• Nenhum resultado encontrado

Santa Teresa, através das leituras da Imitação de Cristo, da Sagrada Escritura e dos pais espirituais carmelitanos, Santa Teresa d’Ávila e São João da Cruz mostra, ainda, como, soube haurir estes ensinamentos. Decidiu, com a simplicidade de uma criança, viver o Evangelho de Cristo e ser o amor no coração da Igreja. Tendo o Evangelho como paradigma e o amor como meta essencial para viver para Deus e em Deus, entregou-se sem reservas ao Amor Misericordioso. Sua vivência com o Sagrado Coração de Jesus, com a Eucaristia, com a Igreja e com Maria, com um coração pobre de criança, fez germinar e crescer a sua “pequena via”.

O Evangelho é a fonte viva, cuja Palavra tem poder de transformação. Teresa diz já não encontrar nada nos outros livros, acrescentando que os deixa para os grandes espíritos, pois ela não os entende. Assim, se dedicava à leitura da Sagrada Escritura na qual encontrava o verdadeiro alimento e onde ocorria o seu encontro com Deus. O Evangelho, sim, a faz respirar “os perfumes de Jesus” porque, diz Teresa, uma alma inflamada de amor não pode ficar inativa, assim prolonga para os irmãos a mensagem evangélica. Desta forma, viveu o amor total numa densidade e plenitude raras e, de modo autêntico, o carisma carmelitano, chegando à sua doutrina, produto de uma redescoberta do Evangelho de Cristo, na sua essência. Como filho de Deus em Cristo, amamos o Pai de um amor filial, na confiança e no abandono, e lamenta que os irmãos não tenham bastante confiança no Bem-Amado, tão poderoso e tão misericordioso.

Teresa retorna a evocar a pobreza espiritual como uma atitude absolutamente indispensável para quem aspira permanecer com Ele que disse: “(...) aprendei de mim que sou doce e humilde de coração” (Mt 11,29). Como a humildade, a pobreza abre a alma, ela a torna atenta e permeável às inspirações e leve sob a influência do Espírito Santo. A pobreza é que mantém na transparência e na simplicidade, pois Deus se volta para os pobres e lhes abre os corações. Trata-se de tornar-se pobre e humilde de coração de uma maneira profunda, habitual e verdadeira em todos os sentidos, em todos os atos da vida, no comportamento, no cotidiano.

86

É o abandonar-se à Providência divina, é reconhecer sua própria situação de “mãos vazias”, seu “nada” e, como diz, é “ter realizado todas as obras de São Paulo, e se acredita ainda, um servidor inútil, eu descobria que tinha mãos vazias”87.

A pobreza no plano espiritual é uma disposição e uma atitude que se estendem a todos e nos levam progressivamente a nos considerar um “nada”, a se esquecer, a se separar de todo amor próprio. Renunciar à sua própria vontade, fazendo a vontade de Deus. Esta pobreza conduz à união transformante e, quanto mais perfeita, exclui tudo o que não concerne a Deus. Assim pensava Santa Teresa. O que Deus nos pede é uma ascese mística, uma cooperação à sua ação primeira de ter amado o homem e, certo da fidelidade da alma, Ele realiza sua obra. A oração, o silêncio e a solidão são os caminhos para isto, ensina Santa Teresa. É dentro desta solidão do Carmelo, da paz e do silêncio que se purifica e desenvolve a esperança deste encontro com o Amado. Nesta ascese, São Paulo indica as etapas e os frutos quando escreve nas Escrituras Sagradas, em Rm 5, 3-5 e no qual Santa Teresa se inspira para, no deserto do Carmelo, alcançar a perfeita comunhão e intimidade com Deus, desaparecer no Oceano do Amor. É um exercício difícil para se chegar a este estado, que apenas a oração não é suficiente, pois implica, ainda, outros atributos, incluindo a convivência diária com aqueles que nos cercam. Ensina que sem esta pobreza de espírito não se pode entrar no Reino de Deus, que é este estado de intimidade com Cristo. Isto só acontece quando se torna verdadeiramente pobre, totalmente despojado. Pois diz o Senhor: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9). Isto prova que viver o amor e permanecer Nele é a condição para este encontro de união entre Cristo e a alma. Constitui-se numa troca, pois Teresa recebia Dele as graças e, através delas, oferecia o sangue do Divino Mestre às almas e, a Ele, entregava estas almas já refrescadas pela gota divina. Assim, se criava um ciclo virtuoso, esta Ciranda de Amor que aumentava a sede de sua pobre alma para amar a Deus e fazê-lo amado88. Santa Teresa carregava em seu coração este zelo pelas almas para conduzi-las ao Divino Sol. Trata-se de seu projeto ao entrar no Carmelo – “salvar as almas e, sobretudo, rezar pelos sacerdotes”89. Teresa explica que este desejo lhe veio na Noite de Natal de 1886 (Ms A, 45 v). Parecia entender Jesus lhe dizer como à samaritana: “Dai-me de beber!” (Ms A, 46 v). Era a troca de amor que se estabelecia entre Jesus e Teresa. Jesus fez crescer em seu coração a sede das almas e Teresa lhe oferece almas para salvar. Assim, antes de sua profissão, foi interrogada pelo superior do Mosteiro, Delatroëtte, sobre o motivo de sua vinda ao Carmelo, respondendo

