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O PRF na forma de plugs e membranas tem sido utilizado como substituto dos enxertos de tecido conjuntivo em cirurgias plásticas periodontais, defeitos intra-ósseos e defeitos de furca4. O uso das membranas de PRF como único material para

preenchimento de defeitos alveolares pós-extração mostrou-se benéfico para a preservação das dimensões das cristas alveolares horizontal e verticalmente durante o período de três e quatro meses82.

O princípio da regeneração óssea guiada (ROG) é manter o volume criado cirurgicamente, evitando a penetração células epiteliais e fibroblastos no leito ósseo criado, favorecendo a migração de células envolvidas nos processos de angiogênese e osteogênese66,83 . Visando a regeneração do tecido ósseo, uma barreira física é utilizada prevenindo o crescimento de células não osteogênicas, derivadas do tecido conjuntivo da mucosa alveolar e do epitélio, permitindo o crescimento de células angiogênicas e osteogênicas derivadas do espaço ósseo medular as quais repovoam a região possibilitando a regeneração do defeito ósseo84.

O PRF na forma de membranas (L-PRF) pode agir como barreira, evitando a entrada de células epiteliais durante o processo de reparo do alvéolo dentário; podendo também, ser utilizado em cirurgias para implante, auxiliando no processo de manutenção do biótipo gengival, permitindo o ganho de tecido queratinizado30. As membranas (L-

PRF) também apresentam grande eficácia no fechamento de perfurações da membrana de Schenedeiran em cirurgia de sinus lift, evitando complicações adicionais85,86. Todavia,

ainda existe discussão na literatura sobre a efetividade do uso do L-PRF como barreira, principalmente por sua rápida degradação87; alguns autores defendem que uma membrana

de colágeno é necessária para evitar a inclusão de células epiteliais em grandes defeitos ósseos88. Um estudo in vitro encontrou resultados favoráveis para a membrana L-PRF como arcabouço para a proliferação de células do periósteo humano quando comparado às membranas de colágeno42. Em outro estudo preliminar realizado em humanos, um resultado semelhante foi relatado para a membrana L-PRF em termos de percentagens de formação de osso vital e enxerto xenógeno residual quando comparados à membrana de colágeno para cobrir uma janela lateral após sinus lift89.

L-PRF pode ser utilizado como único material de preenchimento nos casos de sinus lift associado à colocação de implante em mesmo tempo cirúrgico, uma vez que o

implante possibilita a manutenção da membrana no seio maxilar em posição elevada31,76– 78. O PRF Block também pode ser utilizado como material de preenchimento em cirurgias

de sinus lift90,91. A instalação de implantes nos defeitos ósseos tratados com L-PRF

também apresentou maior estabilidade em comparação a defeitos não tratados4. Foram relatados bons resultados entre a associação do L-PRF e a instalação de implantes imediatos, tanto como material de preenchimento como material para revestimento do implante93,94.

O desenvolvimento, a proliferação e a diferenciação dos osteoblastos ocorre nos primeiros 14 dias do processo de ROG95 , havendo a deposição de uma matriz provisória entre os dias 7 e 14; portanto, é de fundamental importância a presença dos fatores VEGF e TGF nos momentos iniciais do processo de regeneração. He e colab., relataram que o PRF libera níveis máximos de TGF-β1 no dia 1438. Ensaios clínicos randomizados controlados envolvendo a associação do PRF e enxertos alógenos são escassos. No entanto, os trabalhos existentes demostraram resultados significativos83,96–101. O uso em associação ao enxerto xenógeno pode neutralizar a reabsorção no sentido vestíbulo- lingual. No entanto, o uso do PRF como material de preenchimento de alvéolos tem sido questionado, pois poderia interferir no processo de reparo natural do alvéolo102,103.

Partículas de enxertos xenógenos podem estar presentes no local enxertado por um longo período de tempo (maior do que 9 meses), onde não foram completamente reabsorvidas104. Esses remanescentes podem diminuir o contato final do osso-implante

(BIC) em regiões onde implantes osseointegrados forem instalados105. Já o PRF pode ser

completamente absorvido, aumentando assim a proporção de osso “vital”. Lekovic e col., relataram que o L-PRF pode melhorar os parâmetros clínicos ligados aos defeitos periodontais intra-ósseos humanos106.

A combinação do L-PRF com enxertos xenógenos demonstrou bons resultados na redução da profundidade de sondagem de bolsas periodontais e no ganho de tecido ósseo em cirurgias de sinus lift107, apresentando tempo reduzido para reparo ósseo108. No entanto, em outro trabalho a aplicação de PRF em combinação com osso bovino desproteinizado não trouxe vantagem nem desvantagem em cirurgias de sinus lift após um período de cicatrização de 6 meses109. Alguns estudos com animais não relataram efeito adicional do PRF na regeneração óssea. Em um estudo realizado em calvária de coelho, os pesquisadores perceberam que o PRF não parecia proporcionar nenhum efeito adicional sobre a cinética, qualidade e quantidade de tecido ósseo formado110. Faot e col.,

também relataram que o tratamento com PRF não aumentou a regeneração óssea em defeitos de tíbia de coelho de tamanho não crítico após 28 dias111.

Ainda há falta de estudos randomizados controlados que avaliem a eficácia do PRF para a regeneração em grandes defeitos ósseos. Ezirganli e col., recomendam que o PRF não fosse usado como um único material na ROG, mas em associação ao enxerto ósseo bovino desproteinizado ou ao fosfato de cálcio bifásico em vez disso112.

Andrade e col113 descreveram o perfil hematológico de quatro formas líquidas de fibrina rica em plaquetas obtidas através de quatro protocolos diferentes. Os autores observaram que os leucócitos, plaquetas, linfócitos, monócitos e contagem de neutrófilos eram significativamente maiores no protocolo do i-PRF. No entanto, estudos futuros são necessários para avaliar o potencial biológico de cada formulação113. Em estudo in vitro foi demonstrado que o i-PRF possui a capacidade de liberar maiores concentrações de vários fatores de crescimento e induzir maior migração de fibroblastos e expressão de PDGF, TGF-β e colágeno tipo 1 quando comparado ao PRP114. Estudos in vitro têm demonstrado influência positiva do i-PRF sobre o desenvolvimento de fibroblastos e osteoblastos13,114. Alguns estudos utilizaram PRF e/ou cerâmicas bioativas nano porosas como arcabouço para células estromais mesenquimais apresentando resultados positivos83,115. No entanto, os autores afirmam que novas pesquisas são necessárias para validar o uso do i-PRF como um agente bioativo capaz de estimular a regeneração tecidual12.

O uso do PRF tem apresentado benefícios nos processos de reparo ósseo e osseointegração, estudos in vivo têm sido desenvolvidos para avaliação da combinação do PRF no processo de reparo tecidual17. O PRF pode ser produzido a partir de uma

técnica simples seguindo um protocolo correto30 e sua associação com outros biomateriais pode reduzir os custos finais do tratamento; uma vez que menor quantidade do substituto ósseo será necessária para o preenchimento do defeito ósseo. A correta manipulação do PRF, assim como, o uso de membranas/plugs associado a outros biomateriais no leito cirúrgico deve ser realizada de maneira criteriosa para obtenção dos benefícios desta técnica4.

3. OBJETIVOS

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