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Evidências técnicas que comprovam a eficácia das propostas

4. APLICAÇÕES PRÁTICAS

4.3 Evidências técnicas que comprovam a eficácia das propostas

As aplicações apresentadas no presente trabalho são propostas de implantações a serem feitas nos ambientes das Secretarias da Fazenda estaduais e pelos órgãos públicos e empresas da iniciativa privada interessados em usufruir as informações oriundas dos documentos fiscais eletrônicos nas formas propostas.

Há uma série de fatores que influem na implantação das soluções, alguns deles já abordados no item 3.4 como, por exemplo, a arquitetura física de servidores de cada SEFAZ, a rede lógica de dados utilizada e a rede de comunicação instalada. As propostas das aplicações foram feitas do ponto de vista conceitual, de negócios, independente de alguma estrutura física ou lógica em particular, até porque a realidade de cada SEFAZ é diferente uma da outra.

Sendo assim, não há, quando do fechamento deste trabalho, aplicação em funcionamento tal como foram propostas no item 4.1, que comprovassem os resultados ou a eficácia pretendida.

Existem, contudo, evidências de implantação de sistemas e aplicações similares, que também utilizam DF-e ou o ONE para outros fins daqueles propostos neste trabalho, cujo sucesso pode indicar que as propostas ora apresentadas têm o condão de gerar os resultados pretendidos.

Nesse sentido, serão abordados três exemplos:

1) Sistemas autorizadores de DF-e

Deve-se considerar a elevada quantidade de documentos fiscais eletrônicos autorizados em cada Estado e o ótimo desempenho de autorização, lembrando que a SEFAZ passou a fazer parte do processo de emissão de DF-e dos contribuintes e deve disponibilizar, portanto, sistemas que operem 24 x 7 (24 horas por dia, por 7 dias da semana) de maneira extremamente confiável.

São milhões de DF-e autorizados e emitidos diariamente, bastando, para acompanhar a quantidade autorizada de documentos, acessar o site nacional ou

os sites estaduais de cada projeto (o Estado de São Paulo, por exemplo, divulga a quantidade total em cada portal).

Com relação ao tempo médio de processamento das requisições de autorização de DF-e, o portal da NF-e (por exemplo) disponibiliza, publicamente, a visão geral de disponibilidade dos serviços dos Estados com relação a este documento, conforme figura 4.23.

Figura 4.23 – Visão geral de disponibilidade dos serviços da NF-e prestados pela SEFAZ

Fonte: Portal nacional do projeto NF-e (2018)

Conforme explanado no portal, reproduzido abaixo, os tempos médios apresentados são medidos nos últimos 5 minutos, sendo que se houver indisponibilidade ou a média não puder ser medida, será apresentada a informação “NI” (Não Informado). Note-se, na figura 4.23, que maioria dos

tempos médios são representados por “-“, significando que estão abaixo de 1 segundo (alguns estados arredondam essa informação para 1 segundo):

Verificados através de conexões via Internet, as consultas aos serviços são feitas a intervalos regulares, variando com a estabilidade da rede e disponibilidade dos serviços. O Tempo Médio em segundos, extraído do Status do Serviço, indica a média da performance do serviço de processamento dos lotes NFe nos últimos 5 minutos (NI = não informado) (Brasil. Portal da NF-e, 2018)

Verifica-se, portanto, que se tratam de sistemas robustos e estáveis, operando há vários anos (NF-e: 2006; CT-e: 2009; CF-e-SAT: 2014), nos quais as Secretarias da Fazenda já demonstraram estar preparadas para receber, processar e retornar ao contribuinte respostas com curtíssimos lapsos de tempo.

2) Lapso temporal entre as leituras dos SLD e sua disponibilização pelo ONE

O tempo médio de leitura depende de alguns fatores, como a localização das antenas, sistema dos operadores responsáveis pelos SLD e a estrutura de comunicação com os sistemas da SEFAZ/RS.

No caso dos operadores, em consulta no sistema ONE é possível identificar, por exemplo, casos que apresentam leituras que levam 5 segundos entre a passagem do veículo e a disponibilização dos dados para o sistema (antenas localizadas em SC e em SP), até operadores que apresentam leituras que levam de 1 a 30 minutos (fonte: informações fornecidas pelo sistema ONE, 2018).

Na medida em que o parque das antenas for gradativamente ampliado e houver aplicações que dependam cada vez mais da rapidez nas leituras e disponibilização dos dados, ajustes deverão ser negociados para que o tempo de leitura não seja o gargalo das soluções. Como se pode verificar, já há exemplos de leituras cuja disponibilização é feita em questão de segundos, viabilizando, portanto, distâncias curtas entre o local da leitura da placa e de eventual ação de interceptação do veículo.

3) Aplicações utilizando SLD na segurança pública

O governo do Rio Grande do Sul já possui aplicações de leituras de placas para identificação de veículos com o IPVA atrasado, realizadas a partir de SLD e OCR. Aplicações semelhantes estão sendo testadas junto à área de segurança pública, no sentido de se identificar automóveis em situações de roubo ou furto. Segue abaixo notícia veiculada no site da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul:

A Receita Estadual realizou em Porto Alegre, na tarde desta terça-feira (20), uma operação inédita de combate à inadimplência do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores). Com o uso de um novo sistema que permite a leitura em tempo real das placas dos veículos, a chamada blitz inteligente flagrou 99 motoristas com o imposto atrasado em menos de duas horas de atuação. A novidade já está sendo testada também para atuar de maneira integrada com a área da segurança pública, com a capacidade de identificar automóveis não apenas por irregularidades no licenciamento, mas também em situação de roubo ou furto.

“Nesta fase de testes, já estamos realizando a leitura de 120 mil placas por dia, a partir de câmaras instalas em praças de pedágio. Por sua capacidade, acreditamos que este sistema representará um ganho extraordinário para o trabalho policial”, destacou o subsecretário-adjunto da Receita Estado, Guilherme Comiran. Ele confirmou que a Secretaria da Fazenda já está em tratativas para disponibilizar a tecnologia CMV (Controle e Monitoramento de Veículos) para o aproveitamento pela área da segurança pública.

A partir de um equipamento SLD (Sistemas de Leitura de Dispositivos) e câmeras OCR (Optical Charter Recognition) será possível realizar uma abordagem seletiva. A leitura das placas dos veículos acontecerá antes da passagem pela blitz, transmitindo alertas para os fiscais que estarão executando a operação em questão de segundos. São parados nas barreiras apenas os veículos com irregularidade já detectada. (RIO GRANDE DO SUL. Portal de notícias da Secretaria da Fazenda, 2018, grifos do autor)

Como se pode verificar, já há expertise de aplicações similares (ou até mesmo mais complexos) às propostas neste trabalho. Ponto chave de sucesso é a latência das leituras das placas para o sistema do Estado do Rio Grade do Sul, mas já há exemplos de sucesso na sua utilização.

Deve-se considerar, ainda, que com a implantação de aplicações que passem a utilizar leituras de SLD e OCR com mais frequência, é natural que ajustes e adaptações visando melhor desempenho de comunicação sejam feitos.

De qualquer maneira, nesse momento, não se vislumbram impedimentos técnicos para o encaminhamento e o sucesso das aplicações propostas.