87

Cf. Derniers Entretiens 23.6,1018. 88

Cf. SANTA TERESA do Menino Jesus e da Sagrada Face. 1975, p.111.

Teresa: “Vim para salvar almas e, sobretudo, a fim de rezar pelos padres” (Ms A, 69 v). Porém, naquele momento, Teresa sentiu o chamado de Jesus para que rezasse pelos grandes pecadores. “Eu queimava do desejo de arrancá-los das chamas eternas” (Ms A, 45 v).

Teresa tem grandes desejos que aumentam com o amor que cultiva. Desejos de sofrimentos por Cristo e pelas almas, desejos profundos de apostolado que vão se transformar em verdadeiros martírios90. Este amor de Teresa dá-lhe possibilidades de realizar todas as suas aspirações, colocando-a no coração da Igreja, para encontrar nela a vida, como o corpo encontra no coração. Nada mais é do que a própria Imitação de Cristo, pois amou até o extremo para vivificar a todos. Deu-se na sua plenitude de amor para levar o homem à perfeição. Com o seu gesto de amor, desce para amar, salvar, conquistar e resgatar seus filhos. Assim, este movimento que é peculiar do amor e próprio do apostolado perfeito de Jesus, Teresa não perde de vista, para se aproximar cada vez mais da intimidade com o Amado.

Esta trajetória não se fez sem sofrimentos, pois deles nem o próprio Cristo ficou isento; mas Teresa permaneceu firme animada pelo mesmo Espírito de Amor. Assim, Teresa ensina que nestas horas cruciais, sempre bebendo da fonte que é Jesus, diz: “Se sombrias nuvens vierem esconder o Astro do Amor, o pequeno pássaro não muda de lugar; sabe que lá, além das nuvens, seu Sol brilha sempre, que seu brilho não será eclipsado um só momento” (Ms B, 5 r). E assim, Santa Teresa se compara com um pássaro sem grandes plumagens para voar com as águias. Na sua pequenez e fragilidade, não pode voar em direção ao Amado. Desta forma, descobre o “elevador”, termo da tecnologia moderna, utilizado como símbolo, para galgar a perfeição. Teresa sentia-se muito pequena em sua espiritualidade; portanto, impossibilitada de escalar os difíceis degraus da perfeição, como fizeram os grandes Santos. Ela questionava a si própria em comparação aos heróis e mártires da Santidade. Dizia à Madre que era do seu conhecimento seu desejo de ser santa e acrescenta: “quando me comparo aos santos, constato que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma montanha cujo cume se perde nos altos céus e o grão de areia obscuro calçado sob os pés dos passantes” (Ms C, 2v). Contudo, realiza Teresa que todos são agradáveis a Deus, pois seguiram o movimento do Espírito Santo e o Senhor mesmo disse: “Dizei ao justo que tudo está bem” (Is 3,10). Entretanto, Teresa compreende que os grandes Santos criados por Deus são os lírios e rosas, mas Ele criou também pequeninas flores e estas margaridas e violetas devem contentar-se por alegrar o Bom Deus quando Ele as abaixa aos seus pés (Ms A, 2v).

