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Diante de diversas intervenções, observa-se que alguns indivíduos apresentam respostas distintas em relação a outros. Por exemplo, alguns desenvolvem massa muscular mais rapidamente do que outros. Nakamura et al., (2002) salientam que tal fato pode ser parcialmente explicado em função da diferença genética entre os indivíduos, ou seja, a variação na resposta adaptativa ao exercício através da interação do gene. Nesse sentido, recentemente tem-se investigado a interação dos possíveis mecanismos dos componentes genéticos e o exercício físico. Embora, a atividade física seja eficiente na prevenção e no tratamento da sarcopenia, alguns estudos buscam verificar o quanto essa é capaz de interagir com fenótipos associados à sarcopenia e mostram que existe uma ampla variação na adaptação muscular ao exercício entre indivíduos (IVEY et al., 2000). Estes resultados, em geral, sugerem que a adaptação muscular ao exercício pode ser influenciada por fatores genéticos. Neste sentido, alguns pesquisadores (TAJIMA et al., 2000; NAKAMURA et al., 2002; ROTH et al., 2004; LIMA, 2006) vêm desenvolvendo estudos, com intuito de verificar associações entre polimorfismos em genes candidatos a desempenhar um papel importante na atrofia e hipertrofia muscular.

Kostek et al., (2005) investigaram a associação de alelos de uma microssatélite CA localizado na região promotora do gene IGF-I, (Interleukin like Growth Factor I) e três polimorfismos localizados ao longo do gene, em resposta ao treinamento de força. Esse estudo não apontou associação entre os polimorfismos investigados e ganhos de força

muscular em indivíduos submetidos ao treinamento. No entanto, os autores demonstraram que indivíduos com o alelo 192 para o micros satélite apresentaram um maior ganho de força em resposta ao treinamento, em relação aos que não apresentavam o alelo 192. Outro candidato a desempenhar algum efeito na variação em fenótipos musculares em respostas ao treinamento é o gene CNTF do inglês, Cilliary Neurotrophic Factor (ROTH et al., 2001). O CNTF parece influenciar diretamente a função e manutenção da unidade motoneuronal (ROTH et al., 2003). O gene ACE (Angiotensin Conversor Enzyme) apresenta um polimorfismo de inserção/deleção, o qual tem sido investigado quanto ao seu papel em fenótipos musculares (ROTH et al., 2000).

No estudo de Tajima et al., (2000), 34 jovens japoneses do sexo masculino com idade entre 18 e 31 anos foram submetidos à intervenção de exercícios resistidos a 75% de1RM, durante 1 mês. Tal estudo investigou a interação dos efeitos entre o receptor da vitamina D, o polimorfismo FokI e o treinamento no metabolismo ósseo. Os autores observaram que em ambos os grupos (FF,ff ) ocorreu aumento na estimulação para formação óssea e queda nos marcadores de reabsorção, contudo a queda nos níveis de determinados marcadores de reabsorção óssea foram menos expressivas nos de alelo f. Houve aumento também da 1,25- Dihidroxivitamina D nos de genótipos ff e não nos FF. Diante de tais fatos, os autores sugerem que os portadores de genótipo FF demonstraram melhores respostas ao treinamento. Rabon-Stith et al., (2005) verificaram a influência dos polimorfismos FokI e BsmI do

gene VDR, na densidade mineral óssea (DMO), em resposta a duas modalidades de treinamento, aeróbio e exercícios resistidos, em 206 homens e mulheres idosos durante 6 meses. Os autores evidenciaram que em relação ao genótipo BsmI não houve alterações significântes na DMO em resposta aos dois tipos de treinamento, entretanto o genótipo FokI, foi significativamente relacionado com o treinamento de exercícios resistidos e não com o

aeróbio, induzindo mudanças na DMO do colo do fêmur, sendo que os heterozigotos Ff apresentaram valores superiores aos ff.

Apenas poucos estudos analisaram a associação entre o polimorfismo FokI e massa livre de gordura (MLG). Roth et al., 2004, demonstraram, em idosos caucasianos, significativas diferenças entre os genótipos para os fenótipos de MLG. O grupo formado pelo FF apresentou valores significativamente menores quando comparados aos grupos Ff e ff . Os grupos foram associados com força do músculo quadríceps, todavia, após adequar à MLG, não se constatou diferenças significativas. Mais recentemente, Lima (2006), examinou a associação entre o polimorfismo FokI do gene VDR com fenótipos de MLG em 191 mulheres brasileiras posmenopausadas, os resultados encontrados nesse estudo demonstraram que não houve associação desse polimorfismo com massa livre de gordura (MLG) e massa livre de gordura relativa.

Van Pottelberg et al., (2001), apesar de não terem observado qualquer associação entre

os alelos do FokI com força de preensão manual ou do músculo bíceps em jovens nem em idosos, identificaram porém que os jovens portadores do genótipo FF quando comparados aos Ff e ff demonstraram resultados melhores para se levantarem cinco vezes da posição sentada para posição em pé. Pode-se constatar que esses resultados são contrários aos achados de Roth

et al., (2004), assim observa-se a existência de controvérsias em relação aos estudos.

Existem evidências de que força e a massa muscular têm relação com a DMO. Zmuda

et al., (2000) salientam que muitos estudos apresentados na literatura, o alelo f tem sido

associado com baixa densidade óssea, embora não em todos. Neste contexto, Roth et al., (2004) investigaram também a associação do polimorfismo FokI com a massa livre de gordura em 302 caucasianos homens idosos, cujas idades variaram entre 58 e 93 anos. Os autores cogitaram a hipótese de que o alelo f poderia estar associado com a redução da massa e força muscular. No entanto, os resultados encontrados foram opostos à hipótese formulada,

ou seja, os portadores do genótipo ff apresentaram valores de força muscular superiores em relação aos de genótipo FF.

Windelinckx et al., (2007) investigaram a associação dos polimorfismo Fok1 com a

com a força isométrica e concêntrica dos extensores de joelhos de 253 homens e 240 mulheres, com médias de idades respectivamente de 54,9 e 51,8 anos. Os autores constataram que as mulheres portadoras do genótipo ff apresentaram valores significativamente maiores na força isométrica dos extensores de joelhos, além de uma tendência maior no pico de torque concêntrico em relação às portadoras de alelo F. Por outro lado, nenhuma diferença significativa foi observada nos homens tanto na força isométrica quanto na concêntrica ao se compararem os alelos F e f.

Mais recentemente, Hopkinson et al., (2008) pesquisaram a associação dos polimorfismos FokI e BsmI do gene VDR com a força de quadríceps em um grupo de indivíduos portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e um grupo controle. A força foi mensurada pela força de contração voluntária máxima. Os autores concluíram que os portadores do alelo F foram associados com redução de força em ambos os grupos em relação aos portadores do alelo f.

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