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Experiências e novos mecanismos emergentes (pontos fortes e fracos)

4. Explorando novos mecanismos de mitigação e perspectivas para a

4.2. Explorando novos mecanismos de mitigação: regulação

4.2.1. Experiências e novos mecanismos emergentes (pontos fortes e fracos)

4.2.1.1. Obrigações aos fornecedores de energia

Classificação IPCC: Regulamento/Normas

Origem do mecanismo: Reino Unido

45 A informação sobre esta iniciativa espontânea da sociedade civil está disponível em: http://www.1010uk.org/ 46 Disponível em http://www.decc.gov.uk/en/content/cms/news/pn114/pn114.aspx

Estado: em vigor desde 2005. Denominado EEC entre 2005 – 2008, e CERT entre 2008 – 2011)

Actores envolvidos: Departamento de Energia e alterações climáticas – DECC; Ofgem, fornecedores de energia (electricidade e gás) e consumidores domésticos

Descrição

1ª Geração – período entre 2005 – 2008:

Compromisso de Eficiência Energética (em inglês Energy Efficiency Commitment (EEC)).

2ª Geração - período entre 2008 – 2011:

A Meta de Redução de Emissões de Carbono (em inglês Carbon Emissions Reduction Target) corresponde a uma obrigação aos fornecedores de energia doméstica a partir de 50 mil clientes para reduzir as emissões de CO2 do consumidor final. A meta é definida em relação ao carbono poupado, fixada à partida em 185 milhões de t CO2 poupado. O fornecedor de energia tem de assegurar 40% da poupança em famílias de baixo rendimento, incluindo os pensionistas e outros já elegíveis por outros benefícios do Estado. Foi recentemente criado ainda um grupo super-prioritário47. Tem ainda um mecanismo de flexibilidade que permite que 5% sejam incluídos no grupo prioritário lares com dificuldades técnicas como as que estão fora da rede ou com casas de parede sólida.

Abrange os 6 maiores fornecedores de gás e electricidade e é administrado pela Ofgem (organização homóloga à ERSE) que publica trimestralmente o ponto de situação. Os fornecedores cumprem as metas através da montagem de esquemas de redução de emissões, principalmente pela via da eficiência energética como por ex. isolamento do telhado, ou subsidiando o custo de isolamento térmico das paredes das construções. Só algumas medidas estão elegíveis, deve ser apresentada uma análise custo-eficácia e deve ser aprovada a adicionalidade. Estes projectos têm de ser submetidos e aprovados pela entidade reguladora, e o seu progresso é monitorizado, auditado e supervisionado pelo regulador para comprovar que as reduções de emissões serão atingidas.

Segundo a OFGEM, Entidade Reguladora dos mercados de electricidade e gás do Reino Unido, os resultados do último ponto de situação efectuado em Agosto de 200948, foram os seguintes:

47 Disponível em http://www.decc.gov.uk/en/content/cms/news/pn121/pn121.aspx

48 (http://www.ofgem.gov.uk/Sustainability/Environment/EnergyEff/CU/Documents1/CERT%20Update%20Final.pdf – acedido a 19 de Outubro

 Contabilizaram-se 1620 mil projectos de isolamento, 19351 de mudança de combustível, 170 milhões de lâmpadas compactas fluorescentes distribuídas, 687 microgerações, 216 solar térmico, 1 cogerações de pequena escala.

 Alcançadas 69 Mt CO2 de reduções de emissões durante os 5 trimestres do período total (58% da actual meta foi já atingida)

 46% das poupanças no grupo prioritário  62% de isolamentos térmicos

 30% das poupanças totais correspondem a iluminação mais eficiente 3ª Geração – período entre 2012 - 2020:

Já desde 2007 que está em curso o processo de discussão pública das alterações a este instrumento no período seguinte a 2012, no âmbito da Estratégia de poupança de energia e calor (do inglês – Heat and Energy Saving Strategy - HESS) em que se pretende que as emissões do sector residencial sejam praticamente zero até 2050. Contudo só no final de 2009 haverá uma decisão quanto ao modelo final. Contudo, o que está em causa é:

 Alterar o actual regime baseado em medidas que o fornecedor disponibiliza aos seus clientes para um máximo de unidades de energia que está autorizado a vender, numa lógica de mercado de licenças.

 Dinamizar um mecanismo centralizado de disponibilização de serviços de eficiência energética

 Encontrar formas inovadoras de providenciar suporte financeiro a medidas com um grande custo de investimento inicial que permitam que os custos sejam mais do que poupanças na conta da energia

• Novos incentivos para tecnologias de calor e electricidade renováveis • Introdução dos contadores inteligentes (ou smart meters).

• Evoluir do conceito de pre-pagamento das medidas para o pagamento à medida que se poupa (from “pre–pay” to “pay as you save”)

Inovação

 Transformação do conceito tradicional de venda de energia: de produto a serviço  A obrigação está do lado do fornecedor de energia que internaliza o custo do carbono

do seu negócio

Pontos fortes:

 É robusto do ponto de vista da eficácia ambiental uma vez que permite há partida definir um montante de redução (neste caso a meta global será atingir a poupança de 185 MtCO2 até ao final do período),

 O fornecedor de energia não fornece só energia, mas também um serviço de melhoria de eficiência energética ao consumidor por um valor de mercado mais baixo,

 Há critérios sociais que são tidos em consideração na definição da população elegível para receber apoio financeiro por parte do Estado,

 Os custos dos consumidores são amortizados rapidamente ganhando pela energia poupada, dinheiro poupado e emissões de CO2 poupadas,

 Este esquema, ao envolver monitorização a juzante (após as perdas na distribuição) das emissões poupadas, permite ao fornecedor explicar tendência de evolução de emissões associadas à energia no sector residencial.

 É criado um mercado aos fornecedores ao mesmo tempo que é exigido o cumprimento rigoroso das obrigações;

 São providenciadas mais escolhas e mais informação ao consumidor pela via mais directa – a factura de energia

Pontos fracos:

 Pode ser difícil de evidenciar que as poupanças teóricas são reais, apesar de serem exigidas provas dessa evidência, tanto pelas auditorias, como por programas piloto obrigatórios.

 Os custos são passados para o consumidor e não são totalmente conhecidos pela entidade reguladora

 Carece de supervisão apertada

 Exige actualmente um custo de investimento inicial que pode ser elevado para os consumidores o adoptarem, mas há medidas muito baratas, como a aquisição de lâmpadas. No decorrer deste trabalho, as lâmpadas deixaram de ser elegíveis como medida uma vez que foram já suficientemente utilizadas, e o governo quer incentivar medidas mais ambiciosas.

Páginas consultadas relevantes:

 http://www.decc.gov.uk/en/content/cms/what_we_do/consumers/saving_energy/cert/cert.aspx

 http://www.ukace.org/publications/ACE%20Response%20%282007-09%29%20- %20Defra%20Consultation%20post-2011%20supplier%20obligation.pdf

 http://www.sd-commission.org.uk/publications/downloads/SDC3KQOLSOreport.pdf

 http://www.ofgem.gov.uk/Sustainability/Environment/EnergyEff/CU/Pages/CU.aspx

 http://hes.decc.gov.uk/view_results

 http://www.ofgem.gov.uk/Sustainability/Environment/EnergyEff/InfProjMngrs/Documents1/CERT %20supplier%20guidance.pdf

4.2.2. Perspectivando novos mecanismos em Portugal (oportunidades e