 (sessenta) minutos, período considerado suficiente para alcançar o objetivo sem comprometer a qualidade das operações policiais. Esse tempo poderá ser definido de forma diversa mediante determinação do setor de planejamento do Comando da Região ou da Unidade respectiva. Conforme a avaliação feita pelo PM Comandante da operação no local, esse tempo poderá ser redefinido desde anunciado ao CICOp ou correspondente.

Durante o Treinamento Tático7, serão transmitidas todas as informações e orientações aos policiais envolvidos, de acordo com os objetivos e as características de cada operação.

3.1 Pessoal e Logística

a) Efetivo: de acordo com as tabelas 1 e 2, em função das categorias de cada

operação, definidos na seção 2.

b) Viaturas: de 4 (quatro) ou 2 (duas) rodas, na quantidade definida, conforme

a categoria da operação.

7

Treinamento realizado em chamadas de lançamento de turno conforme Diretrizes da Educação de Polícia Militar (DEPM)

(20)

c) Armamentos e equipamentos:

 armas de porte para todos os policiais;

arma portátil com bandoleira para o PM Segurança, quando disponível;

 rádios portáteis – HT, quando disponível;

 coletes balísticos para os policiais;

 coletes refletivos ou japona dupla-face com faixas refletivas;

 instrumentos de menor potencial ofensivo (armas, munições e equipamentos), quando disponíveis.

d) Acessórios:

 cones de sinalização (mínimo de oito cones);

 cavalete de sinalização, quando disponível;

 apitos de trânsito;

 pranchetas, caneta e papel para anotações;

 planilha para registro da relação de veículos e das pessoas abordadas;

 bloco de Auto de Infração de Trânsito (AIT), quando disponível;

 lanternas (mesmo durante o dia) para vistoria no veículo, se for o caso;

 fita zebrada;

 luz sinalizadora;

 kit de biossegurança.

3.2 Distribuição de Funções

Para um melhor entendimento e detalhamento das ações, são atribuídas funções específicas aos policiais envolvidos na operação.

a) PM Comandante: é o militar de maior posto ou graduação ou o mais

antigo, responsável direto pela coordenação e controle da operação. Faz cumprir o planejamento, orienta a equipe para que sejam atingidos os resultados propostos e corrige as falhas que porventura possam ter ocorrido.

(21)

É o responsável pelas comunicações via rede-rádio e pela definição das funções de cada um dos policiais, dentre elas, quem será o responsável pelo

Box de Registro.

b) PM Selecionador: é o policial responsável por “escolher” os veículos que

serão vistoriados e fiscalizados, de acordo com os objetivos da operação. Estará com a atenção voltada para o trânsito e para o comportamento dos condutores e, sinalizará através de gestos e silvos de apito, previstos no Código de Trânsito Brasileiro, para que transitem em velocidade de segurança, para onde o veículo deverá seguir ou em qual local estacionar no caso de vistoria.

c) PM Vistoriador: é quem procede à abordagem e mantém contato visual e

verbal com o condutor do veículo e seus passageiros. Deve ser firme e educado no momento da abordagem, transmitindo segurança e tranquilidade, atuando em conformidade com os preceitos da verbalização policial e dos princípios e critérios de emprego dos níveis do uso de força. É também o policial encarregado de sinalizar para que os veículos vistoriados retornem à corrente de tráfego. (Ver Caderno Doutrinário 1)

d) PM Segurança: é o policial responsável pela integridade e segurança dos

componentes da equipe. Sua posição não é fixa no dispositivo, varia de acordo com a quantidade de policiais envolvidos e o tipo de via em que a operação é realizada. Mantém escuta ininterrupta da rede-rádio. Poderá utilizar arma portátil, dotada de bandoleira, de acordo com a situação.

Atenção: Um policial poderá acumular duas ou mais funções

descritas no item anterior, conforme a categoria da operação Blitz, os objetivos a se atingir, ou devido ao número de policiais integrantes da equipe.

(22)

3.3 Montagem do Dispositivo (Boxes)

Na montagem do dispositivo, de acordo com o nível da intervenção, serão previstos locais destinados para a atuação dos policiais, assim denominados Box de

Abordagem e Box de Registro.

O Box de Abordagem é o local demarcado na via de trânsito, por meio de sinalização física, pelo posicionamento de viaturas, pela utilização de cones ou cavaletes, para onde os policiais direcionarão os veículos que serão abordados.

Após a verificação do veículo, caso nenhuma irregularidade seja constatada, o condutor será liberado do Box de Abordagem pelo PM Vistoriador e retornará à via de trânsito, observando-se todas as regras de segurança (fluxo de veículos e pedestres).