90

Nesta alegoria, Teresa se coloca como pequenina flor que na sua pequenez e fragilidade não lhe resta que buscar meios para galgar a perfeição e viver plenamente esta intimidade com Deus.

Assim, seria necessário recorrer ao simbólico do elevador já mencionado. Segundo De Meester, esta descoberta de Teresa data do fim de 1894 e início de 1895, época em que Celina entra no Carmelo e traz consigo um caderno com cópias de textos bíblicos, dos quais ela se serve e descobre este versículo, que lhe dá a resposta à sua busca: “Se alguém é pequenino que venha a mim” (Pr 9,4). Eis a chave para a sua descoberta do elevador, que a levará ao Céu em plena intimidade, pois os meios “são os vossos braços, ó Jesus!”91. Contudo, Teresa quer permanecer a “eterna pequenina de Jesus”, como diz o Evangelho de João: “É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).

Como Teresa gosta de penetrar a fundo cada pensamento para objetivar sua descoberta e aprofundar sua intimidade com Jesus, prosseguiu nas suas indagações, passando por Isaias quando fala da esperança para o povo de Deus, que será tratado como a criança que a mãe acaricia, consola e acalenta (Is 66, 12-13).

Teresa exultava de alegria por ter descoberto nas novas técnicas do seu tempo esta imagem tão simbólica para ela, o “elevador”. Este Jesus que ela busca e que já lhe concedeu tantas graças, ultrapassando mesmo suas expectativas, é também Aquele que ela quer cantar sempre as misericórdias, pelas inúmeras e tantas maravilhas que lhe foram concedidas. Contudo, aconselha que, para receber o benefício do Amor divino, é necessário se humilhar, reconhecer o seu nada e eis o que muitas almas não querem ou não podem fazer. Relembra que trabalhar a humildade, elemento importante de sua pequena via, não é fácil; exige trabalho e exercícios espirituais constantes. A oração, é claro, eleva a alma até o ponto em que se identifica com Deus, mas, de acordo com Santa Teresa, não é o único meio de atingir a Santidade; é necessário ser pequeno, acreditar-se fraco, abandonar-se em Deus. É seguir o Mestre que, com humildade, foi ao extremo do amor despojando-se até a Cruz. Santa Teresa fala da iluminação dos santos e de suas doutrinas evangélicas e que bem souberam haurir da “ciência divina” em prol da humanidade. A oração abrasada de amor foi a alavanca que os santos utilizaram para levantar o mundo92. Porém, ela se reconhece incapaz destes grandes feitos, mas sabe que a grandeza da Santidade está no grau do amor, não importando ser apenas um “grão de areia” ou uma “montanha”, desde que seu desejo único seja “dar prazer a Jesus” (Ms C, 3r .3v).

91

Cf. SANTA TERESA do Menino Jesus e da Sagrada Face. 1975, p. 214.

Este caminho dado por Santa Teresa é cheio de simplicidade, mas de infinito amor. É nesta via que se encontram os dons recebidos de Deus, no agir e na prática de Santa Teresa a serviço do próximo, da Igreja e do mundo. Nesta “pequena via”, depara-se com esta Santa, unida intimamente a Deus desde sua tenra idade e que, progressivamente, vai refletindo na sua ação contemplativa sobre a santidade de Deus traduzida no seu amor infinito. Ser uma grande Santa era o seu desejo e, em virtude de sua humildade e, tendo o olhar fixo em Jesus Cristo, não se dava conta do seu potencial latente de santidade, quando dizia: “(...) desejo ser santa, mas sinto minha insuficiência, e vos peço, ó meu Deus, sede vós mesmo minha santidade”93

. Contudo, esta constatação de sua incapacidade a leva a crescer cada vez mais nas virtudes e no profundo amor que a ligam a uma incessante intimidade com Deus. A Sagrada Face, a sua contemplação assídua, proporciona-lhe maior aprofundamento nos mistérios de Cristo. Nesta intimidade, reconhece a santidade como dom de Deus, que é preciso buscá-la na fonte, na água viva da Palavra de Deus e do Evangelho, que é o próprio Jesus Cristo.