No caso de o PM Vistoriador detectar alguma irregularidade que exija a adoção de providências imediatas, deverá encaminhar o condutor e o veículo para o

Box de Registro, local definido na via para efetuar, dentre outros, as autuações de

trânsito, o registro de ocorrências, as retenções e as remoções de veículo, apreensões e prisões de infratores, se for o caso. Nesses casos deverá ser aumentada a atenção em relação ao veículo para evitar evasão. Dependendo da avaliação do risco e do tipo de infração constatada, como exemplo uma visível embriaguez, na medida do possível, o veículo permanecerá parado onde estiver os registros serão feitos mesmo fora do Box destinado a esse fim.

Uma ou mais viaturas poderão ser acionadas para apoio ao Box de Registro, nas situações de risco ou no acúmulo de registros de defesa social (REDS).

Nas operações de Blitz Policial – CATEGORIA 1, serão instalados 1 (um)

Box de Abordagem e 1 (um) Box de Registro. Nas operações de Blitz Policial CATEGORIA 2 poderão ser instalados 2 (dois) ou mais Boxes de Abordagem e 1

(um) ou mais Boxes de Registro, analisando as condições de segurança, de acordo com a avaliação de riscos, o número de policiais disponíveis e os objetivos a serem atingidos.

O PM Comandante deverá observar permanentemente a organização do dispositivo da operação, primando sempre pela segurança de todos (policiais, motoristas, passageiros, pedestres e veículos). Em caso de acúmulo de pessoas no

Box de Abordagem, o PM Selecionador deverá interromper a parada de veículos

(23)

situação no Box de Registro, os motoristas e seus veículos que aguardam as providências cabíveis, devem ser encaminhados para um local seguro próximo a Blitz fora do dispositivo, ficando as chaves dos carros sob a guarda do policial responsável pelo prosseguimento da ocorrência.

3.4 Tipos de Pistas

As vias públicas, rurais ou urbanas, possuem pistas que são sujeitas às blitz policiais.

Via é uma superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.

Vias rurais são estradas e rodovias.

Vias urbanas são ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.

A pista compreende parte da via, normalmente utilizada para a circulação de veículo, identificada por elementos separadores por diferença de nível em relação às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.

O local escolhido para realização de Blitz policial deve permitir a montagem da operação sem prejuízo substancial ao fluxo do trânsito, com atenção à segurança dos militares e à de terceiros, conforme avaliação de riscos.

As pistas podem ser classificadas como:

a) Pista simples ou única (com duplo sentido de circulação): possui faixa

de rolamento com dimensões que permitem a passagem de veículo em cada sentido de tráfego.

b) Pista dupla: permitem a passagem simultânea de mais de um veículo, em

cada sentido de tráfego, caracterizada pela presença de canteiro central.

3.5 Padrões de procedimentos

Durante a montagem do dispositivo da Blitz, os policiais deverão dispensar especial atenção quanto à segurança do fluxo de trânsito da via, dos transeuntes e da própria equipe.

(24)

Importante ressaltar que, neste momento, o policial dispõe de condições favoráveis ao contato e à interação com a população do local onde a operação está sendo instalada. Procure informar aos cidadãos residentes, ou que exerçam atividades comerciais nas proximidades, sobre a importância e os benefícios da operação para a promoção da segurança pública e da prevenção da criminalidade.

O policial não deve fornecer dados de caráter reservado que possam ser prejudiciais ao bom andamento do serviço, porém, pode prestar informações básicas, simples e objetivas sobre a duração do empenho e a finalidade da operação. Tais ações servem como forma de estreitar os laços entre a PM e a comunidade local, demonstrando educação e cordialidade, porém sem permitir a aglomeração de pessoas no local de realização da Blitz.

A distribuição dos materiais e do efetivo na via pública obedecerá ao previsto nos croquis estabelecidos a seguir, contemplando também os procedimentos a serem adotados por cada policial na operação, de acordo com sua função.

3.5.1 Montagem do dispositivo com dois policiais e uma viatura

(25)

Figura 2 – Dispositivo com dois Policiais e uma Viatura – Pista Dupla.

Montado o dispositivo, o PM Selecionador postado à retaguarda dos cones 4 e 5, sinalizará para o veículo e o orientará a seguir para o Box de Abordagem. (Ver Figuras 1 e 2)

O PM Comandante, que está sobre o passeio ao lado do cone 7, fará o veículo parar próximo desse cone.

Após a parada, o PM Comandante se deslocará para a retaguarda do veículo, ficará sobre o passeio e passará a atuar, também, como PM Segurança.

O PM Selecionador deslocará o cone 5 diagonal ao cone 4, fechando a entrada do Box de Abordagem. Nesse momento, passará a atuar como PM

Vistoriador, se aproximará do condutor pela esquerda, fará a abordagem e iniciará

a vistoria.

Se houver necessidade de busca, esta será feita pelo PM Vistoriador, primeiramente em todos os ocupantes, e depois no interior do veículo. Nessa

(26)

situação, o desembarque do motorista será realizado, passando por trás do veículo, até chegar ao passeio. (Ver Caderno Doutrinário 2)

Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o tráfego para fazer o veículo retomar ao seu deslocamento com segurança, olhando para a pista e sinalizando ao condutor para que siga em frente.

Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Vistoriador recolocará o cone 5 na posição descrita nas figuras 1 e 2 e retornará à sua posição inicial, para novamente atuar como PM Selecionador.

3.5.2 Montagem do dispositivo com três policiais e uma viatura

(27)

Figura 4 - Dispositivo com três policiais e uma viatura – Pista Dupla

Montado o dispositivo, o PM Selecionador, postado à retaguarda dos cones 4 e 5, sinalizará para o veículo, orientando-o a se dirigir para o Box de Abordagem (Ver Figuras 3 e 4).

O PM Comandante, que está sobre o passeio ao lado do cone 7 no caso de pista simples, e do cone 8, em pista dupla, fará o veículo parar próximo a esse cone.

Após a parada, o PM Comandante se deslocará para a retaguarda do veículo, ficando sobre o passeio e passa a atuar também como PM Segurança.

O PM Selecionador deslocará o cone 5 diagonal ao cone 4, fechando a entrada do Box de Abordagem, e permanecerá próximo ao cone 5, com a atenção voltadas para o trânsito e para a abordagem.

O PM Vistoriador, que se encontrava sobre o passeio no centro do Box de

Abordagem, contornará o veículo por trás, abordando o condutor e procedendo à

(28)

Se houver necessidade de busca, será feita pelo PM Vistoriador, primeiramente em todos os ocupantes e depois no veículo. (Ver Caderno Doutrinário 2)

Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o tráfego, fazendo o veículo retomar seu deslocamento tão logo as condições estejam seguras, olhando para a pista e sinalizando ao condutor para que siga em frente.

Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Selecionador recolocará o cone 5 em sua posição inicial, conforme apresentado nas figuras 3 e 4, e ficará pronto para selecionar outro veículo.

3.5.3 Montagem do dispositivo com cinco policiais e duas viaturas

(29)

Figura 6 – Dispositivo com cinco Policiais e duas Viaturas – Pista Dupla

Montado o dispositivo, o PM Selecionador, postado à retaguarda dos cones 4 e 5, sinalizará para o veículo e o orientará para o Box de Abordagem (Figuras 5 e 6).

O PM Comandante, que está sobre o passeio ao lado do cone 8 fará o veículo parar próximo desse cone.

O PM Comandante se deslocará para a retaguarda do primeiro veículo, ficando sobre o passeio e atuando como PM Segurança do PM Vistoriador do Box

de Abordagem 1.

O PM Vistoriador do Box de Abordagem 1 contornará o veículo por trás, abordando o condutor e procedendo à vistoria.

O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 permanecerá no passeio, aguardando o próximo veículo.

O PM Segurança permanecerá no passeio (ou em outra posição mais adequada) com a atenção voltada para os dois Boxes de Abordagem, bem como para todo o perímetro da operação.

O PM Selecionador sinalizará para um segundo veículo e o orientará para a entrada no Box de Abordagem 2.

(30)

O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 fará o balizamento para a parada do segundo veículo, de modo que este pare há aproximadamente 3 (três) passos do primeiro.

O PM Selecionador deslocará o cone 5 para a diagonal ao cone 4, fechando a entrada dos Boxes de Abordagem; permanecendo próximo ao cone 5 com a atenção voltadas para o trânsito e para a abordagem do veículo.

O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 contornará o segundo veículo por trás, abordando o condutor e procedendo à vistoria.

Se houver necessidade de busca, esta será feita pelo PM Vistoriador; primeiro em todos os ocupantes e depois no veículo (Ver Caderno Doutrinário 2).

Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o condutor que foi abordado, para fazer com que o seu veículo retorne à faixa de rolamento em segurança. Verificará, através de contato visual com o PM Selecionador, as condições do fluxo de tráfego e, no melhor momento, sinalizará para que o condutor siga em frente.

Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Selecionador recolocará o cone 5 em sua posição inicial, conforme apresentado nas figuras 5 e 6, e selecionará outro veículo.

3.6 Comunicações Operacionais

Montado o dispositivo, o PM Comandante comunicará, via rede-rádio, ao Centro Integrado de Comunicação Operacional (CICOp) ou correspondente e ao Coordenador de Policiamento da área de atuação, o local, horário de início, efetivo e objetivo da operação.

O PM Segurança deverá manter escuta ininterrupta das comunicações operacionais, de modo a captar informações importantes para a segurança do pessoal empregado, tais como: notificação sobre veículos roubados ou furtados, veículos que evadiram de outras intervenções policiais ou sobre envolvidos em crimes. Essas informações serão repassadas, de imediato, a todos os militares envolvidos na operação.

As comunicações administrativas que dispensem urgência, como o registro de ocorrências, a relação de pessoas e de materiais apreendidos, a solicitação de reboque, dentre outras, serão realizadas com o CICOp ou correspondente,

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preferencialmente, via telefone, para não sobrecarregar as comunicações na rede-rádio.

Eclodindo alguma situação adversa, como desobediência, resistência, tentativa ou consumação de fuga, o PM Comandante cientificará, imediatamente, via rede-rádio, o CICOp ou correspondente e o Coordenador do policiamento, e fornecerá informações para que as medidas de proteção sejam adotadas, como o envio de unidades de apoio para o local, ou para que sejam implementadas ações de cerco e bloqueio. No caso de detenções, estas deverão ser executadas dentro dos parâmetros legais e com a preservação da integridade física e dignidade do detido8.

O cuidado e a serenidade são essenciais ao realizar as comunicações na rede-rádio. Muitos exemplos de ações mal sucedidas, já divulgadas na PMMG, foram decorrentes de informações incompletas ou inadequadas transmitidas por policiais de serviço. As mensagens alarmistas estimulam correria. Alardes em casos como simples evasões de veículos já provocaram tensão exasperada e uso inadequado de força, em situações não caracterizada como crime, tais como motoristas inabilitados ou sem documentação e outras infrações de trânsito.

Para estas situações de veículos em fuga, o PM Comandante da Blitz comunicará na rede-rádio as informações, seguindo uma sequência lógica a ser transmitida:

Atenção rede, atenção rede!

Comunicação de veículo em fuga

Veículo (marca, cor, modelo) evadiu da rua ..., sentido ...

Veículo com 1 (2,3...) ocupante(s)

(Citar características observadas dos ocupantes).

8

Conforme artigos 5º e 9º da Declaração Universal dos Direitos Humanos; artigos 4º, 5º e 7º da CADH; artigos 9º e 10 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos – PIDCP. Devem ser observadas, ainda, as prescrições relativas à detenção e guarda de pessoas e uso da força que são descritas no Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei – CCEAL;

(32)

Atenção: a disciplina nas comunicações da rede-rádio é

responsabilidade compartilhada de todos os policiais de serviço. Trata-se de requisito indispensável para garantir a qualidade da informação transmitida e a legalidade das ações realizadas.

O encerramento da Blitz será realizado via rede-rádio ou por telefone (190), devendo seu comandante comunicar ao CICOp ou correspondente e ao Coordenador das Operações de Policiamento, a finalização e os resultados alcançados.

Nas operações das Unidades Especializadas, deve-se atentar para a utilização de um Rádio Portátil HT na frequência da área de atuação, além do acompanhamento da rede-rádio da unidade específica.

3.7 Busca

A realização de busca pessoal ou veicular na operação é uma decisão do policial quando vislumbrar uma fundada suspeita, observando-se a discricionariedade e o pleno exercício de sua autoridade legal.

A fundada suspeita constitui em pressuposto e requisito necessário à busca veicular e pessoal realizada durante a Blitz policial. A disposição inserta no artigo 181 do Código de Processo Penal Militar (CPPM) com correspondência semelhante no artigo 244 do Código de Processo Penal (CPP) determina a busca pessoal diante da existência de fundada suspeita que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar9.

Conforme preconiza o artigo 180 do Código de Processo Penal Militar10, “a busca pessoal consistirá na procura material feita nas vestes, pastas, malas e outros objetos que estejam com a pessoa revistada e, quando necessário, no próprio corpo”.

O policial tem uma grande margem de análise subjetiva para identificar estas situações. Não pode, entretanto, desprezar a existência de elementos concretos e

9

Artigo 244 do Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).

10

(33)

plausíveis para justificar uma busca. A decisão é tomada por meio do desenvolvimento de competências, do tirocínio, da experiência, do discernimento adquiridos pelo policial durante a sua carreira.

Procure ser discreto, oriente o cidadão, explique o que está fazendo, seja compreensivo e procure contornar os eventuais conflitos, sem descuidar-se de sua segurança e dos seus companheiros.

Com a finalidade de manter a postura mais técnica quanto ao emprego de armas e evitar a exposição desnecessária durante a operação, apenas o PM

Segurança deverá empunhar o armamento portátil, ou de porte, de forma ostensiva.

Ressalva-se que todo policial deve ter atenção especial ao princípio da segurança e manter-se focado nos pontos de risco.

Após decidir pela realização da busca nos ocupantes no veículo, evite posicioná-los na pista de rolamento. Realize a busca de forma a evitar constrangimentos e esteja atento às determinações do Caderno Doutrinário 2.

A busca veicular consiste na verificação interna e externa do veículo abordado, por meio de revistas nos compartimentos suscetíveis a serem utilizados como esconder objetos ilícitos. A busca estende-se a veículos automotores e a quaisquer outros objetos que estejam com a pessoa, salvo se constituírem domicílio. Veículos não são domicílios, por isso devem ser alvo de revistas toda vez que houver fundada suspeita.

A revista no veículo deverá ocorrer somente após o desembarque e a busca pessoal de todos os ocupantes do veículo. É Iniciada pelo porta-malas, prossegue pela parte interna e finaliza-se na região do motor (se for o caso).