Santa Teresa quer levar a todos por este caminho, bem acessível, segundo ela, ao amor do Amado, Teresa não hesita do seu propósito: “Quero ensinar as almas os pequenos meios que me foram tão proveitosos, dizer-lhes que há só uma coisa a fazer aqui na terra: jogar para Jesus as flores de pequenos sacrifícios” (DE, 17.7.2).

A sua “pequena via” ilustra a palavra evangélica de Lucas, quando fala da simplicidade (Lc 10,41), e a de Marcos, quando diz: “Deixai as criancinhas virem a mim” (Mc 10,14) e revivendo também, com bastante heroísmo, todas as passividades sofredoras descritas pela tradição mística. Esta “pequena via” é o seu caminho espiritual, bem particular a ela, que coloca em Deus toda a sua confiança num despojamento total e cuja vida depende do Espírito Santificador. Teresa se junta às palavras de São Paulo, quando fala da condução dos filhos de Deus pelo Espírito Santo (Rm 8,14). Teresa fala da Santidade como uma disposição do coração, que faz com que a alma se torne humilde e pequena e se abandone nos braços de Jesus, centro do Sol do Amor, pois a adorável Trindade não cessa de distribuir seus dons inestimáveis sobre a alma a pobre pequena Teresa (MS A, 85v). Esta confiança audaciosa e teológica é sem limites para ela e é a que ensina a todos os homens, dando-lhes a certeza de que ela “tornar-se-á uma grande santa”94.

Apesar do grande amor dedicado ao seu querido pai terreno, Teresa queria ficar com seu Pai Celeste no Carmelo, no silêncio do sonhado deserto, onde conseguiria aprofundar sua

93

Cf. SANTA TERESA do Menino Jesus e da Sagrada Face. 1975, p. 280.

intimidade com Deus, Aquele que quer “amar até a loucura”95. E assim, na clausura cresce a intimidade com seu sagrado Esposo, num encontro duradouro, na alegria de sentir o olhar amoroso de Jesus sobre ela (DESCOUVEMONT, 1997, p. 151). Viver bem escondida na Arca Divina, atrás da clausura, para imitar o Amado que se esconde sob o véu da Eucaristia, loucura do Amor, e abrindo-a a transformação espiritual, pois é isto que acontece, Ele se dá para transformar quem O recebe.

Apesar de suas leituras edificantes, como a Imitação de Cristo, São João da Cruz, Santa Teresa d’Ávila e outras mais, foi no Evangelho, como já fora mencionado, que sentiu a presença viva de Jesus a lhe falar e retira dele os ensinamentos para colocar em prática na sua vivência comunitária, conforme seja do agrado do Senhor. Foi bebendo desta fonte inesgotável que aprendeu cada vez mais que o caminho para Deus é o amor, pois Ele é o próprio Amor. Quando Teresa diz “Jesus, eu te amo”, esta frase representa a essência de seus escritos, não se tratando de sentimentalismo e sim da própria veia cristocêntrica da caridade teológica, haurida no Santo Evangelho, tendo como objetividade levar as almas a Cristo e fazê-Lo Amado. Como já mencionado, Teresa descobriu a sua vocação, o amor, abandonando práticas penitenciais correntes na época e vivenciadas no seu Carmelo e advertindo, ainda, sua irmã, Madre Agnès, sobre seus perigos. Acrescenta que, para viver a santidade, não há necessidade de penitências espetaculares; é suficiente colocar muito amor nas atividades mais ordinárias do dia a dia (LT 65).