Esteja atento para as seguintes orientações e procedimentos a serem adotados nas buscas veiculares:

a) antes de iniciar a revista no veículo, pergunte aos ocupantes se há

objetos de valor, carteira, talões de cheques, jóias, entre outros. Solicite que sejam recolhidos os objetos de valor, mantendo atenção para que o indivíduo não acesse armas ocultas;

b) convide o condutor ou outro ocupante para acompanhar a busca. Inicie

(34)

mantenha atento e a uma distância aproximada de 2 metros, a fim de visualizar a busca a ser realizada;

c) solicite ao condutor que destranque e abra vagarosamente o

porta-malas, e proceda à busca, observando o assoalho, as laterais, qualquer indício de pintura mal encoberta nos cantos, o compartimento do guarda-estepe, entre outros;

d) para realizar a vistoria externa, inicie pela porta dianteira direita e, após,

a lateral traseira direita, traseira, lateral traseira esquerda, porta dianteira esquerda, capô. Esteja atento para verificar:

 se existem avarias que indiquem a ocorrência de acidente de trânsito recente;

 outras peculiaridades externas como o lacre rompido da placa, contornos irregulares das perfurações da placa, perfurações na lataria por disparos de arma de fogo, entre outros;

e) com procedimento idêntico em todas as portas, ao começar pela

dianteira direita, a vistoria interna será realizada como segue:

 levante o vidro (se estiver abaixado), coloque uma folha de papel atrás da numeração do chassi (gravada no vidro), e confira o número existente com o do documento;

 abra a porta ao máximo e verifique nos cantos a existência, ou não, de pintura encoberta do veículo;

 balance levemente a porta para verificar, pelo barulho, se existe algum objeto solto em seu interior;

 verifique se existe algum objeto escondido no forro das portas. Siga o critério de bater com as mãos para escutar se o som é uniforme;

 verifique o porta-luvas, quebra-sol, tapetes, embaixo do banco, entradas de ar, cinzeiros, lixeiras, e todos os compartimentos que possam esconder objetos ilegais;

(35)

 inicie a vistoria na parte interna traseira do veículo, dividindo-a imdividindo-agindividindo-aridividindo-amente em ldividindo-ado direito e ldividindo-ado esquerdo. Observe os assentos dos bancos, encostos, assoalho, lateral do forro;

 saia para vistoriar o lado esquerdo e verifique o assento do condutor em todo o seu compartimento (assoalho, lateral, teto, atrás do assento);

 localize o número do chassi, confronte-o com a documentação e verifique se existem indícios aparentes de adulteração;

 caso localize qualquer objeto ilícito no interior do veículo, avise os demais policiais.

A busca deve ser procedida com respeito ao patrimônio do abordado e com o devido cuidado, para não danificar objetos ou partes do veículo, sendo que os materiais retirados deverão ser recolocados no mesmo local, sempre que possível.

Caso haja necessidade de uma busca mais minuciosa, outros recursos poderão ser acionados, se disponíveis, tais como emprego de cães farejadores.

(36)

3.8 Procedimento para utilização do etilômetro11

O teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro) é um dos recursos utilizados para confirmação de que o condutor encontra-se dirigindo sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância entorpecente. Caso o exame acuse concentração de álcool igual ou superior a 0,3 mg por litro de ar expelido dos pulmões, configura-se em infração e deverá ser lavrado a AIT e registrado na autuação o índice alcoolemia medido.

No caso de recusa do condutor a ser submetido ao teste de alcoolemia, a infração poderá ser caracterizada mediante a obtenção de outras provas acerca dos notórios sinais de embriaguez. Tais sinais deverão ser descritos na ocorrência ou em termo específico. O policial deverá registrar a recusa do condutor em se submeter aos exames previstos no ordenamento jurídico e descrever os sintomas que demonstram efeitos de álcool ou substância entorpecente, tais como:

 envolveu-se em acidente de trânsito;

 declara ter ingerido bebida alcoólica (ou outra substância entorpecente);

 quanto à aparência, se o condutor apresenta sonolência; olhos vermelhos; vômito; soluços; desordem nas vestes; odor de álcool no hálito;

 quanto à atitude, se o condutor apresenta agressividade; arrogância; exaltação; ironia; falante; dispersão;

 quanto à orientação, se o condutor apresenta desorganização espacial e temporal (ex: não sabe onde está, horário ou data);

 quanto à capacidade motora e verbal, se o condutor apresenta dificuldade no equilíbrio; fala alterada.

3.9 Evasão

Durante a operação, situações de evasão podem ocorrer, geralmente, de três maneiras diferentes:

11

(37)

a) Quem evitou a Blitz

Ao visualizar a operação, o condutor pode evitar o bloqueio, evadir em marcha a ré, atravessar o canteiro central ou, simplesmente, fazer conversão na via anterior ao dispositivo policial e tomar sentido contrário ao da Blitz. Nesse caso, transmita as características que foram observadas do veículo, via rede-rádio, para possível abordagem por outras viaturas. Evite mensagens com conteúdo alarmista na rede. Procure mobilizar somente os policiais necessários para realizar a abordagem posterior. Alerte-os para procedimentos de segurança, mas considere que pode ser apenas um condutor inabilitado.

b) Quem não respeitou à ordem de parada

Esteja bem atento com esta situação. Se o condutor não respeitou a ordem de parada e empreendeu fuga, a possibilidade de estar em conflito com a lei é grande. Por isso, a equipe deve transmitir rapidamente as características do veículo (local, direção de fuga, marca, modelo, cor, placa e características dos ocupantes) para o CICOp ou correspondente, no intuito de que sejam realizada as ações de cerco, bloqueio e interceptação, nas principais rotas de fuga e vias de acesso do local. Nesses casos, as seguintes providências e precauções devem ser tomadas:

 Peça prioridade de comunicação e transmita as informações, via rede-rádio, com tranqüilidade. Evite alarmismo que possa confundir e colocar em risco as outras guarnições;

 não efetuar disparos intimidativos de qualquer natureza. Somente disparar sua arma no caso em que o veículo em fuga represente um risco imediato à vida ou integridade dos policiais ou de terceiros, por meio de atropelamentos ou acidentes intencionais (o motorista utiliza o veículo como “arma”). (ver Caderno Doutrinário nº. 1). A tentativa de interceptar o veículo por meio de disparos na direção dos pneus e motor é uma prática perigosa e ineficiente, pois as chances de êxito são mínimas, consideradas as condições em que ocorrem, e a possibilidade de atingir uma pessoa inocente é muito grande (vítima no porta-malas ou transeuntes);

(38)

 atente para o fato de que a evasão pode estar atrelada a diversos fatores, inclusive condutor inabilitado ou embriagado;

 acompanhe o veículo, se possível, e atualize as informações sobre a rota de fuga para as demais patrulhas, para abordagem posterior;

 evite perseguições que coloquem em risco a sua equipe, os usuários da via ou o próprio condutor em fuga, quando as possíveis consequências negativas da sua atuação policial forem superiores aos objetivos a serem atingidos;

 se os disparos de arma de fogo direcionados contra a viatura partirem de dentro do veículo em fuga, aumente a distância de acompanhamento e informe sobre a evolução da gravidade da situação, via rede-rádio, para o resguardo das demais patrulhas;

 se possível, adote posteriormente os procedimentos de Auto de Infração de Trânsito (AIT).

c) Quem parou e resolveu fugir em seguida

Além de observar as orientações constantes do tópico anterior, neste caso, o risco de atropelamento de militares da Blitz é maior por ser uma atitude normalmente inesperada por parte do condutor. Mantenha-se atento, mesmo que o veículo abordado esteja parado e desligado.

Caso seja possível identificar antecipadamente esta predisposição do abordado de fugir ou dizer que simplesmente não permanecerá no local (autoridades, pessoas alcoolizadas, entre outros), todos os policiais deverão atentar para este evento, interromper as abordagens realizadas e adotar posturas preventivas, tais como:

 apoderar-se das chaves de ignição de maneira discreta e rápida;

 reposicionar as viaturas policiais no dispositivo, parando próximo dos pára-choques do veículo abordado;

 bloquear fisicamente a saída com veículos, cavaletes, tambores, dentre outros;

 adotar as demais providências policiais que o caso exigir (Auto de Resistência, AIT, prisão, entre outros).

(39)

Diante de uma evasão ou agressão armada, os policiais deverão estar prontos para rapidamente buscarem um abrigo, a fim de não serem atropelados ou alvos dos disparos. A conduta apropriada é abrigar-se e, posteriormente, avaliar o risco potencial (ver Caderno Doutrinário nº. 1) de danos a terceiros no caso de fogo cruzado entre agressor e policiais. As vidas dos policiais e dos cidadãos sempre serão prioridade.

3.10 Emprego de Armas de Fogo

Durante as operações, os policiais devem ter cuidados especiais com a utilização de armas de fogo. Por obedecer a preceitos legais e técnicos (ver Caderno Doutrinário nº 1), a utilização de armas de fogo durante a Blitz deverá seguir as seguintes orientações:

a) situação de normalidade (Abordado cooperativo):

A pessoa abordada acata todas as determinações do policial durante a intervenção, sem apresentar resistência (Classificação de Risco

nível I).

Os policiais com armamento de porte deverão manter suas armas nos coldres, em condições de serem sacadas quando necessário. Somente o

PM Segurança manterá o seu armamento em posição de arma localizada ou empunhada, conforme a categoria da Blitz e as características do local.