Teresa, desde criança, já adotara o radicalismo para a sua santidade. Partindo do episódio já relatado sobre a cesta de boneca, ofertada por Leonie. Assim, em espírito, volta à infância e diz: “Meu Deus, escolho tudo. Não quero ser santa pela metade”96

. Este desejo de santidade profundo a aproximava cada vez mais desta intimidade com Deus, de maneira bem peculiar à Santa Teresa. Contudo, este caminho não lhe foi sem dificuldades no início, como deixa transparecer nos seus escritos. Teresa era apenas uma adolescente e já tinha como certa a sua entrada no Carmelo, depois que Paulina, sua irmã e segunda mãe, fez a sua iniciação. O Senhor acolheu este puro sentimento e conduziu Teresa à sua intimidade, como na sua Palavra: “deixai vir a mim as criancinhas” (Lc 18,16), pois era assim mesmo que ela se considerava, pequena e fraca como uma criança.

Os depoimentos de Madre Agnès revelam esta criança penetrada pelo amor de Deus, que vai tecendo, pela graça e misericórdia do Senhor e pela liberdade de deliberação, sua intimidade profunda com Deus. Todavia, Teresa sabe das dificuldades a serem enfrentadas,

95

Cf. SANTA TERESA do Menino Jesus e da Sagrada Face. 1975, p.186.

mas não se apavora, pois tem a certeza de que o Esposo estará sempre vigilante para socorrê- la, já que desde criança, na sua primeira comunhão, já fizera a sua declaração de amor e de fidelidade para sempre97.

Esta intimidade de Teresa com Deus teve sempre o amor como base, pois não queria apenas amar e ser amada, mas fazê-Lo amado. Esta “união total” para ela, só seria possível no Carmelo. Teresa espelhou-se cada vez mais no Evangelho para a realização do sonho de entrar na Arca Divina, para viver intensamente o amor com o Amado. É sempre sua “pequena via”, na imitação dos pequeninos do Evangelho, que lhe dá o profundo sentimento de doar-se totalmente a Deus, pertencer-Lhe, viver Nele e morrer de amor por Ele, eis o seu propósito, firme e verdadeiro, até o final de seus dias na terra.

Na continuidade do percurso de sua trajetória, Santa Teresa declara no Ato de Oferenda (Pri 6) que amar a Deus e fazer amá-Lo, trabalhar para Ele e para a Igreja, salvando almas, e “viver um ato de perfeito Amor” é o seu propósito.

Impregnada da Palavra de Deus, “o Rei da Pátria do Sol brilhante, que veio viver 33 anos na terra das trevas, e as trevas não compreenderam que esse Divino Rei era a luz do mundo”98. Teresa reforça o simbolismo do frágil pássaro, coberto apenas por uma tênue penugem e mostra seu nada diante do Amor. Ela afirma ter olhos e coração de águia para ousar fixar o Sol Divino, o Sol do Amor, sem jamais fraquejar diante de sua própria impotência, sem se amedrontar99, pois sabe que Ele virá sempre em busca de seu pobre passarinho, neste gesto de amor que desce para resgatá-lo e levar em seus braços de Pai esta pequena vítima do seu amor. Assim, se observa a síntese deste duplo movimento do amor, perfeito gesto do apostolado de Teresa, que se confunde com a própria ação do Mestre, como já mencionado no texto. É o seu desejo infinito do Amado e, como não passa de pequeno passarinho, sem poder alçar voo, irá “rumo ao Sol do Amor com as próprias asas da Águia Divina”, como denominouos braços de Jesus100.

Por fim, Santa Teresa diz que Jesus é missionário da Santíssima Trindade, e quer inflamar a todos de sua própria ternura e de seu fogo apostólico para o Reino de Deus, e a presença de Jesus deverá marcar profundamente a presença no próximo (Ms C, 13r).

97

Cf. SANTA TERESA do Menino Jesus e da Sagrada Face. 1975, p. 90.

98Ibid., p. 218.

99Ibid., p. 204.

CAPÍTULO III

A FORÇA DO AMOR DE TERESA NA INTIMIDADE COM DEUS PARA A SUA