O responsável pela resposta imediata nos casos em que a situação se agrave deverá ser aquele que estiver em melhor condição de agir prontamente; por isso, é importante que o PM Segurança busque sempre a melhor posição tática.

b) situação de resistência ativa

Apresenta-se nas seguintes modalidades (Classificação de Risco

nível III, ver Caderno Doutrinário 1):

(40)

O abordado opõe-se à ordem agredindo os policiais ou pessoas envolvidas na intervenção, contudo, tais agressões, aparentemente, não representam risco de morte.

Exemplo: o agressor que desfere chutes contra o policial quando este tenta aproximar-se para efetuar a busca pessoal.

Em caso de reação do abordado, sem o uso de forca letal, a resposta imediata será do PM que estiver mais próximo, ou em

melhor posicionamento tático. Apenas o PM Segurança estará com a arma empunhada. Desta forma os demais policiais

permaneceram com as mãos livre para efetuarem a imobilização e algemação do agressor.

 Com agressão letal

O abordado utiliza de agressão que põe em perigo de morte o policial ou pessoas envolvidas na intervenção.

Exemplo: o agressor, empunhando uma faca, desloca-se em direção ao policial e tenta atacá-lo.

Em caso de reação do abordado, com o uso de forca letal, a resposta imediata será do PM Segurança, que estará com a arma

empunhada. A primeira reação dos policiais deve ser voltada para a

preservação de suas vidas e dos cidadãos, por isso, deverão procurar abrigo e somente disparar quando presentes as condições elencadas na seção 6 sobre uso de armas de fogo do Caderno Doutrinário 1.

Essas orientações são fundamentais para:

 evitar a demonstração desnecessária de força e a consequente vulgarização do impacto desejado quando todos os policiais retiram as armas do coldre e as empunham, ou quando as apontam para o abordado;

 propiciar ao policial opções de uso diferenciado desse nível de força aplicado a cada situação (arma na posição 1, 2, 3 ou 4). (Ver Caderno Doutrinário nº. 1);

(41)

 proporcionar a presença de policiais com as mãos livres para ações (revistar, algemar, imobilizar, entre outros) necessárias aos trabalhos da equipe;

 evitar o risco de disparo acidental quando existem várias armas apontadas em um determinado local de abordagem;

 evitar a possibilidade de fogo cruzado entre os componentes da equipe quando da eventual ação dos policiais, disparando suas armas para se defenderem.

Especial atenção deve ser dada quanto à direção dos disparos realizados contra o agressor, com o intuito de defender-se, bem como quanto às características técnicas do armamento e da munição (calibre, potência e alcance) que é utilizado pelo PM.

O PM Segurança da Blitz, caso seja necessário, poderá estar equipado com uma arma portátil, dotada de bandoleira. Terá como benefício da utilização desse armamento, o seu aspecto de impacto psicológico, inibindo uma possível reação. A escolha desse armamento deve ser baseada nas suas características técnicas de emprego, alcance útil e calibre da munição, obedecendo às restrições de disparos principalmente no ambiente urbano.

(42)

SEÇÃO 4

PROCESSO DE

COMUNICAÇÃO

(43)

4 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

O processo de comunicação é um dos fatores mais importantes nas intervenções policiais. Se bem realizado, constitui um importante facilitador do sucesso da abordagem e evita o emprego de níveis de força superiores, facilitando o desempenho operacional.

A comunicação entre as pessoas é expressa por meio da linguagem falada ou escrita (verbal) e por meio de gestos, sinais, expressões faciais, postura, dentre outros (não verbal).

O policial deve estar sempre atento à sua forma de se comunicar, preocupar-se com as palavras utilizadas para que possa transmitir suas intenções, e com sua postura na condução das ocorrências. Deve lembrar-se que o conjunto de condutas coerentes aos preceitos doutrinários (Polícia Comunitária, Direitos Humanos e valores institucionais elencados na Identidade Organizacional) traduz profissionalismo e transmitem segurança ao abordado. A boa comunicação favorece a interação entre a polícia e a comunidade e auxilia na condução das ocorrências policiais.

Por outro lado, posturas mais agressivas como apontar o dedo indicador, manter olhar sisudo, sustentar o bastão tonfa nas mãos de forma ameaçadora, apontar ou empunhar a arma de fogo desnecessariamente, causam uma sensação de medo, idéia de brutalidade, falta de profissionalismo, arbitrariedade, abuso, além de serem incoerentes com os princípios doutrinários da PMMG.

4.1 Sinalização

Na orientação do trânsito, os policiais utilizam sinais regulamentares para conduzir o veículo na direção do Box de Abordagem.

Os sinais de orientação são sonoros e gestuais e devem ser executados com firmeza, correção, determinação e objetividade, qualidades obtidas por meio de repetições e de treinamento. Uma sinalização executada de maneira correta evitará que os condutores tenham uma interpretação equivocada ou duvidosa quanto à obediência às ordens emitidas durante a fiscalização. Desta forma, o PM

(44)

Sinalizador não pode apresentar timidez, embaraço ou dúvida na sua atuação.

Deve utilizar a comunicação como ferramenta que o auxilia na expressão da sua autoridade policial.

a) Sinais sonoros

Os sinais sonoros emitidos por meio de silvos de apito estão descritos no quadro 1 abaixo, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Quadro 1: Sinais sonoros.

Sinal Significado Utilização

Um silvo breve Atenção SIGA. Liberar o trânsito em direção/sentido indicado pelo agente

Dois silvos breves PARE. Indicar parada obrigatória

Um silvo longo Diminua a marcha. Quando for necessário fazer diminuir a marcha dos veículos.

Fonte: Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, instituiu o Código de Trânsito Brasileiro.

b) Sinais gestuais

Os gestos feitos pelos agentes de trânsito correspondem a movimentos convencionais de braço, para orientar e indicar o direito de passagem dos veículos.

A sinalização feita pelos agentes prevalece sobre as regras de circulação e sobre as normas definidas por outros sinais de trânsito, conforme quadro 2.

(45)

Quadro 2: Sinais gestuais previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Sinal Significado

Ordem de parada obrigatória para todos os veículos. Quando executada em interseções, os veículos que já se encontrem nela não são obrigados a parar.

Ordem de parada para todos os veículos que venham de direções que cortem a direção indicada pelos braços estendidos, qualquer que seja o sentido do seu deslocamento.

Ordem de parada para todos os veículos que venham de direções que cortem a direção indicada pelo braço estendido, qualquer que seja o sentido do seu deslocamento.

Ordem de diminuição da velocidade.

Ordem de parada para os veículos aos quais a luz é dirigida.

(46)

Os procedimentos para a parada do veículo no Box de Abordagem e seu retorno à via são os seguintes:

escolhido o veículo a ser abordado, o PM Selecionador levanta o braço direito e, como advertência, emite um silvo longo para que os veículos diminuam a marcha;

quando o veículo estiver próximo, o PM Selecionador efetua dois silvos breves e aponta para o local onde ele deverá parar (Box de

Abordagem).

Para fazer o veículo retornar à via com segurança, o PM Vistoriador deverá:

 observar bem o fluxo de trânsito e decidir sobre o momento mais seguro para que o veículo inicie seu deslocamento;

 emitir um silvo breve, olhar para o condutor, apontar para o sentido do fluxo de trânsito e indicar: “SIGA EM FRENTE”.

4.2 Verbalização policial durante a Blitz

Verbalizar significa expressar ou exprimir algo. A verbalização é a técnica utilizada pelo policial militar durante sua atuação em intervenções, abordagens a pessoas e vistorias de veículos, com a finalidade de emitir orientações e ordens. Para cada tipo de operação e, dependendo do contexto no qual ela ocorre, a verbalização varia em alguns aspectos, porém sempre com o objetivo de possibilitar uma comunicação efetiva entre a polícia e o cidadão.

Verbalizar corretamente minimiza os riscos e maximiza os resultados, durante uma abordagem (Ver Caderno Doutrinário 1). Para uma verbalização eficiente durante uma Blitz policial, é imprescindível observar os seguintes aspectos:

 expressar sua intenção de forma firme e segura, demonstrando domínio técnico e influenciando para que o cidadão acate as ordens e aceite as orientações recebidas durante a abordagem;

 utilizar linguagem clara, precisa e objetiva, facilitando a compreensão do cidadão acerca dos objetivos da ação policial;

(47)

 verbalizar em tom de voz firme e respeitoso;

 falar de forma pausada, permitindo à pessoa a interpretação da sua mensagem;

 avaliar se o cidadão compreendeu a mensagem;

 fazer uma breve leitura da situação, avaliando as características do abordado e adotando linguagem coerente às condições dele, pois, você poderá abordar um estrangeiro, ou pessoas com dificuldades auditivas ou de fala. Nesses casos, deve atentar para a utilização de gestos e sinais que favoreçam a compreensão de sua intenção;

 CUIDADO! Algumas “expressões” podem ser desconhecidas para determinadas pessoas ou podem ter significados diferentes em outras regiões, por isso seja flexível;

 jamais utilize gírias, apelidos ou termos que possam sugerir preconceito.

LEMBRE-SE: a utilização adequada da verbalização ao longo

de toda a intervenção policial reduz as possibilidades de confronto.

Em circunstâncias especiais:

 CRIANÇAS: onde haja crianças no interior do veículo, o policial, sem descuidar da segurança, deve verbalizar de forma a evitar que os pais sejam constrangidos perante os filhos. Evitar exposição ostensiva desnecessária de armas de fogo. Além disso, deve observar a capacidade de entendimento e interpretação das recomendações e a própria ação policial em função das características emocionais e psicológicas típicas de cada faixa etária (criança e adolescente)12.

 IDOSOS: na presença ou na abordagem a pessoas idosas, o policial deve observar as possíveis dificuldades de compreensão,

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